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A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), entidade sem fins lucrativos composta por 1.300 publicações no mundo, criticou nesta quarta-feira, 7, a "aparente retaliação à imprensa brasileira" feita pelo presidente Jair Bolsonaro com a assinatura de uma Medida Provisória (MP) que desobriga as empresas a publicarem seus balanços financeiros em jornais.

Na terça-feira, 6, Bolsonaro afirmou durante um evento no interior de São Paulo que a decisão de permitir a publicação dos balancetes apenas em sites oficiais, como o da Bolsa de Valores do Brasil, e no Diário Oficial da União, sem custo, uma "retribuição" à forma como foi tratado pela imprensa durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi eleito presidente.

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"Lamentamos que os interesses políticos, partidários e pessoais prevaleçam sobre as críticas, as opiniões e as informações, direitos que a imprensa e os cidadãos possuem numa sociedade democrática", afirmou a presidente da SIP, María Elvira Domínguez, que é diretora do jornal El País, de Cali, na Colômbia.

Bolsonaro negou que a decisão seja uma retaliação à imprensa, mas justificou a medida dizendo foi eleito "com quase toda a mídia o tempo todo esculachando a gente" e que foi rotulado de racista e fascista por jornalistas. "No dia de ontem (5), eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou", disse o presidente.

Domínguez acrescentou que "é possível entender que, como parte da tensão natural entre a mídia e o poder político, presidentes e funcionários ameacem, desprestigiem ou estigmatizem jornalistas e a mídia, mas que se vinguem concretamente como o fez Bolsonaro é de suma gravidade para o ambiente da liberdade de imprensa que deve reinar num país democrático".

O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Roberto Rock, criticou a supervalorização dos sites do governo sobre a mídia. "Os sites oficiais são consultados por especialistas e pessoas interessadas nas questões, mas não cumprem o papel de informar os cidadãos", afirmou o dirigente da SIP, que tem sede em Miami, nos Estados Unidos.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), criticou a MP, afirmando que ela pode "inviabilizar milhares de jornais da noite para o dia". Segundo Maia, os jornais impressos são instrumentos importantes de "divulgação de informação, da garantia da liberdade de imprensa, liberdade de expressão e da nossa democracia". Maia sinalizou que o Congresso deve modificar a medida.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) considerou a suspensão da credencial do jornalista da CNN, Jim Acosta, pela Casa Branca, um ato de "censura" totalmente contrário à liberdade de imprensa. "É uma medida desproporcional da Casa Branca e nos preocupa que, diante de perguntas incômodas, esse tipo de reação se torne uma regra para o governo americano", afirmou em nota emitida nesta quinta-feira (8) María Elvira Domínguez, presidente da SIP.

Na quarta-feira (7) a Casa Branca suspendeu a credencial de Acosta depois que ele protagonizou uma intensa discussão com o presidente americano, Donald Trump, durante uma entrevista coletiva um dia após a eleição de meio de mandato.

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Acosta perguntou a Trump duas vezes se ele havia "demonizado" a caravana de imigrantes que segue do México em direção a fronteira dos EUA. Trump não gostou da pergunta e, após duas respostas, pediu a Acosta que deixasse outro jornalista perguntar.

Acosta continuou, e o presidente reagiu: "Honestamente, acho que você deveria me deixar dirigir o país. Você dirige a CNN e, se fizesse isso bem, sua audiência seria mais alta", disse. O jornalista da CNN rejeitou entregar o microfone e se sentar.

Uma estagiária tentou tirar o microfone das mãos de Acosta, mas ele continuou segurando. "Já chega. Abaixe o microfone", ordenou o presidente Trump. "A CNN deveria se envergonhar de ter você trabalhando, você é grosseiro e uma pessoa horrível", disse Trump. Acosta entregou o microfone e se sentou.

"O presidente Trump acredita na liberdade de imprensa e espera que façam perguntas difíceis para ele e para seu governo. No entanto, nunca vamos tolerar um jornalista que ponha as mãos em cima de uma mulher jovem que simplesmente tenta fazer seu trabalho como estagiária na Casa Branca", declarou a porta-voz da presidência, Sarah Sanders, com relação ao momento em que Acosta confrontou a funcionária que tentou tirar o microfone das suas mãos.

Uma associação que representa os jornalistas que cobrem a Casa Branca considerou "inaceitável" a medida de restrição tomada. (Com agências internacionais)

O desafio de tornar rentáveis os novos meios digitais foi o tema principal do primeiro dia da Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que começou ontem e se estende até terça-feira na Cidade do Panamá. O assunto esteve presente em quatro diferentes debates nos salões do Hotel Hilton Panamá, que trataram de "paywall e outras estratégias", de "horários e fluxos de trabalho em multimídia" e da "proliferação de audiências".

Causou polêmica, entre os palestrantes, uma previsão do jornalista Fabrício Altamirano, do Diário de Hoy, de El Salvador. Ele afirmou que os executivos da comunicação "enfrentam hoje uma tarefa de antropólogos", pois precisam "entender os gostos e comportamentos de suas plateias e descobrir como combiná-los com o produto que têm a oferecer".

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No caso da rentabilidade, Altamirano disse que "o digital tende para os micropagos. O segredo não está em pagar US$ 40 por uma assinatura mensal, mas em oferecer ao leitor a possibilidade de pagar individualmente por cada notícia".

