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A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, símbolo da luta pelo direito à educação das meninas, sobrevivente da violência extremista do Talibã, Malala Yousafzai, veio conhecer de perto as ações do Projeto Meninas em Movimento pela Educação, que é coordenado pelo Centro das Mulheres do Cabo (CMC), apoiado através do Fundo Malala beneficiando meninas, adolescentes e jovens mulheres ativistas no enfrentamento à evasão escolar, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife.

A visita iniciou na manhã desta última quarta-feira (24), na biblioteca da Escola Estadual Professor Natanael Barbosa Medrado, localizada na Charneca, periferia do Cabo. As boas-vindas à delegação de Malala foram feitas por Cássia Jane, integrante da Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala no Brasil, e por Fernanda Galindo, coordenadora da rede de ensino.

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Na ocasião, Malala conversou com as participantes do projeto Deyvila Lorrane e Maria Karolayne, que apresentaram um rap fruto de uma das ações do projeto que visa dar enfrentamento às violações cometidas contra as meninas, focando no combate à evasão escolar e na prevenção do abuso e à exploração sexual contra meninas e adolescentes. Além disso, elas trouxeram as experiências aprendidas com essa iniciativa que já beneficiou mais de 32 mil alunas e alunos da rede pública do Cabo e aproveitou para conhecer a sala de aula que as jovens estudam.

Com entusiasmo e simpatia, Malala agradeceu a recepção feita pelas jovens ativistas do Projeto Meninas em Movimento pela Educação, e deixou um recado para elas. “É muito importante, e é uma honra estar aqui, e quero agradecer a todas as ativistas pela educação, pelo seu trabalho. As meninas que com todas as dificuldades não desistem e continuam lutando e trabalhando por uma educação de qualidade. E quero deixar meu agradecimento especial às meninas, porque são vocês que são as agentes de mudanças, são vocês que estão no papel de protagonistas que sabem melhor do que ninguém quais são os desafios e as dificuldades que vocês enfrentam, meu muito obrigada", disse a nobel.

Malala junto com sua comitiva também esteve no Centro das Mulheres do Cabo (CMC), que é uma organização feminista atuante há 39 anos no enfrentamento as violências de gênero. Ela foi recebida pelo grupo musical Sororizar ao som do forró pé de serra, sendo recepcionada através da equipe da instituição feminista e por representantes do Comitê Intersetorial de Combate à Evasão Escolar do Cabo.

A coordenadora geral do CMC, Izabel Santos, ressaltou a relevância da vinda de Malala para conhecer a realidade das meninas e jovens cabenses. “É uma honra para todas nós do Centro das Mulheres do Cabo receber Malala e desenvolver esse projeto com as meninas ativistas que têm feito toda a diferença em nossa cidade. Além disso, essa iniciativa renova a nossa esperança, porque vivemos quatro anos de retrocessos com um governo que não valorizava a educação nem a ciência, mas estamos voltando, e recuperando a democracia, pois o projeto nos traz mais força”, ressaltou a feminista.

Em seguida, a integrante da Rede Malala Cássia Jane, apresentou o Comitê Intersetorial, que é formado por mais de 30 representantes, sendo composto pelas secretarias de Educação, Mulher, Saúde, Programas Sociais, Defesa Social, Juventude, tendo os Conselhos de Educação, Fundeb, Direitos, Conselho Tutelar, Alimentação Escolar, além de mães de alunas, jovens ativistas e movimentos sociais. Cássia aproveitou o momento para divulgar a criação do Projeto de Lei que institui na cidade o Dia Municipal da Menina, aprovado na Câmara de Vereadores/as por unanimidade, que é de autoria da vereadora Gisele de Dudinha.

Para a ativista Cássia Jane, a visita de Malala ao CMC, foi gratificante, pois foi possível ver o brilho nos olhos das meninas do projeto ao encontrarem Malala que é uma referência no ativismo em prol do direito à educação de meninas no mundo. “Como foi bom esse momento que nos motiva ainda mais lutarmos por uma educação transformadora, pública, laica e de qualidade, reafirmando o nosso compromisso em mudar o mundo, começando por nossas comunidades combatendo a evasão escolar e garantindo o direito das meninas voltarem para a escola”, afirmou.

