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Sachin é hindu, Seema era muçulmana. Um indiano e uma paquistanesa cujo amor cruzou clandestinamente as fronteiras de seus países para superar as rivalidades nacionais e o medo de represálias religiosas.

O casal se conheceu jogando PUBG, um jogo eletrônico, durante a pandemia de Covid-19, em 2020, quando Seema foi atraída pelas habilidades de Sachin.

"Ficamos amigos, nossa amizade se transformou em amor e nossas conversas ficaram cada vez mais longas, da manhã à noite, até que finalmente decidimos nos encontrar", conta a mulher casada e mãe de quatro filhos.

Em maio, a paquistanesa de 27 anos deixou seu marido e entrou clandestinamente na Índia com seus filhos através do Nepal, razão pela qual o casal foi preso e solto no mês passado.

Desde então, Seema se casou com Sachin e adotou seu sobrenome.

"Eu me converti ao hinduísmo", disse, sentada com ao lado do marido no vilarejo de Rabupura, a 55 quilômetros de Nova Délhi. "Prefiro morrer a voltar ou deixar Sachin", confessou.

No entanto, a vida do casal não tem sido fácil. A polícia indiana afirmou que é impossível que a mulher permaneça no país por um longo prazo.

"Peço ao governo que me dê a cidadania indiana", pede ela, que agora conta com a visibilidade de seu caso na Índia. Pessoas de aldeias próximas os visitam desde que sua prisão foi noticiada na mídia.

"Sachin está muito feliz, até a família dela os aceitou, então o governo tem que garantir que eles não a obriguem a sair", disse Rakesh Chand, um homem de 37 anos que dirigiu por uma hora para parabenizar o casal.

- "Viver e morrer juntos" -

O amor entre ambos, no entanto, contrasta com a amarga relação histórica entre os dois países. Índia e Paquistão, duas potências nucleares, travaram três guerras desde a separação após a independência do Império Britânico em 1947. Além disso, suas relações diplomáticas, culturais, comerciais e esportivas são muito limitadas.

A apostasia, a abdicação de uma crença ou religião, pode ser punida com a pena de morte em algumas interpretações do Islã.

O casal participou de um programa de TV indiano esta semana no qual Seema proclamou seu "amor eterno" por Sachin e jurou que só voltaria ao Paquistão "como uma mulher morta".

Ainda que tenham recebido ameaças na Internet, ela insiste que o casal quer "viver e morrer junto".

A certeza de que iria deixar seu marido "violento" veio após o primeiro encontro com Sachin, em março do ano passado, no Nepal. Com a ajuda de vídeos do YouTube, o casal passou meses planejando como a mulher faria para entrar na Índia através do Nepal, o que conseguiu em maio deste ano.

A família do balconista, no entanto, só soube da existência da paquistanesa quando ambos alugaram um apartamento.

"Houve alguma resistência, embora meu pai e todos nos aceitassem. Ficaram felizes por nós", explica Sachin.

- "Ela se foi" -

O marido de Seema, Ghulam Haider, deixou seu trabalho como auxiliar de obra e condutor de riquixá para ganhar mais dinheiro para sua família na Arábia Saudita.

"Peço seriamente às autoridades indianas e paquistanesas que me devolvam minha mulher e meus filhos", disse ele à AFP.

Haider conta que ele e Seema são de diferentes tribos Baloch, mas também têm uma poderosa história de amor. Suas famílias os proibiram de casar, mas eles fugiram para concretizar o matrimônio.

Mais tarde, um conselho de anciãos resolveu a questão com uma multa de um milhão de rúpias (cerca de US$ 3.640 ou R$ 17.737) para Haider.

No antigo vilarejo onde o casal morava, poucos querem falar sobre a história abertamente.

"Esqueça ela. Ela se foi e é adulta", diz Zafarullah Bugti, primo de Haider.

No entanto, Seema não se arrepende, descrevendo Sachin como "o amor de sua vida". "Meus filhos vão receber todo amor, carinho e atenção aqui", finalizou.

A Polícia Federal prendeu em flagrante nessa segunda-feira (22) uma despachante paquistanesa que tentou simular uma união estável entre um paquistanês e uma  brasileira no esforço de regularizar a situação de estrangeiro ilegal no país.

A despachante paquistanesa apresentou no setor de migração da Polícia Federal em Curitiba documentos para tentar regularizar a permanência de um imigrante ilegal, também paquistanês, que reside em Curitiba.

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Os policiais desconfiaram das declarações de residência e união estável com um brasileiro, fizeram diligências e constataram a falsidade da união estável. A despachante foi presa em flagrante. 