O encontro, de que participam cerca de 300 profissionais de mais de 20 países do continente, começa sob o impacto de seis mortes de jornalistas nos últimos meses - na Colômbia, no México e em Honduras.

A agenda da assembleia, que vai até terça-feira, incluirá a apresentação de relatórios de todos os associados sobre a liberdade de expressão em seus países. O relatório do Brasil deverá mencionar entre dez e 15 episódios em que jornalistas foram presos ou ameaçados nos últimos seis meses.

No mesmo debate sobre como ganhar dinheiro com mídias digitais, ontem, o jornalista americano David Ho, especialista em mídias do The Wall Street Journal, lembrou que "existem hoje no mundo 7,4 bilhões de dispositivos móveis e ignorar esse dado equivale a uma sentença de morte". A análise desse cenário incluiu os impactos causados na rotina das redações - por exemplo, no horário de trabalho e na integração, em um único ambiente, de profissionais de diferentes técnicas e rotinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por quatro dias, entre amanhã, sexta-feira, 4, e segunda-feira, cerca de 200 jornalistas e editores de todo o continente vão debater em Bridgetown, capital de Barbados, no Caribe, os principais problemas da imprensa no continente - e o grande destaque, deverá ser a difícil situação vivida pela imprensa escrita de oposição na Venezuela, ameaçada de ficar sem papel. É a Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), na qual os delegados de mais de 30 países também apresentarão relatos sobre a situação da liberdade de imprensa em cada um deles.

Além da Venezuela, outras questões polêmicas na agenda incluem as restrições à informação nosEstados Unidos - partidas de órgãos como a Agência Nacional de Segurança, a NSA - e um debate sobre a concentração de empresas de comunicação nas mãos de poucas empresas e o papel do Estado nesse processo. Amanhã cedo, a partir de 9 horas, o primeiro seminário do programa reunirá dois jornalistas da Espanha, Juan Luis Alonso e Adrián Segovia, em um debate técnico sobre "Fontes para novas receitas" no uso da internet, especialmente dos vídeos.

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O primeiro-ministro de Barbados, Freundel Stuart, deverá abrir oficialmente o encontro. Uma sessão solene marcará os 20 anos da Declaração de Chapultepec. Esse documento, discutido e aprovado na Cidade do México, em 1994, estabeleceu num texto curto, de 10 artigos, uma espécie de "constituição latino-americana" em defesa da liberdade de informação que acabou sendo assinada por 59 chefes de Estado da região.

A morte de seis jornalistas no semestre - depois do último encontro da SIP, em Denver, nos Estados Unidos - será o pano de fundo das análises sobre a situação da imprensa no continente, marcada por violência constante contra jornalistas. Outro tema polêmico será a discriminação de alguns governos - marcadamente Venezuela, Argentina e Equador - contra órgãos que os criticam, na hora de distribuir publicidade oficial.

Solidariedade. Como em encontros recentes, a denúncia de abusos do governo da Venezuela contra a imprensa de oposição - agora, impedindo-os de importar papel - deverá garantir os debates mais acesos.

Na terça-feira, a Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP fez um pedido ao presidente venezuelano Nicolás Maduro para que não imponha restrições ao embarque de papel oferecido por uma organização da Colômbia a jornais da Venezuela.

"Este gesto solidário porá à prova o governo da Venezuela, em sua estratégia de restrições diretas aos periódicos, uma das poucas vozes independentes que ainda restam no país e que o presidente Maduro busca silenciar", disse o presidente da comissão, Claudio Paolillo. Ele elogiou, ainda, a "grande capacidade criativa" de Caracas para impor a censura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seu primeiro discurso na condição de presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Elizabeth Ballantine atacou nesta terça-feira, 22, o que classificou de "ditaduras democráticas" na América Latina, entre as quais mencionou Argentina, Venezuela, Bolívia, Nicarágua e Equador.

"É uma óbvia contradição quando temos governos eleitos pelo povo em eleições livres que começam a destruir a democracia uma vez que chegam ao poder", declarou a americana, que terá um mandato de um ano frente à SIP, organização que reúne 1.400 veículos de comunicação do continente.

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Ballantine substitui o equatoriano Jaime Mantilla, que encerrou seu mandato durante a 69ª Assembleia Geral da entidade, realizada em Denver, nos Estados Unidos.

Documento aprovado ao fim do evento apontou as revelações de espionagem nos EUA, o assassinato de 14 jornalistas em um período de seis meses, as restrições crescentes à atuação da imprensa em vários países latino-americanos e a impossibilidade de acesso a informações públicas como as principais ameaças à liberdade de expressão nas Américas.

Ballantine ressaltou que o ataque à imprensa nas "ditaduras democráticas" é feito em nome da verdade, da justiça e da precisão. "Mas são eles (os governos) que definem o que é verdadeiro, justo e preciso", disse. "Eles ignoram a separação de Poderes, a Justiça, a independência e, claro, a liberdade de imprensa", afirmou.

Durante o evento, o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da entidade, Claudio Paolillo, destacou que todos os casos de assassinatos de jornalistas em 2013 no continente permanecem impunes.

Governo Obama

A grande novidade do encontro foi a inclusão dos Estados Unidos no rol de países nos quais a atividade jornalística está sob ameaça. O governo de Barack Obama iniciou mais processos contra funcionários públicos que vazam informações confidenciais do que todas as administrações que o antecederam.

