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O Ambulatório do Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, vai oferecer, durante o mês de outubro, o serviço de inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (5), em alusão ao Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama. Mulheres dos municípios circunvizinhos poderão agendar o procedimento, que será feito toda terça-feira do mês.  

O Centro de Saúde do Dom Moura, localizado no prédio anexo ao hospital, no bairro Heliópolis, atenderá até dez mulheres por dia, a partir das 8h, por ordem de chegada. A partir de novembro, o serviço será articulado pela V Gerência Regional de Saúde (Geres), que organiza os procedimentos e realizará os agendamentos. A população interessada pode tirar demais dúvidas pelo telefone (87) 3761-8117. 

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Como funciona o DIU? 

O Dispositivo Intrauterino de cobre é um método contraceptivo considerado de grande eficácia, e que não afeta, a saúde da mulher. Após uma entrevista médica e análise de exames, o procedimento de inserção dura cerca de 15 minutos. Além de prevenir a gravidez, o DIU também pode ser um aliado para tratamentos especializados, como é o caso do DIU hormonal, que serve para diminuir os efeitos da endometriose, hipermenorragia ou miomas. 

 

Em meio à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, as ministras da Saúde dos dois países, Nísia Trindade (Brasil) e Carla Vizzotti (Argentina), assinaram, nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires, declaração conjunta abordando uma série de ações em diferentes áreas. São 19 ações prioritárias previstas, entre as quais, a promoção da igualdade e equidade de gênero e o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, que aparece no topo do acordo.

O documento também cita a eliminação de barreiras de acesso aos serviços e melhoria dos resultados de saúde das diversas culturas e grupos étnicos regionais, cooperação para o desenvolvimento do complexo econômico-industrial sanitário dos dois países, além do fortalecimento do trabalho conjunto sobre pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, medicamentos e inovações tecnológicas em saúde, visando contribuir para uma autossuficiência regional em termos sanitários. 

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"Entre as ações prioritárias, estão a garantia de direitos fundamentais e de acesso à saúde, a vigilância epidemiológica para antecipar emergências e o desenvolvimento do complexo econômico-industrial em Saúde, parte da estratégia de integração e autonomia regional do Mercosul", escreveu a ministra Nísia Trindade em suas redes sociais, para mencionar o acordo.

Do lado argentino, em nota oficial publicada na página de governo, a ministra Carla Vizzotti destacou a importância do Brasil ter, pela primeira vez na história, uma mulher à frente da pasta da Saúde. "Que possamos articular duas mulheres na gestão, sobretudo considerando o retrocesso que teve o Brasil nos últimos anos em relação aos direitos sexuais e reprodutivos, os direitos das mulheres, das pessoas gestantes e a perspectiva de gênero." 

A declaração conjunta na área de saúde entre Brasil e Argentina aponta ainda prioridade no desenvolvimento de estratégias de vigilância epidemiológica por meio do intercâmbio e da experiência na vigilância de emergências de saúde pública; cooperação dos programas nacionais destinados a prevenir doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes, a hipertensão arterial e o câncer; promoção da alimentação saudável por meio da rotulagem nutricional e de advertências para a promoção de uma alimentação adequada, saudável e sustentável.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua comitiva, formada por seis ministros, chegaram à Argentina na noite de domingo (22), em sua primeira viagem internacional desde que assumiu o terceiro mandato na Presidência da República. Além do encontro bilateral com o presidente Alberto Fernández, Lula participa de encontro com empresários brasileiros e argemtinos.

Nesta terça-feira (24), Lula participa, em Buenos Aires, da 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), grupo de 33 países do hemisfério. No dia seguinte, o presidente brasileiro faz uma visita ao Uruguai, onde se encontrará com o presidente Lacalle Pou. Em seguida, retorna ao Brasil.

A Universidade de Pernambuco (UPE) abriu inscrições para o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher 2021 no Campus Petrolina, destinado a profissionais de enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia e serviço social. Os programas têm duração de dois anos e serão disponibilizadas cinco bolsas, uma para cada área.