Por fim, foi gravado com Malala o Papo de Menina, que é um programa veiculado nas páginas do Instagram @centro.das.mulheres, com temas ligados ao direito à educação, saúde, violência contra a mulher, racismo, gênero, segurança pública, prevenção ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes entre outros assuntos. A iniciativa é comandada pelas meninas ativistas do Projeto Meninas em Movimento pela Educação. 

*Da assessoria 

Aos 24 anos, a ativista paquistanesa Malala Yousafzai recebeu o seu diploma da Universidade de Oxford em cerimônia realizada nessa sexta-feira (26), na Inglaterra. Embora tenha concluído sua graduação em Filosofia, Política e Economia no ano passado, a muçulmana, que sete anos atrás se tornou a mais jovem laureada do Prêmio Nobel, finalmente vestiu suas vestes cerimoniais e atravessou o palco da solenidade coletiva da universidade inglesa. A conquista acontece nove anos após Malala ter sido baleada em um atentado que quase custou a sua vida, em novembro de 2012, quando ela tinha apenas 14 anos.

O evento de formatura foi inicialmente definido para maio de 2020, mas adiado devido à pandemia do coronavírus. Como resultado, a instituição não retomou as cerimônias de formatura até setembro de 2021, de acordo com seu site. Na sexta-feira (26), Malala postou um photoset no Instagram que a mostrava girando em suas vestes preto e branco, sorrindo com amigos e posando na frente de marcos icônicos da Universidade de Oxford, incluindo a Ponte dos Suspiros.

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Outras imagens mostram Malala recebendo carinho dos seus pais, o professor Ziauddin Yousafzai e Toor Pekai Yousafzai, e um com seu marido, Asser Malik. “Algo foi dito em latim e aparentemente, eu tenho um diploma”, escreveu a ativista.

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A Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) promove curso gratuito e on-line ministrado por Malala Yousafzai, Prêmio Nobel da Paz, e o historiador Leandro Karnal. A formação, cujo tema é Liderança, Capacidade de Aprender e Resiliência, tem vagas limitadas.

As inscrições são realizadas pelo site da instituição e seguem até 22 de agosto. Todos os participantes do evento receberão certificado de participação. A formação gratuita será no dia 23 de agosto.

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A jovem Malala Yousafzai, nobel da Paz que sobreviveu a um atentado por defender a educação das meninas do Paquistão, discursou nesta segunda-feira em São Paulo sobre a importância da educação para o empoderamento feminino.

"Educação é mais do que aprendizagem e leitura. É emancipação", ressaltou Malala, de 20 anos, convidada pelo Itaú Unibanco, ao iniciar sua intervenção no auditório do parque Ibirapuera.

"A educação é o melhor investimento sustentável a longo prazo", acrescentou, lamentando que pelo menos 1,5 milhão de meninas brasileiras estão fora do sistema escolar.

Malala dividiu o palco com várias mulheres vinculadas à área de educação, entre elas Tabata Amaral, a estudante da periferia de São Paulo que aos 18 anos conseguiu que seis das principais universidades americanas lhe abrissem as portas, escolhendo uma bolsa de Harvard para estudar Ciências Sociais e Astrofísica.

Ana Lucia Villela, presidente do Instituto Alana de proteção da infância, ressaltou que o Brasil sofre com indicadores difíceis em matéria educativa.

"O país precisará de 260 anos para atingir o nível de competência de leitura e escritura de alunos de países desenvolvidos", apontou.

De forma mais explícita, Villela acrescentou que "92,7% dos jovens que concluem a educação média no Brasil não sabem o que quer dizer 92,7%".

Malala Yousafzai tinha 15 anos quando um talibã deu um tiro em sua cabeça em um ônibus que a levava para a escola no vale de Swat, no Paquistão.

Ela foi levada a um hospital da cidade inglesa de Birmingham, onde passou a morar com sua família, a estudar e a dar continuidade a seu ativismo.

A jovem ganhou o Nobel em 2014, junto com o indiano Kailash Satyarthi, por seu combate contra a exploração de crianças e adolescentes e pelo direito de todos à educação.

