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Rodrigo Mussi sofreu um acidente de carro e teve que passar alguns longos dias dentro de uma UTI para se recuperar e, recentemente, o ex-BBB voltou para as redes sociais e até mesmo deu uma entrevista para o Fantástico dando mais detalhes sobre todo este assunto.

Durante o último sábado (4), o bonitão apareceu em suas redes sociais e revelou com exclusividade para os fãs que estão no Instagram que ele tem algumas sequelas do grave acidente que sofreu e que atualmente ele não tem o sentido por completo do olfato e paladar.

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"Primeira vez que, de fato, saio da rua. Meu primeiro contato com o sol. Está bastante sol hoje, está gostoso. Vou contar para vocês uma coisa que não tinha falado ainda: não estou sentindo cheiro de nada e gosto também não. Não senti mais", publicou.

Mas apesar disso, Rodrigo Mussi está levando a vida completamente normal. Atualmente, o bonitão está morando na casa de Viih Tube - quem se tornou um grande amigo após o reality show e está fazendo fisioterapia diariamente.

No início da pandemia de covid-19, descobriu-se que muitas pessoas infectadas com o vírus SARS-CoV-2 estavam perdendo o olfato — mesmo sem apresentar outros sintomas. Pessoas infectadas podem perder o paladar e a capacidade de detectar sensações desencadeadas quimicamente, como o sabor picante, o que é chamado de sinestesia. Após a recuperação, muitos pacientes não conseguem recuperar o olfato imediatamente, e alguns podem temer que a situação possa ser permanente. Não é raro encontrar casos nos quais as pessoas levam entre três e cinco meses para recuperar o potencial desses sentidos. 

Antes da pandemia, a perda ou diminuição do olfato já era sentida por até 20% da população mundial, especialmente em pessoas com sinusite ou rinite. Entretanto, com a covid-19 essa parcela aumentou significativamente. De acordo com uma pesquisa publicada em janeiro deste ano no Journal of Internal Medicine, 86% dos pacientes infectados com o novo coronavírus apresentaram alguma disfunção olfatória. 

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Para aqueles que perdem o olfato por um período prolongado, pode haver preocupações que vão além do prazer de saborear a comida. Muitas pessoas, na verdade, não percebem o quanto sentem falta do olfato até que ele desapareça. Por exemplo, não ser incapaz de cheirar algo queimando pode ser um perigo para a saúde.  

O vírus SARS-CoV-2 parece infectar e comprometer as células vizinhas àquelas que controlam o cheiro, o que pode se traduzir em perda de cheiro, explica a médica otorrinolaringologista Kátia Virgínia, do HOPE, ao LeiaJá. No mundo, quase metade dos pacientes com covid-19 perdem o olfato e cerca de 40% perdem o paladar, de acordo com uma revisão internacional de estudos publicados anteriormente. De acordo com pesquisas preliminares, até metade desses indivíduos também desenvolve o que é conhecido como parosmia, que distorce os cheiros— submergindo, digamos, o cheiro de leite estragado onde deveria haver o aroma de café. 

“O coronavírus age no epitélio olfatório destruindo as células de sustentação. Essas células são as que fazem o nervo olfatório funcionar bem, como elas ficam destruídas, consequentemente, o nervo do olfato não consegue exercer bem a sua função, e aí ocorre a perda desse sentido. No nosso paladar, a gente pensa que muita coisa é sentida pela língua, mas na verdade a língua é responsável apenas pelo doce, azedo, salgado e amargo; o restante, o sabor vem pelo sentido do olfato, por isso que há alteração também do paladar nas infecções do coronavírus”, explica Virgínia. 

Não ser capaz de cheirar pode parecer um aborrecimento menor, pelo menos em comparação com complicações fatais do coronavírus, mas ignorar a perda do olfato é ignorar a importância de compartilhar uma refeição com os amigos ou mesmo de notar situações de perigo. Um estudo da universidade californiana de Stanford menciona, inclusive, que essa incapacidade pode levar à depressão, ansiedade e isolamento social. 