As inscrições devem ser feitas através do site Upenet até o dia 27 de dezembro . Os rodízios ocorrerão em escalas de trabalho, conforme a rotina de cada serviço, totalizando 60 horas semanais de atividades, com dedicação exclusiva.

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Segundo a vice-coordenadora e docente do colegiado de fsioterapia do campus Petrolina, Ana Eliza Rios, o objetivo do programa é formar especialistas com visão uma visão interdisciplinar para promover a atenção integral à saúde da mulher em todas as fases da vida, “tanto individual como coletivamente, em ambiente hospitalar, ambulatorial e na atenção básica sob a forma de treinamento supervisionado em serviço”, afirmou ela à assessoria de comunicação da UPE.

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A pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais usados pelas mulheres. Para algumas, ela costuma diminuir o fluxo menstrual, a tensão pré-menstrual (TPM), além de ajudar a organizar o período menstrual. Já para outras, a pílula é sinônimo de desconforto, dores de cabeça, aumento das varizes, entre outros efeitos colaterais. Com isso, muitas mulheres acabam interrompendo o uso do contraceptivo, mas é importante ficar atenta sobre algumas mudanças que podem acontecer no corpo.

Segundo Maria Luisa Mendes Nazar, ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, algumas mulheres interrompem o uso do medicamento pelo fato de conviver com um sangramento contínuo, mas com a ajuda de um especialista é possível encontrar uma alternativa que garante mais conforto. Além disso, o anticoncepcional tem um período de três meses para adaptação e é importante esperar este intervalo para tomar a decisão de suspender o uso.

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Quando a mulher interrompe o uso do anticoncepcional, é preciso ficar atenta aos sinais do organismo com a volta da produção de hormônios naturais. "Não é possível generalizar, mas com o fim do uso do medicamento pode ser que a mulher sinta mais cólicas e tenha um fluxo menstrual mais intenso. Isso porque a volta da produção de hormônios naturais é também feita de forma mais efetiva", explica a ginecologista.

A especialista ressalta que ao interromper o uso do anticoncepcional, mesmo em mulheres que usam o medicamento há muitos anos, é possível voltar a ter fertilidade. "Muitas mulheres acreditam que o tempo que usufruiu do anticoncepcional interfere na fertilidade e isso não passa de um mito. Quando para de usar o medicamento, entre 10 a 15 dias já é possível engravidar. Portanto, se não é o desejo, é preciso optar por outro contraceptivo", orienta Maria Luisa.

Caso o período menstrual fique desregulado após a suspensão do medicamento, é importante que a paciente procure um ginecologista de sua confiança. "É comum que entre quatro e sete dias ocorra a menstruação, mas caso não siga esse intervalo é recomendado procurar um médico para saber se ainda há tecido suficiente para ser escamado, ou se existe outra causa para a instabilidade", finaliza Maria Luisa.

O aborto, que será votado na quarta-feira no Senado da Argentina, continua proibido em vários países e, na América Latina, só está totalmente descriminalizado em Uruguai, Cuba e Cidade do México.

Proibição total

Em El Salvador, onde a legislação antiaborto é uma das mais estritas do mundo, dois casos recentes provocaram grande comoção: os de Teodora Vásquez e Maira Figueroa, duas mulheres que passaram pelo menos dez anos na prisão por perderem os filhos que levavam no ventre, antes de serem libertadas. Ambas haviam sido condenadas a 30 anos de reclusão.

Malta, onde o catolicismo é religião de Estado, é o único país da União Europeia (UE) que proíbe totalmente o aborto. Em caso de infração, a pena varia de 18 meses a três anos de prisão. A interrupção voluntária da gravidez (IVG) também é ilegal em Andorra, San Marino e no Vaticano, que são membros da UE.

No resto do mundo, o aborto é proibido em Nicarágua, Honduras, Suriname, Haiti e República Dominicana, nas Américas; Egito, Gabão, Guiné-Bissau, Madagascar, Mauritânia, República do Congo, República Democrática do Congo (RDC) e Senegal, na África; Filipinas, Palau e Laos, na Ásia.

