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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira que irá se reunir com a indústria automobilística e lideranças sindicais para discutir o financiamento e produção de automóveis do Brasil. De acordo com o chefe do Executivo, a discussão com o setor não é para reduzir IPI; "é mais profunda".

Lula afirmou que planeja se reunir com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e sindicalistas para a discussão de uma programação "que pode envolver alguma política de isenção fiscal".

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"Eu já disse ao Geraldo Alckmin, que convidasse a indústria automobilística e sindicatos para ter uma conversa", afirmou Lula, em referência ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. "Precisamos ter uma discussão mais profunda do que queremos da indústria automobilística brasileira porque também precisamos assumir a responsabilidade de facilitar o financiamento de carro", pontuou.

Segundo o presidente, não adianta aumentar a produção automobilística no Brasil se não houver mercado interno. "Não está fácil comprar um carro hoje", disse. "Não vamos ficar produzindo carro para um povo que não pode comprar."

O presidente disse que a indústria automobilística também será tema de debate de sua viagem à China, prevista para acontecer na próxima semana.

Segundo o chefe do Executivo, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), está no país asiático e sinaliza um acordo com a China de acordo com a potência para a produção de carro elétrico no Estado, na fábrica da Ford. "Me interessa ter carro elétrico no Brasil", afirmou.

Morreu em São Paulo, na madrugada deste sábado (14), o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do grupo Caoa, aos 77 anos. Com a saúde debilitada por causa de um tratamento de saúde, ele morreu dormindo, na casa onde morava, ao lado da esposa e dos filhos. A Caoa, que é um dos maiores grupos automobilísticos do país, seguirá sob a gestão dos demais executivos, segundo nota da empresa (leia na íntegra abaixo).

A companhia lamentou a perda de Carlos Alberto, que também era presidente do conselho diretor interno. "Dr Carlos foi médico e um empreendedor magistral, tendo atraído importantes marcas para o portfólio da CAOA, como a Ford, a Hyundai, a Caoa Chery e a Subaru, tendo se tornado um ícone para a Indústria Automobilística Brasileira", diz trecho do documento.

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O velório será no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, a partir das 14h30, seguido do sepultamento às 17h30.

Trajetória

Carlos Alberto de Oliveira Andrade nasceu em Campina Grande, na Paraíba, em uma família de 17 irmãos. Antes de entrar para o ramo automobilístico, cumpria exercício médico como cirurgião, após se formar em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em 1979, decidiu fundar a Caoa (sigla que leva as iniciais do seu nome) em Campina Grande. Tudo começou quando Carlos Alberto decidiu comprar um Ford Landau na concessionária da marca. A revendedora faliu, mas Carlos negociou a quitação do veículo pela titularidade da empresa. Com o negócio feito, fundou a Caoa e em cerca de 6 anos se tornou dono da maior revendedora de carros da Ford do país.

Nota da Caoa

"É com profundo pesar que informamos o falecimento do nosso fundador e Presidente do Conselho, Dr. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, na manhã de hoje.

Dr. Carlos estava com a saúde debilitada por conta de um tratamento de saúde e faleceu durante o sono ao lado de sua esposa e filhos.

A empresa, de acordo com o plano de sucessão e governança, continua a ser gerida por seus atuais executivos, que lamentam o falecimento de seu fundador e se solidarizam com a família neste momento.

Dr. Carlos foi médico e um empreendedor magistral, tendo atraído importantes marcas para o portfólio da CAOA, como a Ford, a Hyundai, a CAOA CHERY e a Subaru, tendo se tornado um ícone para a indústria automobilística brasileira.”

O destino do Rota 2030, a nova política industrial para o setor automobilístico, será decidido pelo presidente Michel Temer, disse nesta quinta-feira, 21, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Isso é uma decisão de ordem política", afirmou. "Uma questão da indústria versus a questão fiscal." Segundo fontes próximas à negociação, o martelo poderá ser batido no início da próxima semana.

