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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, usou o Twitter para agradecer ao Estado do Piauí pelo apoio ao Pacote Anticrime e à execução da prisão após condenação em segunda instância. Ao longo deste mês, Moro compartilhou imagens de mais de 10 outdoors que representam o posicionamento de grupos de diversos Estados a favor do projeto.

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Os outdoors estão espalhados em várias partes do país, na maioria deles, estampando a foto do ministro ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Entre os estado que estão em defesa do pacote estão Paraná, Amazonas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Santa Catarina, Bahia, Distrito Federal. 

Pacote Anticrime

Aprovado e modificado pelo Grupo de Trabalho no dia 30 de outubro, o projeto inicialmente apresentado por Sérgio Moro, passou a ter itens defendidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e contém pontos como aumento de pena, definição de crimes hediondos, entre outros. A medida da prisão em segunda instância, no entanto, foi retirada do texto após as alterações

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), poderá votar o projeto juntos aos parlamentares ainda esta semana. 

A Força Nacional de Segurança Pública ficará durante 90 dias no estado da Paraíba, a contar a partir desta sexta-feira (18), dando apoio técnico operacional em ações da aviação policial. A portaria com a autorização do Ministério da Justiça e Segurança Pública está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (18).

A presença da Força Nacional na Paraíba foi autorizada em atendimento à solicitação do governo do estado. Os militares atuarão em caráter episódico e planejado em consonância com os órgãos integrantes do Sistema de Segurança Pública daquele estado nordestino.

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De acordo com a portaria, os militares terão o apoio logístico do governo da Paraíba, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional. O contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pelo Ministério da Justiça.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse não ver problemas na fiscalização da atividade das forças policiais em geral, nem nas ações desenvolvidas no âmbito do programa Em Frente Brasil, cujo projeto-piloto foi lançado pelo governo federal no dia 29 de agosto.

“Não existe nenhum problema com a fiscalização da atuação das forças policiais, sejam elas locais, sejam das forças nacionais”, disse Moro durante uma coletiva de imprensa em São José dos Pinhais (PR), na região metropolitana de Curitiba.

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A declaração de Moro, foi motivada por uma pergunta a respeito da fala do presidente Jair Bolsonaro sobre a iniciativa do prefeito de Cariacica (ES), Geraldo Luzia Júnior, de liberar a linha 162, da Ouvidoria Municipal, para receber denúncia contra excessos dos agentes federais que chegaram na cidade para reforçar a segurança pública.  Ao tomar conhecimento do caso, o presidente Jair Bolsonaro disse que sugeriria ao ministro Sergio Moro que a experiência em Cariacica fosse interrompida.

São José dos Pinhais e Cariacica estão entre os cinco municípios com elevados índices de violência que integram o projeto-piloto do programa lançado há pouco mais de um mês, em caráter experimental. Além de São José dos Pinhais, na região Sul, e de Cariacica, no Sudeste; também participam da iniciativa Ananindeua (PA), na região Norte; Paulista (PE), no Nordeste; e Goiânia (GO), no Centro-Oeste.

Bolsonaro destacou que o programa prevê a participação não só da Força Nacional, mas de vários outros órgãos de Estado. Anunciado como uma iniciativa para reduzir a violência e a criminalidade, o Em Frente Brasil envolve os ministério da Justiça e Segurança Pública; da Cidadania; da Educação; da Saúde; do Desenvolvimento Regional; da Economia; da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; da Casa Civil; além da Advocacia-Geral da União (AGU) e órgãos estaduais e municipais. O foco principal são os crimes violentos como homicídios, feminicídios, estupros, latrocínios e roubos.

De acordo com Moro, a fala desta quinta-feira do presidente Bolsonaro “retrata uma insatisfação” de setores mais amplos. “O grande problema foi a forma como isto foi colocado por quem teve a iniciativa de gerar esta situação”, disse o ministro. “Como se a Força Nacional fosse uma intrusa, fosse algo incômodo, e não estivesse lá para ajudar, servir e proteger as pessoas. A insatisfação do presidente é exatamente com esta iniciativa”, concluiu o ministro.

Prefeitura

Em nota, a prefeitura de Cariacica informou que o canal para que cidadãos que se sintam desrespeitados denunciem eventuais abusos de autoridade já funciona desde 2017, no âmbito da Ouvidoria Municipal. Trata-se do telefone 162.

“Como o Programa Em Frente Brasil de enfrentamento à criminalidade violenta se trata de um projeto-piloto, construído pelos três entes (União, Estado e Município), o município abriu um canal específico voltado à [receber a] contribuição dos cidadãos”, afirma a prefeitura, classificando o episódio como um “desencontro de informações”. “O município acredita no poder resolutivo do programa e por isso aderiu ao mesmo.”

Em um vídeo divulgado pelas redes sociais pouco após o pronunciamento de Bolsonaro, o prefeito Geraldo Luzia Júnior garante que o telefone 162 recebe sugestões, contribuições, reclamações e dúvidas dos munícipes. “Colocamos este mesmo canal à disposição do Programa Em Frente Brasil, oferecido pelo governo federal. [Assim] Todos podem contribuir para termos o sucesso com este programa de enfrentamento à violência criminal. Até agora, não recebemos nenhuma denúncia criticando a Força [Nacional de Segurança Pública] ou as nossas polícias Civil e Militar. Fizemos muita força para que este programa viesse para Cariacica […] e nos colocamos à disposição do governo federal se tivermos que fazer alguma mudança para que este programa continue dando certo.”

 

Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL) condenou, nesta segunda-feira (23), a atuação do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), diante da segurança pública no Estado. Na última sexta (20), Ágatha Félix, de 8 anos, foi morta após ser atingida por um tiro no Complexo do Alemão, que testemunhas apontam ter sido disparado por policiais. 

Para Boulos, “Witzel é um sociopata que deveria estar preso”. “Ele tem que sair algemado do Palácio da Guanabara para ir para o Bangu, fazer companhia para Sergio Cabral. Os antecessores dele foram presos por corrupção, ele deve ser preso por homicídio. Tem sangue nas mãos. Esse cara é assassino. E quem defende esse tipo de política é cúmplice”, disparou em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.  

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Na avaliação de Boulos, o governador está “fazendo uma competição dura com o narcotráfico para ver quem é mais nocivo para a comunidade” ao defender que a “polícia tem que metralhar uma favela”. 