Acesso restrito

Em muitos outros países, a IVE está sujeita a condições fortemente restritivas.

Assim, o aborto é possível só em casos de risco de vida para a mãe em países como Guatemala, Paraguai, Venezuela, Costa do Marfim, Líbia, Uganda, Sudão do Sul, Iraque, Líbano, Síria, Afeganistão, Iêmen, Bangladesh, Mianmar e Sri Lanka.

Na Argentina, onde os deputados adotaram em junho um projeto de lei que legaliza o aborto nas 14 primeiras semanas de gestação e que deve ser votado na quarta-feira pelo Senado, atualmente a prática só é possível em caso de estupro ou risco de vida para a mãe.

No Brasil, a descriminalização do aborto, atualmente muito limitado - em caso de estupro, risco de vida para a mãe e feto com anencefalia - está em discussão na Suprema Corte.

Em setembro de 2017, o Chile pôs fim a 30 anos de proibição total do aborto, agora autorizado em três casos: risco de vida para a mãe, estupro e inviabilidade do feto.

Na Coreia do Sul, onde a interrupção voluntária da gravidez (IVG) é ilegal exceto em caso de estupro, incesto ou ameaça para a saúde da mãe, o Tribunal Constitucional examina a validade desta lei de 1953, muito pouco aplicada na atualidade.

Direito sob pressão

Na Europa a na América do Norte, as mulheres contam com legislações mais liberais, com algumas exceções notáveis. E na América Latina, o direito ao aborto só está totalmente descriminalizado no Uruguai, em Cuba e na Cidade do México.

No fim de maio, a República da Irlanda se pronunciou em um referendo a favor da liberalização da IVG, proibida até agora (exceto em caso de risco de vida para a mãe). Uma nova legislação está em processo de elaboração.

Ao contrário do resto do Reino Unido, o aborto é ilegal na província da Irlanda do Norte (Ulster), inclusive em caso de estupro, incesto ou grave má-formação fetal. Está autorizado unicamente se a gravidez ameaça a vida da mãe. As infratoras podem ser condenadas à prisão perpétua.

Outro país da UE que dispõe de leis muito restritivas é a Polônia, que só tolera o aborto em caso de estupro, incesto ou má-formação irreversível do feto.

Nos Estados Unidos, onde o aborto foi legalizado em 1973, a discussão continua viva entre os "pró-vida" e os "pró-escolha". Depois da chegada de Donald Trump à Casa Branca, as restrições a este direito tendem a se multiplicar. O estado de Iowa adotou, no começo de maio, a lei mais restritiva do país, que proíbe o aborto a partir do momento em que são detectados os batimentos cardíacos, ou seja, a partir da sexta semana de gestação.

(Fontes: Guttmacher Institute, Organização Mundial da Saúde, Centro de Direitos Reprodutivos, arquivos AFP)

O Plenário do Senado deve votar, na terça-feira (7), projeto que fixa o limite de 12% para a alíquota de  ICMS sobre o combustível de aviação utilizado em operações dentro do país de transporte aéreo regular, não regular e de serviços aéreos especializados. O Projeto de Resolução do Senado (PRS) 55/2015 foi aprovado no dia 24 pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) e seguiu para exame do Plenário.

O combustível é o item que mais influencia no cálculo dos custos operacionais das companhias aéreas. Atualmente, essa alíquota varia de 12% a 25% dependendo do estado onde ocorre o abastecimento. O texto original do projeto de resolução, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), estabelecia a alíquota máxima de 18% na cobrança pelos estados do ICMS sobre o querosene de aviação.

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Com as mudanças feitas pelo relator, senador Telmário Mota  (PTB-RR), o teto ficou em 12% e a palavra "querosene" foi substituída por "combustível" de aviação. A alteração, sugerida pelo senador Vicentinho Alves (PR-TO), beneficia as empresas de transporte aéreo regular e não regular que utilizam gasolina de aviação.

