Tópicos | Professor voluntário

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Na realidade atual do capitalismo e na mente de muitas pessoas, trabalhar e receber dinheiro é algo essencial. Para chegar a essa conclusão, basta analisarmos o discurso de um individuo que escolhe uma determinada área de atuação pelo salário de mercado que ela oferece. Mesmo assim, ainda há aqueles que deixam de lado os cifrões para se dedicar a atividades voluntárias.

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Para celebrar pessoas que se dedicam a trabalhos voluntários, esta quarta-feira (28) marca o Dia Nacional do Voluntariado. Nesse contexto, são várias as áreas sociais beneficiadas pelos serviços, tais como saúde, educação, bem como os excluídos da sociedade, entre outros. E, justamente no âmbito profissional de quem é professor, função tão prejudicada pelas más condições de trabalho e baixos salários, ainda tem gente que “abre mão” de ganhar dinheiro para disseminar conhecimento para quem precisa.

Estudante de história, Jonatas Lins, de 29 anos, dedica sua vida profissional ao Projeto Interação, idealizado por alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O objetivo da iniciativa é preparar para vestibulares estudantes de baixa renda e que estudaram em escolas públicas.

Bem diferente dos caros cursinhos preparatórios espalhados pelo Recife, onde professores renomados e famosos por aprovar candidatos dão aulas, no “Interação”, o simples prazer pela educação é o que move os envolvidos. “Cada um tem uma ideia diferente sobre a atuação voluntária no projeto. Eu vejo como uma coisa que enriquece a minha vida pessoal e profissional. O projeto, para mim, é uma escola onde aprendo como dar aula”, explica Lins, que além de professor de história, é coordenador do projeto.

Outro que se dedica voluntariamente ao preparatório é Cristiano Duarte, 25, que cursa sociologia. Funcionário público durante a semana, ele ainda arranja tempo para ministrar aulas, porém, ele acredita que algumas pessoas discriminam o trabalhador voluntário. “As pessoas olham diferente e mudam a fisionomia quando digo que sou voluntário. O capitalismo é baseado no lucro e quando alguém não ganha dinheiro pelo que faz é criticado”, conta.

Duarte pensa bem diferente dessas pessoas e tem um conceito formado para o voluntariado.  “É muito mais do que trabalhar de graça. É fazer o que eu gosto em benefício a alguém”, declara. Marcos José da Silva, de 24 anos, tanto é voluntário quanto ministra aulas em unidades educacionais de forma remunerada. Segundo ele, sua atuação ocorre da mesma forma em todos os locais de trabalho. “Não faz diferença se eu ganho dinheiro na escola e não recebo nada no projeto. Meu trabalho é feito com a mesma seriedade e profissionalismo nos dois locais de trabalho”, afirma Silva, que é professor de matemática.

Futuros voluntários

“Já fui aluno do projeto e consegui minha aprovação na graduação de matemática. Tenho muito que a agradecer aos professores e pretendo, no futuro, me tornar um voluntário. Quero ser  um exemplo para os estudantes”, conta Menezes. Vale destacar que, assim como os trabalhos remunerados, os voluntários são responsáveis com suas funções. Veja um vídeo abaixo com outro depoimento do coordenador do Projeto Interação, Jonatas Lins:O sonho de Sullen Sales, de 19 anos, é ser aprovada no curso de design gráfico. Para realizá-lo, ela se dedica muito ao projeto Interação e destaca como é importante o trabalho voluntário dos professores. “Eu vejo como eles se dedicam com amor ao projeto. As aulas são ótimas. Eles são dinâmicos”, diz.

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