“Uma coisa é ter uma polícia orientada a combater a violência, que é parte do seu papel, outra é ter um sociopata no comando do Governo do Estado orientando que se metralhe comunidades onde vivem milhões de pessoas… Quando a mensagem de quem vem de cima, de quem tem Poder e Governo, é de violência total, isso chega como uma autorização ao policial. Ele não precisaria olha a kombi, onde estava a Aghata, primeiro, ele poderia atirar”, observou. 

Para Boulos, o problema do Rio de Janeiro “não é só o policial, é o modelo de segurança que se criou a polícia que mais mata e mais morre”. 

Indagado sobre como isso deveria ser combatida a violência e difusão do narcotráfico no Rio, Boulos disse que é preciso investir mais em inteligência. 

“Política de segurança pública não é com tiro porrada e bomba. O vizinho de Bolsonaro, acusado de matar Marielle, numa operação de inteligência, se apreendeu 110 fuzis com esse cidadão. Pegue as operações no Rio de Janeiro, nos últimos cinco anos, não se apreendeu nem a metade o que em uma operação. O narcotráfico tem que ser enfrentado e isso é com inteligência”, salientou o psolista. 

“É preciso ter uma política de integração das polícias, cada polícia no Brasil age como barata tonta. Você precisa ter um investimento pesado com inteligência, como fez a maioria dos países que reduziram a violência”, emendou Boulos. 

Sem medo de ser pego por estar usando celular dentro do presídio, um detento fez um ao vivo na sua conta do Instagram dentro da unidade e ainda reclamou que estava faltando maconha para consumo no local. "Tá osso pra nós, mas rango é mato (sic)", revelou o homem no vídeo que tem pouco mais de dois minutos. O caso aconteceu no Presídio Promotor José Costa, em Sete Lagoas, Minas Gerais. 

Ao Estado de Minas, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário afirmou que o detento foi identificado pelo Setor de Inteligência da Unidade Prisional e confessou que fez a transmissão.

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O aparelho celular foi apreendido pelos agentes de segurança. Ainda de acordo com a Sejusp, o preso vai passar por uma medida disciplinar e sofrerá sanções administrativas. O fato foi comunicado à justiça e a direção do presídio instaurou uma investigação. 

O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) usou o Twitter para criticar as ações do governo de Wilson Witzel (PSC) nas favelas do Rio de Janeiro. Ao compartilhar um vídeo com o momento que em um helicóptero sobrevoa uma das comunidades e dispara tiros, Miranda disse que o Estado resolveu declarar “guerra contra os pobres”. 

“É o que acontece quase todos os dias nas favelas do RJ. Helicópteros, atirando onde as pessoas vivem. O Estado decidiu declarar guerra contra os pobres”, escreveu o parlamentar, em inglês, na rede social na noite dessa terça-feira. Não há detalhes da data em que o vídeo foi gravado.

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As imagens foram também compartilhadas pelo ativista Raul Santiago que classificou a atitude como um “TERRORISMO DE ESTADO [sic]”. “É o helicóptero da polícia civil que dispara centenas de tiros nas áreas mais pobres do Rio de Janeiro. Eles chamam esse terrorismo de ‘guerra às drogas’”, argumentou.

As ações adotadas por Witzel diante das favelas do Rio têm gerado grandes discussões. Inclusive, depois que em agosto,  pelo menos seis jovens entre 17 e 21 anos morreram baleados durante operações policiais em comunidades do Estado e as suspeitas apontam que os tiros que ocasionaram os óbitos saíram da própria polícia. 

Um dos casos mais comentados na ocasião foi o de Dyogo Xavier Coutinho, de 16 anos, que seguia para o treino de futebol quando levou um tiro de fuzil nas costas. Disparo, segundo testemunhas, teria partido de policiais.

Com orçamento bloqueado e aumento de gastos em operações da Força Nacional e do Exército, o governo pretende apelar à iniciativa privada para tocar programas de combate à criminalidade, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. O Ministério da Justiça prepara medida provisória para criar o que vem sendo chamado de "Lei Rouanet da Segurança Pública", com o abatimento no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas que fizerem doações ao Fundo Nacional de Segurança Pública.

A proposta preliminar, elaborada pela equipe do ministro da Justiça, Sérgio Moro, estabelece que pessoas físicas poderiam abater até 60% das doações no Imposto de Renda. O porcentual para pessoas jurídicas, por sua vez, ficaria em torno de 40%. A faixa permitida para deduções e as contrapartidas para os doadores do fundo ainda estão em estudo, mas o ministério já pôs no papel a lista de possíveis destinos do dinheiro que espera conseguir dos empresários.

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A relação inclui a ajuda aos Estados para a compra de armas e equipamentos destinados às polícias Civil e Militar, a melhoria das 1.100 Guardas Municipais existentes, além da criação de novos contingentes nas cidades. Diante da vontade de obter novas fontes de recursos, a equipe de Moro não se preocupa nem mesmo em recorrer ao nome de uma lei do setor cultural já atacada pelo presidente Jair Bolsonaro.

"A ideia é criar uma espécie de Lei Rouanet de Segurança Pública, onde a iniciativa privada faria doações para ajudar o setor", disse ao jornal o secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo. No papel, porém, o governo batizou a proposta como Programa Nacional de Apoio à Segurança Pública (Pronasp).

Segundo Theophilo, o dinheiro do fundo e das loterias não é suficiente para aumentar a contribuição do governo federal no combate ao crime. Um levantamento apresentado na última terça-feira pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, a partir de dados oficiais, mostra que o governo ficou engessado para investimentos em inteligência e ajuda às polícias estaduais. Um dos motivos são os repasses para diárias e manutenção das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) do Exército, que totalizaram R$ 386 milhões no ano passado, e também da Força Nacional, que consumiram outros R$ 167 milhões.

O Instituto Sou da Paz indicou que, ainda em 2018, 41,9% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública foram para a Força Nacional - ante 62,9% em 2017 e 43% em 2016. Os repasses para o Exército são enviados por meio do Ministério da Defesa.

Guarda Nacional

A aposta do governo é que o dinheiro da "nova Lei Rouanet" também sirva para facilitar a criação da Guarda Nacional. A nova força, porém, pode não entrar tão cedo na lista para obter doações porque depende de uma emenda constitucional. A proposta precisa ser aprovada pelo Congresso, refratário às ações do Ministério da Justiça.

