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A estação Pedro II do metrô de São Paulo será reaberta na noite de sábado (11) para acolher as pessoas em situação de rua durante o frio que chegará à capital paulista neste fim de semana e promete mínima de até 10º C. O governo do Estado também vai distribuir colchões, cobertores e kits de higiene no local, como parte do programa "Noites Solidárias", que segue até a próxima terça-feira (14).

Essa não é a primeira vez que a estação abriga pessoas em situação de rua este ano. No último dia 17, o governo abriu espaço para que 100 pessoas pudessem escapar da massa de ar frio que chegou ao Sudeste e baixou os termômetros até os 6,6º C. Naquela noite, um idoso de 66 anos morreu ao passar mal em um dos abrigos disponibilizados pela Prefeitura de SP.

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O governo informou que a Defesa Civil do Estado vai emitir um estado de alerta para baixas temperaturas em todo o território entre o domingo de Dia dos Namorados e a próxima terça (14). A operação acontece sempre que a sensação térmica mínima chega aos 13º C.

A campanha "Inverno Solidário", que recolhe doações de cobertores para a população de rua, segue até 21 de setembro, com pontos de coleta instalados nas estações de trens e metrô, terminais de ônibus da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e unidades do Poupatempo.

O sem-teto espancado pelo personal trainer Eduardo Alves após ser flagrado mantendo relações sexuais com sua esposa em Planaltina, em Brasília, disse que foi convidado pela mulher a entrar no carro e que não se arrepende de ter aceitado a proposta. O morador de rua chegou a ser hospitalizado com um edema no olho e uma costela quebrada.  

Em entrevista ao Metrópoles, Givaldo Alves, de 48 anos, negou que tenha estuprado a mulher identificada como Sandra Mara e garantiu que a relação ocorrida no último dia 9 foi consensual. "Eu andava pela rua e ouvi um grito: 'moço, moço'. Olhei para trás e só tinha eu. E ela confirmou comigo dizendo: 'quer namorar comigo?'". 

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Ele chegou a indicar que ainda não havia tomado banho, mas, mesmo assim, a mulher insistiu que entrasse no veículo. “Moça, eu não tenho dinheiro, sou morador de rua. Não tenho dinheiro nem para te levar ao hotel. Então, ela disse: ‘Pode ser no meu carro’”, descreveu.  

A chegada repentina do marido e o início das agressões surpreenderam o homem em situação de rua, que diz ter chegado a trocar socos com Eduardo para se defender. Até então, ele achava que estava sofrendo uma retaliação por presenciar um motorista que arrastou uma mulher de carro dias antes. 

Pai de uma mulher de 28 anos, Givaldo confessou que não se arrependeu de ter mantido relações sexuais com Sandra, mesmo após os ferimentos. Para ele, o registro das câmeras de monitoramento reforçou sua tese de que a relação foi consensual, como a própria envolvida já havia destacado em depoimento à Polícia. 

“Deus me colocou em um lugar cercado por câmeras que comprovam não ter havido nada disso (estupro). Se fosse outro morador de rua, possivelmente já estaria preso”, concluiu. 

 Givaldo é natural da Bahia e passou por cidades em Tocantins, Minas e Goiás até chegar ao Distrito Federal. Ele era casado e já trabalhou na construção civil e como motorista de produtos perigosos. Sem moradia, sua atual rotina é entre abrigos públicos e casas de passagem. 

Um personal trainer, de 31 anos, é investigado por espancar um homem em situação de rua no bairro de Jardim Roriz, em Planaltina, no Distrito Federal. A ação ocorreu na última quarta-feira (9), após o educador físoco flagrar a esposa fazendo sexo dentro do carro com o sem-teto.

O momento foi registrado por uma câmera de segurança do local. As imagens mostram o marido agredindo o outro homem fora do veículo com chutes e socos. A agressão foi registrada na Polícia Civil. Confira o vídeo:

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No boletim de ocorrência é apontado que o personal interpretou que a esposa, de 33 anos, estava sendo estuprada. Além disso, ele teria afirmado aos policiais que a mulher passa por problemas psicológicos. O caso é investigado pela 16ª Delegacia de Polícia, de Planaltina. O sem-teto, assim como, a mulher e o marido foram levados a uma unidade de saúde.

Áudio

Após a repercussão do caso, a TV Globo obteve um áudio em que a esposa do educador físico diz ter visto "imagens do marido e de Deus" na vítima e, por isso, teve relações sexuais com ele. Nesse mesmo arquivo, a mulher relata que estava com a sogra ajudando pessoas em vulnerabilidade.

Em determinado momento, as duas se separaram. Na ocasião, ela foi abordada pelo homem agredido que, segundo a mulher, pediu dinheiro. Sem valores, o sem-teto pediu para ver a bíblia que ela carregava e, em seguida, solicitou um abraço. Após isso, de acordo com o áudio, os dois entraram no carro.