Saúde da Mulher

O Senado ainda pode votar, em turno suplementar, projeto (PLC 5/2016) que torna obrigatória a reconstrução mamária gratuita em casos de mutilação decorrente de tratamentos de câncer. A novidade em relação à lei em vigor é que a plástica deverá ser feita nos dois seios, mesmo se o tumor se manifestar em apenas um, garantindo assim a simetria das mamas.

O texto é o substitutivo da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP). Ela observou em seu relatório que "a mama reconstruída nunca será igual à mama removida". Por isso, disse que os procedimentos de aumento, elevação ou redução devem ser indicados para a outra mama. O projeto foi aprovado nesta quarta-feira (1º) e, como teve alteração no Senado, será votado em turno suplementar na próxima semana.

Também deve ser votado o projeto de decreto legislativo (PDS 42/2015) para sustar dispositivo de portaria do Ministério da Saúde que cria dificuldades para o acesso de mulheres com idade entre 40 e 49 anos de idade ao exame de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Na sessão desta quarta-feira (1) a senadora Vanessa Grazziotin defendeu a votação da proposta explicando que ela é consensual e muito importante para o atendimento à saúde das mulheres. O presidente do Senado, senador Eunício Oliveira, se comprometeu a votar a proposta na próxima terça-feira (7).

"Como o regimento me obrigava a ler no começo da sessão, e eu não fiz a leitura, eu me comprometo a, na próxima sessão, na terça-feira, fazer a leitura no início da sessão. Já estou pedindo à Secretaria da Mesa para fazer isso, e votarei no final da sessão da próxima terça-feira", explicou Eunício.

Fundo

Outro item da pauta é a PEC 24/2012, que cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública (FNDSP). O objetivo é financiar ações de aparelhamento, capacitação e integração das forças policiais dos estados. A proposta está pronta para a votação em primeiro turno.

O texto transfere para o FNDSP dois tributos pagos pelas indústrias de armas e material bélico: o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), recolhido pela União, e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado por estados e Distrito Federal. O fundo é formado ainda pelo Imposto Sobre Serviços (ISS) pago pelas empresas de segurança privada aos municípios.

*Agência Senado

O parto que deveria ser um momento de alegria pela chegada do bebê pode se transformar um episódio marcado pela violência e humilhação. Isso ocorre quando a mulher é vítima da violência obstétrica. Com atividades para conscientizar e prevenir mulheres para que não sejam submetidas a essa situação, o Projeto TransformaDor: parir com amor, sem violência, foi premiado hoje (20) na 2ª Conferência Nacional de Saúde da Mulher.

Outros cinco projetos também receberam o prêmio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS). Todas as experiências foram implementadas em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Vinte e dois projetos foram inscritos para a premiação do Laboratório de Inovação sobre Participação Social na Atenção Integral à Saúde das Mulheres, da Opas, em parceira com o CNS. O objetivo é incentivar práticas inovadoras implementadas no SUS que resultem em melhoria do atendimento de saúde à população.

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O Projeto TransformaDor foi desenvolvido pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Pará, sob a coordenação da professora Edna Barreto, e coleciona relatos de mulheres que, no momento do parto, ouviram da equipe de saúde frases como “na hora de fazer você não chorou, agora está chorando”, “não chora, se não, não vou te atender” ou “não chora porque, ano que vem, você está aqui”. Para conscientizar as mulheres sobre o que é a violência obstétrica e, a partir daí, empoderá-las para que não permitam que esse tipo de situação continuem ocorrendo, o TransformaDor criou um grupo de apoio às gravidas na unidade de pública de saúde da Pratinha, bairro na periferia de Belém.

O grupo realizou dez atividade preventivas com palestras e discussões na Pratinha ao longo de 2016. O público-alvo foram as mulheres negras, com participação também dos companheiros das grávidas e profissionais da unidade de saúde.

O projeto trabalho o conceito de violência obstétrica como toda forma de violência praticada pela mulher na gravidez, no parto, no pós-parto e em situação de abortamento. “Essa violência se materializa a partir de xingamentos, de abusos, de maus tratos, de procedimento inadequados. Segundo dados da Fundação Perdeu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofre violência obstétrica no Brasil”, disse Edna Barreto.