Com estimativa de empregar até dois mil agentes por concurso, a Guarda Nacional substituiria a Força Nacional de Segurança Pública, formada hoje por 2.050 policiais emprestados pelos Estados. A intenção é usar a nova corporação como polícia ostensiva para ajudar na segurança pública dos Estados, nas questões humanitárias (resposta a desastres), nos distúrbios civis e policiamento ambiental.

O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse ver com ceticismo a aplicação da proposta de parceria com empresários. "A ideia é positiva, mas esbarra em discussões federativas e orçamentárias", argumentou. "Trata-se de um esforço legítimo, porque é preciso dinheiro novo, mas a equipe do Ministério da Justiça terá de forçar a discussão para evitar que o dinheiro seja contingenciado."

O pesquisador lembrou que o dinheiro das loterias - garantido por uma decisão do então presidente Michel Temer, em 2018 - e os fundos da pasta da Justiça foram contingenciados. Lima disse que o ministério tem buscado financiamento no Banco Mundial, mas o pedido sempre esbarra na falta de aval para garantir que os recursos sejam, de fato, aplicados na área. "O drama é a falta de aval."

No ano passado, o governo gastou R$ 4,6 milhões com combustíveis e R$ 3 milhões na aquisição de veículos da Força Nacional. Não faltam queixas até mesmo da Polícia Federal, que viu esvaziado seu Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades (Funapol), desde 2012 sem receber recursos.

Os governadores, por sua vez, reclamam da falta de investimento da União em segurança pública, uma rubrica que inclui policiamento, defesa civil e inteligência. Pela Constituição, a responsabilidade de combater o crime é dos Estados. Desde 2011, a União repassa anualmente para o setor um montante de R$ 11 bilhões. No mesmo período, os Estados aumentaram as despesas com segurança pública de R$ 62,8 bilhões para R$ 74 bilhões, enquanto os municípios passaram de R$ 4,3 bilhões para R$ 5,8 bilhões. No Rio Grande do Sul, a Assembleia Legislativa aprovou projeto para abater parte do ICMS com as doações, mas ainda há críticas de empresários.

Na Câmara, pelo menos dois projetos de uso de dinheiro privado na segurança pública estão em tramitação. Um deles, do deputado Roberto Alves (PRB-SP), foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Autoriza o financiamento privado, mas não especifica qual porcentual da doação poderia reverter para abatimento em impostos.

Outro projeto é do deputado José Airton Cirilo (PT-CE) e permite que as pessoas físicas e jurídicas utilizem até 4% do IR devido para financiar, por meio de patrocínio ou doação, projetos do Ministério da Justiça.

RS

A versão gaúcha da "Lei Rouanet da Segurança" foi aprovada há um ano pela Assembleia do Rio Grande do Sul, mas só regulamentada em julho passado pelo governo estadual. O chamado Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública ainda é alvo de críticas de empresários, para quem a lei não assegurou a compensação nos impostos.

Um dos idealizadores do projeto, o empresário Leonardo Fração afirmou que a ideia original não foi aprovada pela Assembleia. "A ideia que propusemos ao Estado era excelente", disse. "Só que, infelizmente, não éramos nós os donos das canetas de onde saiu a lei, que acabou distorcendo nossa proposta."

Presidente da ONG Instituto Cultural Floresta, Fração disse que a nova lei não garantiu segurança jurídica, já que não se tem certeza de como o governo fará a compensação fiscal. "Esta compensação tributária tem de ser explícita, dizendo quanto e em quanto tempo haverá a homologação da compensação no imposto", argumentou. "Hoje são dois entraves na legislação: como o Estado me diz que estou quite e como eu compenso."

A proposta foi questionada pelo governo de Mato Grosso, que a classificou como um benefício de guerra fiscal. Em princípio, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Fazenda não rejeitou a iniciativa, mas voltará a discutir a questão em setembro de 2020.

A lei gaúcha foi criada após campanha feita por 55 empresários em 2017. Eles doaram R$ 14 milhões para a segurança do Estado, mesmo sem incentivos fiscais ou contrapartidas. O dinheiro garantiu na época a compra de 48 veículos blindados, 1.441 pistolas, 250 fuzis, além de coletes e rádios comunicadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Força Nacional de Segurança começa a atuar em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), nesta sexta-feira (30). A chegada do efetivo faz parte do programa Em Frente Brasil, oficialmente lançado pelo Governo Federal na quinta-feira (29).

Paulista foi um dos cinco municípios escolhidos para receber o projeto-piloto. Além da cidade pernambucana, estão incluídas Ananindeua-PA, Cariacica-ES, Goiânia-GO e São José dos Pinhais-PR. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, os cinco municípios não são os mais violentos do país, mas registraram números absolutos de homicídios consideráveis nos últimos anos. O critério para escolha considerou a média dos números de homicídios dolosos em 2015, 2016 e 2017, a situação fiscal do estado e o comprometimento das gestões no estado e na cidade para a adesão ao projeto.

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Serão 405 profissionais em Paulista, incluindo Força Nacional de Segurança, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e as polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar. Só da Força Nacional serão 100 agentes. Com foco no enfrentamento à violência, principalmente os crimes violentos como homicídios, feminicídios, estupros, latrocínios e roubos, os órgãos atuarão em policiamento ostensivo, inteligência, investigação criminal e operações integradas.

O programa também prevê ações articuladas entre União, estados e municípios. Estão previstas ações nas áreas de educação, esporte, lazer, cidadania, cultura e empreendedorismo a partir de diagnósticos locais e planos integrados de ação. A Força Nacional atuará tanto no policiamento ostensivo quanto na função de polícia judiciária e perícia forense. Os trabalhos ostensivos terão prazo de 120 dia, enquanto os demais durarão 180 dias a contar desta sexta-feira.

Durante o lançamento, o ministro Sérgio Moro afirmou que o programa foi desenvolvido seguindo orientações do presidente Jair Bolsonaro. "É preciso ter mais policiais nas ruas, é importante retirarmos de circulação o criminoso violento, mas também temos que enfrentar as causas da criminalidade relacionadas à degradação urbana, ao abandono e, pra isso, precisamos aliar políticas de segurança sólidas com políticas de outra natureza", disse o ministro em pronunciamento.