"Ele me pediu abraço e eu abracei. Antes disso, ele queria fazer carinho nos meus pés, e aí quando a gente sentou no banco, pediu pra cuidar de mim e começou a fazer carinho no meu pé. Senti uma coisa tão boa que, naquela hora, eu não enxergava meu marido. Aí depois disso ele perguntou se eu queria levar ele para algum lugar, eu disse que queria enxergando ele como meu marido”, relatou.

E continuou: “Eu o tempo todo confusa, às vezes enxergava ele como Deus e às vezes como meu marido. Ele ainda perguntou, eu estava com o coração aflito. Tem a foto, teve uma hora que todas as coisas que ele falava pra mim fazia sentido com tudo que eu estava enxergando. Teve momento que ele me pediu um beijo, mas antes ele falou um palavrão e mexeu na genitália na frente da minha sogra e antes disso pediram pra eles saírem, eu falei que era para elas saírem pra eu viver meu propósito. Minha sogra tentou me puxar e eu disse que ia no meu propósito".

A mulher também afirma que a sogra a repreendeu e avisou que se o filho visse mataria o homem. "A gente saiu depois do beijo e disse que 'ia' com ele, ele marcou comigo na rodoviária”, afirmou.

Uma onda incomum de frio afeta Nova Délhi nos últimos dias e provocou a morte de vários moradores de rua na metrópole indiana, de 20 milhões de habitantes.

A capital indiana está acostumada com as mudanças meteorológicos extremas, com temperaturas que em alguns momentos superam 35ºC ou 40ºC, chuvas fortes ou picos de poluição no outono.

Apesar das mudanças repentinas, muitos consideram o vento gelado e as chuvas de janeiro como um teste severo.

Na terça-feira, Nova Délhi registrou o dia de janeiro mais frio desde 2013, com uma temperatura máxima de 12,1ºC, ou seja, 10 graus a menos que os termômetros costumam marcar nesta época do ano. As mínimas se aproximaram de 0ºC e durante muitos dias permaneceram abaixo de 10ºC.

Ao menos 176 pessoas morreram vítimas do frio desde o início do ano na cidade, afirmou Sunil Kumar Aledia, que trabalha para uma das principais organizações de ajuda aos sem-teto na capital.

"Os últimos três dias foram muito frios, especialmente na semana passada, e não fez muito sol. Estamos preocupados porque é difícil se aquecer", disse Mukesh, um homem de 30 anos que mora nas ruas e falou com a AFP em um abrigo emergência.

Nas ruas de Nova Délhi, muitas pessoas sem casa se reúnem à noite e acendem fogueiras, às vezes na calçada, para tentar se aquecer.

De acordo com o censo mais recente, de 2011, quase 47.000 habitantes de Nova Délhi não tinham residência, um número que as organizações humanitárias consideram muito subestimado. Os abrigos da cidade têm apenas 9.300 camas.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), encaminhou  um projeto de lei para a Câmara de Vereadores  (Proposição Nº 005.00103.2021) que prevê punição para movimentos sociais, igrejas e associações que distribuem alimentos gratuitamente para pessoas em situação de vulnerabilidade social ou em situação de rua, sem autorização da prefeitura.

Atualmente há quase 3 mil sem-teto em Curitiba, de acordo com a prefeitura. Segundo a proposta, quem “distribuir alimentos em desacordo com os horários, datas e locais autorizados”, “não utilizar a devida identificação e autorização” ou “descumprir as legislações sanitárias vigentes” pode ser punido com multa no valor de R$ 150,00 a R$ 550,00.

O projeto de lei foi apresentado na segunda-feira (29) junto com um requerimento de que já nesta quarta-feira (31) fosse votado em regime de urgência. O pedido foi realizado para que a tramitação fosse acelerada. Porém, o requerimento foi retirado de pauta pelos vereadores, que optaram pela tramitação habitual.

Em nota ao G1, a prefeitura explicou as razões do projeto, que tem nome “Mesa Solidária”. Segundo a gestão, deve haver uma "nova forma de distribuição de alimentos", já que, segundo eles, "há um descompasso no fornecimento das marmitas". A prefeitura defende que, quando há o fornecimento exacerbado, os resíduos deixados pelos sem-teto acabam atraindo vetores urbanos e pragas.

Um morador de rua encontrado morto em Milão, no norte da Itália, tinha mais de 100 mil euros em uma conta bancária e 19 mil euros em títulos acionários.

Umberto Quintino Diaco, 75 anos, foi encontrado sem vida na última quinta-feira (28), em uma cabana improvisada com papelão na estação ferroviária de Porta Garibaldi, na capital da Lombardia.

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A autópsia apontou que Diaco pode ter morrido de frio e patologias pré-existentes, mas as investigações da polícia descobriram um patrimônio incompatível com a condição em que ele vivia.

Além dos 100 mil euros no banco e dos 19 mil euros em ações, Diaco recebia uma aposentadoria de 750 euros em Munique, na Alemanha, e tinha uma casa na região da Calábria e dois furgões com apólices de seguro pagas.