A ativista Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz em 2014, voltou ao Paquistão pela primeira vez desde 2012, quando foi alvo de um atentado do grupo terrorista Talibã que quase tirou sua vida.

Devido aos riscos que ameaçam a jovem de 20 anos, os detalhes da visita são mantidos sob sigilo, mas ela deve se encontrar com o primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi. Segundo o jornal paquistanês "The Express Tribune", Malala desembarcou em Islamabad nas primeiras horas desta quinta-feira (29), de acordo com o horário local.

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Ela estaria acompanhada de parentes próximos e de funcionários de sua ONG, a Malala Foundation, e deve ficar no Paquistão até o dia 2 de abril. O objetivo da viagem seria discutir projetos para incentivar a educação nas regiões menos desenvolvidas do país.

Ainda de acordo com "The Tribune", não se sabe se Malala visitará sua cidade natal, no Vale do Swat, onde foi baleada na cabeça por um militante do Talibã, em outubro de 2012, por defender o direito das meninas ao ensino. Ela ficou à beira da morte, mas foi tratada em um hospital do Reino Unido, onde vive até hoje.

Em 2014, venceu o Nobel da Paz ao lado do ativista indiano Kailash Satyarthi - os dois países asiáticos protagonizam um conflito de mais de 60 anos pela posse da região da Caxemira.

Da Ansa

A jovem militante paquistanesa, Malala Yousafzai, pediu nesta quinta-feira (25) que as mulheres "mudem o mundo" por conta própria, sem esperar o apoio dos homens, em uma conferência no Fórum Econômico Mundial de Davos.

"Nós não vamos pedir aos homens que mudem o mundo, vamos fazer nós mesmas", declarou a incansável defensora da educação das meninas, a um público em grande parte feminino.

Este Fórum, que reúne todos os anos a elite da política e da economia nos Alpes suíços, continua sendo um cenáculo essencialmente masculino, 80% dos participantes são homens. Mas os debates cavaram este ano um lugar para o movimento mundial de defesa da mulher #Metoo.

"O feminismo é apenas mais uma palavra para a igualdade (...) significa apenas que as mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens", disse Malala, de 20 anos, que homenageou seu pai, "um feminista que desafiou a sociedade tradicional paquistanesa ao apoiá-la contra todas as probabilidades".

"Ele me deu o nome de Malala, uma heroína pashtun que era famosa por sua bravura e força", disse a jovem mulher, forçada a fugir do país depois de ser vítima de uma tentativa de assassinato dos talibãs em 2012.

"Espero poder voltar para o Paquistão um dia, é difícil não ver sua casa, família e amigos por mais de cinco anos", disse ela.

Prêmio Nobel da Paz em 2014, Malala continua comprometida, visitando campos de refugiados ou em fóruns em todo o mundo, enquanto estuda economia, filosofia e ciência política na Universidade de Oxford.

"Não posso enviar todas as meninas para a escola, mas posso enviar o máximo possível para a escola", disse ela, lembrando que mais de 130 milhões de garotas estão privadas de educação.

Oitos dos 10 homens que foram absolvidos pela tentativa de assassinato da ativista paquistanesa pela educação das mulheres Malala Yousafzai permanecem detidos por outras acusações, anunciaram autoridades do Paquistão.

Em abril, autoridades militares anunciaram que 10 homens suspeitos de participação no ataque foram condenados à prisão perpétua por um tribunal de Mingora, capital do distrito de Swat (norte do Paquistão), onde aconteceu o crime contra a vencedora do Nobel da Paz.

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Mas na sexta-feira, Salim Khan Marwat, chefe de polícia de Swat, informou à AFP que, ao contrário do primeiro anúncio, apenas dois suspeitos foram condenados. Os outros foram inocentados e libertados por "falta de provas

A polícia, no entanto, afirmou neste sábado que os oito homens que foram absolvidos permanecem detidos.

"Os oito que foram inocentados seguem detidos em várias prisões e em um centro de internação", disse à AFP um oficial da polícia que teve acesso aos documentos do caso.

Os oitos receberam várias acusações relacionadas ao terrorismo, disse a fonte.