Acontece nesta quinta-feira (22), o Security Talks, evento que pretende discutir como a tecnologia está sendo aplicada em ambientes públicos e privados. Casos envolvendo sistemas de monitoramento de última geração, inteligência artificial usada para segurança, inovações voltadas para o setor de educação, energia elétrica e muitas outras aplicações serão tratadas durante o encontro. 

Entre os exemplos que serão citados durante o evento está o do Governo da Bahia e o sistema de Reconhecimento Facial implantado pela Secretaria da Segurança Pública. A tecnologia ajudou na captura de 39 criminosos foragidos da Justiça ou que haviam descumprindo critérios de prisão domiciliar no primeiro semestre de 2019.

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Além dos cases, implicações legais do seu uso  para as empresas também serão abordados o evento, incluindo os impactos da Lei Geral de Proteções de Dados (LGPD). Durante intervalos das sessões serão realizadas demonstrações das soluções de áudio e videomonitoramento com técnicas de Inteligência Artificial com algoritmos treinados para detectar cenas de violência, armas de fogo, além de padrões específicos em meio a multidões e verificação de rotinas de trabalho.

O encontro é promovido pela Avantia Tecnologia, que acontece no auditório do empresarial JCPM, nesta quinta-feira (22/08), a partir das 8h40. Os ingressos ainda estão disponíveis e custam R$ 200.

Confira a programação completa das palestras:

Maurício Barbosa, secretário de Segurança Pública na Bahia - projeto vídeo-polícia expansão do Estado da Bahia;

Adriano Oliveira, gerente de produtos da Dahua - Inteligência Artificial para cidades seguras;

Iranilson Lima, diretor do Colégio Marista-Belém - Práticas Educativas e Segurança Humana;

Larissa Cahú e Isabelle Rufino, da Fonte Advogados - Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e os impactos na segurança;

Sidarta Varela, coordenador de Produtos no Avantia Labs - Vivendo a área da Transformação;

Rodrigo Leal, gerente do departamento de engenharia e implantação de telecomunicações da Chesf - A segurança eletrônica aplicada ao setor de energia;

Fred Sobral, especialista em facilites, gestão comercial e logística do Grupo Moura - segurança empresarial: investimento e não despesa;

Marcos Souza, palestrante - Dez razões para investir em soluções integradas de segurança;

O ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) defendeu "cárcere duro" para o PCC e todas as facções criminosas violentas. Na noite desta segunda, 19, Moro participou de evento em Marília, no interior de São Paulo, e fez um longo pronunciamento sobre a estratégia do governo Bolsonaro para o combate ao crime organizado.

Ele citou a onda de ataques que o Ceará viveu no início do ano e o que considera melhor caminho para sufocar grupos que detêm o controle de prisões em vários Estados, como o PCC.

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"Muitas organizações poderosas estão sediadas em presídios, funcionam como verdadeiras sedes do crime organizado. A resposta não é fácil, mas os criminosos têm que ficar presos. Não se resolve o problema da criminalidade simplesmente soltando criminoso, como esses que atentaram contra a população civil do Ceará", disse o ministro.

Condecorado com o título de Doutor Honoris Causa da Unimar (Universidade de Marília), o ministro apontou o que chama de "remédio eficaz contra o crime organizado".

Ele pregou o isolamento das lideranças das facções no regime que denominou "cárcere duro".

"Temos instrumentos que vêm de outros governos, os presídios federais de segurança máxima, baseados naqueles modelos chamados cárcere duro na Lei de Execução Penal italiana, cárceres dos mafiosos, ou as superprisões dos Estados Unidos", destacou Moro.

No Brasil são cinco presídios federais de segurança máxima. "(Esses presídios) Não têm histórico de fugas, rebeliões ou utilização de celulares lá dentro e nos fornecem meios de isolar as lideranças."

Ele historiou que a crise no Ceará foi debelada em 30 dias, "com declínio significativo (da onda de crimes) e aquilo foi controlado".

"Na esteira do prometido ao presidente seríamos firmes contra o crime organizado", seguiu o ministro da Justiça. "Uma falha era a falta de enfrentamento adequado à maior organização criminosa brasileira. Tem gente que diz que não deve falar o nome, é o PCC.

Essas pessoas cometeram ataques, isso parece terrorismo, suas lideranças, em 2006, no Estado de São Paulo cometeram ato de ousadia criminosa, atacaram policiais. Foi um ato de ousadia criminosa e já naquela época eu entendia que (as lideranças) deveriam ser transferidas para presídios federais para se mandar uma mensagem. Não foram!"

Moro disse que, antes ainda de assumir o Ministério da Justiça, conversou com "o novo governo de São Paulo (João Doria)". "Em comum acordo concluímos que as lideranças (das facções) deveriam ser transferidas para se mandar uma mensagem. É importante mandar uma mensagem. Porque se lideranças criminosas da principal organização cometem crimes graves e não são tomadas atitudes mais severas e elas continuam comandando o crime dentro das prisões, passa um recado errado, ou seja, que o Estado não tem coragem de enfrentar essa organização."

E continuou: "O criminoso pensa o quê? 'Bem, esse é o grupo que eu quero participar, integrar, eu vou estar protegido, o Estado não tem coragem'. Assim, mandamos um recado diferente. Em fevereiro, fizemos a ação conjunta com o governo do Estado, Ministério da Justiça e Segurança Pública, também com apoio das Força Armadas, e promovemos a transferência dessas lideranças criminosas do Estado de São Paulo para os presídios federais e mudamos as regras de visitação."

Segundo o ministro, nos presídios federais de segurança máxima, "visita só por parlatório, sem mais visitas com contato físico". "Isso é importante porque nos possibilita controlar mais o contato dessas lideranças com o mundo externo. É um tratamento penal mais rigoroso? Sim, mas é tratamento destinado a lideranças de organizações criminosas, não ao criminoso comum, trivial, mas sim ao grande criminoso."

Ele destacou outras medidas que estão sendo adotadas contra o crime organizado, como o corte de benefícios. "Olha, se você foi condenado por crime de pertinência a grupos organizados, por ser membro de organização criminosa, ou praticado crime através de organização criminosa, você não obtém benefícios prisionais, progressões de regime, saída temporária, livramento condicional. Então, enquanto houver elementos probatórios de que permanece vinculado (à organização) não terá benefícios. Buscamos como ideal a ressocialização do indivíduo, não queremos devolver um soldado do crime às ruas."