O sem-teto também carregava consigo 1.235 euros em dinheiro vivo. Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, a irmã mais velha de Diaco, Chiarina, contou que ele havia fugido de casa quando tinha 17 anos. "Procuramos por ele, que nunca se deixou encontrar", disse.

Chiarina esteve em Milão para cuidar dos trâmites relativos ao corpo e recuperar os poucos pertences pessoais do irmão. Caso Diaco não tenha deixado herdeiros, a irmã ficará com seus bens.

Segundo a polícia, o sem-teto retirava seus rendimentos através de uma caixa-postal no serviço de atendimento da Cáritas em Milão. "Ele nunca pediu dinheiro nem aceitou comida", relatou ao Corriere um voluntário da organização beneficente.

De acordo com Chiarina, a família conseguiu descobrir durante o período de ausência de seu irmão que ele trabalhou no setor de construção civil na Alemanha e teria passado também pela Suíça.

Mais tarde, ela ficou sabendo que Diaco frequentava a Cáritas de Milão e tentou entrar em contato, mas ele sempre recusou.

"Entendi que ele havia escolhido aquela vida, mas nunca deixamos de procurá-lo", disse. 

Da Ansa

Um sem-teto foi encontrado morto na manhã desta quarta-feira (20) na Praça São Pedro, no Vaticano. Carlo Santoro, voluntário da Comunidade de Santo Egídio, disse à ANSA que o indivíduo se chamava Edwin. Além disso, afirmou que ele é o 10º sem-teto a morrer em Roma nos últimos três meses.

"Seu nome era Edwin, era muito reservado. Estamos muito tristes com o que aconteceu. Ele é o décimo que morre em Roma nestas circunstâncias desde novembro", comentou Santoro.

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Edwin tinha 46 anos de idade e era afrodescendente. A suspeita é que ele ficava na região e morreu de hipotermia ou de alguma doença relacionada ao seu estado.

As autoridades sanitárias do Vaticano também iniciaram hoje (20) a vacinação anti-Covid de moradores de rua que frequentam as estruturas de acolhimento do país.

Em São Paulo, um levantamento da Secretaria Municipal da Saúde registrou 286 casos do novo Coronavírus na população que sobrevive em situação de rua, com 28 mortes. Os números, que se referem ao período entre abril e julho, podem ser ainda maiores devido à subnotificação de casos.  

De acordo com a prefeitura da capital paulista, as ações para tentativa de conter a disseminação do vírus entre os sem-teto estão em execução. Em nota, a administração municipal afirma ter realizado 69 mil abordagens à população de rua durante a pandemia, por meio dos programas Consultório na Rua e Redenção na Rua.

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Segundo números oficiais, 17,2 mil pessoas foram cadastradas nas iniciativas de acompanhamento social do município. Ainda de acordo com a gestão pública, 767 casos tidos como suspeitos para a Covid-19 foram direcionados aos centros de acolhida e permaneceram isolados até a emissão de um diagnóstico.

No mesmo comunicado, a prefeitura também afirma que a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social acomodou 150 idosos em hoteis da cidade. O público com mais de 60 anos é tido como o de maior risco de contágio pelo vírus, que já vitimou mais de 105 mil pessoas no Brasil.

Segundo o censo Infocidade do início de 2020, o município de São Paulo tem cerca de 24,3 mil pessoas sobrevivendo em situação de rua. O número aumentou 53% em comparação ao ano de 2015, quando a cidade totalizava 15,9 mil sem-teto.

O governador da Califórnia destinará quase 1,5 bilhão de dólares adicionais para combater os altos índices de sem-teto no Estado, que crescem de forma alarmante no Estado, apesar dos esforços das autoridades locais.

"O Estado da Califórnia está tratando do problema dos sem-teto como uma emergência real, porque ela é", disse o governador Gavin Newsom ao anunciar a construção de albergues de emergência em terrenos públicos.

Um relatório do departamento de Habitação publicado esta semana revela que há na Califórnia cerca de 150 mil sem-teto, um quarto da população total nesta condição nos Estados Unidos.

Newsom enviará uma proposta à Assembleia Legislativa para uma verba de 750 milhões de dólares no orçamento para garantir uma renda às pessoas vulneráveis sob risco de perder suas casas, e também para acelerar a construção de residências sociais.

O governador anunciou que destinará outros 700 milhões de dólares para programas médicos, assinalando que a população de rua enfrenta diversos problemas de saúde, incluindo doenças mentais.

A alta dos preços de aluguéis e propriedades no estado mais rico e populoso do país é uma das causas do problema do crescente número de sem-teto.

Um vídeo divulgado pela polícia de Los Angeles (LAPD) de uma mulher sem-teto cantando ópera no metrô da cidade viralizou nas redes sociais.

"Quatro milhões de pessoas chamam Los Angeles de lar", descreve o texto que acompanha o vídeo na conta da polícia no Twitter. "Quatro milhões de vozes ... às vezes você só precisa parar e ouvir uma delas, ouvir algo lindo".

