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Passando a etapa das convenções, agora os candidatos se preparam para o início da Campanha Eleitoral, do próximo dia 16 até o dia 1º de outubro. No entanto, na disputa eleitoral, é preciso ficar atento a diversas regras para evitar punições que podem ir desde multas simples a elevadas e até mesmo detenção. O alerta é do ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ministro destaca a importância de respeitar as regras de propaganda eleitoral “para evitar problemas futuros e que também pode configurar abuso de poder econômico, algumas vezes associado ao uso indevido dos meios de comunicação”. Segundo a Lei Complementar n°64/90, algumas atitudes de candidatos podem ter como consequência a cassação do registro, do diploma, e até uma inelegibilidade no período de oito anos. 

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Entre as regras, é proibido ao candidato ou comitê distribuir camisetas, bonés, canetas, cestas básicas, brindes, camisetas, chaveiros ou qualquer outro material que possa trazer benefícios ao eleito. Essa atitude pode ser considerada uma prática de compra de voto e, a depender da situação, abuso de poder. 

A propaganda eleitoral por meio de outdoors, inclusive eletrônicos, não é permitida. A empresa responsável, os partidos, as coligações e os candidatos que desrespeitarem essa regra estão sujeitos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de R$ 5 mil a R$ 15 mil.

Também é vetada a realização de “showmício” e eventos parecidos que têm como finalidade promover candidatos, bem como é proibida a participação de artistas remunerados com finalidade de animar comício ou encontros eleitorais. 

Os alto-falantes ou amplificadores de som poderão ser usados desde no horário estabelecido das 8h às 22h. Vale lembrar que é proibido o uso dos referidos equipamentos a menos de duzentos metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios, hospitais, casas de saúde, escolas, bibliotecas públicas, entre outras instituições. 

Quanto a folhetos e adesivos, o uso é liberado. No entanto, todo material impresso de campanha terá que trazer o CNPJ ou o CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou e a respectiva tiragem. O infrator que descumprir essa regra responderá pelo uso de propaganda vedada. Já a propaganda distribuída nos locais de votações ou em áreas próximas será caracterizado como propaganda irregular.  Segundo o ministro Admar Gonzaga, todas as medidas têm o objetivo maior coibir os abusos que causam desequilíbrio na disputa entre os candidatos. 

O Grupo de Trabalho (GT) de Reforma Política da Câmara dos Deputados vai propor o fim da reeleição para os chefes dos executivos nacional, estadual e municipal. Os integrantes do grupo também decidiram, nesta terça-feira (5), que o tempo do mandato para presidente da República, governador e prefeito continuaria de quatro anos, a proposta anterior do colegiado seria que os mandatos para cargos majoritários seriam de cinco anos, mas a discussão foi reaberta e concluída hoje.

As decisões do GT foram unificadas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que será assinada pelo coordenador do grupo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e pelos outros integrantes. Esta foi a última reunião do GT, que durou quatro meses. Agora cada membro vai coletar as assinaturas necessárias para a apresentação da PEC, são 171 ao todo, dentro de seu partido.

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Segundo Vaccarezza a proposta será entregue ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), nesta quarta (6), às 15 horas. Após ser apresentada, a PEC deve tramitar normalmente na Casa. A ideia do coordenador é que, se aprovada no Congresso, a proposta de reforma política seja objeto de referendo, com consulta à população.

O coordenador do grupo considerou o saldo do trabalho muito positivo. “Em pouco tempo de trabalho, estamos propondo mudanças bastantes profundas”, disse. “Se nós viabilizarmos a votação do que está nesta PEC, haverá redução de 70% a 80% dos gastos de campanha”, completou.

Confira as principais propostas da reforma: 

A PEC institui, entre outras coisas, o voto facultativo; a coincidência das eleições municipais com as eleições estaduais e federal a partir de 2018; fim das coligações eleitorais, ou seja, o fim da obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, municipal ou distrital. Porém, pela proposta, os partidos que se coligarem para a disputa de eleições proporcionais integrarão, até o fim da legislatura, o mesmo bloco parlamentar na casa legislativa para a qual elegeram seus representantes. A PEC determina ainda a perda do mandato dos que se desfiliarem voluntariamente do partido pelo qual foram eleitos.