Moro disse que ao condenado se coloca a escolha. "Permanece cumprindo toda a pena ou sai da organização e tem a possibilidade de obter benefícios. Queremos estimular a saída da organização criminosa, enfraquecer a organização criminosa. Queremos desestimular a permanência daquele indivíduo na organização."

Portaria interministerial publicada, nesta terça-feira (20), no Diário Oficial da União, e assinada pelos ministros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e das Relações Internacionais, Ernesto Araújo, trata das circunstâncias em que o governo brasileiro proibirá a entrada de servidores de alto escalão do governo venezuelano no país.

A Portaria Interministerial nº 7 estabelece as regras que as autoridades brasileiras aplicarão a fim de impedir o ingresso, no país, de altos funcionários do regime venezuelano.

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Segundo o texto, será vedada a entrada em território brasileiro dos altos funcionários do regime venezuelano, que, com seus atos, tenham contrariado ou contrariem “princípios e objetivos da Constituição Federal, atentando contra a democracia, a dignidade da pessoa humana e a prevalência dos direitos humanos”.

Segundo os ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores, a medida está em consonância com a Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017), cujo artigo 45 trata da proibição do ingresso no Brasil de qualquer pessoa que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.

Ainda de acordo com as pastas, a portaria também observa resoluções da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e declarações do Grupo de Lima, fórum de articulação política criado em 2017 para acompanhar a situação venezuelana e do qual fazem parte 14 países, dentre eles, Brasil, Colômbia, Argentina, México e Canadá.

O texto da portaria ainda garante observância irrestrita ao artigo 207 do Decreto nº 9.199/2017 que regulamentou a Lei de Migração, atribuindo ao ministro da Justiça e Segurança Pública a competência para publicar ato dispondo sobre as regras específicas para efetivação em caráter excepcional da repatriação e da deportação de pessoas que tenham praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.

Portaria

A portaria publicada hoje estabelece que a lista com os nomes dos servidores públicos venezuelanos impedidos de ingressar no Brasil será elaborada e atualizada pelo Itamaraty, responsável a encaminhá-la ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O impedimento de ingresso, “após entrevista individual e mediante ato fundamentado”, deverá observar todos os procedimentos dispostos no art. 45 da Lei de Migração. Entre várias condições, o artigo estipula que ninguém poderá ser impedido de ingressar no Brasil por motivo de nacionalidade, raça, religião, pertinência a grupo social ou opinião política.

O artigo que trata das condições para impedimento de ingresso prevê que o acesso poderá ser negado a qualquer estrangeiro que já tenha sido expulso do país por razões que continuem vigorando; condenado ou que esteja respondendo a processo por ato de terrorismo ou pelos crimes de genocídios, contra a humanidade, de guerra ou de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma.

Ainda de acordo com a Lei de Migração, a entrada no território brasileiro será negada também a quem tenha sido condenado ou responda a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo a lei brasileira; cujo nome tenha sido incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido pelo Brasil perante organismo internacional; que apresente documento de viagem irregular ou não o apresente; que tenha, comprovadamente, fraudado documentação ou prestado informação falsa por ocasião da solicitação de visto e, conforme citado na portaria publicada hoje, que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal.

Deportação

Em 26 de julho último, o Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou a Portaria nº 666, que estabelece que pessoas consideradas perigosas “ou que tenham praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal” poderão ser deportadas sumariamente ou ter seu visto de permanência no Brasil reduzido ou cancelado.

A portaria, assinada pelo ministro Sergio Moro, lista entre as “pessoas perigosas” os estrangeiros suspeitos de envolvimento com terrorismo; grupo criminoso ou associação criminosa armada; tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo; divulgação de pornografia ou exploração sexual infantojuvenil ou envolvimento com torcidas com histórico de violência em estádios.

Os procedimentos administrativos para decidir o destino dessas pessoas serão instaurados pelos delegados responsáveis por unidades da Polícia Federal (PF). A exemplo da Lei de Migração, a portaria também deixa claro que ninguém será impedido de ingressar no país, repatriado ou deportado sumariamente por motivo de raça, religião, nacionalidade, por integrar determinado grupo social ou manifestar opinião política.

 

 

 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse não será calado e nem se intimidará no combate à violência no estado. Ele contestou que esteja incitando a violência ao afirmar que o enfrentamento à criminalidade ocorrerá na mesma medida do poder bélico dos traficantes.

“Tenho certeza e convicção de que ao enfrentar o crime organizado com armas bélicas, só uma resposta pode existir. Na mesma intensidade, o nosso armamento também será usado. Aqueles que nos enfrentam serão abatidos. Isso não é incitar a violência, mas é fazer cessar a violência”, afirmou ao participar da cerimônia de entrega de dez veículos, 350 coletes camuflados e 700 uniformes completos para o Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar (PM), no quartel central da corporação, no centro do Rio. Tanto os veículos como o material foram doados à PM pela Secretaria de estado de Ambiente e Sustentabilidade (Seas).

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“Aqueles que querem mudar a versão dos fatos, tumultuar a democracia, escolheram um lado. Um lado oposto ao meu e ao dos senhores [se dirigindo aos policiais]. Oposto aquilo que a democracia exige. Escolheram o lado do terrorismo. Um partido que ingressa no Supremo Tribunal Federal para tergiversar a verdade para mudar a realidade dos fatos, acusando um governador eleito democraticamente de incitar a violência, fecha os olhos para tudo que está ao seu redor e só nos deixa a dúvida de que, possivelmente, o terrorismo conseguiu um braço na política. Vamos avançar nas investigações”.

“Uma conduta contumaz do crime organizado que podemos estar padecendo do mesmo mal. Não colocarão uma mordaça no governador do estado do Rio de Janeiro. Confio no Supremo Tribunal Federal e nos seus magistrados, porque sei que no processo democrático o amplo direito de defesa e o contraditório é sagrado para desmascarar aqueles que de má-fé levam aos tribunais mentiras, calúnias e querem fazer prevalecer a violência contra a sociedade”.

Enterro

No início do discurso, o governador lembrou a morte do segundo sargento da PM, Carlos Otávio Correa dos Santos, que foi baleado ontem na cabeça durante patrulhamento em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Witzel disse que o policial foi brutalmente assassinado por um tiro covarde de facções terroristas.