“A perda do sentido do olfato traz muito impacto na qualidade de vida do paciente e na questão da segurança também. O paciente sem olfato deixa de sentir, por exemplo, o cheiro da fumaça; não reconhece se uma comida queimou ou está estragada; um vazamento de gás, um princípio de incêndio. O olfato, independente de pandemia, à medida que envelhecemos, sofremos uma perda neste sentido. O sexo masculino tem o olfato um pouco menos apurado que o feminino; geralmente as mulheres têm um olfato melhor, assim como pessoas mais jovens terão um olfato melhor que os mais velhos, que passam pela perda. Mas a perda do olfato sempre levará em conta esses dois fatores: idade e gênero”, prossegue a especialista. 

Como mencionado anteriormente, antes mesmo da pandemia, a perda de olfato já era realidade para uma porção significativa da população brasileira. A otorrinolaringologista chama atenção para outros quadros virais e não virais que podem apresentar sintomas parecidos com os da covid e afetar os sentidos do olfato e paladar. Em qualquer um dos casos, a consulta com um médico especialista e exames de rotina são essenciais à saúde. 

“Outros quadros virais podem causar também esses sintomas, o quadro clínico é semelhante. Para saber qual vírus causou, é preciso fazer um exame, no caso da Covid-19, é o RT-PCR que vai confirmar se é coronavírus ou não. Existem outras patologias que cursam com a alteração de olfato, não só os quadros virais. Quadros de rinite, sinusite, alguns tumores; toda alteração de olfato deve ser investigada. Aí, o médico otorrinolaringologista vai colher o histórico do paciente, fazer o exame físico e dependendo das suspeitas, ele vai solicitar o exame de imagem, uma nasofibroscopia, e o teste do olfato, que é o que vai confirmar se houve perda ou não, e quantificar o grau da perda: se foi leve, moderada, acentuada ou perda total”, conclui. 

A importância do olfato 

Para decodificar e interpretar mensagens químicas, proteínas específicas localizadas na membrana dos neurônios olfativos em nosso nariz verificam a identidade de cada molécula volátil que chega, e se reportam ao interior. Assim, a informação química, traduzida em sinais elétricos, viaja até o cérebro e afeta as escolhas de comportamento, bem como o humor. Muitas vezes, tudo isso é feito sem que prestemos muita atenção aos odores em nosso ambiente. 

É o olfato que orienta nossas escolhas alimentares e que molha o nosso apetite. É também o cheiro que nos torna exigentes sobre a qualidade da nossa comida, por exemplo, e que nos faz reconhecer um prato de “dar água na boca”. Sem o sentido do olfato, perderíamos muitas experiências, emoções e prazer interessantes; nossa vida careceria de toda uma dimensão. Porém, do ponto de vista fisiológico, seria uma vida perfeitamente normal.

Às vezes, Encarna Oviedo vai às compras para ver se sente cheiros. Também toma banho mais do que de costume e, quando a filha vem vê-la, imediatamente pergunta: "A casa está cheirando bem?"

Ela não sabe porque há mais de um ano perdeu o olfato por Covid-19 e, como milhares de pacientes, ainda luta para recuperá-lo.

A mulher de 66 anos vive perto de Terrassa, a noroeste de Barcelona, e foi uma das muitas espanholas que contraíram o vírus na agressiva primeira onda de 2020. Com um país assustado e centenas de mortes por dia, ter uma forma leve da doença era sorte e a perda do olfato um pequeno detalhe, também para os médicos saturados.

Com o tempo, as vacinas foram ganhando terreno, mas pelo menos meio milhão de espanhóis ainda não recuperaram o olfato, segundo cálculos do Dr. Joaquim Mullol, diretor da Clínica do Olfato do Hospital Clínic de Barcelona, e um dos poucos especialistas que estavam no país antes da pandemia.

"A perda do olfato ocorre em aproximadamente 70% dos pacientes com covid", explica. A maioria se recupera totalmente nas semanas seguintes, mas um quarto ainda tem problemas.

"De muitos nunca saberemos, porque não consultam o médico", aponta.

A notícia também não é muito animadora para quem vai ao especialista com expectativa de recuperação rápida: o único tratamento que tem mostrado alguma eficácia é o treinamento olfativo.