Malala foi atingida por um tiro na cabeça em outubro de 2012 em um ataque cometido por rebeldes talibãs que sequestraram um ônibus escolar. O ataque transformou a jovem em uma celebridade mundial e ela venceu em 2014 o Prêmio Nobel da Paz.

O exército do Paquistão anunciou a detenção dos 10 suspeitos em setembro de 2014, durante uma entrevista coletiva na qual ativistas dos direitos humanos expressaram dúvidas sobre a culpa dos detidos.

O primeiro quadro pintado da adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que escapou de um atentado dos talibãs, está exposto na Portrait National Gallery, em Londres, a partir desta quarta-feira (11). A pintura da adolescente, com véu e fazendo seus deveres escolares, é do artista britânico Jonathan Yeo e tem um metro de altura.

O retrato, que ficará em exposição até 4 de janeiro, representa "O leve paradoxo de alguém dotado de um poder e de uma sabedoria enorme ao mesmo tempo em que é vulnerável e jovem", explicou Jonathan Yeo. Malala Yousafzai, de 16 anos, disse ter ficado "honrada" com a pintura, que será vendida. O valor arrecadado será destinado a um fundo em favor da educação das meninas e que leva o nome de Malala.

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A adolescente foi gravemente ferida na cabeça em 9 de outubro de 2012, no Paquistão, quando o ônibus escolar em que estava foi atacado por talibãs. O grupo é contra a luta de Malala pelo direito das jovens de frequentar o colégio e ter uma educação formal. Transferida para a Grã-Bretanha, ela foi operada com sucesso em fevereiro, no Hospital de Birmingham (centro da Inglaterra), cidade onde agora estuda e vive com sua família.

Em 2009, ela começou a escrever um blog, em urdu, hospedado no site da BBC. Sob um pseudônimo, Malala contava seu cotidiano escolar no vale de Swat (noroeste do Paquistão), dominado pelos talibãs. Malala recebeu várias distinções internacionais, entre elas o francês Prêmio Simone de Beauvoir, pela liberdade das mulheres. Seu pai foi nomeado conselheiro especial da ONU para a Educação.

A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai afirmou, em um aguardado discurso nas Nações Unidas nesta quinta-feira, que não será silenciada por ameaças terroristas, em seu primeiro discurso público desde que foi baleada pelo grupo talibã, que a persegue por sua luta em prol da educação das mulheres.

"Eles pensaram que a bala iria nos silenciar, mas falharam", disse Malala em seu aniversário de 16 anos, em uma apresentação que foi aclamada pelo plenário reunido para a Assembleia de Jovens da ONU.

"Os terroristas pensaram que eles mudariam meus objetivos e interromperiam minhas ambições, mas nada mudou na minha vida, com exceção disto: a fraqueza, o medo e a falta de esperança morreram. A força, o poder e a coragem nasceram", completou.

Malala, que vestia um véu rosa e um xale que pertenceram à líder paquistanesa assassinada Benazir Bhutto, insistiu que não busca uma vingança pessoal contra o extremista talibã que atirou contra ela em um ônibus no Vale do Swat paquistanês no dia 12 de outubro de 2012.

"Eu quero educação para os filhos e filhas dos talibãs e de todos os terroristas e extremistas. Eu não odeio nem mesmo o talibã que atirou em mim. Mesmo que houvesse uma arma na minha mão e ele ficasse na minha frente, eu não atiraria nele".

Mas Malala ressaltou que "os extremistas tinham e têm medo de livros e canetas, o poder da educação. O poder da educação os silenciou. Eles têm medo das mulheres".

"Deixem-nos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossa arma mais poderosa. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. Educação é a única solução", disse.

A jovem defensora da educação para meninas foi atingida na cabeça por um tiro disparado por um extremista talibã no momento em que seguia para a escola, em um ônibus, perto de sua casa no Vale do Swat.

Ela recebeu tratamento médico na Grã-Bretanha, onde mora atualmente, mas o ataque chamou a atenção para a campanha de Malala a favor de mais oportunidades de estudo para as mulheres.

A revista Time a nomeou, em abril passado, como uma das pessoas mais influentes de 2013 e ela já assimou um contrato de três milhões de dólares por sua biografia.