A Polícia Federal informou que foi instaurado um inquérito policial para apurar a falsa declaração da brasileira de união estável com o imigrante, além da falsa declaração de residência do proprietário do imóvel.

Uma paquistanesa vítima de casamento forçado foi detida depois de ser acusada de matar 13 pessoas com leite envenenado destinado a seu marido, informou a polícia.

Asiya Bibi, casada contra sua vontade em setembro na localidade de Valvati, na província de Punjab (centro), admitiu que colocou o veneno em um copo de leite destinado a seu marido, indicou Owais Ahmad, chefe de polícia da região.

O marido, no entanto, não bebeu o leite e passou o líquido para uma jarra lassi, uma popular bebida a base de iogurte.

Vinte e sete pessoas se serviram da jarra e 13 faleceram, incluindo o marido.

As outras 14 pessoas foram hospitalizadas, de acordo com Ahmad.

"A polícia prendeu Asiya Bibi, um homem e sua tia, por cumplicidade, e os acusou de assassinato", afirmou o chefe de polícia.

Ahmad afirmou que homem detido é o suposto amante de Asiya Bibi e que a tia é o cérebro do assassinato.

Os casamentos forçados, em particular de menores de idade, são comuns no Paquistão, principalmente nas províncias pobres e rurais do país, onde centenas de mulheres são vítimas a cada ano de assassinatos pela honra.

Uma jovem paquistanesa morreu nesta quarta-feira depois de sido torturada e queimada viva no nordeste do país por recusar se casar com o filho de seu ex-chefe, informaram a polícia e seus familiares.

Maria Sadaqat, de 19 anos, foi atacada por um grupo de pessoas na segunda-feira na aldeia de Upper Dewal, perto de Muree.

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"Ela foi torturada e queimada viva. Nós a levamos para o hospital em Islamabad, mas morreu hoje por causa de seus ferimentos", relatou Abdul Basit, o tio da vítima, nesta quarta-feira à AFP em frente ao setor de queimados do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão (PIMS).

"Estava divorciado e era duas vezes mais velho do que ela. Ela rejeitou a proposta e deixou o emprego", indicou Basit.

"Mas eles a atacaram".

Segundo a polícia, a jovem apontou o diretor da escola privada onde trabalhava e quatro outras pessoas como sendo seus agressores, em um comunicado em seu leito de morte.

"Nós já prendemos um dos suspeitos, e estamos em buscas dos outros", informou o oficial encarregado da investigação, Mazhar Iqbal.

É a segunda vez em pouco mais de um mês que uma paquistanesa é queimada por discordâncias conjugais.

Uma ativista de direitos humanos paquistanesa foi morta a tiros por pistoleiros desconhecidos em Karachi nesta sexta-feira, enquanto ela voltava para casa depois de sediar um seminário sobre as violações dos direitos humanos na província de Baluchistão - informou a polícia.

Sabeen Mehmood, que dirige 'The Second Floor', um café que organiza debates e eventos de arte, tinha acabado de deixar o local com a mãe, quando seu carro foi alvejado por homens armados num bairro de classe alta de Karachi.

Mehmood foi atingida por cinco tiros e morreu no local, segundo a polícia. A mãe dela ficou ferida.

"Uma mulher morreu no tiroteio e outra mulher ficou ferida num tiroteio", disse à AFP Moeez Pirzada, porta-voz da polícia de Sindh.

"Segundo inquérito inicial, o crime parece ser resultado de uma inimizade pessoal", afirmou Pirzada, sem dar mais detalhes.

No começo do dia Mehmood realizou um seminário sobre as violações dos direitos humanos na província do Baluchistão intitulado "Des-silenciando o Baluchistão parte 2", com dois proeminentes ativistas pelos direitos humanos da região, Mama Abdul Qadeer e Farzana Baluch, entre outros participantes.

Qadeer e Baluch iriam participar de outro seminário, chamado "Des-silenciando o Baluchistão", na prestigiosa Universidade de Administração de Lahore (LUMS) cerca de duas semanas atrás, mas a palestra foi cancelada aparentemente a mando do poderoso Inter Services Intelligence (ISI).

Grupos de direitos humanos há muito tempo acusam as forças de segurança paquistanesas e agências de inteligência de abusos graves no Baluchistão, assolado há anos por uma rebelião separatista.

Os serviços de segurança negam as acusações e dizem que estão lutando contra uma grave rebelião na província.