- Reabilitação -

O aumento de casos provocados pela pandemia levou o Hospital Mutua Terrassa, a 30 quilômetros de Barcelona, a criar uma Unidade de Olfato em fevereiro, como aconteceu em muitos centros.

Desde então, cerca de 90 pacientes passaram por lá, a maioria com covid persistente. Após uma primeira avaliação médica, iniciam uma reabilitação na qual, uma vez por semana, durante quatro meses, vão ao centro para identificar odores com um terapeuta.

No final, voltam a consultar o otorrinolaringologista e fazem novo exame para ver a evolução.

"Mel, baunilha, chocolate ou canela?", pergunta o médico a Encarna enquanto lhe entrega um dos 48 cilindros aromáticos não identificados que compõem um dos testes.

"Baunilha?", fala pouco convencida.

Cristina Valdivia também foi infectada com covid naquele confuso mês de março de 2020. Ela teve uma forma leve da doença e perdeu o olfato por três meses. Até que, de repente, voltou a sentir cheiros, mas mal.

"Comecei a sentir o cheiro constante de queimado, como se meu nariz estivesse enfiado em uma frigideira", lembra a mulher de 47 anos de sua casa em Barcelona.

Após meses de angústia, e a passagem por vários otorrinolaringologistas até chegar ao Hospital Clínic, explicaram-lhe que sofria de parosmia, uma percepção distorcida do olfato.

A boa notícia é que esse tipo de reconexão errônea geralmente ocorre em pacientes que estão em processo de recuperação e a má notícia é que não há outra ajuda além da reabilitação e paciência.

Duas vezes por dia, Cristina abre sua mala com seis latas de diferentes aromas e fica cerca de 20 segundos concentrada inalando cada uma para tentar regenerar suas conexões olfativas.

Alguns, como os cítricos, parecem estar aparecendo, mas outros são especialmente resistentes.

"O café é horrível, é uma mistura de gasolina, algo podre...", diz.

- Desconectados -

Muitas vezes o mais discreto dos sentidos, a vida sem olfato é mais complicada do que parece.

"No começo foi horrível. Passava os dias chorando", lembra Cristina, que ainda não sente o cheiro do filho e cuja vida se alterou até no mais íntimo: "Por exemplo, abraço minha sogra, minha mãe e o cheiro é horrível (...) É difícil administrar isso", descreve.

Paciente com fibromialgia, que foi obrigada a parar de trabalhar por muito tempo, seus anos de terapia a ajudaram a suportar um processo em que se sente muito sozinha.

"Com o olfato sentimos tudo o que comemos, o que bebemos. Interagimos com o exterior", explica o Dr. Mullol.

"Além disso, sentimos cheiros de coisas nocivas que podem ser perigosas, como gases, comida estragada. Tudo isso se perde e a pessoa se desconecta do mundo", alerta sobre alguns pacientes que podem sofrer depressão ou emagrecimento abrupto.

Cansada de não sentir o gosto da comida, Encarna diz que ultimamente tem menos vontade de comer, mas não perde a esperança de que isso acabe logo.

"Vamos ver se eu levanto um dia de manhã e, olha, já estou sentindo cheiros", suspira.

A perda de olfato e/ou paladar são sintomas comuns em pessoas com a COVID-19 na Europa, de acordo com um estudo coordenado por dois médicos otorrinolaringologistas vinculados à Universidade de Mons (Bélgica).

Este estudo realizado em 417 pacientes infectados (263 mulheres e 154 homens) com o novo coronavírus, mas de maneira "não grave", mostra que 86% apresentam problemas com o olfato (a maioria não sente mais nada) e que 88% têm distúrbios do paladar.

Os distúrbios olfativos geralmente ocorrem ao mesmo tempo que os sintomas gerais (tosse, dor muscular, perda de apetite, febre) e os sintomas otorrinolaringológicos (dor facial, nariz entupido) da doença.

Às vezes, porém, a perda do olfato, ou do paladar, ocorre após esses outros sintomas (em 23% dos casos), ou antes (em 12% dos casos). Sem explicação aparente, as mulheres são mais propensas à anosmia (perda de olfato) do que os homens. O estudo indica que quase metade dos indivíduos (44%) recupera o olfato em um período bastante curto de 15 dias.

