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As lideranças do PT no Congresso reagiram ao pedido de prisão preventiva de Lula assinado por promotores do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Segundo petistas, o pedido é "irresponsável" e uma "provocação a embates".

Segundo o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), o pedido é uma provocação do promotor de Justiça. "Esse mesmo promotor já anunciava antecipadamente este processo de perseguição política na nossa liderança maior. Este promotor quer tocar fogo na nossa nação e no nosso País e nós não vamos cair nisso."

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Os parlamentares petistas temem que o pedido de prisão preventiva às vésperas da manifestação pró-impeachment possa acirrar os ânimos da população. "Isso cria uma provocação maior, que é jogar para as ruas os embates que estavam se anunciando", disse Paulo Rocha.

Um dos deputados mais próximos a Lula e um dos vice-líderes do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT) afirmou que a decisão do promotor é "irresponsável". "É um promotor que envergonha o Ministério Público, age de maneira partidária e ideológica às vésperas de uma manifestação para acirrar os ânimos no Brasil", disse.

Para Pimenta, essa provocação não tem qualquer "sustentação jurídica". "O promotor será corresponsável se algo ocorrer no domingo. Está se apostando numa crise institucional no País a exemplo do que as Forças Armadas fizeram no golpe de 64", criticou.

Os petistas pediram serenidade à população e reforçaram que os movimentos sociais de apoio à presidente não devem ir às ruas no próximo domingo.

"Estamos assegurando que nossa militância vá para a rua defender a democracia em favor da paz. A nossa orientação para nossa militância é que dia 13 é a convocação deles. A nossa é dia 18 e dia 31 (de março)", recomendou Paulo Rocha.

Em troca de mensagens por um aplicativo de telefone, os senadores petistas Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) mostraram-se consternados mesmo depois de terem votado pela manutenção do colega de partido e líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (MS), preso após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Paim e Pinheiro foram os únicos petistas que contrariaram a orientação da bancada e defenderam que Delcídio deveria permanecer em detenção preventiva durante votação ontem à noite no plenário do Senado.

"Foi duro, mas foi acertada a nossa posição", disse Walter. "De fato, está doendo até agora", respondeu Paim, ao acrescentar à mensagem um coração partido. Por 59 votos a favor, 13 contra e uma abstenção, os senadores entenderam numa votação aberta que Delcídio tem de permanecer preso. Ele é suspeito de tentar evitar que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró o implicasse numa delação premiada da Operação Lava Jato.

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No dia seguinte à votação, o senador gaúcho disse que "não tinha alternativa" que não a manutenção da pena do colega de bancada diante das evidências reveladas pela documentação encaminhada pelo Supremo ao Senado. "Ninguém aqui contestou o dossiê, infelizmente é lamentável o documento que chegou aqui, ficamos constrangidos e perplexos", disse ele, ao destacar que a Casa não queria criar obstáculos para que o Supremo realizasse as investigações.

Paim, que também defendeu a votação aberta para decidir o futuro do colega, definiu o clima no Senado de "tristeza e constrangimento". Um dos raros senadores na Casa hoje, o petista sugeriu que Delcídio se licencie por 120 dias do mandato de senador para se defender. "Por mais duro que a gente seja numa hora dessas, é legítimo o direito dele de defesa", disse.

O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), não apareceu ainda na Casa e está em conversas com aliados para discutir o que fazer com o caso envolvendo o petista - ele poderia mandar, por conta própria, um pedido para o Conselho de Ética, como acaba de sugerir o PSDB.

O senador gaúcho disse que pedirá até o final do ano a desfiliação do PT, mas afirmou que só vai decidir um novo partido em 2016. Disse que o caso envolvendo Delcídio não influenciou sua decisão.

Um ex-petista, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também votou pela manutenção da prisão do colega e definiu assim o espírito da Casa: "Não é bom, mas é um sensação de dever cumprido". Ele defendeu que o Senado aprecie logo o futuro de Delcídio. "Acho que está claro que ali houve um grave ato de quebra de decoro".

Contudo, Cristovam acredita ser difícil resolver o caso até o fim deste ano. Ele teme, contudo, que a demora possa favorecê-lo. "Vai passar o Natal, o carnaval, espero que não termine esmorecendo o sentimento", disse. "A gente tem que fazer o mais rápido possível, respeitando os ritos".