Zari Badam, uma dona de casa analfabeta, fez história esta semana ao se tornar a primeira mulher candidata nas eleições em zonas tribais do Paquistão, uma região conservadora, onde o simples direito ao voto ainda representa uma batalha para muitas paquistanesas. Badam, coberta por um longo véu que deixa à mostra apenas os olhos, não tem o carisma de Malala, a menina que milagrosamente sobreviveu a uma tentativa de assassinato pelo Talibã. Mas as duas têm algo em comum: lutam pelo direito à educação das mulheres.

Na esperança de dar um impulso à sua luta, Badam decidiu concorrer como candidata independente nas eleições de 11 de maio em Bajaur, um dos sete distritos tribais semi-autônomos no noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão. Algo nunca visto. As zonas tribais são as regiões menos desenvolvidas do Paquistão e as mais afetadas pela "guerra ao terror", com forte presença de talibãs e alvos constantes de bombardeios de aeronaves não-tripuladas (drones) americanas.

Dos cerca de 1,7 milhão de eleitores nestas áreas remotas, apenas 600 mil são mulheres, ou um terço dos inscritos, a menor taxa do país. Para piorar, as zonas tribais não possuem assento algum dos 60 reservados às mulheres na Assembleia Nacional.

Desta forma, Badam se apresentada como candidata contra os homens com o objetivo fim de dar às meninas a educação que ela não teve. "Não fui instruída, fui para a escola da aldeia por um ou dois anos, mas logo a minha família pressionou para que eu abandonasse os estudos", contou ela à AFP em pashto, a língua dos pashtuns, um povo que vive no norte do Paquistão e sul do Afeganistão.

"Eu não tenho formação e por isso sou candidata às eleições, para promover a educação de meninas, mulheres e homens", explicou Badam, que é casada com um professor. "O distrito de Bajaur não tem escolas para mulheres, hospitais, energia elétrica, estradas", lista.

Na última eleição geral, em 2008, os candidatos tiveram que provar que tinham um diploma universitário,exigência que desencadeou o escândalo dos "falsos diplomas", já que muitos políticos apresentaram certificados falsos.

"Badam sabe escrever seu nome, mas não é capaz de ler os jornais. Entretanto, conversamos muito sobre política (...) Na semana passada me perguntou se poderia participar das eleições e eu disse que sim", conta o marido, Mohamad Sultan.

Como as autoridades deixaram de exigir o diploma, o marido apresentou a candidatura de Badam no último fim de semana à Comissão Eleitoral, que a aprovou, confirmaram as autoridades. Nos últimos meses, islamitas radicais paquistaneses destruíram inúmeras escolas de meninas e mataram professores. Mas Badam não recebeu ameaças.

"Ninguém me ameaçou", assegura Badam, que conduz sua campanha com poucos recursos, mas com o apoio de seu marido e sua família. "Eu não posso realizar comícios, estou concentrada no boca a boca", acrescenta. Sem meios financeiros e sem o apoio de partidos políticos, Badam tem poucas chances de ser eleita. No entanto, já pode declarar vitória.

"Simbolicamente faz estremecer um tabu, mas não o destrói. O fato de que uma mulher tenha se levantado para dizer que pode representar a população melhor do que os homens já é uma grande mudança", acredita Ijaz Janeiro, professor da Universidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, perto das zonas tribais.

E esta mudança parece ser admirada pelos homens de Khar, a capital de Bajaur. "Sua candidatura permitirá dar outra imagem, mais moderada, à nossa região. Durante muitos anos nós fomos equivocadamente associados aos insurgentes, terroristas e aos atentados. Isto vai mostrar ao resto do país que não somos assim", explica Bahadur Khan, de 48 anos.

Em um bazar local, Sultan Zeb, um comerciante, concorda: "Os parlamentares de Bajaur não conseguiram resolver os nossos problemas, quem sabe uma mulher consiga".

O enviado das Nações Unidas para a Educação, Gordon Brown, apresentou nesta sexta-feira (9) às autoridades paquistanesas uma petição assinada por mais de um milhão de pessoas em apoio à jovem ativista pelo direito das mulheres à educação, Malala Yousafzai, que sobreviveu a um ataque dos talibãs.

A menina de 15 anos foi baleada há um mês em Mingora, a principal cidade do Vale de Swat (noroeste), por membros do Movimento Talibã do Paquistão (TTP), que invadiram o ônibus escolar em que ela estava viajando.

A jovem Malala, atingida com um tiro na cabeça, sobreviveu quase milagrosamente ao ataque e depois foi transferida para o hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, na Inglaterra, para cuidados de longa duração.

A história da Malala emocionou milhões de pessoas no exterior e revelou os problemas do sistema público de educação no Paquistão, um país de 180 milhões de pessoas.