O texto também propõe teto de despesa para a campanha eleitoral, que será definido em lei pelo Congresso Nacional. Pela proposta, cada partido poderá optar pelo modo de financiamento, se privado, misto ou exclusivamente público. A PEC também propõe que seja fixado em lei um valor máximo para as doações de pessoas físicas e jurídicas. Os partidos e candidatos somente poderão arrecadar recursos após a definição desses limites.

Partidos políticos

A PEC diminui as exigências para a criação de partidos. A proposta reduz o mínimo de assinaturas para criar uma legenda de 0,5% para 0,25% do total de eleitores (em vez de 493 mil, seriam 245 mil eleitores). Pelo texto, um partido também poderá ser criado com o apoio de 5% dos deputados - ou seja, 26 parlamentares - sem a necessidade de apoio popular.

Porém, o texto estabelece cláusula de desempenho para que partidos possam ter acesso a recursos públicos. Somente terão acesso a tempo de rádio e TV e fundo partidário, além de lideranças, funcionários e espaço físico na Câmara e no Senado, os partidos que obtiverem pelo menos 5% do total de votos válidos no País, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 3% dos votos válidos em cada um deles. “A ideia é reafirmar a liberdade da população de se organizar politicamente em partidos políticos, mas aumentar as exigências para que possam ter acessos a recursos públicos”, explicou Vaccarezza.

A proposta também cria cláusula de desempenho para candidatos, tornando indispensável uma votação mínima (10% do quociente eleitoral) para que qualquer candidato seja eleito. “O objetivo é evitar que deputados sejam eleitos com apenas dois votos, como ocorre hoje”, destacou o coordenador.

Além disso, a PEC altera a forma de eleição para os deputados, ao instituir a criação de circunscrições eleitorais. Segundo o texto, o sistema de apuração dos votos continua sendo proporcional, mas os candidatos deverão concorrer em pequenas regiões dentro dos estados, definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Pela proposta, seriam criadas de quatro a sete circunscrições em cada estado. “A ideia é aproximar o deputado do eleitor”, disse Vaccarezza.

*Com informações da Agência Câmara

A Câmara Federal vai realizar uma sessão extraórdinária, nesta quarta-feira (2), para votar a proposta da minirreforma eleitoral do Senado (PL 6397/13). A primeira tentativa de votação do projeto ocorreu nessa terça (1°), mas a sessão foi obstruída pelos partidos contrários ao texto: PT, Psol, PTB, PSB, PCdoB e PDT. Para valer nas eleições de 2014, a minirreforma precisa entrar em vigor até este sábado (5).

São quatro dias para que o projeto seja votado pela Câmara, submetido a uma nova votação no Senado para análise das mudanças feitas pelos deputados e sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

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Durante a tentativa, dessa terça, foram questionados temas como: a exclusão das doações de verbas para campanhase a redução, de 20% para 10%, a fatia do Fundo Partidário destinada às fundações vinculadas aos partidos e permitir que parte desse dinheiro seja revertida para atividades político-partidárias.

 

O deputado federal e presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu aos parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) para que não obstruam a votação do Projeto de Lei da Minirreforma Eleitoral (PL 6397/13) que veio do Senado. Esta é a última semana para votar a matéria a tempo de as novas regras valerem para as eleições do ano que vem. 

Henrique Alves pretende colocar a proposta em votação nesta terça-feira (1º), depois que o Plenário votar os projetos de lei com urgência constitucional que trancam a pauta (PLs 5740/13, 6053/13). Ele reconhece que amanhã pode não haver quórum na Câmara uma vez que esta também é a última semana para as filiações partidárias e há uma mobilização intensa dos parlamentares nesse sentido. 

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O PT é contra a votação da minirreforma eleitoral, que propõe mudanças em temas como propaganda política e cabos eleitorais, e defende a aprovação de uma reforma política mais ampla que trata do sistema eleitoral e do financiamento das campanhas. Também já se manifestaram no mesmo sentido o PSB, PCdoB e o Psol. O presidente da Câmara propôs ao PT que rejeite a minirreforma, mas que não obstrua a votação. Segundo ele, o líder da bancada, deputado José Guimarães (CE), ficou de dar uma resposta na reunião de líderes pevisa para o início desta tarde.