Em discurso no plenário, a senadora Ana Amélia (PP-RS), que também votou por manter preso o colega, ressaltou a força das instituições, numa comparação com a Venezuela. "Nós tivemos ontem uma sessão histórica, podemos ir para a casa com a certeza do dever cumprido e que contribuímos com o nosso voto para que as instituições saíssem fortalecidas, especialmente o Senado da República", destacou.

Centenas de petistas e integrantes de movimentos sociais se concentram na Praça do Derby, no Recife, para participar de um ato em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores e contra a intolerância. A manifestação é vista como uma resposta aos atos do último domingo (16), em defesa do governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Petistas e integrantes de movimentos como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação dos Trabalhadores da Terra em Pernambuco (Fetape) e do Movimento Sem Terra (MST) estão presentes na mobilização. Bandeiras do Brasil, da CUT e da Fetape, além de placas com “Fora Cunha”, “Dilma 13”, “Democracia sim, golpe não”, “Abaixo aos panelaços” e outras frases favoráveis a presidente tomam conta da praça.

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De acordo com o vice-presidente da CUT-PE, Paulo Rocha (PT), o que diferencia os que participam do ato desta quinta (20) com os que estiveram domingo (16) em Boa Viagem são os “sonhos comuns”. “O sonho [nos diferencia]. A gente sonha com a vida, a liberdade, um Brasil sem fome e o povo feliz. A gente tem um sonho além, aquele povo que estava no dia 16 podia ter um bom coração, mas os sonhos deles são para uma parcela reduzida da população, os ricos”, cravou.

Indagado sobre a declaração do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, de que lutariam dos todas as armas pelo governo da petista, Rocha amenizou a situação. “Vocês estão vendo as armas que nós temos. São as nossas bandeiras, as nossas camisas, nossos sonhos. Com armas foi Bolsonaro. Estamos fazendo um debate aqui pela vida”, observou Rocha.

“Quando a gente diz em defesa dos nossos direitos, criticamos a política econômica do país. Defendemos os direitos a nível nacional e local”, disse citando ser contrários a terceirização

Da Praça do Derby, a manifestação seguiu pela Conde da Boa Vista até a Praça da Independência, mais conhecida como "Praça do Diário". A expectativa da organização é de que 5 mil pessoas participem. De acordo com Paulo Rocha, chegaram pouco mais de 15 ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste e da Zona da Mata com militantes de movimentos sociais para a manifestação.

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Integrante da comitiva de grupos de movimentos sociais brasileiros de passagem por Caracas, o deputado João Daniel (PT-SE) criticou a iniciativa dos senadores brasileiros em tentar visitar políticos opositores ao governo de Nícolas Maduro que se encontram presos.

"Acho que os senadores poderiam vir e ver os dois lados. Eles vieram para fazer um ato político contra o governo da Venezuela, o que é lamentável", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo João Daniel. "Lamento profundamente que um grupo de senadores coordenados por Aécio Neves venha visitar e ser solidário. O caso da prisão está sendo tratando como política e no nosso entender não é. Por uma questão de respeito ao governo da Venezuela, eles também deveriam ouvir as autoridades locais", emendou.

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A defesa do deputado ao governo venezuelano também foi feita em entrevista na manhã de hoje à ANTV, canal de televisão estatal do governo venezuelano. Na ocasião, João Daniel considerou como "oportunista" a visita dos senadores brasileiros de oposição ao governo Dilma. E que ela serviria apenas para "desgastar o governo democrático.

À reportagem, o deputado também considerou que o governo venezuelano não atuou para tentar impedir a visita dos senadores brasileiros aos políticos opositores ao governo Maduro. "Pelo o que eu sei, o governo da Venezuela os recebeu dentro de todo o trâmite normal. Não criou nenhum obstáculo para eles", disse João Daniel que desembarcou ontem em Caracas no mesmo horário dos senadores.

Visita

Num clima de tensão provocado pela ação de militantes pró-governo de Nicolás Maduro, e com direito a abordagem de militares com câmeras filmadoras, a comitiva de senadores brasileiros não conseguiu cumprir nesta quinta-feira, 18, agenda de visita a líderes políticos de oposição presos.

O grupo, liderado pelos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores, voltou ao Brasil após cinco horas de espera e duas tentativas frustradas de sair do aeroporto metropolitano em direção ao centro da capital Caracas, a 21 quilômetros dali.