"Os outros pacientes devem manter a esperança" de recuperar o olfato "dentro de 12 meses", sendo a recuperação nervosa "um processo lento", de acordo com o comunicado de imprensa publicado pela Universidade de Mons (Umons).

A recuperação do paladar é um processo mais "aleatório", que pode acontecer antes, ao mesmo tempo, ou após a recuperação do olfato.

Os dois especialistas que coordenaram o estudo, Jérôme Lechien e Sven Saussez, recomendam considerar o aparecimento da anosmia e disgeusia (perda parcial, ou total, do paladar) em pacientes sem histórico otorrinolaringológico como "um sintoma específico de infecção por COVID-19".

Como medida de precaução, essas pessoas "devem ser consideradas potencialmente infectadas pela COVID-19 e, portanto, isoladas por um período mínimo de sete dias", mesmo que não desenvolvam nenhum dos outros sintomas característicos da doença.

Uma nova pesquisa foi lançada por esses especialistas para verificar se pessoas com anosmia/disgeusia isoladas foram afetadas pelo vírus e para entender melhor os mecanismos de perda de paladar e olfato nessa infecção.

Em Paris, o dr. Alain Corré, otorrinolaringologista do Hospital-Fundação Rothschild, também recomenda considerar pessoas anosmáticas como portadoras da SARS-CoV-2, depois de observar com um colega que 90% desses pacientes eram positivos para o teste da COVID-19.

Poucas gotas pingam dentro do nariz e pronto. O tão esperado alívio é imediato e a sensação de não conseguir respirar tem fim. Essa é a realidade de quem utiliza constantemente os descongestionantes nasais. Seja dentro das bolsas, ao lado da cama ou em qualquer lugar de fácil acesso, os pequenos frasquinhos de em média 30 ml estão sempre por perto de quem sofre com obstrução nasal diariamente.

O “remédio para nariz entupido”, como é conhecido pela maioria dos usuários, são descongestionantes nasais tópicos e ao contrário do que muitos pensam, não devem ser utilizados constantemente sem a avaliação de um profissional da saúde.

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Hoje com 27 anos, o jornalista Felipe Cabral convive com o vício em descongestionantes nasais desde o cinco anos de idade, quando descobriu que tinha rinite alérgica. Ele atribui a problemática a sua primeira moradia, onde as paredes eram cheias de infiltrações e a estrutura das telhas tinha muita umidade e mofo. “Por causa da poeira, meu nariz entupia muito e desde criança já passei por várias marcas de descongestionantes”, conta. No inverno, ele chega a utilizar o produto cerca de dez vezes ao dia. “Em épocas quentes diminuo o uso consideravelmente para três vezes”, explica.

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Ainda de acordo com Felipe, todo dia ele coloca ao menos uma gotinha de seu Neosoro, marca que utiliza atualmente. “O psicológico contribui muito pra isso. Se eu saio de casa e esqueço o remédio, bate o desespero do nariz entupir e eu estar sem. Aí, quase automaticamente ele entope. É psicossomático”, diz.

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Em 2015, o Neosoro foi o medicamento mais vendido nas farmácias brasileiras, em unidades, de acordo com uma pesquisa feita pela IMS Health. A liderança do descongestionante nasal vem se repetindo nos últimos anos. Em 2014, o remédio chegou perto de 40 milhões de unidades vendidas no Brasil. O produto é mais comercializado do que remédios para o tratamento de hipertensão, problemas cardíacos ou analgésicos. O preço varia entre R$ 2,99 e R$ 8,99, dependendo da farmácia e da localidade onde é vendido.

A assistente de saúde bucal, Mariluce Barbosa, 50 anos, já utilizou diferentes marcas de descongestionantes e se diz viciada no produto desde os 25 anos de idade. Começou com o Sorine, passou pelo multisoro e agora também é usuário assídua do Neosoro. “Eu sempre usei porque sou alérgica a poeira, tenho desvio de septo e quando o nariz entope não consigo dormir sem colocar as gotinhas de cada lado do nariz”, conta. Ela diz que já não consegue ter uma rotina sem utilizar o remédia todos os dias porque a sensação de não respirar é sufocante. “Já durmo com ele na mão e me considero viciada. Algumas pessoas já me disseram dos riscos, mas não procurei saber mais detalhes. Desentupiu tá bom demais”, pontua.

