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O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi alvo de espionagem enquanto era candidato ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), posto que hoje ele ocupa. Usando tecnologia fornecida pelos EUA e num acordo com governos anglo-saxões, a Nova Zelândia espionou os e-mails e tráfego de internet do brasileiro em 2013, às vésperas das eleições em Genebra.

As informações foram publicadas no domingo, 22, pelo jornal New Zeland Herald e pelo site americano The Intercept, com base em documentos vazados. Ao jornal O Estado de S. Paulo Azevêdo declarou que não estava ciente das revelações. Há poucas semanas, essas mesmas publicações passaram a usar documentos fornecidos por Edward Snowden, o ex-funcionário da CIA, para revelar o papel da Nova Zelândia em operações de espionagem e na colaboração com a Casa Branca.

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Em 2013, a OMC passava por um de seus momentos mais críticos e embarcou numa disputa que envolvia nove candidatos a assumir sua direção, algo inédito. O controle da entidade era considerado estratégico pelos países emergentes. Tim Groser, ministro do Comércio da Nova Zelândia, era um dos principais oponentes aos nomes lançados pelos emergentes e era apoiado pela Casa Branca.

O que as revelações indicariam é que Groser recebeu também o apoio do serviço secreto, mas acabou sendo derrotado pelo brasileiro na votação. Roberto Azevêdo assumiu a direção geral da OMC no dia 1º de setembro de 2013 para um mandato de quatro anos.

Chamada de "Projeto OMC", a operação de espionagem foi conduzida pelo Escritório de Segurança de Comunicações da Nova Zelândia (GCSB). O objetivo não era só espionar Azevêdo, mas também os candidatos de México, Gana, Costa Rica e Indonésia. O documento obtido é datado de dez dias antes da votação, quando já se sabia que Groser não venceria.

O brasileiro era o único entre nove candidatos que não tinha sido pelo menos ministro em seu país. Mas venceu a eleição graças a sua promessa de que agiria em nome de todos os governos e diante de seu profundo conhecimento das entranhas da OMC.

No documento que revela a ordem de iniciar a espionagem, as autoridades dão autorização para que e-mails com o nome de "Azevedo" sejam consultados. O primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, se recusou ontem a comentar a publicação. Seus assessores dizem que não existe espionagem em massa e que a agência estaria atuando de forma legal. "O governo não responderá a alegações feitas a partir de documentos roubados por Edward Snowden."

Groser também adotou uma linha de negar envolvimento, alertando que não comentaria porque "esses vazamentos frequentemente estão errados". O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, afirmou que "desconhecia" o conteúdo dessas reportagens e dos documentos. Segundo os documentos, o monitoramento se deu com a ajuda do programa XKeyscore, desenhado pela Agência de Segurança Nacional americana. Ele seria usado para analisar bilhões de e-mails e chats de mais de 150 locais do mundo.

Na Nova Zelândia, o caso ganhou conotação de crise. O líder do Partido Trabalhista, Andrew Little, disse ter ficado "horrorizado". Já o chefe do Partido Verde, Russel Normal, afirmou temer que a informação seja "extremamente negativa para a reputação da Nova Zelândia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil já é visto com respeito no cenário internacional. É o que acredita o recém-eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), embaixador Roberto Azevêdo.

Durante uma visita à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22), Azevêdo foi recebido nas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Para ele, ter sido eleito demonstra a confiança e o prestígio que o país tem mundialmente. “Quando emergentes mostram liderança e capacidade de participar de decisões com isenção, outros países passam a valorizá-lo por essas competências”, explicou.

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Ele salientou, inclusive, que atuará de forma imparcial, sem poder se concentrar nas questões relacionadas a determinados países, nem mesmo o Brasil. "Minha atuação será isenta e envolve, por exemplo, sugestões ligadas a temas, nunca a países específicos".

No entanto, ele considera que a eleição da OMC pode colaborar com os esforços para a reformulação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, assunto bastante ressaltado por Dilma Rousseff em eventos de relevância internacional. A proposta defendida pelo governo é a ampliação do Conselho, com o aumento de cinco para dez membros permanentes e de dez para 15 membros rotativos.

O brasileiro assumirá o comando da OMC em setembro e permanecerá no cargo por quatro anos.

O embaixador Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse nesta terça-feira que a guerra cambial é um tema que continua em discussão na entidade e que não existe uma posição definida. "Não houve tentativa de conseguir consenso." Azevêdo lembrou que a OMC tem um grupo de trabalho para discutir o assunto, que deve se reunir novamente no segundo semestre.

O embaixador Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou nesta sexta-feira que é preciso repensar conceitualmente a Rodada Doha. "Assumindo a direção geral, minha ideia é evitar tentar fazer ajustes apenas. Precisamos repensar conceitualmente a Rodada Doha, o que está sobre a mesa, e partir para uma orientação para tentamos encontrar os limites do possível e não do desejável", disse.