“Um tiro certeiro, cujo objetivo única e exclusivamente era tirar a vida do nosso policial. Nada foi roubado, nada foi levado, nada para matar a fome de ninguém, mas apenas e tão somente para afrontar o estado democrático de direito. Aqueles que defendem os direitos humanos que abram os seus olhos, porque estes que puxaram o gatilho somente desejam desestabilizar o estado democrático de direito, manter o seu poderio bélico nas comunidades cooptando jovens, destruindo famílias e mantendo um comércio espúrio da droga que alimenta no mundo o terrorismo”.

Ele se solidarizou com Ana Paula, a viúva do sargento e com Lucas , de sete anos, filho do policial. “É mais um órfão dessa terrível saga que o estado do Rio de Janeiro enfrenta contra o crime organizado”.

O governador ao se referir à secretária do Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro, disse que hoje poderia ter sido um dia especial, mas, infelizmente, foi mais uma noite que passou orando e acordou com a dor no peito de ter que enterrar e sepultar mais um dos policiais que tombaram para a liberdade da sociedade.

“A vida precisa seguir e nós precisamos estar de cabeça erguida, porque sabemos do nosso compromisso com o nosso país e o nosso estado. Hoje estamos aqui para dar essa demonstração de que nós não tememos e vamos continuar o nosso trabalho”.

Diante dos integrantes do Comando de Polícia Ambiental destacou que a patrulha é fundamental para coibir mais um dos braços da máfia da milícia do crime organizado no Rio. “A milícia que extrai areia ilegal, lava dinheiro e alimenta esse comércio nefando contra o estado democrático de direito”.

Para Witzel, ao fazer a doação das viaturas à Polícia Ambiental da Polícia Militar (PM),  a secretária de Ambiente e Sustentabilidade deu uma demonstração do seu comprometimento com o ordenamento urbano para não permitir que novas comunidades sejam criadas para dar mais espaço ao crime organizado.

O governador parabenizou o secretário de Polícia Militar, general Rogério Figueredo, pelo trabalho que vem realizando mantendo o moral elevado da tropa no enfrentamento ao crime organizado. “Infelizmente essa é uma missão que não acabará nunca, mas certamente vamos reduzir a níveis satisfatórios de civilidade”.

Dos dez veículos equipados doados pela Seas, nove serão usadas pelos agentes do Comando de Polícia Ambiental e da Superintendência Integrada de Combate aos Crimes Ambientais da Seas. Os recursos empregados são do Fundo da Mata Atlântica. A outra viatura será empregada em operações de investigação, checagem de informações, monitoramento e planejamento em áreas de difícil acesso.

O secretário de Polícia Militar, general Rogério Figueredo não estava presente mas em texto lido pelo subsecretário, coronel Márcio Pereira Basílio, disse que de dez anos para cá os crimes ambientais passaram a fazer parte de uma rede mais sofisticada montada por organizações criminosas.

“Esses criminosos continuam atuando no tráfico de animais silvestres, na destruição de florestas nativas para a venda de madeira ou produção de carvão, e na extração ilegal de areia, saibro e granito, mas expandindo as suas atividades para abastecer também empresas clandestinas, que operam na área de construção civil, direta ou indiretamente para fortalecer quadrilhas especializadas em crimes financeiros, que fomentam redes corruptas os tráficos de armas e de drogas”.

 

Principal aposta do governo federal para combater a criminalidade, o pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, está longe de um consenso entre especialistas em direito. Em audiência nesta quinta-feira (8), a maior parte dos juristas e representantes de organizações da sociedade civil apontaram que as propostas são ineficazes no combate à violência e poderão fragilizar direitos e garantias individuais do cidadão, além de aprofundar o encarceramento em massa no país.

O Brasil ocupa o terceiro lugar no mundo em número de pessoas encarceradas. Em 2016, o Brasil tinha quase 700 mil presos de acordo com Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), ficando atrás apenas de Estados Unidos e China em números absolutos de população carcerária.  Para a maior parte dos debatedores que participaram da audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quinta, o pacote anticrime segue uma lógica repressivo-punitiva que não deu certo e que tende a aumentar o número de presidiários. Segundo Márcio Gaspar Barandier, do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), as propostas não reduzirão a criminalidade.

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“Tudo isso [esse pacote anticrime] atende a uma lógica há muito superada de que seria preciso aumentar o rigor penal e o poder punitivo para se enfrentar em segurança pública e superar o reduzir pelo menos a criminalidade violenta. Essa é uma fórmula fracassada desde sempre. [...] O projeto vai resultar numa elevação ainda maior na escalada do superencarceramento”, afirmou.

*Da Agência Senado

 

Foi publicado, por meio do Diário Oficial do último sábado (3), o edital que autoriza a contratação de 2.700 novos policiais militares. A remuneração básica inicial é de R$ 3.164,58. Este é o segundo concurso da Polícia Militar anunciado pelo Governo de São Paulo que, no mês de abril, abriu 2.700 vagas para soldado da 2ª classe. Juntos, os dois editais somam 5.400 contratações.

Para ingressar na carreira de soldado da Polícia Militar, é necessário ter idade de 17 a 30 anos, altura mínima de 1,55cm (mulheres) e 1,60cm (homens), portar CNH entre as categorias ‘B’ e ‘E’ e ter o ensino médio completo. O ingresso dos aprovados está previsto para ocorrer entre maio e novembro de 2020.

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As inscrições vão estar disponíveis de 15 de agosto a 25 de setembro no site da banca organizadora, a Vunesp. De acordo com o edital, as provas serão realizadas no dia 24 de setembro e terão questões objetivas de português, matemática, conhecimentos gerais, informática e noções de administração pública. Os candidatos também farão uma redação para compor a primeira etapa do certame.

As demais fases do concurso são compostas por exame de aptidão física avaliação médica, avaliação psicológica, avaliação de conduta social e análise de documentos.

Veja o edital para conferir outros detalhes da seleção.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse hoje (31) que o “remédio” para evitar novos confrontos entre membros de organizações criminosas e a morte de pessoas que cumprem pena ou aguardam julgamento em unidades carcerárias brasileiras é isolar os integrantes destas facções. Moro fez a declaração durante a solenidade em comemoração aos 91 anos da Polícia Rodoviária Federal.

“O remédio para isto é isolar as facções e não soltar criminosos”, disse Moro ao ser perguntado sobre as mortes ocorridas após uma rebelião no Centro de Recuperação Regional de Altamira (PA). “Não se resolve o problema dos crimes violentos simplesmente libertando estes presos. Temos, sim, é que isolar estas lideranças criminosas”, acrescentou o ministro.