Os jornalistas sustentam que a ofensiva amedrontou fontes de informação e levou à quebra do sigilo de comunicação em redações. O caso mais gritante foi o da Associated Press, alvo de investigação sobre a fonte de reportagem de um fracassado ataque terrorista no Iemên contra um avião com destino aos Estados Unidos.

"A SIP compartilhou preocupação de organizações estadunidenses sobre o rumo na liberdade de imprensa no país, sacudido por revelações de espionagem contra jornalistas e indivíduos", declarou documento aprovado no fim do encontro.

Leis de acesso

Na América Latina, a entidade defendeu a aprovação de leis de acesso à informação em todos os países da região e criticou a "cultura do segredo" que impera em vários países. "Os presidentes e funcionários públicos da Argentina, Bolívia, Equador, Nicarágua, Panamá e Venezuela se negam a conceder entrevistas ou entrevistas coletivas."

A americana Ballantine disse ainda esperar que os Estados Unidos não esteja no caminho de uma versão própria da "ditadura democrática", na qual o governo é o único a definir o que é "segurança nacional".

Os integrantes da entidade criticaram ainda o fato de o Congresso americano continuar mostrando resistência à aprovação de uma lei de proteção à fonte e que evite a prisão de jornalistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A legalização da produção e comercialização da maconha nos Estados americanos de Colorado e Washington pode ser um modelo para movimentos semelhantes na América Latina, segundo participantes de painel sobre o assunto realizado ontem, 21, na Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, em Denver. Pela legislação aprovada em dezembro de 2012, a produção doméstica e o consumo de maconha já são permitidos no Colorado. Roberto Rock, do jornal mexicano El Universal, lembrou que 60% das mortes no continente americano estão relacionadas à questão das drogas. Segundo Ethan Nadelmann, da Drug Policy Alliance, a legalização da maconha poderá reduzir de maneira significativa a violência na região.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O cerceamento à livre expressão na América Latina é imposto cada vez mais sob o princípio da "utilidade pública", que equipara a produção jornalística a um serviço que deve ser regulado pelo Estado, afirmou ontem, 21, o presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Jaime Mantilla, durante a 69.ª Assembleia Geral da entidade, em Denver nos Estados Unidos.

Segundo ele, a "novidade" converte uma imprensa "independente, plural e livre" em um "serviço público" que deve ser controlado pelo governo.

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Mantilla, que é equatoriano, encerra nesta terça-feira, 22, o seu mandato à frente da entidade. Ele disse que a mais recente manifestação dessa tendência é justamente a Lei de Comunicação do Equador, que submete a produção jornalística à supervisão do Estado, permitindo a censura e a interferência oficial no conteúdo de notícias.

Na avaliação do presidente da SIP, a lei, aprovada em junho, representa "o mais grave retrocesso das liberdades na América" e serve de inspiração a outros governos da região inclinados a impor controles semelhantes sobre a imprensa.

Na Argentina, o conceito de "utilidade pública" está sendo usado pelo governo de Cristina Kirchner para justificar seu projeto de estatizar a produção de papel jornal, que colocaria sob controle do governo a fabricação e distribuição de um insumo essencial da imprensa.

Mantilla lamentou o fato de que os cidadãos latino-americanos não tenham reagido aos ataques contra a liberdade de imprensa na região registrado em anos recentes, por meio da imposição de controles à atuação de jornalistas e à veiculação de notícias.

A "asfixiante" propaganda oficial, a concessão de subsídios ou benefícios econômicos a setores da população e certos grupos empresariais, segundo ele, tornam mais remota a possibilidade de que cidadãos comuns se manifestem contra as crescentes restrições, ponderou Mantilla.

O presidente da SIP ressaltou que situação se deteriorou ainda mais em outros países da região, em especial Argentina e Venezuela, mas também na Nicarágua, Bolívia e Panamá. Em todos, afirmou, há uma ofensiva para cercear a liberdade de imprensa, calar opositores e ampliar a influência dos detentores do poder a todas as instituições, incluindo o Judiciário.

A SIP também criticou o movimento liderado por Bolívia, Equador, Nicarágua e Venezuela de "destruir" o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, em especial a comissão que se dedica a relatar casos de violação à liberdade de imprensa e de expressão.

No dia 10 de setembro, a Venezuela anunciou sua saída do organismo multilateral, sob o argumento de que ele representa os interesses do imperialismo americano e do sistema capitalista. "A imprensa do continente tem suportado um tremendo ataque sem que a cidadania tenha reagido como esperávamos", observou Mantilla.

Segundo ele, parte significativa dos equatorianos apoia a Lei de Comunicação, mesmo sem supostamente conhecê-la.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O continente americano encerrou o semestre de maior violência contra jornalistas em dez anos e viu as ameaças à liberdade de imprensa atingirem um novo patamar, com a intimidação de fontes e repórteres nos Estados Unidos e o uso de mecanismos de coerção econômica contra meios de comunicação em países como Argentina e a Venezuela.

Entre março e setembro, 14 jornalistas foram assassinados na América Latina, um recorde para a última década, segundo dados divulgados ontem pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que realiza sua 69.ª Assembleia Geral em Denver, nos Estados Unidos. Dois deles foram mortos no Brasil.

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"Todos os casos permanecem impunes", disse ao Estado o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da entidade, Claudio Paolillo. Segundo ele, o assassinato de jornalistas tem impacto intimidador sobre a imprensa e aumenta a possibilidade de que repórteres passem a praticar a autocensura para se preservar.