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O vídeo, que já teve mais de 400 mil visualizações desde quinta-feira, mostra uma mulher loira com tranças cantando uma bela versão de uma ária de Puccini na plataforma de uma estação de metrô, segurando várias malas e puxando um carrinho de compras que parecem conter seus pertences.

Assista ao vídeo:

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Um porta-voz do departamento de polícia da cidade disse à AFP que o encontro com o oficial que gravou as imagens foi espontâneo.

A imprensa local a identificou como Emily Zamourka, de 52 anos, violinista e pianista que emigrou da Rússia para os Estados Unidos quando tinha 24 anos.

A rede KABC informou que Zamourka não tem treinamento formal como cantora de ópera e foi professora antes de enfrentar tempos difíceis devido a problemas de saúde.

O vice-prefeito de Trieste, Paolo Polidori, do partido ultranacionalista Liga, provocou polêmica na Itália ao jogar no lixo o cobertor de um sem-teto. O episódio foi relatado no Facebook pelo próprio Polidori, que disse ter ficado "satisfeito" com seu ato. Na mensagem, já apagada, o vice-prefeito contou ter encontrado "um monte de trapos jogados no chão".

"Não havia ninguém, então presumo que estavam abandonados. Como um cidadão normal que se preocupa com o decoro de sua cidade, os recolhi e os joguei, devo dizer, com satisfação, no lixo. Agora o lugar está decente. O sinal é: tolerância zero! P.s.: fui imediatamente lavar as mãos", escreveu.

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Mais tarde, em entrevista à ANSA, ele deu uma versão um pouco diferente e indicou que sabia quem era o dono dos pertences. "Não tenho nada contra ele, pessoalmente, mas contra a situação. Essa pessoa foi convidada várias vezes a ir a uma estrutura de acolhimento, mas sempre recusou", disse.

Segundo Polidori, o ato foi "instrumentalizado" por partidos políticos e "turbinado" pela imprensa. "Não joguei fora objetos pessoais, apenas cobertores e trapos", afirmou. Em seguida, ele acrescentou que o sem-teto tem "precedentes penais" e "parece ter ameaçado verbalmente comerciantes da região".

A Itália vem enfrentando baixas temperaturas e nevascas neste início de ano, por conta de uma frente fria do Ártico - em Trieste, os termômetros ficaram abaixo dos 10ºC nos últimos dias.

"O vice-prefeito de Trieste se orgulha nas redes sociais de ter jogado fora o cobertor de um sem-teto. Um gesto velhaco de quem busca visibilidade e esquece a humanidade. Uma vergonha absoluta", escreveu no Twitter o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi. Já sua legenda, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), exigiu a renúncia imediata de Polidori. Em meio à polêmica, cidadãos de Trieste deixaram neste domingo (6) roupas quentes e cobertores no local onde o sem-teto ficava. 

Da Ansa

Em dezembro, quando os termômetros de rua marcam temperaturas próximas a 0ºC na capital dos EUA, há um espaço disputado nas calçadas de largas avenidas: a tampa dos bueiros, de onde emana o vapor quente que sobe da tubulação.

Sobre a saída de ar, um dos únicos refúgios quentes na calçada, moradores de rua dividem espaço na proximidade de prédios emblemáticos de Washington, como o Arquivo Nacional ou o Capitólio, sede do Congresso.

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A região do bairro Noma, em Washington, a cerca de 15 minutos de caminhada do Capitólio, tem concentrações de acampamento de moradores de rua muito menores do que a californiana, mas também fixas. Ao menos 12 barracas embaixo de um dos viadutos da região formam um acampamento com quem se abriga da chuva e do frio.

Na semana passada, Siah Kamano distribuía sanduíches aos moradores com a ajuda de parentes. Nascida na Libéria, Siah se mudou aos EUA há 20 anos e diz ter ficado chocada com a quantidade de moradores de rua na capital. "Faço isso aqui. No meu país, quando vamos para lá, tentamos fazer a mesma coisa, pensar em como retirar as pessoas da rua", afirma. Estima-se que entre 250 mil e 500 mil liberianos vivam nos EUA.

Siah e sua família levaram sanduíches e refrigerantes suficientes para todos ocupantes das barracas. Ninguém reclamou que os hambúrgueres estivessem frios.

Uma das barracas que recebeu o sanduíche comprado no McDonald's foi o de Miss Bobby, que prefere não revelar seu nome real.

Aos 67 anos, Miss Bobby - como gosta de ser conhecida na região - mora na rua há pelo menos quatro e já é conhecida no local. Ela diz que o governo cortou seu registro de identificação para a previdência, sem explicar como isso aconteceu. Desde então, perdeu direito a aposentaria.

A identificação, o Número de Seguridade Social, é um dos requisitos para contratos de crédito. Sem família, aposentadoria ou chance de conseguir dinheiro emprestado, ela adotou o apelido de Miss Bobby e passou a viver na rua.