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Cinquenta e oito apenados foram assassinados na segunda-feira (29) no interior da unidade prisional durante uma briga entre membros de duas facções criminosas rivais. Mais quatro foram encontrados mortos dentro do caminhão-cela em que foram transferidos do Centro de Recuperação, junto com mais 26 presos.

Investigação

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) do Pará, as últimas quatro mortes por sufocamento ocorreram entre as 19 h de ontem (30) e 1 h da madrugada de hoje. O caso ainda está sendo investigado. Todos os 26 presos que estavam no caminhão-cela foram colocados em isolamento.

Ainda de acordo com a Segup, os 30 presos transferidos pertenciam a uma mesma facção e estavam algemados, divididos em quatro celas que, juntas, tinham capacidade para até 40 pessoas. O estado não tem caminhão com celas individuais.

Classificando a morte de 62 presos como um “acontecimento trágico”, Moro disse que o governo federal colocou à disposição do governo do Pará vagas em presídios federais para acolher os líderes das organizações criminosas que atuam no estado. O ministro também destacou que chegaram nesta quarta-feira, em Belém, dez homens da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, coordenada pelo ministério. 

A pedido do governador do Pará, Helder Barbalho, a força-tarefa atuará em atividades de guarda, vigilância e custódia de presos, com apoio dos sistemas Penitenciário e de Segurança Pública do estado. “Os agentes vão auxiliar não só no trato destes presos, mas principalmente no treinamento de agentes penitenciários, já que o governo estadual está finalizando um concurso público e novas unidades prisionais devem ser inauguradas em breve, minimizando as dificuldades de tratamento da população do sistema prisional”, concluiu o ministro, garantindo que as instituições públicas estão adotando todas as providências necessárias para resolver o problema.

 

Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que os profissionais de segurança pública poderiam ser excluídos da reforma da Previdência, o Palácio do Planalto informou que todas as categorias de trabalhadores vão dar sua "cota de sacrifício" no endurecimento das regras de aposentadoria.

"Neste momento, não convém ficarmos identificando pontualmente determinadas categorias porque o presidente entende que todo mundo vai ter sua cota de sacrifício", afirmou o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, durante entrevista com jornalistas, na tarde desta terça-feira (9). Mais cedo, o próprio presidente indicou que trabalhadores da segurança pública poderiam ter as regras de aposentadoria definidas em um projeto de lei complementar. Nesse cenário, eles seriam retirados da Proposta de Emenda Constitucional que começou a ser debatida no plenário da Câmara dos Deputados e precisa ser aprovada com 60% dos votos dos parlamentares em dois turnos de votação. 

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A medida poderia atingir policiais federais, rodoviários federais e legislativos, além de agentes penitenciários federais. Pelo texto-base aprovado na comissão especial, na semana passada, essas categorias se aposentariam aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo. O tempo de contribuição seria progressivo até chegar em 20 anos para mulheres e 25 para homens.

Segmentos como bombeiros e policiais militares já estão fora da reforma da Previdência, uma vez que servidores públicos de estados e municípios foram excluídos da mudança ainda durante a tramitação da medida na comissão especial. Eles devem ser incluídos nas mesmas regras da reforma da Previdência das Forças Armadas, que tramita em um projeto paralelo. 

Trâmite Formal

Segundo Rêgo Barros, eventuais mudanças para algumas categorias serão tomadas pelos próprios parlamentares em plenário. "O processo de aprovação da Nova Previdência está seguindo seu trâmite normal, formal, com as discussões previstas no Parlamento, para o aperfeiçoamento das propostas, que atendam, ao máximo, os anseios da população", acrescentou.

Ainda de acordo com o porta-voz do governo, o presidente Jair Bolsonaro tem uma preocupação específica com profissionais da segurança pública porque ele conhece a realidade da categoria. "Ele tem preocupação, não de agora, de atender aquelas categorias da área de segurança pública, com as quais ele tem uma ligação mais afetiva. E mais do que afetiva, ele conhece com profundidade as vicissitudes que essas categorias sofrem no decorrer do seus trabalhos, no decorrer do seu dia a dia. (...) Ele demonstra preocupações que são pontuais, mas quero reforçar: o presidente entende que é muito importante que a Nova Previdência seja aprovada para proporcionar ao país essa fortaleza fiscal de cerca de R$ 1 trilhão e que todos, na percepção de que isso é bom para a sociedade, têm que colaborar, inclusive sofrendo na própria carne".

 

Até a noite da última segunda-feira, 1, o PSL não havia chegado a um acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o relator da reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), sobre as alterações nas regras para categorias da segurança pública no texto da reforma da Previdência.

Com muitos deputados ligados à área, o partido de Jair Bolsonaro pedia que o relator incluísse mudanças em seu voto complementar para que o partido não apresentasse destaques (sugestões de mudanças) na Comissão Especial. Para Moreira, "tem setores que estão bem preservados. Não há necessidade nesse assunto (segurança) de qualquer concessão".

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Entre as mudanças pedidas para beneficiar policiais legislativos da Câmara e do Senado, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ferroviária Federal, por exemplo, está a alteração na idade mínima de 55 anos para homens e 52 anos para mulheres, em vez de 55 para ambos os sexos como está no texto do relatório. Não há menção a agentes penitenciários e agentes socioeducativos.

Depois de reunião na residência de Maia, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, disse que os diálogos vão continuar e as reuniões deveriam se estender por toda a noite. "A reunião foi muito boa. Conseguimos perceber abertura para o diálogo e os deputados do PSL ligados à segurança pública apresentaram suas demandas", disse. "Ainda estamos formulando o acordo. Não queremos embaralhar a negociação."

Vitor Hugo não deixou claro se o partido ainda deve apresentar destaques e não quis dar detalhes sobre quais pontos específicos estão sendo negociados.

"Se houver desidratação (na economia) vai ser algo pequeno", disse Vitor Hugo. A emenda do PSL reduziria a economia esperada com as mudanças para as categorias de R$ 5,65 bilhões para cerca de R$ 3,02 bilhões, segundo cálculos de técnicos da Câmara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Como instituição de controle externo da atividade policial e sistema prisional, o Ministério Público Federal orienta procuradores da República a abrirem procedimentos junto à Justiça Federal para apurar possíveis crimes a bordo de helicópteros de intervenção policial, chamados popularmente "caveirões aéreos". A orientação para unidades da Procuradoria em todo o País é da Câmara de Controle de Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7CCR/MPF) e está na Nota Técnica 7ª CCR nº 12/2019.