Em nota, o governo brasileiro lamentou os incidentes com os senadores e classificou de "inaceitáveis" os ataques de manifestantes contra os parlamentares brasileiros, destacando que vai solicitar, "pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido".

O grupo de oito parlamentares, todos opositores à presidente Dilma Rousseff, visitaria líderes de oposição a Maduro, inclusive Leopoldo López, em greve de fome há 25 dias, e almoçaria com membros da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática. Havia, ainda, previsão de encontros com parentes de presos políticos e uma visita ao prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, que cumpre prisão domiciliar. Mas a comitiva teve de voltar antes do previsto ao Brasil.

O ministro da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas (PT), minimizou nesta sexta-feira (8) a ausência de nove petistas na votação da Medida Provisória 665, que restringiu acesso a direitos trabalhistas no pacote de ajuste fiscal. "Todas as votações têm deputados que não estão presentes, porque estão em missões oficiais ou em outras agendas. O PMDB também não teve 100%, partido nenhum teve. O importante, que é o que vale, é entre os presentes, quem votou favorável", disse a jornalistas. "O PT foi o partido que deu o maior porcentual de votos à proposta", completou - dos petistas presentes, apenas um votou contra o projeto, 54 votaram a favor.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alfinetou a posição do PT, dizendo que o partido cumpriu apenas "80%" do que havia acordado para aprovação do ajuste fiscal. Ele disse que deputados petistas "simplesmente se evadiram" tanto na votação do texto-base, na quarta-feira, 6, como na votação dos destaques ontem, 7.

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O Planalto enfrentou um embate duro para aprovar a MP, cara ao ajuste promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O texto passou por 252 votos a favor, 227 contra. Frente à dificuldade, optou por punir partidos da base que foram infieis na distribuição de cargos.

Pepe Vargas também desconversou sobre a intenção do governo de retaliar. "A questão não é discutir a punição ou não punição, a questão é discutir que de fato, quando a gente compõe um governo, é importante que a base de apoio se unifique naquelas agendas que são fundamentais do governo. Nelas, é importante que a base acompanhe (o governo) e esse debate o governo vai fazer de forma muito tranquila com todos os partidos que apoiam sua base."

Maioridade penal

O ministro disse esperar que a votação da PEC que propõe reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos não entre em uma lógica de toma lá dá cá no Congresso Nacional. Pepe Vargas, assim como todos os ex-ministros da SDH, se manifestou publicamente contra a PEC e também assinou nota de repúdio divulgada na semana passada. O projeto é defendido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

"Espero que um assunto tão importante como esse não seja tratado dessa forma. A redução da maioridade penal não é um problema do governo, é uma questão suprapartidária", disse Pepe Vargas ao repetir o argumento de que a redução seria ruim para toda a sociedade, na medida em que aumentaria a violência em vez de reduzi-la. "Você vai colocar jovens que cometeram delitos de baixo poder ofensivo contra a sociedade em presídios onde o crime organizado está articulado", argumentou.

Pepe admitiu que o texto da PEC deve ser aprovado na comissão especial e chegar ao plenário, mas disse acreditar que o bom senso e o interesse da sociedade prevalecerão e que a PEC será derrubada no Congresso. Por ser uma proposta de emenda constitucional, o texto, se aprovado, não pode ser vetado pela Presidência. Em caso de aprovação, Pepe Vargas e outros ministros que o antecederam na pasta avaliam entrar com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo, mas a discussão ainda é preliminar.

Pepe Vargas participa do lançamento da nona edição da Caravana Siga Bem, que promove ações de cidadania e entretenimento entre caminhoneiros por todo o País.

Os deputados petistas que não apoiaram a medida provisória que integra o pacote fiscal disseram na quinta-feira, 7, que votar pela restrição de acesso ao seguro-desemprego seria votar contra o trabalhador.

Weliton Prado (MG), único a dar seu voto contrário à MP 665 - outros nove petistas se ausentaram -, foi chamado de "oportunista" pelos colegas, mas respondeu. "Fui coerente com minha trajetória e com o compromisso com os trabalhadores", disse Prado ontem, quando tornou a votar em desacordo com o PT nos destaques da MP. Para o parlamentar, o ajuste fiscal proposto pelo governo não deveria se restringir aos trabalhadores. "Não é certo fazer ajuste só com o trabalhador. Por que não fazer com os bancos?"