"É um país rico, mas nós não somos ricos", diz. Ela rejeita frequentar os abrigos oferecidos pelo governo por causa das regras impostas nos locais e diz que tem tudo o que precisa em sua barraca, incluindo roupas para se proteger do frio.

Crescimento

A população de sem-teto nos EUA cresceu em 2018 pelo segundo ano seguido, após sete anos em queda. A variação foi pequena, de apenas 0,3%, mas a tendência de alta mobiliza as autoridades norte-americanas. Nova York e Califórnia são os Estados com maior número de desabrigados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Papa Francisco presenteou a Arquidiocese do Rio de Janeiro com uma escultura intitulada “Jesus Sem-Teto”, do artista canadense Timothy P. Schmalz, que possui exemplares em diversos países do mundo, como a Itália. A doação foi feita em referência ao Dia Mundial dos Pobres, que a Igreja Católica comemora no dia 18 de novembro. A partir desta data, o público poderá apreciar a obra na Catedral Metropolitana, no centro da cidade.

A escultura retrata um corpo quase inteiramente coberto por um lençol em um banco. Os pés, descobertos, mostram as duas chagas características de Jesus, segundo a tradição cristã.

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A vinda do “Jesus Sem-Teto” ao Brasil foi possível graças ao intermédio da embaixada do Brasil junto à Santa Sé, em conjunto com a Ordem do Santo Sepulcro. Em 2013, o Schmaltz ofereceu um exemplar idêntico ao Papa.

De auxiliar de centro cirúrgico em El Tigre, Venezuela, a sem-teto, dormindo nas ruas de Boa Vista, capital de Roraima. O sonho de Maria de encontrar uma vida melhor no Brasil demonstrou ser apenas uma ilusão.

"Viemos para buscar refúgio, não para sermos indigentes na rua", lamenta esta mulher, de 42 anos, e cabelos oxigenados, recostada junto com o marido em uma rede pendurada entre duas árvores em uma avenida de pouco tráfego perto do centro da cidade, a 200 km da fronteira.

Segundo dados da prefeitura de Boa Vista, de 300.000 habitantes, cerca de 25.000 venezuelanos vivem atualmente na cidade, 2.500 deles na rua.

Maria e o marido, Carlos - que deram nomes fictícios para se proteger de possíveis represálias -, ambos na faixa dos 40 anos, parecem cansados.

Há três meses, cruzaram a fronteira e caminharam cinco dias para chegar a Boa Vista com a intenção de procurar trabalho para enviar dinheiro para a família na Venezuela.

Até agora, não conseguiram nenhuma vaga nos abrigos para imigrantes, nem tampouco juntar um centavo.

Ao invés disso, vivem com medo de sofrer ataques, como os registrados este mês na fronteiriça Pacaraima, onde centenas de venezuelanos foram desalojados violentamente por moradores da cidade.

Desde esses ataques, a tensão em Boa Vista aumentou e Maria e Carlos não se atrevem a ficar sozinhos.

Na Venezuela, "trabalhávamos, mas o salário de 15 dias dava para comer um ou dois dias (...) Passamos fome. Eu ia trabalhar sem comer em três dias, chegava ao centro cirúrgico morta de fome, estava magérrima", conta a mulher. Agora, ganhou alguns quilos com a refeição diária de arroz com feijão doado pela igreja na esquina onde acampam.

Carlos, que está com diarreia há três dias, se abala ao admitir que em alguma ocasião teve que procurar comida no lixo.

"Não estamos fazendo nada, morando na rua, adoecendo", se envergonha.

Por isso querem voltar, ainda que por enquanto não tenham dinheiro para fazê-lo. "Penso que temos um futuro e é preciso ir atrás dele, por aqui não vejo como", resume ela.

- 'Vamos pra frente' -

Do outro lado da rua, uma família mais numerosa acampa em paletes de madeira, onde acumulam colchões, utensílios de comida, roupas e brinquedos dos filhos pequenos.

"A situação está dura por causa dos bebês. Temos que conseguir, procurar para que eles possam comer, para nós podermos comer", diz à AFP Johan Rodríguez, um pedreiro de 34 anos, que não consegue trabalho para sustentar a filha pequena e a mulher grávida.

Rodríguez e sua prole chegaram faz um mês. Rafael Godoy, outro venezuelano que está há mais tempo na cidade, os ajuda no que pode.

Garçom na ilha de Margarita, aos 39 anos ele decidiu se aventurar sozinho no Brasil para dar uma vida melhor à esposa e à filha de nove meses, que ficaram na ilha.

Depois de passar um mês e meio na rua, um policial brasileiro o "adotou" em casa, que Rafael divide com duas famílias de venezuelanos.

Com a ajuda de brasileiros e alguns trabalhos que aparecem a cada tanto, consegue se sustentar minimamente.