*Com informações da Agência Câmara

Após mais de duas horas de reunião, a bancada do PT na Câmara dos Deputados endossou a recomendação da Executiva do partido de obstruir as discussões sobre a minirreforma eleitoral aprovada no Senado. "Vamos fazer um velório e enterrá-la daqui para a próxima semana", anunciou o líder do PT, José Guimarães (CE). O presidente nacional da sigla, Rui Falcão, acompanhou a reunião que isolou a posição do deputado Cândido Vaccarezza (SP), defensor da votação da minirreforma.

Com a abstenção de Vaccarezza, os petistas decidiram se colocar contra a minirreforma e avisaram que se a matéria for à votação, a bancada vai obstruí-la. No encontro, foi reforçado o apoio ao decreto legislativo convocando os eleitores para um plebiscito da reforma política e o apelo às entidades civis para que encampem a iniciativa. A bancada do partido anunciou que qualquer discussão sobre reforma política que não inclua bandeiras do PT (financiamento público de campanha, voto em lista, paridade de gênero e Assembleia Constituinte exclusiva para a reforma) não será sequer debatida pela sigla.

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Na próxima semana, a bancada vai deliberar sobre as propostas apresentadas até agora pelo Grupo de Trabalho da Câmara para Reforma Política. Guimarães, no entanto, já adiantou que os temas defendidos no grupo, entre eles o fim da reeleição, o voto distrital misto e a coincidência de mandato serão rechaçados pela bancada. "É um duro golpe na proposta do PT", classificou.

Vaccarezza, que é coordenador do Grupo de Trabalho, deixou a reunião antes do término admitindo não ter apoio suficiente para "derrubar" a resolução da Executiva Nacional. O petista pretende recorrer ao Diretório Nacional contra a posição da Executiva. "Ele está em minoria, como muitos de nós já estivemos", minimizou Falcão.

O Senado aprovou nessa segunda-feira (16) o projeto da minirreforma eleitoral, que visa diminuir os custos de campanha e dar mais transparência e igualdade de oportunidades à disputa eleitoral. O texto segue agora para apreciação da Câmara. Para valer já nas eleições do próximo ano, a matéria precisa ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff até o dia 5 de outubro.

A proposta inicial foi do senador Romero Jucá (PMDB-RR), mas o texto aprovado no Senado foi um substitutivo já que houve alterações feitas pelo relator Valdir Raupp (PMDB-RO), além de outros senadores.

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Uma das mudanças é o tempo da campanha, que passa a começar no dia 7 de julho e não no dia 5 de julho como acontece atualmente. Para isso, as convenções partidárias seriam realizadas entre os dias 12 e 30 de julho. O período de propaganda gratuita no rádio e na televisão foi mantido. Continuam os 45 dias antes das eleições.

O projeto traz novas exceções em relação à propaganda antecipada, permitindo a cobertura de discussão de políticas públicas em eventos partidários; a realização e divulgação de prévias pelas redes sociais; a manifestação e a opinião pessoal sobre questões políticas em blogs, no twitter e outros espaços virtuais.

A nova norma abre mais espaço para manifestações na internet, sem serem consideradas propaganda antecipada. No entanto, em casos em que houver ofensas e agressões a terceiros, os responsáveis deverão responder civil e criminalmente e a Justiça Eleitoral poderá determinar a retirada do comentário da internet.

Financiamento
Tema de bastante discussão entre os parlamentares, o financiamento da campanha também está incluso neste projeto. As empresas públicas continuam proibidas de fazer doações de campanha. Já as empresas privadas, mesmo aquelas que integrem consórcios de empresas detentoras de concessão ou permissão pública, poderão fazer doações individualmente.

No semestre em que são realizadas as eleições, os repasses do Fundo Partidário continuarão sendo feitos normalmente. Mas fica proibido o uso desses recursos para pagamento de multas por irregularidades na propaganda eleitoral.

Cabos eleitorais
A emenda de Humberto Costa que previa o fim da contratação de cabos eleitorais foi rejeitada. O texto mantém a possibilidade com limites: 1% do eleitorado para os municípios de até 30 mil eleitores. Nas cidades com mais de 30 mil pessoas, adiciona-se uma pessoa para cada mil eleitores.

O Senado caminha para aprovar nesta terça-feira, 10, o projeto que torna o crime eleitoral ainda mais atraente ao permitir o pagamento da conta das irregularidades pelo contribuinte. É o que prevê o texto de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deve passar esta tarde pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Uma proposta de Jucá, acatada pelo relator da minirreforma eleitoral, o presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp (RO), permite que "multas decorrentes de propaganda eleitoral" sejam custeadas pelo Fundo Partidário, um caixa formado por impostos pagos pela população.

