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Ser pai é aquele que tem ou teve filho (os); genitor, progenitor. Essa é a visão que consta na maioria dos dicionários da Língua Portuguesa. Mas para quem o vive dia a dia com os filho, seja adotado ou de laço sanguíneo, o “ser pai” transcende as definições. É se fazer presente em todos os momentos, acompanhar cada passo dado pela cria.
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O segundo domingo de agosto é conhecido por homenagear aqueles que são denominados quando criança por filhos e filhas como o “super-herói” predileto. Muitas vezes responsáveis pela paixão por um time de futebol, cozinheiros favoritos ou apenas pela companhia de boas conversas. Momentos simples que podem se transformar em boas lembranças pela vida inteira.
Antônio Ricardo Paula, funcionário público, 51 anos, é pai do Luiz Flávio, da Jullia, do André e do Pedro. Ele diz oferecer aos filhos uma criação baseada no amor e respeito ao próximo, semelhante à que recebeu de seus pais. “Tento ser um espelho para que eles possam seguir um caminho de bênçãos, alegrias e educação”, afirma.
O funcionário público conta que o que mais o marcou na vivência da paternidade foi quando os filhos mais velhos perderam a mãe. “Tento a cada dia ser mãe e pai ao mesmo tempo. Quero que eles tenham por meio de mim uma boa influência, que possam se espelhar no que a mãe deles passou desde o início e que sejam pessoas boas”, declara.
Poder ensinar, orientar e mostrar os caminhos certo e errado para os filhos é papel fundamental dos pais. Por isso, Antônio Ricardo diz não abrir mão de sempre estar presente e acompanhando de perto cada passo das crias.
Acompanhar o crescimento dos quatro filhos com idades diferentes é uma forma de aprendizado diário para o funcionário público. As horas de lazer e descanso são sempre na companhia deles e a programação pensada de forma que todos se divirtam juntos. “O que mais gostamos de fazer juntos é cozinhar. Geralmente, à noite, nos reunimos para fazer um lanche. Vamos até a despensa, mexemos na panela e depois comemos juntos. Todo mundo fica alegre”, conta.
“Sei que posso contar com o meu pai para qualquer coisa. Além de ser um exemplo para mim, ele é quase sempre alto-astral e conta piadas em todas as ocasiões”, afirma Luiz Flávio sobre o pai. “Não tenho uma atividade específica que gostamos de fazer juntos, mas geralmente sair com ele é sempre legal. Quase sempre saímos para comer com a nossa família e é um dos melhores momentos”, complementa.
O primogênito diz que na sua idade, aos 22 anos, o pai tinha uma locadora de videogame na vila em que morava. Quando arranjou o primeiro emprego, todos os jogos ficaram para Luiz Flávio, que até então era o único filho. “Ele é o culpado por hoje eu gostar tanto de jogar”, alega.
Paixão por futebol
O dia mais feliz e marcante da vida de José Antônio Melo, marinheiro aposentado, de 58 anos, foi quando descobriu que seria pai. Ao acompanhar a esposa, Gilka Melo, na clínica ultrassom ele soube o sexo do bebê e iniciou a concretização de um sonho. “Sempre foi meu desejo ser pai e de preferência de um menino. Foi e é uma experiência maravilhosa pra mim”, conta.
A paixão futebolística pelo Flamengo e o Paysandu José Antônio foi ensinando desde berço ao Vinicius Melo. Em dias de jogos, pai e filho se reúnem para torcer e vibrar juntos. O título da Libertadores, conquistado ano passado pelo Flamengo, é lembrado como um dos dias mais felizes compartilhados por eles.
Para José Antônio, é fundamental se fazer presente na vida de um filho. “Acompanhar desde o nascimento, os primeiros passos, o crescimento e dar educação para que ele se torne uma pessoa de bem e, acima de tudo, humilde”, afirma.
Vinicius Melo diz que ele e o pai são muito parecidos. Ele conta que o pai sempre foi muito dedicado e o acompanhou em todas as fases de sua vida. Por isso, o considera companheiro de todos os momentos. “Ele sempre esteve comigo, me acompanhando literalmente passo a passo até eu ter me tornado esse homem que sou. Sonho ser um dia 10% do que meu pai é, eu já vou está muito feliz”, afirma orgulhoso.
As primeiras emoções
Vivenciar o primeiro Dia dos Pais é algo que provoca um misto de sensações e bons sentimentos. Janderson Ayder Marinho, supervisor de programação e controle de manutenção industrial, de 38 anos, está ansioso à espera do primeiro filho. Ele diz que comemorar a data pela primeira vez é emocionante e o deixa orgulhoso, mesmo sabendo que ainda há muitas coisas por vir.