"Tive que cuidar de um senhor no hospital. Me pagaram o dia e mandei todo esse dinheiro para a Venezuela", onde sua esposa pôde pagar a comida de dois dias.

Rafael se locomove por Boa Vista em uma bicicleta de segunda mão que ganhou de presente. Ele exibe com orgulho o único adesivo que tem no quadro: o nome "Jesus".

"Com a ajuda de Deus, se tiver a oportunidade, irei aonde possa ir. Vim lutar, não vim ficar aqui", diz, com um sorriso otimista no rosto.

Ele espera conseguir nos próximos dias a autorização de trabalho para poder ir tentar a sorte em Brasília.

"Não pense que não. Tem vezes que fraquejo, que tenho vontade de voltar. Mas estou aqui pela minha filha. Vamos em frente", se consola.

Um bairro com 32 ruas e cerca de 70 pontos de comércio, sem rede de água e esgoto nem coleta de lixo, abriga hoje 2,5 mil famílias (10 mil pessoas), em Sumaré, interior de São Paulo. Com urbanização precária, a "cidade" de cerca de 1 milhão de m² do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se chama Vila Soma, é do tamanho de Heliópolis (na capital) e cresce ao lado do centro da cidade.

Maior ocupação urbana dos sem-teto no Estado de São Paulo, após uma invasão em junho de 2012, a área avaliada R$ 100 milhões estava destinada ao pagamento judicial de 200 credores com dívidas trabalhistas, tributárias e outros serviços da massa falida das empresas Melhoramentos Agrícolas Vifer e Soma Equipamentos Industriais, que quebraram em 1990, com falência desde 2008. O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), onde há dois anos aguarda julgamento.

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Depois de ter vivido a tensão de estar na mira de uma reintegração de posse - em janeiro de 2016, suspensa por decisão do ex-presidente do STF Ricardo Levandowski -, o clima de incerteza na região ainda persiste. Vivendo no improviso, os moradores da Vila Soma criaram um sistema de vigilância próprio para os barracos e as casas de alvenaria que se multiplicam no local. Uma rede de informantes controla a entrada e o trânsito de estranhos desde o acesso da Avenida Soma, a principal ligação com o bairro vizinho Parque Manoel de Vasconcelos. A eventual presença de indesejáveis é imediatamente informada a líderes por celulares.

"A gente já sofreu muito preconceito aqui na Soma", explica uma moradora na entrada da vila, na quarta-feira da semana passada, enquanto falava ao celular com uma pessoa que chamava de "pastor". Ela avisava o homem sobre a presença reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na entrada. "Aqui, cada rua tem seu coordenador", diz Maria do Socorro Silva, uma das integrantes da direção. Sob sol forte do meio-dia, caminhões-pipa circulam e ônibus e vans escolares entregam e embarcam crianças nas ruas centrais do assentamento.

Na Barbearia Duzotus, na entrada da avenida principal, Fabrício Santos, de 24 anos, atende clientes de seu improvisado salão, cortando cabelos a R$ 10. E elogia a "ocupação", que é como o MTST caracteriza os imóveis invadidos para moradia popular com recursos de programas como o Minha Casa Minha Vida. "A gente faz também mutirão para atender de graça na comunidade", conta Fabrício, explicando ser seguidor de uma igreja evangélica.

Caminhão-pipa

Sem ligação regular de água e luz, os moradores se viram como podem para viver no isolamento da Soma. "A gente compra a água do caminhão-pipa", relata uma moradora. Ela diz que vive no local há dois anos com o marido e um filho de 5 anos. "Eu pago R$ 10 para o caminhão encher a caixa de 500 litros", explica a mulher, reclamando que também não há rede de esgoto no assentamento. Outra moradora, que caminha pela avenida de terra vermelha, se queixa da ausência de pavimentação e linhas de ônibus no bairro. "Quando a gente sai, tem de levar outro sapato para trocar por causa da poeira", comenta. Segundo ela, que mora na Vila Soma com o marido, a família paga R$ 60 por mês pelo abastecimento de água. "É de poço", diz. "E a luz é gato (irregular)", emenda. De acordo com a CPFL, a Vila Soma não recebe energia por não ser área regularizada no município.

Desconfiados nas entrevistas, os moradores negam que haja pagamento de aluguel ou compra e venda na vila. "Não há isso, não", protesta Edson Gordiano da Silva, um dos moradores, que há dois anos e meio é coordenador. Para Maria do Socorro Silva, moradora e também coordenadora do movimento, que tem uma pequena loja de roupas em um cômodo da casa onde mora, já houve denúncias de comércio "mas esse pessoal não vem mais aqui".

Venda de lotes

As denúncias de venda e aluguel de lotes e também de coação de moradores para que se filiem ao MTST, porém, constam em relatos feitos ao Ministério Público sobre casas sendo vendidas com preços que variam de R$ 15 mil a R$ 20 mil, dependendo da localização no terreno e da cobrança por ligações de luz e água.