"Precisamos esquecer o que gostaríamos de ter na rodada, para ver o que é possível ter da rodada." Questionado sobre se já se encontrou com a presidente Dilma Rousseff após a eleição na OMC, Azevêdo disse que é possível que ocorra uma reunião nos próximos dias. "Estamos tentando agendar uma conversa, que pode acontecer ainda ao longo da semana que vem", disse.

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Medida restritiva

Azevedo afirmou que "não é obvio muitas vezes identificar medida restritiva ao comércio ou protecionista". Ele disse que houve aumento do protecionismo após 2008. "Há uma primeira indicação de que essa tendência está começando a cair, pois 20% das medidas já foram retiradas. O diretor-geral precisa se assegurar que a retirada de medidas restritivas ao comércio se acelere", afirmou.

Segundo Azevêdo, é dever do diretor-geral da OMC se preocupar com "o caminho que o mundo está tomando". "O diretor-geral não está lá para apontar o dedo, tem que se preocupar com as tendências mundiais", defendeu. Azevêdo disse ainda que o novo diretor-geral tem que chegar "com mão na massa" e disse que há um temor de que a discussão de novos temas signifique um abandono das negociações atuais. "É importante que se passe confiança aos membros de que a rodada continua viva, em vigor, para que se possa falar de temas novos", explicou.

O embaixador Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou nesta sexta-feira que o protecionismo cresceu a partir de 2008, com a crise iniciada nos Estados Unidos. Segundo ele, a existência da OMC ajudou a conter esse protecionismo, mas afirmou que já poderia haver uma curva declinante em relação às medidas protecionistas.

O embaixador afirmou que 20% das medidas consideradas protecionistas foram retiradas, mas 80% permanecem. "A esperança é continuarmos no sentido de defasagem dessas medidas e que iniciemos um movimento de liberalização comercial mais robusta. Mas isso vai demorar, vai ser lento, não será de forma abrupta", afirmou.

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Pela primeira vez no Brasil após ser eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador Roberto Azevêdo, afirmou nesta sexta-feira que veio ao País para agradecer ao governo e ao setor privado pelo apoio. "Foi um esforço de País, felizmente, muito bem-sucedido. Então, uma das primeiras coisas é agradecer a todos", afirmou, no Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.

Azevêdo disse que, além de "tratar de coisas administrativas", visitará tomadores de decisão no Brasil. "A ideia é conversar sobre o futuro do sistema multilateral de comércio, a economia mundial, economia brasileira e como o Brasil se insere nesse contexto", afirmou. "No fundo, são conversas que eu vou ter também com outros países, a partir do momento que eu tome posse. Com o Brasil, estou fazendo um pouco antes", disse. Ele lembrou que começa no cargo de diretor-geral da OMC em 1.º de setembro.

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A Organização Mundial do Comércio (OMC) passa por um momento decisivo em sua história e o brasileiro Roberto Azevêdo terá a difícil missão de transformar a OMC em um mesa global de negociações internacionais importantes. Se não conseguir, sua gestão pode ser irrelevante. Esta é a opinião do especialista em comércio exterior, autor de diversos livros sobre o assunto e atualmente pesquisador do Peterson Institute for International Economics em Washington, Gary Clyde Hufbauer.

Missão

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Sobre a missão do brasileiro, o desafio de Azevêdo será determinar se a OMC vai voltar a ser o principal fórum para negociações comerciais ou se cederá seu lugar para acordos entre blocos regionais. "Se ele não fizer ações que tragam Estados Unidos, União Europeia Japão, Coreia e outros países industrializados de volta à mesa de negociações, sua gestão pode ser irrevelante", destaca Hufbauer em uma gravação colocada ontem no site do Peterson Institute.

Hufbauer diz não conhecer Azevêdo pessoalmente, mas tem amigos que o conhecem e que a impressão é que ele é um diplomata muito qualificado, inteligente e talentoso para negociações. "Azevêdo pode apresentar em uma negociação uma posição que é completamente contra a sua e ainda fazer isso de forma agradável, ainda que persuasiva", disse.

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) questionou na noite desta quarta-feira a retomada das negociações da rodada de Doha - cujo objetivo é reduzir as barreiras comerciais no comércio internacional - como "prioridade número 1" do recém-eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo. Para Serra, apostar em Doha é uma "postura de atraso".