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Entre os nove que não apareceram para votar, três não estavam, de fato, na Câmara anteontem: Assis Couto (PR), Professora Marcivania (AP) e Ságuas Moraes (MT). Outros seis deputados do partido chegaram a marcar presença, mas não votaram: Erika Kokay (DF), Luizianne Lins (CE), Marcon (RS), Padre João (MG), Pedro Uczai (SC) e Zé Geraldo (PA).

Luizianne Lins afirmou, via nota oficial, ter se retirado do plenário por não concordar com o mérito da matéria. "Foi uma decisão política", disse. Marcon declarou, também por nota, ter se ausentado por entender que as novas regras prejudicam os trabalhadores. "Não votei contra em respeito ao governo e à bancada do Partido dos Trabalhadores." Padre João também falou por escrito: "Votar contrário era votar contra a minha bancada e contra o próprio governo".

No Acre

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o ajuste fiscal do governo em evento no Acre. "Quando se fala em ajuste fiscal, todos se assustam, mas é uma coisa que até a dona de casa faz."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No "divã" depois da derrota do PT neste domingo (1), na eleição para Mesa Diretora da Câmara, deputados da corrente majoritária do partido se reuniram na manhã desta segunda-feira (2) para "digerir" o resultado e traçar uma estratégia de reação para tentar pelo menos diminuir o isolamento da sigla na Casa.

Com o diagnóstico de que a bancada e o governo adotaram uma estratégia "completamente equivocada" na campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP), vencido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda no primeiro turno, os petistas decidiram que precisam levar um recado claro ao Palácio do Planalto: o ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais, e o líder do governo na Câmara Henrique Fontana, ambos do PT gaúcho, não têm mais condições de permanecer em seus postos. Além do mais, eles vão levantar a tese de que um peemedebista precisa integrar o núcleo duro da articulação política do governo, sob pena de a presidente Dilma Rousseff e o próprio PT viverem um inferno astral no Legislativo pelos próximos quatro anos.

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"O governo tem que ser reconfigurado nas relações com o Parlamento, em especial na Câmara", disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, um dos deputados da corrente Construindo Um Novo Brasil (CNB) que participou de uma reunião convocada para "lavar a roupa suja" na manhã de hoje, na Câmara.

Diante do clima "antiPT" instalado no Legislativo, os deputados chegaram ainda a outra conclusão: é preciso colocar alguém de fora do PT em um posto chave da articulação política do Palácio do Planalto com a Câmara. "É preciso colocar alguém de fora do PT nas Relações Institucionais ou na liderança do governo", disse um dos presentes. "Não dá para ter um núcleo duro só do PT", acrescentou. O ideal, disse, é que um político do PMDB seja alçado para essa tarefa. O encontro desta manhã reuniu seis petistas: Carlos Zarattini (SP), Luiz Sérgio (RJ), Vicente Cândido (SP), José Mentor (SP), Sibá Machado (AC) e Beto Faro (PA).

Ontem, a presidente Dilma sofreu uma dura derrota na Câmara. Eduardo Cunha, seu desafeto pessoal, conquistou a presidência da Casa com mais de 100 votos de vantagem sobre Chinaglia, candidato do governo. De quebra, o peemedebista articulou um bloco parlamentar que excluiu o PT da cúpula da Câmara e das principais comissões temáticas.

Crise

A portas fechadas e exaltados nesta manhã, os petistas da CNB chegaram a falar em "sobrevivência do PT" e que era preciso se posicionar sobre a inviabilidade de Fontana ser o interlocutor do governo na Câmara diante da crise pela qual o partido passa. "Tem que ir ao Rui (Falcão, presidente do PT) e dizer que não dá mais para continuar com o Fontana", esbravejou, durante o encontro, um dos parlamentares.

Ao fustigar Pepe, os presentes lembraram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalava para a Secretaria de Relações Institucionais pessoas com estofo político para negociar com a base aliada, como Aldo Rebelo e Walfrido Mares Guias.

Disposto a medir forças dentro do PT e a escancarar críticas à política econômica do governo Dilma Rousseff, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu tenta reaglutinar o seu grupo no partido. Dois anos após ser condenado no processo do mensalão e cumprindo pena em casa desde novembro, Dirceu recebe com frequência deputados, senadores e dirigentes que se queixam do governo e pregam mudanças na legenda. Os movimentos do petista têm o objetivo de articular a formação de um novo campo político no PT, que pode culminar em seu afastamento da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no partido.

