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A solidão pode aumentar em 14% o risco de morte prematura em adultos mais velhos, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (23), que postula uma base fisiológica para este fenômeno.

Os riscos do isolamento social são conhecidos há tempos, mas não se entendia até o momento com exatidão quais eram seus efeitos no corpo, destacou uma pesquisa publicada nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

A equipe de pesquisadores, chefiada por John Cacioppo, psicólogo da Universidade de Chicago, já tinha identificado um vínculo entre a solidão e um aumento de atividade dos genes envolvidos nas inflamações e uma diminuição da atividade de outros genes que cumprem um papel crucial nas respostas antivirais do corpo.

O resultado é um sistema imunológico debilitado, que torna as pessoas mais vulneráveis à doença. Em sua última, os cientistas analisaram os leucócitos, células brancas do sangue, utilizadas pelo sistema imunológico para proteger o corpo de vírus e bactérias.

Eles encontraram esta mesma alteração de expressão genética nos leucócitos de pessoas que vivem sozinhas e isoladas socialmente. Também descobriram que a solidão antecipou o comportamento genético com mais de um ano de antecipação.

"A expressão genética dos leucócitos e a solidão parecem ter uma relação recíproca, o que sugere que cada uma pode ajudar a propagar a outra ao longo do tempo", destacaram os pesquisadores. "Estes resultados foram específicos sobre solidão e não podem ser explicados pela depressão, o estresse ou o apoio social", afirmaram os pesquisadores.

Os cientistas estudaram o macaco rhesus, um primata muito sociável e encontraram um processo celular similar vinculado às suas experiências sociais. A expressão genética dos macacos que estavam sozinhos abrangeu mais inflamações e menos defesas antivirais.

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