Ao lado da violência, aprofundou-se o ataque à imprensa em outros países da região. Inúmeros jornais da Venezuela deixaram de circular pela impossibilidade de importar papel jornal - insumo que não é negado às publicações controladas pelo governo. Na Argentina, os meios de comunicação independentes estão sendo estrangulados economicamente pela decisão do governo de proibir anúncios de redes de supermercados e de eletrodomésticos.

Imposto há oito meses, o "boicote publicitário" levou a uma queda de receita de 20% dos veículos independentes, o que pode representar US$ 60 milhões anuais, de acordo com relatório sobre a Argentina apresentado ontem.

A restrição da publicidade privada foi acompanhada da expansão dos anúncios oficiais, canalizados para os veículos alinhados com o governo. "Além dos meios diretos de cerceamento, alguns governos estão usando meios econômicos que secam fontes de receita dos meios de comunicação, observou Alexandre Jobim, presidente da Associação Interamericana de Radiodifusão.

Ofensivas para suprimir a imprensa independente também estão sendo promovidas na Bolívia, na Nicarágua e no Panamá. No Equador, entrou em vigor há quatro meses a Lei Orgânica de Comunicação, que estabelece amplo controle estatal sobre a atuação da imprensa e permite a interferência governamental no conteúdo jornalístico.

"Nenhum país da região está vacinado contra a essa doença", ressaltou Paolillo, em referência às tentativas de cercear a atuação da imprensa sob o slogan da "democratização".

Em sua opinião, a situação ficou mais sombria depois da revelação de que os Estados Unidos mantêm um extenso sistema de monitoramento das comunicações de seus cidadãos, o que compromete o sigilo da relação dos jornalistas com suas fontes.

Além de ameaçar a liberdade de imprensa no país, a prática de espionagem debilita a imagem internacional dos Estados Unidos como uma referência nessa área. "Governos na Argentina, no Equador, na Venezuela vão poder dizer: ‘se o governo americano está espionando seus jornalistas, por que nós não podemos fazer o mesmo?’", lamentou Paolillo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A transparência e a necessidade de avanços no acesso à informação nos países da América Latina foram tema de acalorado debate no primeiro dia da reunião de meio de ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Jornalistas de toda a região estão desde a sexta-feira (08) em Puebla, a 90 km da Cidade do México, para discutir questões relacionadas à mídia e à liberdade de expressão.

No painel sobre transparência estavam presentes dois dos principais especialistas do tema na América Latina: o equatoriano César Ricaurte, da Fundação Fundamedios, e o mexicano Eduardo Bohórquez, da Transparência Internacional no México. O debate contou com ampla participação do público que lotou o auditório do evento.

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Para Ricaurte, os avanços no acesso à informação vistos em muitos países da região são um começo, e não o fim, da busca pela verdade na vida pública. O equatoriano foi o vencedor do Prêmio Chapultepec de 2012, por sua atuação em defesa da transparência no governo Rafael Correa. A realidade no continente mostra que ainda há muito por fazer, disse Ricaurtre.

Bohórquez traçou um panorama nada otimista em relação ao tema. "A transparência não é antípoda da corrupção, como muitos pensam. Conheço muitos políticos mestres do cinismo, que criam sua imagem como querem, publicam o que querem e continuam mandando tranquilamente", afirmou. "Tenho medo de que estejamos agora gerando uma profunda frustração para o futuro. A caixa-preta está mais preta do que nunca."

Para o mexicano, é fundamental cumprir uma lista de etapas em busca de mais transparência nas relações entre governo e sociedade, como legislações mais claras, investigações eficazes e mudanças nas leis sobre corrupção nos países latino-americanos. "O que vemos sempre é que os delitos prescrevem antes que termine a investigação", disse Bohórquez.

Ricaurte defendeu a necessidade de se tornar comum a todos os países membros da SIP uma "lei modelo" sobre transparência. O texto, já redigido, tem dez princípios, entre eles normas como "toda informação é acessível", as obrigações se estendem a todos os poderes" e "todos devem ter o direito de recorrer".

O país de Ricaurte, embora tenha aprovado uma lei de transparência em 2004, enfrenta problemas nessa área. O governo de Rafael Correa trouxe para o âmbito do gabinete presidencial a Secretaria de Transparência. Depois, criou uma Lei de Contratação, que proíbe divulgar dados sobre qualquer contrato, e proibiu ministros de falarem de suas gestões a meios de comunicação privados. A conclusão dos dois participantes foi de que "a grande guerra dos governos ditos populares do continente é de fato contra a liberdade de expressão".

O primeiro dia da reunião da SIP também abordou temas como "A reinvenção dos diários tradicionais" e "As tendências da publicidade digital". Hoje à tarde, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fará palestra chamada "Liberdade de expressão nas Américas: tendências e desafios".

Até segunda-feira (11), jornalistas e empresários da comunicação participarão da reunião da SIP. Entre os temas em destaque estão o futuro da Venezuela após a morte de Hugo Chávez e eventuais mudanças na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), para muitos uma tentativa de cercear a liberdade de expressão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A imprensa está perdendo a batalha contra a violência? A pergunta, em tempos de crime organizado e atentados políticos em vários países do continente, foi o tema do último painel da Assembleia-Geral da SIP - e para ela dois palestrantes abordaram enfoques complementares.