A aprovação da proposta abre brecha para que, não só os presidenciáveis do ano que vem, mas os demais candidatos a governador, senador e deputado usem a verba para bancar irregularidades cometidas nas eleições. Além de campanha antecipada, também podem ser alvo de multas pelos tribunais eleitorais, por exemplo, propaganda em local proibido e o uso do horário do partido para promoção do candidato.

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As multas eleitorais já são alvo de críticas de procuradores e magistrados por conta dos baixos valores, que geralmente não superam R$ 15 mil. O valor pequeno, segundo especialistas, tem servido como um estímulo a mais à transgressão. Só na corrida presidencial em 2010, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou por propaganda eleitoral irregular 28 vezes a agora presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então candidato do PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra. Contudo, todas essas condenações só culminaram na aplicação de R$ 175 mil em multas.

Antes mesmo do período eleitoral, o TSE já recebeu quatro representações de campanha antecipada dos possíveis candidatos à Presidência em 2014. Até o momento, nenhuma delas foi julgada.

Autor da emenda que foi incorporada ao texto do relator, Romero Jucá negou a intenção de usar dinheiro público para o pagamento de infrações de candidatos. Segundo ele, a nova norma valeria apenas para irregularidades de partidos. "É dinheiro público até chegar no partido. Quando chega, o partido pode usar como quiser: pagar pessoal, comprar material", disse. Contudo, o substitutivo aprovado na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que vai à última votação no colegiado nesta quarta, 11, não faz tal discriminação. Como vai à votação em caráter terminativo na comissão, se aprovada ela seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para apreciação no plenário do Senado.

O líder do PT na Casa, senador Wellington Dias (PI), concorda com Jucá. "Infrações de candidatos têm que ser pagas com recursos pessoais. Mas o partido deve poder usar o fundo para quitar débitos seus, uma vez que o dinheiro já é dele.", destacou. Ex-procurador da República, o senador Pedro Taques (PDT-MT) admite ter "restrições" ao uso que o texto pretende dar ao fundo. "Ainda estou buscando um argumento jurídico, mas lógico que é a proteção ao patrimônio público. Não dá para pagar uma irregularidade com dinheiro público."

A proposta de minirreforma eleitoral amplia as modalidades de aplicação do Fundo Partidário. Atualmente, os recursos podem ser aplicados na manutenção e sedes de serviços do partido, com 50% podendo ser aplicado em pagamento de pessoal, em propaganda, alistamento e campanhas eleitorais, em criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa, e na criação e manutenção de promoção e difusão da participação política das mulheres. O fundo distribuirá R$ 294 milhões às legendas este ano.

Câmara

A reunião que vai analisar o projeto foi uma convocação extraordinária do presidente da comissão, Vital do Rego (PMDB-PB). Caso não seja apreciada até 5 de outubro pelo Congresso, a um ano antes do pleito do ano que vem, as novas regras não vão valer já em 2014. O projeto ainda precisa ser apreciado pela Câmara dos Deputados, Casa em que há outra proposta de minirreforma eleitoral, relatada pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Jucá, contudo, disse que já negociou com o deputado os pontos de seu projeto no Senado e garante que não haverá dificuldades por lá.

O senador Humberto Costa (PT) apresentou nesta quarta-feira (4), três emendas ao projeto da minirreforma eleitoral aprovados em primeiro turno na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado Federal. Entre os temas levantados pelo petista estão o da proibição de cavaletes em campanhas e o uso de pessoal durante o processo eleitoral. A CCJ ainda terá de votar a matéria em turno suplementar, o que deve acontecer na próxima terça-feira (10), a partir das 14h.

Durante o discurso, o senador reconheceu que a proposta não atende todas as necessidades de mudança na legislação eleitoral, mas apontou alguns avanços na proposta aprovada. “Há um enorme avanço, por exemplo, em proibir a fixação de cartazes e outras. Nós sabemos que já se criou uma indústria de venda de muros, de espaços pra fixação de placas. Não é incomum ouvir relatos de alguém que chegou numa casa pintada com o nome de um fulano e que ouviu: vou votar no senhor, mas outro fulano me pagou o muro, por isso que está pintado com o nome dele”, exemplificou.