A atual política de incentivo às montadoras, chamada Inovar-Auto, acaba no dia 31. O Rota 2030 foi elaborado para substituí-la, mas ainda não foi anunciado por uma razão simples: não há dinheiro. Não só o governo enfrenta uma situação de forte restrição fiscal, como também não há previsão, na proposta de Orçamento de 2018, de nenhum incentivo tributário para as montadoras. Assim, o que está nas mãos de Temer é decidir se haverá algum incentivo.

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A Fazenda é contra. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) quer dar descontos em impostos para estimular investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Mas, para isso, será preciso tirar dinheiro de outras áreas. Mdic e montadoras falam em incentivos de R$ 1,5 bilhão.

"Não tem país com indústria automobilística que não tenha uma política automotiva", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. "É uma decisão de País, se quer ou não ter indústria." A indefinição, disse, é um problema principalmente para as montadoras "premium", que investiram muito no País na esteira do Inovar-Auto e agora "estão a descoberto".

Os embates entre Fazenda e Mdic chegaram a um impasse e o formato do Rota 2030 ficou a cargo da Casa Civil, que exerce um papel de coordenação entre as diversas pastas do governo. A decisão final, porém, depende do presidente.

Divergência. Segundo fontes da área técnica, um dos principais pontos de divergência está na questão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em ambas as propostas, as alíquotas voltam aos níveis que estavam antes do Inovar Auto, como 7% para os populares e 25% para os com motor acima de 2.000 cilindradas.

Mas, na proposta do Mdic, caso a montadora cumpra um conjunto de metas envolvendo, por exemplo, gastos mínimos em pesquisa e desenvolvimento, ela pode ter um desconto de 1 a 2 pontos porcentuais no imposto, a partir de 2021.

Já a proposta do Ministério da Fazenda prevê que, a partir de janeiro, a tabela do IPI volte para os níveis pré-Inovar Auto, com um acréscimo de dois pontos porcentuais. Mas, se as empresas cumprirem determinadas metas, esse acréscimo não seria cobrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O comportamento do consumidor mudou nos últimos anos. Em vez de carros "populares", como Gol e Palio, os líderes de venda agora são modelos mais modernos e bem equipados desde as versões de entrada. O mais vendido é o Onix, da Chevrolet, seguido pelo Hyundai HB20.

O Gol, embora ainda seja o número um da Volkswagen, oscila agora entre a quarta e quinta colocações do ranking. Enquanto isso, o carro de passeio mais vendido da Fiat é o Mobi - 11.º colocado em emplacamentos.

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Diante da nova preferência, a Fiat deixou o Palio de lado (19.º no ranking de vendas) e lança no fim do mês o Argo, para atacar HB20 e Onix. Ele virá com amplo pacote de equipamentos e motores mais modernos. No caso da VW, o posto de carro de alto volume será do novo Polo, que chega neste ano. Ele será posicionado acima de Gol e deverá brigar com os líderes.

"A GM acertou com o Onix, pois o brasileiro não quer mais o mesmo tipo de carro popular dos anos 90", diz o consultor Paulo Garbossa, da ADK. "Já a Hyundai, com o HB20, entrou no Brasil oferecendo exatamente o que o consumidor quer."

A chegada da Hyundai, e o avanço dos modelos Etios e Corolla, criaram uma pulverização no mercado, segundo Garbossa. A Toyota viu sua fatia do bolo automotivo crescer de 3,8% em 2007 para 9,0% este ano. O diretor da montadora, Ricardo Bastos, ressalta que a marca "cresce aos poucos e constantemente".

Para o diretor de Marketing da GM, Hermann Mahnke, entre os motivos da liderança da empresa está o pioneirismo em equipar compactos com tecnologias de conectividade e "popularizar a transmissão automática" nessa faixa de produto.