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As histórias de quem se tornou adepto aos descongestionantes nasais são semelhantes. Geralmente por causa de uma crise alérgica ou um resfriado, a sensação do nariz entupido por causa da obstrução tira o sono de muitas pessoas. O efeito do remédio quase imediato torna o produto um ciclo vicioso e o paciente já não consegue viver sem ele. As “gotinhas milagrosas” parecem ser a solução mais fácil e acessível, mas o uso de forma abusiva pode causar problemas mais sérios do que a própria obstrução nasal.

De acordo com o otorrinolaringologista Marcelo Longman Mendonça, a indicação dos descongestionantes são em casos de obstruções nasais crônicas, por no máximo quatro dias, dependendo do caso do paciente. “Uma gripe mais forte ou uma situação específica de pós-operatório com acompanhamento médico. São produtos com soluções fortes. Se forem mal utilizados podem murchar o tecido do nariz de forma intensa e medida que a ação milagrosa vai se perdendo, o caso volta pior do que já era e se cria um vício”, explica.

Longman complementa que o hábito de muitas pessoas “viciadas” no produto é equivocado e perigoso. “Tem de ser revisto porque pode trazer problemas de saúde mais graves. A maioria usa para tratar rinite alérgica  ou uma obstrução nasal, mas o uso de maneira contínua acaba criando o crescimento de tecido esponjoso do nariz e em casos mais graves só é solucionado com cirurgia”, conta. Para ele, existe, no primeiro momento, uma melhora, mas o organismo se acostuma com o remédio a partir de um determinado tempo, o usuário fica dependente.

Os “viciados” das gotinhas também se reúnem em páginas no Facebook, como “Viciados em neosoro por uma noite mais tranquila” ou “Meu Neosoro”, em que lamentam quando o frasco chega ao fim e relatam histórias nas quais o produto é o protagonista principal. Em uma das postagens, uma internauta comenta sobre o vício. "Vicia sim, porque não vivo sem Neosoro. Uso 5 por semana e se não tiver, eu só falto morrer", publicou.

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A farmacêutica Telma Cavalcanti diz que algumas substâncias contribuem para manter a população viciada no produto, como os componentes nafazolina, fenoxazolina e oximetazolina. “No caso do Neosoro, existem dois agravantes. Ele é cloreto de nafazolina que causa dependência por causa da ação rápida. Os vasos contraem, sai o edema e com ele a sensação de nariz entupido. Mas, rapidamente o efeito passa e os vasos voltam ao normal e a obstrução nasal retorna”, completa.

Ela também explica que o uso excessivo dos descongestionantes causam lesões na mucosa e podem impactar em doenças cardiovasculares, uma vez que a ação do medicamento se dá através da vasoconstrição, diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos. “Eu trabalho em redes de farmácia comerciais e tenho visto o aumento das vendas desses produtos. As pessoas chegam perguntando por remédios bons e baratos para desentupir o nariz”, relata.

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O otorrinolaringologista Marcelo Longman lista os principais riscos de se manter um usuário “viciado” nos descongestionantes sem o acompanhamento de um médico. Arritmia cardíaca e pressão alta, Rinite medicamentosa, quando o pacientes é vítima do efeito rebote, que quando a ação do remédio passa, o nariz fique ainda mais obstruído do que estava antes.

Insônia, tremor e perda de olfato também estão entre os problemas. Em casos mais graves, ele alerta que o produto pode causar o aumento dos cornetos nasais e muitas vezes, o problema só é resolvido com uma cirurgia.

Ele indica que os pacientes devem ir ao médico para analisar esse problema e identificar como tratá-lo. “Certamente não vai ser com essa medicação. Existe uma gama de opções e tipo de tratamento, podendo ser ou não com cirurgia”. Uma outra opção é substituir o descongestionante por e realizar a higiene nasal diária com soro fisiológico.

Os seres humanos têm um olfato que não deixa a desejar em nada a outros mamíferos, incluindo cães e ratos, cujo faro tem tanto prestígio - apontou um grupo de cientistas nesta quinta-feira (11). Os pesquisadores afirmam que a suposta inferioridade dos humanos para distinguir uma ampla gama de aromas é um mito que se arrasta desde o século XIX.