O supervisor conta que, desde quando soube que seria pai do pequeno Enzo Ayder, os seus pensamentos e atitudes mudaram radicalmente. Os cuidados com ele e com a esposa, Tamiris Cristina Marinho, tiverem que ser redobrados, principalmente por causa da atual situação da pandemia.
Para Janderson Ayder, ser pai não é só importante como essencial para a vida de todos os homens. “Nos traz prazer em viver e esperança em saber que vamos poder educar e criar. E quem sabe essa criação faça alguma diferença no mundo e deixamos um legado com as nossas próprias ideologias de vida”, afirma.
Um dos maiores sonhos do servidor público estadual Luiz Leomar Farias, de 27 anos, era ser pai. Depois de muito planejar a gravidez com a esposa, Lorena de Carvalho Farias, em março deste ano veio o pequeno Benício. O primeiro Dia dos Pais ao lado do filho promete ser muito especial.
Benício chegou para ressignificar as manhãs, segundo Luiz Leomar. Antes de o filho nascer, ele afirma que acordar cedo era um sacrifício, mas agora é um dos melhores momentos do seu dia, assim como todos os outros.
Cuidar de uma criança pequena durante o caos da pandemia foi um dos desafios enfrentados pelo pai de primeira viagem. Apesar de não ser fácil, Luiz Leomar diz que foi muito bom ter Benício por perto e poder aliviar todos os efeitos da quarentena com a presença de pequeno. “Pra mim, foi um prazer enorme ficar com ele integralmente e aprender os ossos do ofício, como trocar fralda e ficar noites sem dormir ao lado da minha esposa, mas esses momentos são muito gratificantes”, diz.
Para Luiz Leomar, ter sido pai foi um marco em sua vida e proporcionou mudanças de comportamento e personalidade. “A responsabilidade de ter um filho é muito maior, tem sido uma experiência incrível e eu me tornei alguém melhor”, afirma o servidor público.
O filho gerado no coração
Em outubro de 2011, quando o jornalista Cristiano Almeida, de 27 anos, soube que a irmã estava grávida de quatro meses, ficou feliz, mas preocupado também por ela ser ainda muito nova e ter que abdicar dos estudos para cuidar de um recém-nascido. “Quando ele nasceu, todo amor e carinho que foi crescendo durante a gestação explodiu quando o senti nos meus braços. Mas, surgiu uma dúvida: como ela cuidaria do bebê. E foi neste momento que falei para os meus pais que iria cuidar dele”, conta.
A dedicação foi tão grande durante a gestação que até o nome do Gabriel Almeida foi Cristiano quem escolheu. O jornalista diz que sempre teve uma ótima relação com a irmã, que são cúmplices de todos os momentos e, com o primogênito dela, o amor veio se multiplicar tanto por ele quanto por ela.
“Muitas pessoas me chamavam de louco por estar abrindo mão de ter uma vida sem grandes responsabilidades que seria cuidar de uma criança pequena”, afirma Cristiano Almeida. “Em 2012, eu iria começar a faculdade em uma instituição particular, mas resolvi investir o dinheiro na criação do meu filho-sobrinho e ainda sou agraciado com o convite para ser padrinho dele”, complementa.
Para Cristiano Almeida, ter sido pai representa uma grande experiência como ser humano e indivíduo. “Antes de o Gabriel nascer eu não me sentia pronto para a paternidade, dizia não saber agir quando acontecesse. A chegada mudou a minha perspectiva de futuro, fiquei mais cauteloso”, conta o jornalista.
A maior experiência que o jornalista deseja repassar para o filho, de apenas oito anos, é de ter e ser um pai presente. De receber carinho e atenção. Ele quer que um dia Gabriel entenda que tudo foi feito pensando no seu bem-estar e para que tivesse as lembranças de uma vida rodeada de cuidados e amor.
“Quando Gabriel estava com três anos de idade, ingressei no ensino superior. Não era fácil a nossa rotina. De manhã, o levava para a escola e depois seguia para a faculdade e emendava para o trabalho. À noite, dava toda a atenção para ele e ajudava nas atividades da escola e somente quando o Gabriel dormia que eu ia me sentar na frente do computador para realizar os trabalhos da faculdade. Por diversas vezes, eu perdia a hora e fui amanhecido para a aula”, conta o jornalista sobre as dificuldades que passou na criação do filho.
O primeiro Dia dos Pais que eles passaram juntos foi emocionante para Cristiano. “Percebi que ser pai é se entregar de corpo e alma a um amor que não se explica, apenas se sente. Valeu a pena todo o esforço por ele”, conclui o jornalista.
Por Amanda Martins.
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