Embora tenha sido condenado em 2012 a 7 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, Dirceu ainda se considera forte no PT e quer reunir, após o carnaval, militantes de diferentes tendências. Até agora, ele já conversou com cerca de 30 deputados, sete senadores e correligionários de vários Estados em sua casa no Lago Sul de Brasília, onde cumpre a prisão domiciliar. Até mesmo parlamentares da corrente Mensagem ao Partido - integrada pelo titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, seu desafeto - e de grupos do PT mais à esquerda no espectro ideológico, já se reuniram com o ex-ministro.

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Nas conversas reservadas, às vésperas da comemoração de 35 anos do PT, que serão completados em fevereiro, Dirceu diz que sua intenção é discutir os rumos do partido antes de seu 5º Congresso. O encontro de Salvador, em junho, vai nortear as ações do petismo nos próximos anos e deve fazer uma autocrítica sobre a sucessão de escândalos que se abateram sobre a legenda.

Padrinho de Renato Duque, ex-diretor da Petrobrás que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Dirceu tem afirmado aos interlocutores que o PT e o governo Dilma estão na defensiva e não sabem reagir à oposição. Critica abertamente a direção do PT, a presidente Dilma, a equipe econômica e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência) e Pepe Vargas (Secretaria de Relações Institucionais), encarregados da articulação política com o Congresso.

Na terça-feira, 18, Dirceu publicou em seu blog um texto criticando as recentes medidas econômicas do governo. "O aumento de impostos e dos juros são apenas consequências, desdobramentos da busca de um superávit de 1,2% do PIB este ano", escreveu. "A elevação dos juros visa derrubar a demanda e vem casada com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os empréstimos às pessoas físicas. Aí, também, refreando o consumo. Caminhamos assim - conscientemente, espero, por parte do governo - para uma recessão com todas as suas implicações sociais e políticas." Dirceu está ressentido com a cúpula do PT, porque se sentiu abandonado durante o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

A portas fechadas, a posição do ex-todo poderoso chefe da Casa Civil é parecida com a da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Marta foi enfática: "Ou o PT muda ou acaba". Um amigo que esteve com Dirceu recentemente diz que o ex-ministro de Lula tem "energia para brigar" e quer se "reinventar". Segundo esse interlocutor, Dirceu tem uma posição crítica em relação ao atual processo político e à cúpula do governo.

Restrições

O cumprimento da sentença do mensalão em regime de prisão domiciliar impõe restrições à atuação de Dirceu. Ele não pode, por exemplo, sair de Brasília sem autorização do Supremo. Deve ficar em casa das 21 às 5 horas, é proibido de frequentar bares e de promover encontros com outros condenados que estejam cumprindo pena.

O pedido de prisão domiciliar foi mais um ponto de atrito de Dirceu com o comando do PT. Dirigentes do partido e até emissários de Lula chegaram a pedir a ele que só apresentasse esse pedido após a campanha da reeleição de Dilma, para não dar discurso ao PSDB, reavivando o mensalão. Dirceu não aceitou. Agora, ele escreve o livro Tempos de Papuda, sobre sua passagem pelo presídio do Distrito Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Deputados do PT reagiram ao manifesto em defesa do "volta, Lula" divulgado pela maioria da bancada do PR na Câmara e reafirmaram que a presidente Dilma Rousseff deverá ser a candidata petista ao Planalto. "No PT, não há a menor dúvida e estamos empenhados (na reeleição de Dilma)", avaliou o vice-presidente da legenda e deputado federal José Guimarães (CE). "Para o PT, isso está resolvido e a discussão não cola no PT", acrescentou.

Na tarde desta segunda-feira, o líder do PR na Câmara, Bernardo Vasconcellos (MG), divulgou um manifesto apoiado por 20 dos 32 deputados da sigla, no qual defende a reedição da aliança "capital e trabalho", em referência ao vice escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário José Alencar. No documento, os integrantes do PR pedem o retorno de Lula e alegam que o "momento de crise, dentro e fora do País, reivindica a força de uma liderança política com a experiência e o brilho de Luiz Inácio Lula da Silva no comando da nação brasileira novamente". Vasconcellos disse que a posição assumida hoje não significa um rompimento com o governo Dilma Rousseff.