"Há uma antiga crença cultural, segundo a qual para que uma pessoa seja racional e razoável, suas ações não podem estar dominadas pelo sentido do olfato, percebido como puramente animal", disse o professor adjunto de Psicologia John McGann, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, principal autor desse trabalho publicado nesta quinta-feira na revista "Science".

"O bulbo olfativo humano, que transmite sinais para outras áreas do cérebro para ajudar na identificação de odores, está tão desenvolvido quanto em outros mamíferos e tem um número similar de neurônios", explicou.

"De modo que podemos nos equiparar, pela capacidade de detectar e de distinguir os odores, aos cães e aos ratos, que estão entre os melhores rastreadores do reino animal", acrescenta.

Depois de realizar uma série de estudos, os pesquisadores determinaram que os seres humanos podem distinguir até um bilhão de odores diferentes, muito mais dos aproximadamente 10.000 mencionados nos Manuais de Psicologia.

- Perda do olfato e Alzheimer

McGann acrescenta que os cães são, provavelmente, melhores para detectar os diferentes odores da urina, mas que o olfato humano é muito melhor para sentir os diferentes aromas de um bom vinho.

Os autores desse estudo acreditam que essa crença sobre a capacidade do olfato humano remonta ao neurologista e antropólogo francês do século XIX Paul Broca, que garantiu que o homem tem um aparelho olfativo limitado.

Segundo essa teoria, diferentemente dos animais, os homens dependem de sua inteligência para sobreviver, não de seu olfato.

Essa afirmativa influenciou, por sua vez, o precursor da Psicanálise, Sigmund Freud. Para ele, essa deficiência olfativa deixava os seres humanos mais vulneráveis às doenças mentais, lembra o acadêmico.

A ideia da inferioridade olfativa humana também foi alimentada durante décadas por estudos genéticos que revelaram que as ratazanas e os ratos tinham genes que afetam cerca de mil diferentes receptores sensoriais que se ativam pelos odores, contra apenas cerca de 400 nos humanos.

De acordo com McGann, não há elementos que apoiem a noção de que um bulbo (ou lóbulo) olfativo maior em relação ao restante do cérebro confira superioridade olfativa.

O pesquisador explica que a capacidade de sentir uma ampla gama de odores têm uma grande influência no comportamento humano mediante a ativação das emoções, ou fazendo ressurgir lembranças, desempenhando um papel importante na síndrome pós-traumática.

Uma perda do sentido do olfato, que diminui com a idade, também pode acarretar problemas de memória e doenças neurológicas como o Mal de Alzheimer, ou o de Parkinson, acrescenta o estudo.

Os elefantes não só tem uma longa tromba, eles também possuem um olfato que provavelmente é o mais poderoso do reino animal, revelou um estudo realizado por cientistas japoneses, publicado esta terça-feira.

O genoma dos elefantes africanos contém o maior número de genes relativos aos receptores olfativos (OR): cerca de 2.000, segundo o informe publicado no jornal Genome Research.

Os receptores olfativos detectam odores no meio ambiente.

Isto significa que os elefantes dispõem de um olfato cinco vezes mais desenvolvido que o dos seres humanos, o dobro que o dos cães e ainda mais forte que recordista anterior do reino animal: o dos ratos.

"Aparentemente, o nariz do elefante não é só comprido, também é superior", afirmou o principal autor do estudo, Yoshihito Niimura, da Universidade de Tóquio.

Não se conhece exatamente como estes genes funcionam, mas é provável que isto tenha permitido aos elefantes sobreviver com o passar dos anos. De fato, a capacidade de sentir permite aos animais encontrar alimentos, parceiros e evitar os predadores.

Para fazer este estudo, os cientistas compararam os aparelhos olfativos dos elefantes com os de outros 13 animais, entre eles cavalos, coelhos, porquinhos-da-índia, bois e chimpanzés.

Os primatas e os seres humanos são os que, segundo o estudo, têm menos genes relacionados com o olfato. "Isto poderia ser uma consequência do fato de que dependemos menos do olfato do que (...) da nossa visão", concluiu Niimura.

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