"Isso ocorreu no passado; não acontece mais", rebate o advogado do MTST, Alexandre Mandl, que presta assistência jurídica aos moradores. "Esse processo já foi extinto", diz ele. Mandl refere-se à Ação Civil Pública 4003957-21.2013.8.26.0604, que correu na 1.ª Vara Cível de Sumaré, denunciando irregularidades na ocupação.

Responsável pelo processo da massa falida na 2.ª Vara de Sumaré, o juiz André Gonçalves Fernandes lembra que os moradores já foram alertados para a situação irregular das transações imobiliárias. "Avisei os desavisados para que não comprem", explica.

Ele critica a invasão das terras da Soma pelo MTST. Neste caso, disse o magistrado, havia direitos de trabalhadores anteriores ao direito à moradia e à função social da área.

"Eu acho lamentável. Esse argumento deles atropela um direito anterior: o dos trabalhadores das empresas de receber seus direitos trabalhistas", diz o juiz. "Minha intenção é encerrar esse processo até o fim do ano", afirma Fernandes.

Terreno

A empresa Fema4 Administradora de Bens, uma das credoras da massa falida, arrematou o terreno da Vila Soma em dezembro em um acordo promovido pelo juiz André Gonçalves Fernandes, da 2.ª Vara Cível de Sumaré, mediante o compromisso da empresa de depositar R$ 6 milhões, em seis parcelas de R$ 1 milhão, dinheiro para pagamento das dívidas trabalhistas da falência. Pelo plano, a operação com a Fema4 ajudaria a saldar as dívidas trabalhistas e também resolveria os débitos da massa falida com a própria Fema4.

"Tentei tudo o que foi possível para resolver essa questão", disse nesta segunda-feira, 14, o sócio da Fema4, Paulo Magalhães. Segundo ele, "a situação do caso é bem difícil". Magalhães afirmou que em 2015 houve um acordo judicial, assinado pelos movimentos sociais, para a desocupação. "Mas eles não saíram", disse.

A empresa tem até projeto para a construção de moradias sociais em área de 33% do terreno. O projeto prevê 1.380 moradias pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e mais 1.104 pelo sistema de Habitação de Interesse Social (HIS), em um total de 2.484 unidades. "Mas a decisão do STF cristalizou uma situação na área que está se consolidando", relatou Magalhães. "Nós queremos é uma solução. Não queremos a área para construir. Só queremos recuperar os nossos créditos", argumentou.

Em fevereiro, o ministro do STF, Dias Toffoli, voltou ao processo e quis saber das "tratativas com vistas à solução conciliatória". Segundo o advogado Eduardo Foz Mange, da Melhoramentos, a resposta foi enviada ao ministro. "O local está sendo favelizado. Esperamos pela reintegração de posse da área." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 3.000 pessoas dormem nas ruas de Paris, de acordo com os resultados de uma operação sem precedentes realizada na semana passada na França para contabilizar os sem-teto da capital francesa.

Cerca de 1.700 voluntários e 300 funcionários públicos percorreram as ruas de Paris na quinta-feira à noite para contar o número de pessoas dormindo ao ar livre.

Também entrevistaram essas pessoas sobre seus problemas de habitação e saúde, coletando dados que a prefeita socialista Anne Hidalgo espera que permita definir melhores políticas para ajudar os sem-teto.

O vice-prefeito Bruno Julliard, que revelou os resultados nesta quarta-feira, advertiu que o número obtido - 2.952 pessoas - é "provavelmente muito abaixo da realidade", já que a eles adicionaria pelo menos 672 pessoas em abrigos provisórios devido às temperaturas de inverno.

Cidades como Atenas, Bruxelas e Nova York também realizaram censos oficiais de pessoas sem-teto nos últimos anos.

O presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu, em julho passado, um teto para todas as pessoas que moravam nas ruas antes do final de 2017.

No mês passado, ele reconheceu que não alcançara seu objetivo ambicioso.

As pessoas que visitam Paris são muitas vezes surpreendidas com a pobreza que existe em algumas partes da capital, especialmente os onipresentes mendigos no metrô e as barracas montadas ao longo do Canal de Saint-Martin.

O resultado desse recenseamento está em linha com estimativas anteriores de associações.

Uma longa lista de celebridades compareceu neste sábado (9) a um parque de Edimburgo, enfrentando baixas temperaturas, somando-se a milhares de voluntários reunidos para passar a noite ao ar livre, com o objetivo de arrecadar recursos para os sem-teto.

Cerca de 8.000 pessoas se reuniram no Princes Street Gardens, no centro de Edimburgo, para ouvir cantores como Liam Gallagher e Amy MacDonald e grupos como Deacon Blue e Frightened Rabbit, no maior evento desse tipo no mundo, segundo seus criadores.

O organizador do Live Aid, Bob Geldof, o ator do Monty Python John Cleese, o atleta olímpico Chris Hoy, o ator Rob Brydon e a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, também estavam entre os rostos conhecidos para ajudar a manter o público alimentado e envolvido durante toda noite.