Marcelo Godoy, chefe de Reportagem da editoria Metrópole do jornal O Estado de S. Paulo, destacou a mudança, para pior, da imagem do jornalista que cobre temas policiais. "Antes ele era bem recebido, hoje é visto como inimigo", resumiu, referindo-se às áreas de periferia urbana dominadas pelo crime organizado.

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O sociólogo e cientista político Tulio Kahn preferiu abordar as distorções que, segundo ele, ocorrem no modo como a violência urbana é apresentada pela mídia. Uma de suas conclusões é que "é preciso fazer uma apresentação mais contextualizada dos eventos criminais".

Godoy, veterano repórter de assuntos policiais, advertiu que, principalmente a partir de 2002, quando foi assassinado no Rio de Janeiro o jornalista Tim Lopes, houve um deslocamento das coberturas do tema para o noticiário político. Ele mencionou as grandes operações da Polícia Federal realizadas desde então, como a Anaconda.

Depois de revelar o aumento, ao longo dos anos, do uso da expressão "organização criminosa" nos jornais, Godoy retomou uma pesquisa divulgada na própria Assembleia da SIP no dia anterior: "Os 33% (de jornalistas) que afirmaram que as ameaças vêm das organizações criminosas refletem o modo como a imprensa trata e mostra as máfias e a ação policial nas páginas dos jornais." Mencionou as soluções apontadas, como a federalização ou o agravamento das penas, nos crimes contra a imprensa.

Tulio Kahn argumentou que "embora na maioria dos casos os crimes não sejam violentos, a imprensa sugere o contrário", às vezes denotando uma sobrerrepresentação de grupos minoritários como responsáveis. "As estatísticas mostram que a maioria dos crimes é cometida por brancos e paulistas", advertiu. Na plateia, o jornalista uruguaio Claudio Paolillo, da diretoria da SIP, ressaltou que "quando se mata um jornalista não é um crime comum. Mata-se também a informação que ele levaria à sociedade e se induzem outros profissionais à autocensura. Não há como medir esse impacto. "As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, ajudou a divulgar nas redes sociais um manifesto do Fórum Democracia na Comunicação, com críticas à Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), aberta oficialmente nesta segunda-feira (15) em São Paulo.

De acordo com o manifesto, assinado, entre outros, pelo argentino prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, pelo petista Emir Sader e pelo escritor Fernando Morais, a assembleia da SIP é feita pelos grandes meios de comunicação corporativos, "que querem ser intocáveis".

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De forma irônica, o manifesto diz que a SIP prevê "examinar a situação da liberdade de expressão no continente, com o explícito propósito de colocar no banco dos réus os governos que têm assumido a responsabilidade de abrir caminhos à perspectiva de avançar na democratização dos meios de comunicação".

O Fórum - cuja razão social é Associação Brasileira de Rádio e Televisão Livre e Comunitária - surgiu em 1991. Alega ser "movido pela ideia da defesa da liberdade de expressão na radiodifusão".

Protesto

Um grupo de cerca de 30 manifestantes, ligados ao coletivo Intervozes, que tem como bandeira a democratização dos meios de comunicação no Brasil, realizou um ato de protesto diante do hotel onde se realiza a assembleia da SIP. De maneira tranquila, com apitos e aparelhagem de som, eles gritavam: "Monopólio não. Liberdade de expressão." Também abriram, diante da entrada do hotel, uma faixa onde se lia: "O monopólio da mídia sufoca a liberdade de expressão."

Também participaram da organização do protesto a Frente Nacional pela Democratização da Mídia e o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Um panfleto distribuído por essas entidades durante a manifestação acusa a SIP de, em diversos momentos de sua história, ter agido com o objetivo de "desestabilizar governos progressistas da região".

O manifesto também defende "uma nova lei de comunicações, que possa regulamentar os artigos da Constituição Federal". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A experiência direta do poder e o bom humor por já tê-lo deixado fizeram nesta segunda-feira (15) dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, e Alan Garcia, do Peru, as estrelas do que foi, talvez, o mais contundente - e, às vezes, divertido - painel da Assembleia da SIP, até aqui. "O que se vê é um ressurgimento do pensamento contrário à democracia", resumiu FHC sobre a região, na qual vê "um retrocesso" nas crescentes pressões contra a imprensa.

Em outra definição sobre esse processo, Garcia afirmou: "Podíamos dizer que a democracia aparente, que é ganhar as eleições, não é mais suficiente para definir os valores democráticos, e nem a separação - aparente - dos poderes. A liberdade de expressão é que é, agora, o termômetro para medir o que é democracia."

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Os dois foram apresentados por Robert Civita, do Grupo Abril - que, de saída, advertiu: "A liberdade de imprensa não é um fim em si, é para garantir a liberdade da sociedade". Por uma hora e meia, às vezes interrompidos por aplausos, Garcia e Cardoso alternaram avaliações históricas sobre o continente, brincadeiras e críticas ao autoritarismo.

FHC disse, por exemplo, não entender o espanto do País ao ver instituições funcionando: "Há liberdade, eleições, há um Ministério Público investigando e até um Supremo Tribunal Federal julgando. O que há de espantoso? Deviam achar normal!"

Garcia denunciou o "estatismo comunicacional" e ironizou a "nova estratégia de grupos autoritários, que, depois de atacar políticos ou o liberalismo, agora atacam a imprensa". Sobre tentativas de regular o fluxo de informações na sociedade, questionou: "Como regular o que se regula a si mesmo? Como regular o ar?" E sugeriu que se mude o conceito de "Homo sapiens" para "Homo comunicante". Depois, parodiando René Descartes, lançou o "Comunico, logo existo".