Malala agora é considerada uma forte aspirante a receber o prêmio Nobel da Paz. O grupo talibã deixou claro, no entanto, que ela continua sendo um alvo.

Gordon Brown, ex-primeiro-ministro britânico e enviado especial da ONU para a educação, elogiou Malala como "a garota mais corajosa do mundo", ao apresentá-la ao plenário.

Brown disse que era um "milagre" que Malala tenha se recuperado para estar presente no encontro.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e outros líderes de alto escalão também elogiaram suas ações e conquistas.

O discurso, no qual Malala invocou o legado de Martin Luther King, Nelson Mandela e de

outros lendários defensores da paz, logo despertou elogios.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou em sua conta no Twitter que Malala passou uma "mensagem poderosa".

As Nações Unidas estimam que 57 milhões de crianças em idade escolar primária não têm acesso a educação - metade delas em países em conflito, como a Síria.

"Estudantes e professores de todo mundo são intimidados e perseguidos, feridos, estuprados e até mortos. Escolas são queimadas, bombardeadas e destruídas", afirmou Diya Nijhowne, diretor da Coalizão Global para a Proteção de Educação.

Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa ferida a tiros por talibãs em outubro do ano passado, assegurou que está melhorando gradualmente, em um vídeo divulgado nesta segunda-feira pelo hospital de Birmingham, no centro da Inglaterra, onde recebe tratamento.

"Hoje vocês podem ver que estou viva. Eu consigo falar, posso ver vocês, posso ver todo mundo e estou melhor a cada dia", declarou a adolescente de 15 anos.

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O vídeo foi gravado antes de ela ser submetida a uma cirurgia no crânio no último sábado no hospital Queen Elizabeth de Birmingham (centro da Inglaterra), um centro médico especializado no tratamento dos soldados feridos no Afeganistão, para onde foi transferida em meados de outubro após o atentado que quase a matou.

Nas imagens, a adolescente agradece às milhares de pessoas que enviaram mensagens de apoio e afirma: "Em razão de todas as preces, Deus me deu uma nova vida, uma segunda vida. E eu vou aproveitá-la. Vou servir aos outros. Quero que todas as meninas, todas as crianças, recebam educação".

A adolescente criou um fundo em seu próprio nome em defesa do direito universal à educação e que já recebeu muitas doações.

Ela deixou provisoriamente o estabelecimento hospitalar no dia 3 de janeiro para prosseguir com o tratamento no domicílio temporário de sua família em West Midlands.

A menina foi submetida no sábado a uma dupla cirurgia no crânio que durou quase cinco horas, segundo uma fonte do hospital.

"As duas operações foram um sucesso e Malala vai se recuperar no hospital", indicou no domingo uma porta-voz, acrescentando que a equipe médica estava "muito satisfeita" com os progressos da jovem.

A primeira intervenção consistia em abrir seu crânio a fim de inserir uma placa de titânio sob medida. A segunda foi para instalar um micro aparelho auditivo. Malala está completamente surda do ouvido esquerdo. Uma das balas destruiu seu tímpano e os nervos da audição.

Sua total recuperação ainda poderá levar de "15 a 18 meses", indicaram os médicos.

Malala foi atingida por um tiro na cabeça durante um ataque dos talibãs contra o ônibus escolar que a transportava no dia 9 de outubro de 2012, no vale de Swat (noroeste do Paquistão). Os talibãs queriam matá-la por causa de sua luta pelo direito das meninas de ir à escola.

A menina ganhou relevância internacional há três anos, quando passou a divulgar sob pseudônimo em um blog o regime de terror imposto pelos talibãs em sua região natal no Vale de Swat, no extremo norte do Paquistão.

O ataque contra ela teve grande impacto no país e na comunidade internacional. Malala recebeu o Prêmio Nacional da Paz por sua defesa da educação das meninas frente aos postulados dos fundamentalistas radicais.

O enviado das Nações Unidas para a Educação, Gordon Brown, apresentou nesta sexta-feira (9) às autoridades paquistanesas uma petição assinada por mais de um milhão de pessoas em apoio à jovem ativista pelo direito das mulheres à educação, Malala Yousafzai, que sobreviveu a um ataque dos talibãs.