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Humberto Costa também defendeu a proibição de divulgação de qualquer material de campanha fixado em local público. “Não adianta trocar os cavaletes por pessoas segurando bandeira. Tem que ser proibido colocar, afixar o que for: cartaz, cavalete, em bem público. Isso já vai criar uma condição de igualdade enorme pra todos os candidatos”, defendeu, acrescentando: “campanha, no meu ponto de vista, tem que ser feito no corpo a corpo, na televisão e no rádio. Essas outras ações geram distorções de condições”, disparou. 

Outro assunto criticado pelo petista foi o uso excessivo de mão de obra em campanhas. “Essa questão de pagamento de inscrição de carteira assinada, na verdade, é um disfarce pra compra de votos. Às vezes, um vereador, que precisa de mil votos pra se eleger, ele contrata mil e quinhentas pessoas. Isso não pode ocorrer”, soltou.

Com informações da assessoria

Brasília- Pela primeira vez na história do Brasil o número de mulheres candidatas a vereadora ultrapassou a marca dos 30%. Nas eleições deste ano, do total de 448.413 candidatos, elas representaram 32,6%. Em comparação ao pleito de 2008, houve um crescimento em números absolutos de 69.312 e de 10,5 pontos percentuais na presença de mulheres em listas eleitorais. Mas se a presença feminina engrossou as opções de voto, no resultado final das urnas o desempenho delas ainda está muito atrás do alcançado pelos homens.

Em 2009, o Congresso Nacional aprovou a minirreforma eleitoral (Lei 12.034/09). Pela nova lei, os partidos foram obrigados a preencher 30% das vagas em eleições proporcionais com candidatos de um dos sexos. Antes, só a reserva de 30% das vagas era obrigatória, o preenchimento efetivo não.

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Para representantes do movimento feminista, existe uma contradição muito grande no resultado das eleições municipais deste ano. Ao mesmo tempo que a lei de cotas está sendo cumprida, o resultado final mantém as mulheres na média dos 12%. “É uma contradição para alguns que acreditavam que só cumprindo as cotas o problema estaria resolvido. Isso faz a gente ter mais claro como é importante mudar as regras do sistema eleitoral. Não tem cota que resolva se as regras continuarem da mesma maneira”, avaliou Sívia Camurça, da coordenação da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).

Ainda segundo ela, este ano, muitas candidatas entraram na disputa só para preencher cotas e livrar os partidos de problemas com a Justiça Eleitoral. Também da articulação de Mulheres Brasileiras Guaciara César vai além, e diz que “em alguns casos foram candidaturas laranjas e as que não foram não tiveram viabilidade política”. Mas os problemas não param por aí. As mulheres também reclamam da falta de condições materiais suficientes para realizar campanhas, da alta competição entre as candidaturas, e do fato dos gastos das campanhas eleitorais brasileiras estarem entre os mais altos do mundo.

Para a AMB a solução do problema depende de uma reforma eleitoral que passe a adotar regras como lista fechada com alternância de sexo e financiamento exclusivamente público de campanha. Para conseguir a mudança, a aposta das feministas é mobilizar em 2013 a sociedade, especialmente nas redes sociais, para recolher 1,3 milhão de assinaturas para apresentação no Congresso Nacional de um projeto de iniciativa popular.

Na avaliação do cientista político da Universidade de Brasília Leonado Barreto, a reserva de vagas de candidatas já mostrou que não tem eficiência.  “É uma regra que não deu certo, não cumpriu com seu objetivo. Temos  que pensar em mudar essa abordagem. Ao invés de  reservar vaga para candidaturas, é preciso criar cota de cadeiras efetivas. Não vejo outra maneira de resolver isso no curto prazo”, disse.

Barreto também observou que não é possível falar da mudança de todo o sistema eleitoral  com o objetivo único de inserção de gênero, já que isso teria implicações em todo sistema político. Sobre a proposta de financiamento exclusivamente público de campanha, o cientista político ressaltou que o modelo traria candidaturas mais competitivas, desde que fosse estabelecido que as mulheres iriam receber mais dinheiro.

Das 26 prefeituras de capitais, a partir de 1º janeiro, só uma, a de Boa Vista, em Roraima, vai ser comandada por uma mulher, Teresa Surita (PMDB). Para as câmaras municipais, 7.648 mulheres foram eleitas em 2012, 13,3% do total. Em 2008, 12,5% do total de vereadores eleitos eram mulheres.

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