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O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) fez coro a Guimarães e avaliou que a "candidatura natural" do PT é a presidente Dilma Rousseff. O petista disse ainda que a bandeira levantada hoje pelo PR é uma manifestação "legítima" e típica do "momento pré-eleitoral", mas reiterou a defesa à candidatura de Dilma. "O que está colocado (no partido) é a reafirmação do apoio à presidente Dilma", disse o deputado.

Durante a explicação da decisão tomada pelo PT em relação ao Processo de Eleição Direta (PED) em Pernambuco na última sexta-feira (22), no sede do partido no Recife, um dos assuntos abordados pelos petistas foi a prisão dos políticos envolvidos no mensalão. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi encarada como “violação da dignidade humana”.

O postulante ao PED estadual, Bruno Ribeiro, frisou durante discurso de explicação sobre o acordo feito com a deputada estadual Teresa Leitão (PT) que apesar de algumas diferenças entre ele e Leitão, tinha um assunto que não precisava de acordo. “Nós não precisamos de acordo para mostrar a nossa indignação com alguns companheiros como Genoíno que está sendo condenado sem provas”, defendeu o petista.

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Afirmando ter aceitado o convite para fazer parte da chapa sem alegria em virtude das dificuldades internas do PT, Ribeiro disse estar feliz pelo acordo feito com Teresa e assegurou que ela construirá à presidência “com muitas mãos”. O petista também demonstrou revolta ratificando sua afirmação anterior sobre o mensalão. “Ver um cidadão preso trazido por um avião e as pessoas cuspindo sangue representa um momento de violação da dignidade humana”, lamentou.

Já Teresa, que será a nova presidente estadual da legenda a partir de 9 de dezembro, fez questão de citar a saída de alguns membros do PT e de ter perdido o apoio de tendências como o do PSB do governador Eduardo Campos. Além disso, a petista também comentou a prisão dos mensaleiros. “Tivemos um momento doloroso e se perdurou no momento de condenação dos réus petistas. Isso acontece é pelo o que a gente faz, pelos paradigmas que conseguimos quebrar”, desabafou a deputada.

O primeiro encontro regional do PSDB ocorrido na cidade de Maceió, neste sábado (21), além de ter sido marcado oficialmente pela largada da candidatura do presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, foi caracterizado também, por fortes críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT). Rodeado de correligionários tucanos durante todo o evento, farpas foram dirigidas ao governo de Dilma Rousseff em quase todo momento sem receios ou discrições, como quando Neves chamou a sigla de: “O PT do improviso”.

Uma das alfinetadas foi proferida pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), reclamando dos problemas vividos no país e no Nordeste. "O Brasil não aguenta mais o que está por aí... e a região Nordeste muito menos. Chegou a hora de mudar", disse.

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Outro tucano que soltou o verbo para o lado do governo federal foi o senador Cássio Cunha Lima (PB): “O atual governo precisa parar de gastar nele mesmo para investir mais nas pessoas”, criticou os investimentos em publicidade, juntamente como o deputado federal Sérgio Guerra (PE). “Ao contrário da publicidade e números do governo, a região Nordeste segue castigada e abandonada”, disparou Guerra, seguindo pela posição do prefeito de Maceió, Rui Palmeira. “Falta política de desenvolvimento para a região Nordeste e o PSDB tem um novo modelo para o nosso Brasil”, acrescentou.

Quem também aproveitou o espaço para atacar o Partido dos Trabalhadores foi Aécio Neves. “Hoje o que ouvimos aqui foi uma busca de resgate de valores e propusermos a construção de um país político longe das benéfices do poder e próximo do povo das ruas. As ruas que se inquietaram e assistiram com inércia a incompetência de um governo que vende ilusões. Para nós, o PSDB não é uma alternativa, é a solução!”, alfinetou.

Ratificando suas críticas aos petistas, o tucano disse em alto tom que a gestão do partido deve acabar e se colocou como autor de ações para o Brasil. “Esse ciclo do PT tem que se encerrar em benefício da decência brasileira. Chega de enrolação. Fomos nós do PSBD, responsáveis pela economia, somos nós contra o voto raivoso o responsável pela lei de responsabilidade fiscal. Somos nós do PSDB que privatizamos setores da economia que deveria ser em benefício do Estado. Somos nós que iniciamos aqui em 2011 os programas de transferência de renda com o Bolsa Educação e depois o Bolsa Escola que se transformou em Bolsa Família”, descreveu.