"Eu tenho dúvida se seria vantagem para o Brasil avançar (nas negociações de Doha), porque nós exportamos commodities e alguma coisa industrial. O que os países desenvolvidos vão querer para que a gente tenha mais acesso a eles são concessões na área industrial e serviço. Não vejo que é um bom arranjo para o Brasil", afirmou. "A meu ver essa é uma postura de mais atraso, apostar em Doha, jogar todas as fichas nisso", prosseguiu. Serra, no entanto, elogiou Azevêdo, dizendo que "acha bom" um brasileiro ter sido eleito para o posto.

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Durante palestra proferida na Universidade de São Paulo sobre "O desenvolvimento econômico do Brasil e seus problemas", Serra criticou também a participação brasileira no Mercosul, alegando que as regras do tratado impedem o País de realizar acordos bilaterais de comércio. "Eu fui contra essa iniciativa quando ela foi proposta", ressaltou.

Segundo ele, o Brasil paga o preço de não participar de grandes acordos de livre comércio com outras nações do mundo devido ao acordo do Mercosul - que impede essas associações para membros em a aprovação dos outros países do grupo. "Países da região como Colômbia, Chile e México têm grandes acordos", ressaltou.

O governo da Argentina recebeu "com satisfação", a escolha do embaixador brasileiro Roberto Carvalho Azevêdo para conduzir a Organização Mundial de Comércio (OMC). "O primeiro latino-americano a ser escolhido para esta importante tarefa contribuirá para conseguir um comércio mais justo e de inclusão, que chegue com seus benefícios a todos os cantos do planeta, especialmente do mundo em desenvolvimento", disse uma nota do Ministério de Relações Exteriores, distribuída à imprensa.

Na nota, a Chancelaria ressaltou que o fato de o processo de seleção da OMC ter contado com a disputa entre dois latinos - o mexicano Herminio Blanco, além de Azevêdo, "é um símbolo do progresso de nossa região e de sua crescente participação no comércio global, além de refletir a vocação de nossos países para avançar, a partir do consenso, na construção do ordenamento econômico mundial".

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A gestão do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) será uma "gestão de desafios", na visão do embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). "O principal desafio será dinamizar a OMC e não retomar as rodadas de negociações", afirmou Castro Neves.

"Dinamizar" significa avançar diante de um quadro em que as rodadas com foco na redução de tarifas de importação terminavam sempre em impasses entre países desenvolvidos e emergentes, enquanto os tratados de comércio internacional assinados desde a década de 1990 têm tido caráter mais regulatório. "É um desafio respeitável", completou o presidente do Cebri, exaltando as qualidades profissionais de Azevêdo, seu conhecimento sobre comércio internacional e sobre o funcionamento da OMC.

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A principal missão do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, recém eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), será a de colocar a OMC em movimento, cumprindo seu papel de árbitro em conflitos comerciais internacionais, defende o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto. Para ele, a organização está parada há algum tempo e não tem resolvido as pendências entre países como deveria.

"A principal tarefa de Azevêdo será a de colocar a OMC em movimento, já que ela está parada há muito tempo. No cargo de diretor-geral, ele deve procurar resolver as pendências existentes e por vir, além de agregar e impedir que haja uma cisão entre grupos de países", disse.

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Segatto avalia que a eleição de Azevêdo fará propaganda positiva para o Brasil no cenário internacional, mas não terá implicação direta em nenhum aspecto do comércio externo brasileiro. "Em termos de Brasil, a única coisa que vai aparecer com ele nesse posto é o nome do Brasil no cenário internacional, uma propaganda para o País. Nada mais que isso, não vai aumentar as exportações ou nos dar vantagem. Temos um brasileiro em um cargo importante, apenas isso", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff comunicou na tarde desta terça-feira, por meio de nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que o governo brasileiro recebe com "satisfação" a escolha do embaixador Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo Dilma, caberá à OMC "dar um novo, equilibrado e vigoroso impulso ao comércio mundial, fundamental para que a economia global entre em novo período de crescimento e justiça social".

Roberto Azevêdo foi escolhido pelo comitê de seleção da Organização Mundial do Comércio para ser o próximo diretor-geral da entidade, e o Brasil, pela primeira vez, irá liderar uma das entidades herdadas do sistema de Bretton Woods, um velho sonho da diplomacia nacional. Por volta das 15 horas (horário de Brasília), a presidente ligou para Azevêdo para parabenizá-lo pelo resultado.

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O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou nesta terça-feira que o Itamaraty trabalhou, intensamente, pela candidatura do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Essa é uma vitória do Brasil e também uma vitória pessoal de Azevêdo", afirmou.

Patriota disse que um dos aspectos mais relevantes da candidatura dele é o fato de que recebeu apoio de países de todas as partes do mundo. "A vitória é inequívoca em termos numéricos", disse, sem revelar, no entanto, o placar da disputa. Segundo o ministro, mesmo os países que votaram no candidato mexicano, Herminio Blanco, já deixaram claro que não se opunham à formação de um consenso.

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