A professora alerta que esse é um tipo de violência de gênero ainda pouco conhecida e que precisa ser trabalhada com as mulheres. Segundo Edna, o problema atinge, principalmente, as mulheres negras de periferias e pode trazer consequências graves e marcar a vida da mãe. “No momento em que a mulher está com uma fragilidade muito grande, ouvir esse tipo de argumento tem um impacto muito grande. Esse parto pode complicar, ela pode ter uma depressão pós-parto. Então, trabalho essa violência obstétrica como toda forma de opressão que se faz com a mulher nesse momento do parto”, explicou.

O Projeto TransformaDor envolveu, ao longo de 2016, cerca de 430 pessoas entre mulheres e seus acompanhantes, profissionais de saúde e estudantes que atuaram como voluntários.

Artesanato, qualificação e empoderamento

Outro projeto premiado começou como uma estratégia terapêutica em saúde mental para ensinar artesanato e estimular a geração de renda e acabou ganhando uma dimensão maior e mudando a vida de mulheres carentes da Grande Tijuca, no Rio de Janeiro.

O projeto Mulheres da AP 2.2: grupos de convivência, educação em saúde e geração de renda nas unidades de saúde da família foi desenvolvido a partir de 2013 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O projeto surgiu a partir de pesquisas que mostram alta ocorrência de transtorno mental na atenção primária à saúde. A proposta inicial era implantar grupos de artesanato em sete unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), para funcionarem como atividade terapêutica, promover o empoderamento das mulheres e a geração de renda. Mas, logo no início, os profissionais perceberam que, para obter resultados, era preciso trabalhar também valores como a autoestima e a autoconfiança em mulheres que muitas vezes são vítimas de violência doméstica.

“O projeto desenvolveu lideranças no grupo, foram surgindo microempreendoras que descobriam seus talentos no projeto, que inicialmente tinha o propósito só de promover saúde mental, de estabelecer vínculos, de consolidar a rede de apoio e gerar renda a partir das atividades de artesanato”, disse a psicóloga Elen Aragão que atua como facilitadora nos grupos.

À medida que os resultados foram aparecendo, as atividades - que são coordenadas por agentes comunitários de saúde e têm apoio de um psicólogo - foram ganhando apoio de médicos e enfermeiros. E foram crescendo os relatos por parte das participantes sobre a redução do uso de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. As atividades também permitiram que muitas delas se sentissem capazes de retornar ao mercado de trabalho.

O projeto Mulheres da AP 2.2 é do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção Primária a Saúde da UERJ e coordenado pela professora Sandra Fortes.

Depois de duas experiências negativas, na primeira e na segunda gestações, e de ter tido uma vivência positiva apenas na terceira, Mariana Reis de Sousa Ferreira, de 28 anos, que é formada em Turismo, passou a trabalhar como doula e consultora de aleitamento materno de duas clínicas especializadas em parto humanizado, a Commadre e a Iluminar.

Em todas suas gestações, Mariana sempre desejou que o parto fosse o mais natural possível, sem intervenções desnecessárias. Mas já na primeira experiência, há nove anos, foi submetida a uma episiotomia sem sequer ter sido comunicada.

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"Eu já estava com muita dilatação. Minha filha estava prestes a sair e a enfermeira veio com uma agulha para anestesiar o local e me cortar. Eu perguntei o que ela ia fazer e ela disse para eu não me preocupar porque ela sabia o que estava fazendo. Só depois de me cortarem, quando foram suturar o local, falaram que tinham feito o corte. Mas tenho certeza que não tinha nenhuma necessidade desse procedimento. Meu bebê não era grande", diz.

A convicção de Mariana veio das experiências seguintes. Em sua terceira gestação, em que ela conseguiu um parto totalmente natural, o bebê nasceu maior do que o primeiro e, mesmo assim, sem necessidade de nenhuma episiotomia. "Mesmo quando há laceração natural na região, é muito menos agressivo do que o corte", diz.

Na avaliação de Mariana, em sua segunda gestação o problema foi ela ter sido praticamente obrigada a passar por uma cesárea desnecessária.

