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Na segunda-feira, 31 de agosto, o ZOOUNAMA realizou a transferência de seis peixes-boi da Amazônia para a 2ª fase do Projeto, que fica localizada na comunidade Igarapé do Costa, em Santarém, na região oeste do Pará. A transferência ocorreu com apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 4º Batalhão do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. 

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A segunda base do projeto está relacionada ao estágio final do tratamento dos peixes-boi, antes da soltura. A base é composta por piscinas naturais, feitas diretamente nos afluentes do rio Amazonas, com uma estrutura totalmente adaptável para dar ao animal as melhores condições. 

De acordo com a administradora do zoológico, Mary Jane, o projeto tem dado bons resultados e, nos últimos anos, já salvou vários filhotes encontrados a deriva nas águas do rio Amazonas e do seu afluente, o rio Tapajós.  “É visivelmente claro que essa é uma ação de extrema importância e fundamental para conservação da espécie, que tem se adaptado a todo esse processo. Acreditamos que estes mamíferos se adaptarão com a água corrente do rio e, em breve, serão soltos e monitorados por rádio telemetria, que é a última fase”, destacou. 

Já o médico veterinário que acompanhou todo o processo de avaliação clínica, Jairo Moura, disse que os animais, quando filhotes, receberam diariamente uma dieta sem lactose, acrescida de suplemento vitamínico, óleo de canola, além de atendimento especializado, dependendo da ocasião (clique no ícone abaixo e ouça podcast com o veterinário).

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Desde 2008, o Projeto Peixe-Boi do ZOOUNAMA já salvou mais de 100 mamíferos feridos na região amazônica. Todos os animais recebem um tratamento especial e ficam em piscinas artificiais adequadas ao tratamento de reabilitação, além de receberem acompanhamento de profissionais qualificados, como biólogos, veterinários e tratadores de animais.

Com informações do ZOOUNAMA.

 

Uma expedição realizada pela equipe do zoológico da UNAMA, Instituto Chico Mendes (ICMBio), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), em Santarém, oeste do Pará, promoveu a soltura de quatro peixes-bois da base flutuante do projeto, na comunidade Igarapé do Costa. A operação ocorreu na quinta-feira (14), no porto Marques Pinto.

Os mamíferos serão monitorados por um rádio transmissor nas águas dos rios Tapajós e Amazonas. Os peixes-boi chegaram no projeto ainda filhotes, quando passaram pela 1° fase do processo de reabilitação nas piscinas do zoológico. Concluída essa etapa, eles foram transferidos para a 2ª fase, em uma base flutuante de 100 metros quadrados no rio. Agora, na 3ª fase serão soltos em seu habitat, sem limitações de espaço.

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Segundo Jairo Moura, médico veterinário do Zoounama, o processo é feito de forma gradual e com acompanhamento técnico. Quando filhotes, os animais recebem diariamente quatro vezes uma dieta láctea, sem lactose, acrescida de suplemento vitamínico, óleo de canola e óleo mineral, além de atendimento especializado quando a ocasião exige.

“Paulatinamente, é feita a substituição da dieta láctea sem lactose pela com lactose, após constatação de que o animal tolera este dissacarídeo. Gradativamente a inclusão de macrófitas aquáticas é efetuada nos itens alimentares até a retirada total da dieta láctea possibilitando a ida do espécime para a base flutuante situada em um lago de uma comunidade próxima a Santarém”, frisa Moura.

No rio, os animais têm contato com a água corrente, enquanto que nas piscinas é água de poço. A aclimatação natural faz com que haja alterações comportamentais diferentes quando comparadas nas piscinas. Os mamíferos ficam aproximadamente três anos na aclimatação e depois seguem para a base do rio.   

Jairo também ressalta que, hoje, o projeto conta com dez animais na aclimatação e que passarão por coletas de sangue para avalição do perfil sanitário. “Com os rádios transmissores, nós, do zoológico, faremos o acompanhamento e observaremos o comportamento no habitat natural dos mamíferos”, explica.

O peixe-boi de água doce tem o nome científico de Trichechus inunguis, é endêmico da bacia amazônica e encontra-se na lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção. Os animais vivem de 5 a 10 anos e pesam em média 115 quilos.

Uma das descrições mais antigas acerca do peixe-boi da Amazônia foi efetuada pelo padre José de Anchieta, em 1560, na qual relaciona características particulares entre o peixe-boi de água doce e o de água salgada. A carne deste animal foi muito apreciada pelos primeiros viajantes, naturalistas, pelos índios e pelos colonizadores. 

Ao longo de seus dez anos, o Zoológico da Universidade da Amazônia (Zoounama) tem desenvolvido trabalhos agregados à iniciação científica, reabilitação de animais e educação ambiental no município de Santarém, Oeste do Pará. Dentre esses, o “Projeto Peixe-boi” tem sido referencial no município com mamíferos ameaçados pela caça ilegal nos rios Tapajós e Amazonas.

Todos os animais mantidos pelo projeto são chamados pelo nome, recebem um tratamento especial e ficam em piscinas artificiais adequadas ao tratamento de reabilitação. Além de receberem acompanhamento de biólogos, veterinários e tratadores de animais.

Por Lana Mota/Ascom UNAMA.