Provocado a falar do conflito que envolve a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, FHC criticou governos bolivarianos que tentam mudar suas regras: "Os governos têm de entender que a fiscalização do que diz respeito aos direitos universais não pode ser fechada". A propósito, afirmou que a pregação democrática diminuiu no continente, "como se a democracia já estivesse consolidada e como se o progresso econômico trouxesse a democracia - e isso não é necessariamente assim". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A imprensa da Argentina tem enfrentado "um clima crescentemente hostil" no último semestre, pressionada por "resoluções governamentais, manobras judiciais, declarações amedrontadoras de funcionários públicos, medidas de fato contra as mídias e ataques físicos a jornalistas".

Com essa denúncia, a mais dramática do dia, o delegado argentino na 68.ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Daniel Dessein, deu o tom do domingo (14), na sessão de leitura de relatórios da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da entidade. Desde sexta-feira, cerca de 450 jornalistas e donos de meios de comunicação participam do encontro, no Hotel Renaissance, em São Paulo.

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Na sessão foram destaque, também, os relatórios do Brasil, da Venezuela, do Equador e do México, entre outros. Mas foi o depoimento argentino, acompanhado de um forte vídeo de 10 minutos sobre o que o governo Cristina Kirchner vem fazendo, principalmente contra o jornal El Clarín, que mais preocupou.

Em sua maior parte, o relato de Dessein detalha os métodos que o governo Cristina Kirchner tem utilizado para calar a mídia - um deles é o uso cada vez maior das verbas públicas em campanhas contra a mídia. Outro recurso do governo, apontou Dessein, é o uso escancarado das cadeias nacionais para falar a todo o País contra jornalistas e outros adversários.

"A presidente põe em perigo o direito da cidadania a estar informada", afirmou Dessein. Segundo seu relato, 15 mil emissoras e jornais argentinos estão no momento sob ameaça. "O governo não intimida só jornais, mas todo cidadão que se lhe anteponha", advertiu. Seu balanço revela que houve, no semestre, 161 ataques a jornalistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O futuro do jornalismo, diante do uso cada vez maior de mídias digitais e até da perspectiva de desaparecimento do jornal impresso, foi o tema do debate, neste domingo (14), no Domingão da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) - evento gratuito dirigido a jovens jornalistas, professores e estudantes. Nas palestras, diretores de alguns dos principais veículos de comunicação do País observaram que, independentemente da velocidade das mudanças nos meios de transmissão de notícias, os princípios do bom jornalismo permanecerão.

Conforme o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, a questão será preservar nas novas linguagens os princípios do jornalismo, entre eles a atitude investigativa, a organização das notícias e o domínio narrativo. "O que está sacudindo a prática jornalística são as novíssimas possibilidades de incorporar novas linguagens para a oferta de conteúdo", disse. "Essencial é manter nesse processo a atitude, o método, a capacidade narrativa do bom jornalismo. Sem isso corro o risco de repercutir um vídeo na internet sem saber onde ocorreu, em que contexto foi feito, a quem interessa sua divulgação. Devo continuar fazendo, num caso como esse, as mesmas perguntas que deveriam ser feitas diante de uma foto em preto e branco na década de 1960."

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O editor executivo da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, após falar sobre as novas gerações de profissionais, que serão cada vez mais multimídia, também enfatizou a questão do espírito jornalístico: "Nada disso vai adiantar se o repórter não tiver o desejo de dar o furo, o desejo pela informação exclusiva e capacidade para tirar informações".

Para o diretor de Redação de O Globo, Ascânio Seleme, o jornal pode mudar, mas não o jornalismo. "O jornalismo de qualidade vai viver mesmo depois do jornal."

Também participaram da rodada de palestras o presidente da agência de notícias EFE, José Antonio Vera Gil; o diretor de Redação de Veja, Eurípedes Alcântara, além do diretor de Jornalismo da TV RBS, César Freitas. A mediação dos debates coube ao jornalista Roberto Gazzi, representante do Grupo Estado e coordenador do Comitê Acadêmico da SIP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Ao participar, no sábado (13), de painel durante a 68.ª Assembleia-Geral da SIP, a ex-senadora Marina Silva elogiou o papel da mídia na divulgação de conceitos e debates sobre ambientalismo. "A mídia brasileira tem importância muito grande na mediação de um discurso hermeticamente fechado, porque nós usamos uma linguagem que às vezes os leigos não entendem. No Brasil essa mediação foi feita pela mídia com muita competência."

"Em todas as pesquisas feitas internacionalmente, o Brasil aparece em primeiro lugar entre as populações que mais têm noção das mudanças climáticas. É um grande avanço se considerarmos que há 24 anos Chico Mendes foi assassinado em Xapuri (AC) e o Brasil nem sabia quem era Chico Mendes", ela disse, em alusão ao líder seringueiro. Marina ainda criticou mudanças propostas no Código Florestal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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Lido neste domingo (14) pela ex-presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, o relatório sobre o Brasil da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP adverte que "é motivo de especial alarme o aumento de assassinatos de jornalistas no exercício da profissão". Destaca ainda "a recorrência de decisões judiciais" e constata que, em períodos eleitorais, "a censura prévia por via judicial, aplicada em geral por magistrados de 1ª instância, aumenta historicamente".