"Eu estava com 39 semanas ainda, induziram o parto e o obstetra não esperou nem meia hora e já me levou para o centro cirúrgico dizendo que era melhor fazer para o bebê não correr risco. Era um sábado, parecia que ele queria terminar logo o serviço", conta.

"Foi somente depois do meu terceiro parto, quando finalmente eu consegui ser respeitada e tive o auxílio de uma doula, que eu resolvi que era isso que eu queria fazer", conta ela, que antes trabalhava em um escritório de advocacia.

Para Mariana, não bastam regras do Ministério da Saúde para coibir práticas de violência obstétrica. "É preciso também que as gestantes denunciem os profissionais que agem indevidamente. Só assim vamos conseguir acabar com essa cultura", defende." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma lei municipal que vai beneficiar as mulheres do Recife foi publicada esta semana no Diário Oficial e obriga maternidades e policlínicas a aplicar a vacina que previne o HPV. O medicamento contra o câncer de colo de útero é destinado a mulheres a partir dos 14 anos.

De acordo com o vereador Rogério de Lucca, que é médico e também presidente da comissão de saúde na câmara, este é um grande avanço para a saúde da mulher no Recife. “A obrigação da vacina é para estimular o cuidado com a saúde em relação à doença que degrada a nossa sociedade. Com a prevenção, as mulheres não vão mais ter câncer no colo do útero”, relatou.

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Ele ainda destaca a economia que a cidade terá após a implantação da lei. “As mulheres não vão precisar mais passar por cirurgia e ser internadas, que é um custo muito alto. Isso faz parte de uma medicina preventiva”, destacou o vereador. 

No Brasil, a cada 48 minutos, uma mulher é diagnosticada uma mulher com o câncer do colo de útero. Rogério de Lucca pretende se reunir com secretário municipal de saúde, Jailson Correia, para mobilizar uma campanha de vacinação. A lei deve esclarecer à população sobre o HPV, formas de transmissão e prevenção, divulgando-as de forma ampla através nos veículos de mídias da cidade, tanto na área pública como na área privada. A Secretaria também deverá realizar campanhas anuais de vacinação da população feminina contra o HPV.

A partir desta quarta-feira (19), as mulheres passam a contar com 13 novos laboratórios que aumentam a oferta de exames de detecção do câncer do colo do útero. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) assina hoje o contrato, às 9h30, na sede da SES. 

Atualmente, 41 laboratórios estão cadastrados ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco. Todos os anos são realizados 504.742 exames nas unidades de saúde, com a assinatura dos novos contratos, serão feitos a mais 371.472, o que representa um aumento de 73%. Ao todo, serão investidos mais de R$ 2,4 milhões para realização dos novos exames. Somados os valores da rede já contratada, o montante total sobe para R$ 5,8 milhões.

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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer do colo do útero está entre as doenças que mais afeta as mulheres entre 20 e 49 anos no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de pele e o câncer de mama.  

Novos laboratórios - Jaboatão dos Guararapes (Labocito), Limoeiro (Lapaclin, MultLab e Laclim), Carpina (CED), Surubim (Laboratório de Análises Clínicas de Surubim), Escada (Citomaxx), Caruaru (Incito Diagnóstico), Belo Jardim (Cecoa), Garanhuns (Laboratório Arnaldo Medeiros Junior), Arcoverde (Citolac) e Salgueiro (Centro de Prevenção de Câncer e Laboratório Sertanejo de Análises Clínicas).

Laboratório central – Além das unidades credenciadas, o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) também é responsável pelos exames citopatológicos cérvico-vaginal, para detecção do câncer do colo do útero. Ele atende a demanda da I Gerência Regional de Saúde (Geres) – Recife, fazendo 110 mil exames por ano.

Referência para tratamento dos cânceres de colo do útero e de mama:

Recife: Hospitais Barão de Lucena, Hospital das Clínicas, Hospital de Câncer de Pernambuco, Universitário Oswaldo Cruz e Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

Caruaru: Hospital Regional do Agreste.

Garanhuns: Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Petrolina: Hospital Dom Malan.

Com informações da assessoria

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