Em uma região conhecida pela grande quantidade de lixo e sujeira, um peixe-boi encalhou no início da tarde de terça-feira (14) no braço do rio Capibaribe, no Largo da Paz, bairro de Afogados, na Região Metropolitana do Recife. Um equipe de resgate do Corpo de Bombeiros foi enviada ao local e conseguiu retirar os entulhos que prendiam o animal. Apesar do trabalho dos mergulhadores do Grupamento Marítimo, o peixe-boi ainda permaneceu preso por mais algumas horas na lama da maré, que ainda estava muito baixa. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a equipe conseguiu desencalhar o animal, mas ele não conseguia sair da área do mangue. Para garantir a integridade física do animal, o Sargento Ednaldo, que acompanhou a ocorrência, explicou que a equipe ficou no local por horas. "Entramos no ambiente líquido e a equipe ficou no local até que a maré subisse para que o peixe-boi retornasse ao seu habitat natural", relatou. Os Bombeiros afirmaram que até o fim da noite da terça, o animal já tinha retornado ao mar. 

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Na manhã desta quarta-feira (15), a coordenadora do Centro de Mamíferos Aquáticos, Fernanda Attademo, que administra o Projeto Peixe-Boi na Ilha de Itamaracá, esteve no local para avaliar a situação do animal. Ela explicou que é normal que os peixes-bois entrem em áreas fluviais. "Eles buscam os rios para se reproduzirem, para interagir com as pessoas ou até para tomar água", pontua a pesquisadora. Para a coordenadora, o problema é quando há um excesso de interação com o público. 

"Eles são animais muito dóceis, as pessoas ficam jogando comidas e ele acaba sendo atraído, mas isso o prejudica porque ele perde o tempo da maré e fica preso no rio", completa Fernanda. A veterinária pontua que é recorrente os casos de animais que são atraídos pelas pessoas e acabam ficando encalhados. "Por isso é indicado que os populares não joguem comidas para o bicho e procurem informar ao Projeto Peixe-Boi o paradeiro do animal", conta. O grande receio da veterinária é que áreas com muito lixo prejudiquem o bicho. "Eles podem acabar ingerindo esses dejetos e já tivemos vários animais que morreram por isso", lamenta.

Animal não foi localizado

A equipe do Centro de Mamíferos Aquáticos vei ao Recife, mas não conseguiu localizar o animal, que já vinha sendo monitorado pelo grupo de pesquisa. "Geralmente colocamos um rádio para localizar os animais através dos sons, mas as vezes retiramos para que ele possa interagir naturalmente com a natureza, sem a interência humana", conta Fernanda. Até a publicação desta reportagem, o peixe-boi não tinha sido localizado pela equipe. Atualmente na Região Metropolitana do Recife há dois peixes-bois soltos. Esse que estava no bairro de Afogados foi reproduzido no Estado de Alagoas e se deslocou à capital pernambucana.

A pesquisadora informou que desde 1994, já foram soltos 43 animais. "Em nosso cativeiro ecológico, nós ensinamos os animais a ter contato com a natureza, correnteza, com a maré baixa e alta e a se alimentar", explica. Quando soltos, os bichos têm mais maturidade para sobreviver no meio aquático. O peixe-boi marinho já foi o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil, e estava classificado como Criticamente em Perigo (CR). Há estimativas de que na época eram apenas 500 animais em todo o país. O último estudo, feito em 2013, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com a Fundação Mamíferos Aquáticos, identificou a existência de uma população de mil peixes-boi marinhos da costa de Alagoas até o Piauí.

Em situações de encalhamento dos animais, o Corpo de Bombeiros alerta à população sobre providências que devem ser tomadas. Os popularesm devem evitar falar muito alto próximo ao animal e principalmente não alimentá-lo. Para buscar ajudar, é importante procurar o Projeto Peixe-Boi atende através do telefone 3544-1948 ou 3544-1056. 

Morreu na madrugada desta quinta-feira (17) o filhote de peixe-boi fêmea encontrado preso em um braço do rio Capim, em Goianésia do Pará. “Victoria”, como foi batizada, estava sendo transportada até o campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Castanhal, mas não resistiu à viagem de seis horas. As causas da morte ainda serão confirmadas por laudo. A ocorrência do animal na região é considerada rara pelos especialistas do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Na viagem, na quarta-feira (16), o filhote recebeu os cuidados de profissionais do Ibama, UFPA e Museu Goeldi. No trajeto de 438 quilômetros, o estado de “Victoria” era monitorado o tempo todo, com hidratação e aplicação de soro nos olhos para evitar ressecamento. O filhote tinha três meses e pesava 15 quilos.

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Há dois meses, quando foi encontrada, “Victoria” estava debilitada. A pesca predatória provavelmente foi a causa da morte da mãe dela. O objetivo da operação era cuidar do filhote de peixe-boi por mais um mês, em Castanhal, com a ajuda de veterinários do campus da UFPA, até a transferência para outro viveiro, em Salvaterra, no Marajó. Quando completasse dois anos, “Victoria” seria levada novamente para o rio Capim.

O salvamento do filhote era até então motivo de comemoração para pesquisadores ligados aos estudos de mamíferos aquáticos na Amazônia. Devido aos vários anos de extermínio da espécie pela ação do homem, a aparição de peixes-boi naquela região se tornou incomum.

Por Laura Carvalho e Arthur Siqueira, com informações do Museu Goeldi.

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