O documento, preparado pela ANJ, menciona duas mortes de jornalistas; 15 casos de agressão, 6 de censura prévia, 2 ameaças, 1 caso de prisão e 1 atentado. O alto número de agressões confirma que, em período eleitoral em que seguranças, candidatos e partidos hostilizam sistematicamente repórteres e fotógrafos.

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As mortes mencionadas no relatório foram as de Valério Luiz, radialista da Rádio Jornal de Goiânia, em 5 de julho, e de Décio Sá, jornalista e blogueiro do Estado do Maranhão, em 23 de abril.

Embora não se mencione o caso da censura judicial ao Estado - pois o relatório só cobre fatos dos últimos seis meses -, ela foi motivo de perguntas da plateia. Judith Brito esclareceu que o caso está aguardando "o humor de um juiz" em Brasília. Entre os casos de censura prévia estão os blogs dos jornalistas João Bosco Rabello, diretor da Sucursal de Brasília do Estado, e Ricardo Noblat, de O Globo. Ambos foram obrigados a tirar do ar notícias que denunciavam candidatos no primeiro turno da campanha eleitoral. As sentenças acabaram revogadas.

No item ameaças foi mencionado o caso do jornalista André Caramante, da Folha de S. Paulo, que deixou o País para evitar riscos. A fonte de ataques a Caramante é o recém-eleito vereador Paulo Adriano Telhada, que se sentiu ofendido por reportagens sobre suas ligações com a Rota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A partir desta sexta-feira (12), cerca de 450 jornalistas e empresários de comunicação de mais de 30 países da América Latina reúnem-se em São Paulo para discutir, durante cinco dias, o presente e o futuro da imprensa na região.

São 65 palestrantes e conferencistas, dezenas de painéis e debates. Entre seus convidados ilustres, a 68.ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) terá o ex-chanceler espanhol Jorge Castañeda, os jornalistas Arthur Sulzberger Jr., do New York Times, e Juan Luís Cebrián, do El País, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Alan Garcia, do Peru, e a ex-senadora Marina Silva.

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O encontro será no Hotel Renaissance, na região central da cidade - e para a solenidade de abertura oficial, na segunda-feira (15), estão convidados a presidente Dilma Rousseff, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab.

É a quinta vez que o Brasil organiza esse encontro. O comitê anfitrião é formado pelos jornais A Tribuna, Correio Popular, Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo, O Estado de S. Paulo, O Globo, O Popular, Zero Hora, Diários Associados, Grupo Abril e Grupo Estado. Julio Cesar Mesquita, do Grupo Estado, presidente do Comitê Anfitrião, e o presidente da SIP, Milton Coleman, farão a abertura solene da assembleia e a das sessões da Comissão de Liberdade de Imprensa.

Problemas não faltam para serem discutidos nesses cinco dias. O cenário já conhecido - também analisado no encontro anterior, em Lima, no Peru -, de governos que tentam controlar a informação, ganha novas cores com a decisão da Venezuela de deixar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (CIDH) - gesto que pode ser seguido por governos vizinhos. Além disso, painéis especializados vão discutir temas novos, como o pagamento pelo conteúdo da internet e a adaptação às novas tecnologias digitais.

 

Violência

À sombra dos debates, um número inquietante: os 418 jornalistas mortos desde 1997 no continente, "um número alto demais", como resume o diretor executivo da SIP, Julio Muñoz. A crescente violência contra jornais e jornalistas e a impunidade dos criminosos deverão tomar a maior parte das sessões em que será passada a limpo, país por país, a liberdade de informação no continente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Cerca de 500 estudantes, professores e profissionais de imprensa já se inscreveram para o painel que discutirá várias questões envolvendo o futuro do jornalismo e da profissão do jornalista durante a 68ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) que ocorrerá na próxima semana em São Paulo. O Domingão na SIP é um evento gratuito e as inscrições vão até o dia 10, caso o número de ingressos não se esgote antes. Elas devem ser feitas pelo site www.sipuniversitarios.com.br.

O painel, que ocorrerá no Hotel Renaissance, nos Jardins, contará com palestras de Ascânio Seleme, diretor de Redação do jornal O Globo; Eurípedes Alcântara, diretor de Redação da Veja; Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado; Sérgio Dávila, editor executivo da Folha de S. Paulo; José Antônio Vieira Gil, presidente da agência EFE; e Cezar Freitas, diretor de Jornalismo da RBS TV-RS. Entre os temas a serem debatidos estão o futuro do jornalismo impresso, a ética jornalística no novo cenário multimídia, o impacto das novas mídias na formação do profissional de imprensa, na televisão e nas agências de notícias.

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"Acredito que os temas e, principalmente, o peso dos nomes dos profissionais que vão debater com jornalistas e estudantes explicam a enorme atratividade do evento", diz Roberto Gazzi, diretor de Desenvolvimento Editorial do Grupo Estado e moderador dos debates.

A Assembleia da SIP, que ocorrerá entre os dias 12 e 15, reunirá cerca de 600 jornalistas e empresários do setor, de 34 países. Os debates vão abordar novas mídias, sustentabilidade e liberdade de imprensa. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o CEO do The New York Times, Arthur Sulzberger Jr., e o presidente do diário espanhol El País, Juan Luis Cebrián, estão entre os palestrantes.

Esta é a quinta vez que a Assembleia Geral da SIP ocorre no Brasil. A entidade, que tem a defesa da liberdade de expressão como principal foco de atuação, reúne 1.300 jornais e revistas das Américas.