Brown apresentou às autoridades paquistanesas uma petição assinada por "mais de um milhão de pessoas" em apoio a sua "corajosa menina Malala Yousafzai" e as 32 milhões de meninas em todo o mundo que não têm acesso a educação.

"Malala e sua família acreditam que há muitas outras meninas e famílias mais corajosas em seu país que querem defender o direito de todas as crianças, especialmente as meninas, ao acesso à educação", disse Brown, ex-primeiro-ministro britânico.

De acordo com um relatório da ONU, 5,1 milhões de crianças paquistanesas não frequentam a escola, deste número 63% são meninas. E o Paquistão investe menos de 2,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na educação, segundo dados do Unicef, o que o classifica entre os dez piores países do mundo nesse sentido.

"Nós da comunidade internacional vamos apoiar sua determinação para garantir que todas as meninas possam frequentar a escola sem medo", acrescentou Brown.

Malala Yousufzai é a mais jovem defensora dos direitos das mulheres à educação.

Ela é conhecida no exterior por seu blog, hospedado no site da BBC, no qual denuncia os atos de violência cometidos pelos talibãs no Vale de Swat, onde chegaram a tomar o poder entre 2007 a 2009.

No ano passado, a adolescente recebeu o primeiro Prêmio Nacional da Paz criado pelo governo paquistanês e foi indicada ao prêmio internacional de Crianças para a Paz da fundação Kids Rights.

O Talibã reivindicou a autoria do atentado contra Malala, mas tentou se justificar pelo ato condenado de forma unânime por Estados Unidos, França, organizações dos direitos Humanos, governo e imprensa paquistaneses.

"Malala foi tomada como alvo por seu papel pioneiro na defesa do laicismo e da chamada moderação", escreveu um porta-voz talibã em um e-mail enviado à AFP.

Ativistas britânicos realizaram nesta quinta-feira uma vigília por Malala Yousafzai, enquanto médicos afirmaram que o estado da jovem paquistanesa de 14 anos baleada na cabeça pelo grupo talibã permanece estável.

A adolescente está sendo tratada em um hospital de Birmingham, no centro da Inglaterra, depois de ter sido levada à Grã-Bretanha na segunda-feira para receber um atendimento especializado.

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"O estado de Malala Yousafzai permanece estável. Ela passou uma terceira confortável noite no Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, e os médicos estão satisfeitos com seu progresso até agora", informou o hospital em um comunicado.

"Os vários consultores especialistas dos hospitais Queen Elizabeth e Birmingham Children continuam a avaliar seu estado diariamente", explicou.

Sua família permanece no Paquistão, acrescentou o hospital, que também trata os soldados britânicos feridos no Afeganistão.

Malala foi baleada em um ônibus escolar no ex-reduto talibã do vale do Swat na semana passada como punição por defender o direito das mulheres à educação, em um ataque que revoltou o mundo.

No centro de Birmingham, uma dúzia de ativistas dos grupos Women2Gether e Amina Women's Group realizou uma vigília em frente aos prédios do governo local.

Os participantes seguraram cartazes com a frase "Eu sou Malala", acenderam velas brancas e colocaram dois buquês de flores brancas e rosas no chão.

Uma integrante do Amina Women's Group afirmou à imprensa: "A corajosa Malala disse o que muitas de nós gostaríamos de dizer mas temos muito medo para isso".

"Uma menina de 14 anos defendeu os direitos das mulheres e meninas em uma região onde o fundamentalismo luta para tomar o poder", explicou.

"Por causa disso, ela foi baleada na cabeça. Como muitos no mundo, estamos motivados e inspirados por sua coragem e desejamos a ela e aos seus amigos uma recuperação rápida", explicou.

Birmingham tem uma comunidade paquistanesa forte, com cerca de 100.000 membros - um décimo da população da cidade.

O jornal Birmingham Mail afirmou que muitas pessoas na segunda maior cidade da Grã-Bretanha ofereceram suas casas para a família de Malala enquanto ela está sendo tratada.

Um porta-voz do hospital Queen Elizabeth informou ao jornal: "As pessoas estão oferecendo todo tipo de ajuda que podem pensar. Médicos de todo o mundo querem ajudar no hospital".

"Fomos contactados por diversos grupos, que se ofereceram para organizar livros de visita on-line e organizar vigílias", disse.

"E recebemos milhares de e-mails e ligações de simpatizantes. Muitos deles querem dar a Malala presentes e cartões", afirmou.

Mensagens de apoio foram deixadas no site do hospital, a maioria delas elogiando sua campanha e rezando por sua recuperação.

Doações para seu tratamento, que está sendo financiado pelo governo do Paquistão, estão sendo repassadas ao Hospital Queen Elizabeth.

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