As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria.

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No documento, os procuradores da República são informados de que a Constituição fixa a competência federal para processar e julgar crimes a bordo de navios ou aeronaves (Constituição, artigo 109) e que o Código Brasileiro de Aeronáutica identifica helicópteros no conceito de aeronave do texto constitucional (Lei 7.565/1986, artigo 106).

A nota técnica do Ministério Público Federal menciona, entre outros argumentos, que a atribuição da Justiça Federal para tratar de crimes a bordo de aeronaves "está fundamentada ainda na existência de interesse da União na gestão do sistema aeronáutico".

"Embora o uso desses veículos seja compreendido por parte das forças de segurança e da sociedade civil como um instrumento para ampliar a eficiência de intervenções policiais, tem-se verificado a necessidade de estabelecimento de parâmetros mais claros para essas ações. A formatação dos protocolos de atuações policial com o uso desses mecanismos não apresenta, em geral, grau de publicidade adequado e suscita questionamentos, no âmbito jurídico, sob diversos aspectos", conclui o Ministério Público Federal na nota.

"A legalidade dessas ações, em mais de uma oportunidade, tem sido questionada, aventando-se o possível excesso no uso da força policial e, até, mesmo, a prática de crimes em algumas dessas intervenções."

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) lançam nesta quarta-feira (5) o Atlas da Violência de 2019. O levantamento, com base em dados oficiais do Ministério da Saúde, traz os dados referentes ao ano de 2017. Pernambuco figura de forma negativa no estudo, apresentando índices elevados nos diversos recortes da violência no país.

Em 2017, Pernambuco figurava no grupo com mais elevadas taxas de homicídio, acompanhado de Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Pará e Acre. O estado pernambucano teve um aumento de 21% na taxa de homicídios, consolidando uma trajetória de crescimento na violência no estado desde 2014 e demarcando a triste derrocada do programa Pacto pela Vida, segundo os autores do estudo. Para o Ipea e o FBSP, a morte do governador Eduardo Campos em 2014 dá pistas do caráter voluntarista dos mecanismos de governança, em contraposição à importância da arquitetura institucional e dos arranjos de governança para uma política de Estado. Além da morte do ex-governador, as resistências das corporações policiais em relação ao controle externo de sua atividade seriam o motivo do declínio do programa.

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Um dos destaques negativos do estado é a morte prematura de jovens, idade que vai dos 15 aos 29 anos. Além da tragédia, os homicídios de jovens geram consequências sobre o desenvolvimento econômico e geram custos significativos para o país. Um estudo apresentado no levantamento constata que as mortes violentas de jovens custaram ao Brasil cerca de 1,5% do PIB nacional em 2010.

As três taxas mais elevadas de homicídio de jovem por 100 mil habitantes foram as dos estados do Rio Grande do Norte (152,3), Ceará (140,2) e Pernambuco (133). As menores ficaram com São Paulo (18,5), Santa Catarina (30,2) e Piauí (38,9). Ao todo, 35.783 jovens foram assassinados no Brasil em 2017. Esse número representa uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país, taxa recorde nos últimos dez anos. Homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de 49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos.

Entre 2016 e 2017, os estados com os maiores aumentos na taxa de homicídios de jovens foram Ceará (+60%), Acre (+50,5%), Pernambuco (+26,2%), Rio Grande do Norte (+21,3%) e Espírito Santo (+20,2%). O Brasil experimentou um aumento de 6,7% nessa taxa no mesmo período.

"A criminalidade violenta vem sendo fortemente relacionada ao sexo masculino e ao grupo etário dos jovens de 15 a 29 anos", aponta o estudo. Observando especificamente o grupo dos homens jovens, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chega a 130,4 em 2017. Dos 35.783 jovens assassinados em 2017, 94,4% (33.772) eram do sexo masculino. Considerando apenas o sexo masculino, os três estados com maiores taxas foram Rio Grande do Norte (281,9), Ceará (262,6) e Pernambuco (255,4). Já as menores taxas são observadas em São Paulo (33,3), Santa Catarina (53,6) e Mato Grosso do Sul (72,3).

Entre 2007 e 2017, a evolução das taxas de homicídios de homens jovens no país foi de 38,3%. No período 2016-2017 a mesma taxa cresceu 6,4%. Pernambuco novamente aparece no topo dos maiores aumentos, ficando na terceira posição com 27,4%. “É fundamental que se façam investimentos na juventude, por meio de políticas focalizadas nos territórios mais vulneráveis socioeconomicamente, de modo a garantir condições de desenvolvimento infanto-juvenil, acesso à educação, cultura e esportes, além de mecanismos para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho”, orientam os responsáveis pela pesquisa.

Pernambuco também tem presença negativa nos levantamentos das taxas de homicídios de negros. Os cinco estados com maiores taxas são do Nordeste. Em primeiro lugar está o Rio Grande do Norte, com 86 mortos a cada 100 mil habitantes negros, seguido de Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). Entre 2007 e 2017, Pernambuco conseguiu uma redução de 0,9% nessa taxa. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios no país foram indivíduos negros, definidos como a soma de pretos e pardos.

Com relação aos homicídios contra mulheres, Pernambuco figurou na 12ª posição. Sobre a violência contra a população LGBT, o estado registrou 62 denúncias através do Disque 100, canal que recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos. Segundo a pesquisa, 19 denúncias foram de lesão corporal, duas de tentativa de homicídio e 12 de homicídios.

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que a situação no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, voltou à normalidade, após uma briga entre os presos. Uma equipe de peritos do Instituto Médico Legal (IML) foi deslocada para o local.

Informação apurada pela reportagem junto ao IML, mas não confirmada pelo Seap, indica que dez pessoas morreram. Não há informações sobre fuga de presos, nem agentes penitenciários feridos ou feito reféns.

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Conforme nota da Seap encaminhada à Agência Brasil, o Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado para atuar no Compaj “onde estava acontecendo uma briga entre presos”. O batalhão entrou no complexo por volta do meio-dia deste domingo (26).

O secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, determinou reforço em outras unidades do sistema.

Em janeiro de 2017, uma rebelião de 17 horas resultou na morte de 56 pessoas no Compaj. Em dezembro de 2018, um agente penitenciário foi assassinado dentro do complexo.

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