A menina de 15 anos foi baleada há um mês em Mingora, a principal cidade do Vale de Swat (noroeste), por membros do Movimento Talibã do Paquistão (TTP), que invadiram o ônibus escolar em que ela estava viajando.

A jovem Malala, atingida com um tiro na cabeça, sobreviveu quase milagrosamente ao ataque e depois foi transferida para o hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, na Inglaterra, para cuidados de longa duração.

A história da Malala emocionou milhões de pessoas no exterior e revelou os problemas do sistema público de educação no Paquistão, um país de 180 milhões de pessoas.

Brown apresentou às autoridades paquistanesas uma petição assinada por "mais de um milhão de pessoas" em apoio a sua "corajosa menina Malala Yousafzai" e as 32 milhões de meninas em todo o mundo que não têm acesso a educação.

"Malala e sua família acreditam que há muitas outras meninas e famílias mais corajosas em seu país que querem defender o direito de todas as crianças, especialmente as meninas, ao acesso à educação", disse Brown, ex-primeiro-ministro britânico.

De acordo com um relatório da ONU, 5,1 milhões de crianças paquistanesas não frequentam a escola, deste número 63% são meninas. E o Paquistão investe menos de 2,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) na educação, segundo dados do Unicef, o que o classifica entre os dez piores países do mundo nesse sentido.

"Nós da comunidade internacional vamos apoiar sua determinação para garantir que todas as meninas possam frequentar a escola sem medo", acrescentou Brown.

Malala Yousufzai é a mais jovem defensora dos direitos das mulheres à educação.

Ela é conhecida no exterior por seu blog, hospedado no site da BBC, no qual denuncia os atos de violência cometidos pelos talibãs no Vale de Swat, onde chegaram a tomar o poder entre 2007 a 2009.

No ano passado, a adolescente recebeu o primeiro Prêmio Nacional da Paz criado pelo governo paquistanês e foi indicada ao prêmio internacional de Crianças para a Paz da fundação Kids Rights.

O Talibã reivindicou a autoria do atentado contra Malala, mas tentou se justificar pelo ato condenado de forma unânime por Estados Unidos, França, organizações dos direitos Humanos, governo e imprensa paquistaneses.

"Malala foi tomada como alvo por seu papel pioneiro na defesa do laicismo e da chamada moderação", escreveu um porta-voz talibã em um e-mail enviado à AFP.

Ativistas britânicos realizaram nesta quinta-feira uma vigília por Malala Yousafzai, enquanto médicos afirmaram que o estado da jovem paquistanesa de 14 anos baleada na cabeça pelo grupo talibã permanece estável.

A adolescente está sendo tratada em um hospital de Birmingham, no centro da Inglaterra, depois de ter sido levada à Grã-Bretanha na segunda-feira para receber um atendimento especializado.

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"O estado de Malala Yousafzai permanece estável. Ela passou uma terceira confortável noite no Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, e os médicos estão satisfeitos com seu progresso até agora", informou o hospital em um comunicado.

"Os vários consultores especialistas dos hospitais Queen Elizabeth e Birmingham Children continuam a avaliar seu estado diariamente", explicou.

Sua família permanece no Paquistão, acrescentou o hospital, que também trata os soldados britânicos feridos no Afeganistão.

Malala foi baleada em um ônibus escolar no ex-reduto talibã do vale do Swat na semana passada como punição por defender o direito das mulheres à educação, em um ataque que revoltou o mundo.

No centro de Birmingham, uma dúzia de ativistas dos grupos Women2Gether e Amina Women's Group realizou uma vigília em frente aos prédios do governo local.

Os participantes seguraram cartazes com a frase "Eu sou Malala", acenderam velas brancas e colocaram dois buquês de flores brancas e rosas no chão.

Uma integrante do Amina Women's Group afirmou à imprensa: "A corajosa Malala disse o que muitas de nós gostaríamos de dizer mas temos muito medo para isso".

"Uma menina de 14 anos defendeu os direitos das mulheres e meninas em uma região onde o fundamentalismo luta para tomar o poder", explicou.