Ainda falando sobre os programas sociais, o senador não disse ser contra ao programa Bolsa Família, mas criticou a forma como funciona a iniciativa. “Ao contrário dos nossos adversários nós não nos contentamos com a sustentação da miséria, por isso, a educação é tratada de forma prioritária. Nós temos uma diferença profunda de compreensão, mas para nós, o Bolsa Família é apenas um ponto de partida, e o PT acha que é um ponto de chegada (...), o Nordeste cansou de medidas paliativas”, avaliou. 

Neves também pontuou definitivamente sua campanha eleitoral para presidente em 2014, e disse ter começado por Alagoas. “Começamos aqui em Maceió nossa proposta para superar o PT do improviso. O Brasil não pode continuar vivendo este processo de degradação”, afirmou.

O Planalto tenta conter o desgaste sofrido nas últimas semanas pelas lideranças emergentes do PT. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que após as manifestações de rua viu sua popularidade cair 16 pontos numa pesquisa do Datafolha, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que comanda a pasta cujos serviços têm a pior avaliação da população, esperam mais recursos federais para dar andamento a projetos e programas.

Haddad estará hoje (2) em Brasília para discutir com ministros e técnicos do governo obras do PAC Grandes Cidades, versão do Programa de Aceleração do Crescimento voltado para mobilidade urbana. "A primeira linha de financiamento gira em torno de R$ 1,7 bilhão, que são os corredores (de ônibus) que nós licitamos esse ano seguindo as regras do PAC, porque não estavam previstos recursos", disse Haddad. A Prefeitura não informou quais serão as outras áreas beneficiadas pelo PAC. Os corredores formam um pacote de 66 quilômetros.

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"Temos de responder às ruas com trabalho, antecipando cronograma, com mais investimento, temos de responder com mais governo, com mais diligência, presteza, atendendo à população com a melhoria do serviço público", afirmou o prefeito. Ele enfatizou que todos os governantes tiveram a popularidade afetada. Em abril, Haddad esteve no Planalto para pedir urgência no aumento de recursos do PAC para o município, mas a conversa com a presidente Dilma Rousseff não representou avanço nos repasses. Na época, ele reclamou que o PAC não atendia às demandas da capital.

Além dos corredores de ônibus, outra preocupação do prefeito e do governo federal é com o atraso no cronograma de obras em torno do estádio Itaquerão, na zona leste, que sediará o jogo de abertura da Copa do Mundo em 2014. O governo estima que apenas 30% das obras do projeto orçado em R$ 317 milhões foram concluídas. Outra obra de mobilidade urbana no município prevista no PAC é a construção da linha do Monotrilho que ligará o bairro do Morumbi ao aeroporto de Congonhas, orçada em R$ 3,1 bilhões, e que terá recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Padilha

Na saúde, o governo decidiu tirar do papel projetos que estão parados no ministério. O principal deles é a convocação de médicos estrangeiros interessados em trabalhar no serviço público. Os municípios terão de informar ao governo o déficit de médicos em seus postos e hospitais. O salário do médico que aderir ao programa será de R$ 10 mil, segundo edital divulgado ontem (1). O projeto é criticado por entidades do setor.

Depois de dois anos de discussão, o governo pretende ainda incluir, no próximo ano, a vacina de HPV no Programa Nacional de Imunização. O imunizante estará disponível para meninas de 10 e 11 anos na rede pública de saúde e nas escolas. O Ministério da Saúde deverá distribuir ainda os medicamentos antirretrovirais para prevenção à aids e não somente para pessoas infectadas pelo HIV.

A vacina custará para o ministério R$ 30 por dose - valor 8% menor daquele que é pago pelo Fundo Rotatório da Organização Pan -Americana de Saúde. A estimativa é a de que a vacina tenha 90% de eficácia. Nos EUA, segundo o governo, a cobertura vacinal não superou 35%. Mesmo assim, a vacinação trouxe uma redução de 56% nos casos de novas infecções pelo HPV, um vírus que infecta pele e mucosas. Existem mais de 100 tipos deles, mas cerca de 13 estão associados ao câncer. A estimativa é a de que 80% das mulheres sexualmente ativas tenham tido contato com o vírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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