"O líder deixou de ser o carro mais barato para ser o que entrega mais ao consumidor, que ficou mais exigente", afirma. Ele não acredita, contudo, que o carro "popular" vai desaparecer. Quando o mercado voltar a crescer, haverá espaço para todos, mas o segmento premium tende a ganhar mais presença, avalia Mahnke.

SUVs

Para brigar pelas primeiras posições do mercado, agora montadoras precisam também de utilitários-esportivos pequenos. As vendas de SUVs saíram de 110 mil unidades em 2007 para 302 mil no ano passado, mesmo com a crise. A tendência é de continuidade de crescimento e a maioria das marcas tem lançamentos previstos.

GM, VW, Toyota e até mesmo Fiat estudam produção local de SUVs pequenos. Por alguns anos, as vendas foram dominadas pela Ford, com o EcoSport, primeiro carro nacional dessa categoria. Com a chegada de concorrentes, o modelo perdeu espaço, mas, com o novo Ka, terceiro automóvel mais vendido, a marca tem conseguido manter sua fatia no mercado com poucas oscilações, entre 9% e 10%.

O vice-presidente da Ford, Rogelio Golfarb, acredita que o EcoSport, que em breve será renovado, continuará sendo "emblemático". E aposta que, à medida que a economia melhorar, a renda voltará a crescer e o crédito será ampliado. "Com isso, o consumidor que hoje está excluído do mercado voltará a comprar carros de entrada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se reúne nesta quarta-feira, 20, com a direção da Mercedes-Benz para tentar evitar 500 demissões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde são produzidos caminhões e ônibus. O corte foi confirmado na segunda-feira, 18, após o encerramento de um programa de demissão voluntária (PDV) que, segundo a empresa, teve baixa adesão.

O PDV foi acertado em abril, após a montadora divulgar que faria 500 demissões e os trabalhadores realizarem greve por cinco dias. O grupo, que estava em lay-off há um ano, teve o prazo do programa prorrogado até 15 de junho. Com poucas adesões ao PDV, contudo, a montadora afirmou que precisa encerrar os 500 contratos até o dia 29. A empresa alega ter excedente de 1.750 funcionários na unidade.

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Sem dar detalhes, o sindicato informou que a entidade "tomará providências" caso não consiga um acordo com a empresa. A Mercedes também anunciou férias coletivas de cerca de 15 dias para os 7 mil trabalhadores da produção, a partir de 1º de junho.

Volvo

Na Volvo, em Curitiba (PR), metade dos 4,2 mil trabalhadores que entraram em greve há 12 dias voltou ao trabalho na segunda-feira. A maioria é do setor administrativo. A paralisação teve início após a empresa encerrar o segundo turno de trabalho e avisar que tinha 600 trabalhadores excedentes.

O pessoal da produção segue paralisado e esta já é a greve mais longa desde o início das operações da fábrica paranaense, no fim dos anos 70. A empresa concordou em abrir um PDV e colocar parte do pessoal ocioso em lay-off, mas há um impasse nas negociações relativo ao aumento real de salários e pagamento da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A Ford também confirmou que dará férias coletivas a 2,8 mil trabalhadores da produção em Camaçari (BA), paralisando assim toda a linha dos modelos Ka e EcoSport entre 25 de maio e 3 de junho, emendando com o feriado de Corpus Christi.

Scania

Outra fabricante de caminhões e ônibus que vai parar na semana do feriado é a Scania, em São Bernardo. Durante todo o mês de maio a unidade está trabalhando quatro dias por semana. A Iveco tem 200 operários que estão trabalhando apenas três dias por semana desde meados de abril e manterá essa agenda na fábrica de Sete Lagoas (MG) até julho.

De janeiro a abril, a produção de caminhões caiu 45% em relação a igual período de 2014. A produção de ônibus teve queda de 26,6% e a de automóveis e comerciais leves, de 15,8%. A maioria das montadoras opera com alguma medida de corte na produção, seja por meio de férias, lay-off ou PDV. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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