O evento foi preparado pela organização beneficente Social Bite, que contou nos últimos anos com o apoio de vários famosos.

Atores como George Clooney e Leonardo Di Caprio visitaram seus restaurantes escoceses, onde trabalham, principalmente, pessoas que já moraram nas ruas.

"Todos os assistentes arrecadaram dinheiro - alguns deles muito dinheiro -, de modo que, com sorte, o evento conseguirá entre 3 e 4 milhões de libras (entre 3,4 e 4,6 milhões de euros) para as pessoas sem teto, e colocará [a falta de moradia] no topo da agenda política", acrescentou.

Quatro milhões e duzentos mil crianças e adultos jovens não têm lar nos Estados Unidos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (15) e apresentado como o mais completo já realizado sobre este tema.

Pesquisadores da Universidade de Chicago ampliaram a definição do termo "sem-teto" para abarcar pessoas que vivem na rua e em abrigos, assim como aquelas que ficam temporariamente com terceiros por não ter sua residência permanente.

"Nosso estudo teve como objetivo dar ao nosso país, pela primeira vez, uma visão mais completa da juventude sem lar, incorporando as pessoas jovens que nem sempre são contabilizadas", explicou Matthew Morton.

Foram contabilizados ao menos 700.000 adolescentes entre 13 e 17 anos sem residência fixa e 3,5 milhões de jovens entre 18 e 25 anos nesta situação.

Entre eles, a proporção de negros e hispânicos é notória, assim como de pessoas da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgênero), indicaram os pesquisadores, que estimaram que os resultados do estudo podem ajudar as autoridades a compreender o problema.

Muitos jovens disseram carecer de moradia pela primeira vez, o que significa que uma atuação rápida pode ser chave.

"Temos a obrigação coletiva de nos assegurarmos de que todos os jovens tenham a oportunidade de ser bem sucedidos a partir de uma idade precoce", disse Bryan Samuels, da Universidade de Chicago.

"Podemos explorar nas oportunidades perdidas nas escolas, nos bairros e nos serviços públicos" para conter o fenômeno entre os jovens, acrescentou.

O estudo determinou também que a taxa de jovens sem-teto era similar nas áreas urbanas e rurais, embora seja menos visível no campo.

No início da madrugada desta segunda-feira (16) a Polícia Militar reprimiu, com bombas de gás lacrimogêneo, uma invasão de famílias sem-teto a um imóvel na Avenida São João, nº 601. A ocupação fazia parte de uma série de invasões organizada pela Frente de Luta por Moradia (FLM), batizada de Outubro Vermelho, que tenta chamar atenção ao problema da falta de moradia na cidade. No total, 620 famílias participaram das ações, segundo o grupo.

Uma das coordenadoras, Ivaneti Araújo, foi levada para o 2º DP, junto com outras quatro pessoas, que prometeram lavrar boletins de ocorrência contra a ação policial. Um vídeo da ação policial circula pelas redes sociais.

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"Nós, sem-teto, resolvemos guiar nosso destino pelas nossas mãos e pela nossa inteligência e ocupamos esses prédios e terras abandonadas de São Paulo. Vamos aqui organizar nossas vidas e fazer nossas casas", diz um comunicado divulgado pelo grupo. Eles pedem que o poder público ceda os imóveis para as famílias sem-teto.

Outros sete imóveis foram ocupados:

Rua João Bricola, 67 - Centro

Rua Bento Guelfi, altura do nº 5.900 - Jardim Três Marias - Zona Leste

Rua Guaporé, 462 - Armênia - Centro

Rua Rodolfo Miranda, 350 - Bom Retiro

Rua dos Bandeirantes, 285 - Bom Retiro

Rua Augusta, 440 - Bela Vista

Rua Amaral Gurgel, 344 - Vila Buarque

Segundo a FLM, a PM também os retirou do imóvel na Rua Amaral Gurgel, em frente ao Minhocão. Além disso, a polícia estaria esperando reforços para desocupar o imóvel na Rua Augusta. "Os imóveis foram desocupados por conta de grande aparato policial ameaçando e violando os direitos de cada sem-teto participante desta jornada", diz o comunicado.

A polícia do Vaticano pediu ao grande número de pessoas sem-teto instaladas em torno da Praça de São Pedro que se afastem do local durante o dia por motivos de segurança, segundo o serviço de imprensa da Santa Sé.

Com o impulso do papa Francisco, o Vaticano instalou duchas públicas, serviço de barbearia gratuito, distribuição de sacos de dormir, guarda-chuvas e hambúrgueres.

Mas nos últimos dias a polícia começou a retirar os sem-teto instalados sob a famosa Colunata de Bernini.

"É somente durante o dia, sobretudo por motivos de segurança", explicou à AFP o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, que evocou a inquietação das forças de ordem perante as barracas, cabanas de papelão e as grandes sacolas que os sem-teto utilizam.

Eles poderão, por outro lado, dormir no local durante as noites.

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