Na manhã desta sexta-feira (20) o Sindicato dos Bancários de Pernambuco se reuniu para expor à imprensa o balanço das ocorrências violentas ocorridas nas unidades do estado. A entidade mostrou que somente uma série de ações, tanto dos bancos, quanto das prefeituras e do Governo do Estado, em conjunto, trará a redução dos assaltos, arrombamentos e roubos em agências bancárias, dos Correios, caixas 24 horas e carros-fortes.
Durante a ocasião, vários aspectos foram explanados. O diretor do sindicato da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT, João Rufino, criticou uma negligência das autoridades federais, estaduais e municipais no que se refere à vulnerabilidade da segurança nas cidades do interior, constantes alvos das ações dos bandidos. Diante desse cenário de violência sofrida por trabalhadores e clientes durante as investidas, a presidente da entidade, Suzineide Rodrigues, também explorou outro aspecto da situação. Ela aponta os bancos como responsáveis pelos cuidados médicos dessas pessoas. Ao todo foram 51 doenças psíquicas causadas por assaltos, segundo dados da instituição.
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O encontro divulgou a pauta do movimento nacional, com o consenso alcançado pela categoria em todo o Brasil. Eles apontam para a necessidade da abertura remota das agências. Isto consiste na abertura da agência, não sob responsabilidade do bancário, mas sim de uma empresa de vigilância em tempo real. Este cenário deverá conter câmeras e dispositivos eletrônicos acionados remotamente; com isso, a empresa teria um panorama da agência antes de abri-la, a fim de eliminar ações como sequestros de gerentes e tesoureiros.
Outra questão foi o aumento do efetivo de policiais nas cidades do interior, afinal, nestes lugares há maior incidência de casos de violência; ações de inteligência e compartilhamento de dados entre as polícias, secretarias da área de segurança e justiça e poder judiciário.
Em específico, no Recife, foi solicitado o cumprimento da Lei Municipal 17.684/2010 que trata da obrigatoriedade da adoção de portas com detectores de metais; guarda volumes; biombos; câmeras em todas as dependências, inclusive estacionamentos e calçadas; no mínimo dois vigilantes por pavimento e vidros blindados. Segundo o Sindicato, nenhuma agência na cidade cumpre a norma. Também foi pedida a adoção de legislação semelhante nos demais municípios.
Outros pontos apresentados é a segurança para que sejam evitados os crimes conhecidos como “saidinha de banco”, em que o bandido aborda o cliente quando ele sai da agência. Além disso, é pedida a isenção das taxas de transferência, incentivando as transações eletrônicas (TED ou DOC), a fim de diminuir o transporte de dinheiro vivo, consequentemente, reduzindo as ações.
O fechamento das unidades é justificada pelas ações destrutivas da estrutura da unidade, diante disso, os últimos aspectos colocados durante o encontro foram as explosões de caixas e arrombamentos de agências. Este problema é apontado pelo Sindicato como o causador de outra questão: a superlotação das agências em cidades vizinhas.
Dados
Ainda na ocasião, os números detalhados dos casos de violência contra as agências foram expostos. Ao todo, em 2016 aconteceram 250 arrombamentos/explosões; 176 arrombamentos/explosões a caixa-eletrônicos em locais públicos; 28 arrombamentos de agências dos Correios; 46 explosões em agências bancárias.
Foram 404 equipamentos roubados, sendo 174 Armas; 204 projéteis e cartuchos; 26 coletes; 34 assaltos à mão armada: 17 em agências bancárias e 17 assaltos à mão armada em agências dos Correios; 36 investidas contra casas lotéricas e Caixa Aqui. Também foram contabilizados dez Ataques e Explosões de carros-fortes; 16 Sequestros; cinco sequestros de funcionários de agências bancárias e 11 sequestros de funcionários das agências dos Correios.