Com presença já confirmada da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do CEO do The New York Times, Arthur Sulzberger Jr., e do presidente do diário espanhol El País, Juan Luis Cebrián - entre outros -, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) prepara-se para abrir, em São Paulo, a sua 68.ª Assembleia Geral. Cerca de 600 jornalistas e empresários de comunicação de 34 países debaterão no Hotel Renaissance, de 12 a 16 de outubro, o presente e o futuro da profissão, transformando a cidade, por quatro dias, na capital do jornalismo nas Américas.

O encontro ocorre em tempos "muito inquietantes", resume o presidente da SIP, Milton Coleman. "Mais de 30 jornalistas do continente foram mortos desde o início de 2011, 8 deles no Brasil, sendo que 4 apenas este ano." E o cenário nos vizinhos não é muito diferente, prossegue Coleman - que é editor do The Washington Post. "Governos, que não existiriam se não fosse pela democracia, estão criando leis que a inviabilizam", adverte em um comunicado, reafirmando as posições assumidas durante seu mandato, nas quais cobrou continuamente abusos cometidos contra jornalistas por governos como os da Venezuela, do Equador, da Nicarágua, da Argentina.

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É a quinta vez que a SIP faz sua assembleia no Brasil - as outras foram em 1954, 1975, 1981 e 1991. O comitê anfitrião é capitaneado pelo Grupo Estado e conta com os jornais A Tribuna, Correio Popular, Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo, O Globo, O Popular, Zero Hora, pelos Diários Associados e pela Editora Abril. Bem maior do que naqueles encontros anteriores, a SIP reúne hoje 1.300 publicações que, juntas, distribuem 43 milhões de exemplares.

Nesse cenário de governantes autoritários, rápida evolução tecnológica e sérios desafios financeiros, a variedade dos temas está garantida. O diretor executivo da entidade, Julio Muñoz, prevê "uma exaustiva discussão" sobre assuntos como o tráfico de drogas e de armas; as leis da imprensa; a ética; a discriminação na concessão da publicidade oficial "e a expansão de um aparelho midiático estatal cujo fim é divulgar a 'versão oficial' dos fatos". Especialistas de internet, do mundo jurídico e de estratégias de mídia vão falar sobre a busca de um modelo sustentável de jornalismo; a propriedade intelectual em tempos digitais; a otimização das novas plataformas de trabalho. Como eixo condutor dos encontros, o Comitê de Liberdade de Imprensa passará a limpo, país por país, a situação do setor na América Latina.

Em uma das mesas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participará, com outros dois colegas, de um debate sobre liberdade de expressão e direito à informação. Em outras mesas deverão estar, como debatedores ou palestrantes, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; Paul Steiger, da ONG Pro Publica, de Nova York; Ken Doctor e Kelly McBride, analistas de mídia nos Estados Unidos - além de Caio Tulio Costa, professor de Jornalismo da ESPM, e Fernando Saguier, do jornal argentino La Nación. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


O número de leitores de jornais on line é crescente, as publicações têm presença maciça nas redes sociais, mas não conseguem atrair publicidade nos meios digitais. Pesquisa divulgada nesta sexta-feira na Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) revela que mais de metade dos jornais associados pesquisados tem menos de 2% das receitas provenientes de anúncios nos meios digitais.

O levantamento mostrou ainda que 40% dos 178 jornais pesquisados não oferecem informações em seus portais e outros canais de comunicação digital sobre venda de anúncios. "Muitos, no máximo, informam o telefone para onde os anunciantes devem ligar", diz Rafaell Bonnelly, da empresa ClicLogix, responsável pela pesquisa.

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Na avaliação do pesquisador, os jornais da América Latina deveriam aproveitar a presença nas redes sociais para atrair não apenas leitores, mas anunciantes. Segundo Bonnelly, os internautas latino-americanos são os que ficam mais tempo nas redes sociais - 7,6 horas por mês, por internauta. Entre os dez países campeões de tempo nas redes, cinco são latino-americanos - Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela.

"Os jornais estão nas redes sociais, mas ainda não sabem o que fazer com isso", diz Francisco Vásquez, outro pesquisador da ClicLogix. O levantamento mostrou que 90% dos jornais pesquisados estão no twitter e 88%, Facebook. Para Bonnelly, é o momento das publicações pensarem em criar suas próprias redes sociais, a exemplo do espanhol El País. "Também é possível pensar em criar redes sociais com assuntos específicos. Por exemplo, no Brasil um jornal poderia criar uma rede da Copa do Mundo e da Olimpíada, dois acontecimentos importantes no País. E com isso vai atrair seguidores e também anunciantes", diz Bonnelly.

O professor da Universidade de Navarra José Luis Orihuela falou sobre o uso do twitter por jornalistas. Entre as vantagens para os profissionais citadas pelo pesquisador, estão o acesso a especialistas e fontes de notícias e o acesso quase imediato a fatos relatados por quem está vivendo diretamente a situação, como testemunhas de acidentes ou catástrofes.

Os jornais e as redes sociais foram tema dos debates da tarde no primeiro dia da Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Cádiz, onde estão cerca de 250 profissionais de 25 países. O encontro comemora os 200 anos da Constituição espanhola, considerado um marco da liberdade de expressão. Cádiz foi escolhida por ser a cidade sede das discussões na Constituição.

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