"Por causa disso, ela foi baleada na cabeça. Como muitos no mundo, estamos motivados e inspirados por sua coragem e desejamos a ela e aos seus amigos uma recuperação rápida", explicou.

Birmingham tem uma comunidade paquistanesa forte, com cerca de 100.000 membros - um décimo da população da cidade.

O jornal Birmingham Mail afirmou que muitas pessoas na segunda maior cidade da Grã-Bretanha ofereceram suas casas para a família de Malala enquanto ela está sendo tratada.

Um porta-voz do hospital Queen Elizabeth informou ao jornal: "As pessoas estão oferecendo todo tipo de ajuda que podem pensar. Médicos de todo o mundo querem ajudar no hospital".

"Fomos contactados por diversos grupos, que se ofereceram para organizar livros de visita on-line e organizar vigílias", disse.

"E recebemos milhares de e-mails e ligações de simpatizantes. Muitos deles querem dar a Malala presentes e cartões", afirmou.

Mensagens de apoio foram deixadas no site do hospital, a maioria delas elogiando sua campanha e rezando por sua recuperação.

Doações para seu tratamento, que está sendo financiado pelo governo do Paquistão, estão sendo repassadas ao Hospital Queen Elizabeth.

Na última semana fomos surpreendidos pelo atentado contra a vida da menina paquistanesa Malala Yousafzai, de apenas 14 anos. Malala tornou-se conhecida ainda em 2009, quando manteve o blog “Diário de uma estudante paquistanesa” na BBC Urdu, onde comentava os impactos causados pelas medidas do Taleban na comunidade em que vivia, já que naquele ano os extremistas haviam fechado mais de 150 escolas para meninas e explodido outras cinco.

O caso de Malala causou comoção e revolta em todo o mundo e o objetivo maior, neste momento, é salvar a vida da jovem, que foi transferida para o Reino Unido, em estado grave. Caso a paquistanesa sobreviva, a preocupação passa a ser a segurança dela e da família, já que ela continua recebendo ameaças do Taleban, que usa a lei islâmica como justificativa para atos de extrema ignorância e desrespeito ao ser humano.

Os extremistas Taliban já garantiram que, se a jovem sobreviver, irão atacá-la novamente, citando que “qualquer um que faça campanha contra o Islão e a Sharia (lei islâmica) deve ser morto” e que “não é apenas permitido matar uma pessoa assim, mas obrigatório”. Questionamos aqui qual é o direito de se tirar a vida de uma pessoa porque esta quer estudar e ter melhores oportunidades de vida?

O Paquistão é famoso por sua realidade sangrenta e principalmente por tratar o sexo feminino com discriminação ao proibir que as mulheres frequentassem escolas e construir parques exclusivos, cercados por muros e com segurança. Neste contexto, Malala Yousafzai se tornou símbolo da resistência contra os Taliban do país, venceu o “National Peace Award for Youth”, no Paquistão, e foi nomeada para o International Children’s Peace Prize, da Dutch Kids Rights Foundation.

Malala não é uma rebelde. É uma criança com uma visão de mundo e com direitos como toda e qualquer pessoa. É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda existem casos chocantes e inacreditáveis como esse. Vivemos em uma comunidade mundial que preza pela igualdade de direitos e onde inúmeras mulheres se destacam, cada vez mais, em postos de comando nos países desenvolvidos e em grandes empresas, mostrando seu empenho, dedicação e competência.

Além disso, no Brasil, o acesso à educação se constitui como direito fundamental e essencial ao ser humano e diversos são os documentos que corroboram com tal afirmação e assim deveria ser em todo o mundo. De acordo com pesquisas realizadas pela Unesco, constatou-se que milhões de pessoas ainda não tem acesso à educação, onde “ (..) mais de 100 milhões de crianças, das quais 60 milhões são meninas, não tem acesso ao ensino primário e (..) o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os países industrializados ou em desenvolvimento.

A educação é um fator diferencial para qualquer país e indivíduo, uma vez que através dela é possível ter maiores chances de conseguir trabalhos qualificados, além de participação ativa na vida democrática, possuindo pleno conhecimento dos seus direitos e deveres e usufruindo dos mesmos. Não podemos permitir situações como as vividas no Paquistão se repitam.

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