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Na madrugada de 1º de janeiro, poucas horas após a virada do ano, uma tragédia ocorrida em Santa Catarina chamou a atenção de todo o Brasil. Quatro jovens, com idades entre 16 e 24 anos, morreram ao serem intoxicados, acidentalmente, por monóxido de carbono (CO), vazado de dentro do carro que tinham utilizado para viajar até Balneário Camboriú, onde curtiram o réveillon. Extremamente perigoso, o CO é um gás sem cor ou cheiro, que, além de inflamável, também é tóxico e gera diferentes níveis de intoxicação. 

O envenenamento por monóxido de carbono ocorre quando o gás se acumula no sangue. Quando há muito monóxido de carbono no ar, o corpo substitui o oxigênio nas células vermelhas do sangue por monóxido de carbono, o que pode causar sérios danos aos tecidos ou até mesmo a morte. A queima de combustíveis, incluindo gás, madeira, propano ou carvão, produz monóxido de carbono. Aparelhos e motores que não são bem ventilados podem fazer com que o gás atinja níveis perigosos.  

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O caso de Balneário Camboriú foi apenas um dos inúmeros acidentes ocorridos por intoxicação com o gás no país. Especialmente em regiões frias, onde a população busca opções elétricas ou naturais de calor, como aquecedores e lareiras, é comum que o acidente aconteça, podendo levar à fatalidade. 

Sintomas se assemelham aos da gripe 

Uma intoxicação leve por monóxido de carbono pode confundir a vítima, pois apresenta sintomas vagos, similares aos de um quadro viral ou gripal. Ao menos é o que explica o tenente Ítalo Fonseca, do Quadro de Oficiais Combatentes (QOC/BM) do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, entrevistado pelo LeiaJá

“A intoxicação leve é perigosa e os sintomas podem ser parecer com sintomas virais ou de gripe. Dor de cabeça, náusea, dor no corpo, tontura, fraqueza, sonolência; são sintomas muito vagos. Um ponto interessante é observar se há sintomas em grupo. Se dentro de uma casa há cinco pessoas e as cinco pessoas apresentam os mesmos sinais, a gente pode suspeitar da situação. Será que na casa dessas pessoas tem uma fonte emissora de monóxido de carbono? É preciso fazer essa análise. Mas se a pessoa mora sozinha em casa, já é mais complicado”, afirma o militar. 

No caso da BMW, como ficou conhecido o envenenamento acidental em grupo que aconteceu em Balneário, os sintomas foram coletivos; apenas uma quinta pessoa não foi intoxicada, por não ter permanecido dentro do carro. Laudos da Polícia Científica de Santa Catarina confirmaram que o vazamento aconteceu por alterações irregulares no escapamento do carro. 

“O monóxido de carbono é gerado em uma combustão incompleta de hidrocarbonetos. Ou seja, em pontos onde há combustão, como em aquecedores a gás ou querosene, sistemas de calefação, madeira e fogão à lenha, automóveis, e geradores elétricos. Para a intoxicação acontecer, temos duas coisas: a fonte emissora de monóxido de carbono e um local pobre em ventilação, um ambiente fechado. No caso de uma garagem ou de um carro, há as duas coisas. No caso da BMW, o carro ficou emitindo monóxido de carbono, acumulando gás com pessoas ali”, continuou o tenente. 

Como o gás é incolor, insípido e inodoro, é quase impossível perceber a presença dele sem já estar passando pelo processo de intoxicação, a partir dos sintomas. "Uma inalação muito comum de monóxido de carbono é acontece em incêndios residenciais. Dentre os vários gases que compõem a fumaça, está lá o CO. Porém, como você sente que foi intoxicado pela fumaça, toma o devido cuidado. Já o monóxido sozinho é mais traiçoeiro, pois você não percebe quando ele age sozinho”, acrescenta. 

Dúvidas comuns sobre o tema 

— Com a palavra, o tenente Ítalo Fonseca, do CBM-PE

LeiaJá: O ambiente ser pequeno, no caso de Balneário, influenciou a rapidez do envenenamento? 

Ítalo: Se fosse um vazamento na garagem do carro, o cômodo é grande e até que a atmosfera ficasse tóxica, iria demorar. Porém, se há um entupimento na obstrução do escape, no interior do carro, ele vai se poluir muito rápido, pois é um ambiente pequeno e estava ocupado por quatro pessoas. 

LeiaJá: Como diferenciar uma intoxicação leve de uma grave? 

Ítalo: Quando a intoxicação é leve, com algumas horas, sob ventilação adequada e ar fresco puro, a pessoa vai se desintoxicando, expelindo o gás naturalmente. Em aproximadamente quatro horas e meia, numa intoxicação leve, a vítima já está desintoxicada. Os jovens do caso da BMW provavelmente já estavam com uma intoxicação grave quando perceberam que estavam sendo envenenados. Quando é grave, o paciente fica com falta de ar, falta de discernimento, confusão, inconsciência, pode ter convulsões, desmaiar ou entrar em coma. Vítimas do monóxido em intoxicações moderadas ou graves provavelmente vão precisar de ajuda, precisam ser socorridas. 

LeiaJá: Como uma pessoa de fora ou não intoxicada pode ajudar? 

Ítalo: A atitude que a pessoa saudável deve tomar é ventilar o local, abrir a garagem ou as portas e janelas, para poder despoluir aquela atmosfera, e cessar o vazamento do gás. No caso [de Balneário], ali, seria desligar o carro. O tratamento para casos sérios é feito com oxigenoterapia, aplicando oxigênio 100% puro às vítimas. Quem ajuda não vai ter esse dispositivo em casa, então, de fato, não há muito o que se fazer na hora. A não ser que a vítima entre em uma parada cardiorrespiratória, mas aí é outra coisa, é um desdobramento da intoxicação e a orientação passa a ser sobre reanimação cardiopulmonar. 

LeiaJá: Como acontece o tratamento para casos graves? 

Ítalo: O tratamento é com oxigenoterapia ou, em casos gravíssimos, a oxigenoterapia hiperbárica; a pessoa entra em uma câmara de oxigênio puro, que exerce uma pressão atmosférica distinta, mas é um tratamento específico e caro, e não é tão fácil de achar, apenas clínicas especializadas oferecem. Não está disponível para todo hospital, pois não é um tratamento comum. 

LeiaJá: Quem acionar nos casos de intoxicação por CO? 

Ítalo: O ideal é acionar o Corpo de Bombeiros e o Samu, e ventilar o ambiente, além de fechar ou desligar as possíveis fontes de emissão do gás. 

Relembre casos que repercutiram no país 

- ‘O que se sabe sobre a morte dos jovens dentro da BMW’ 

- 'Frio: família morre em casa após acender churrasqueira’ 

- ‘MG: Casal é encontrado morto em pousada de Monte Verde’ 

- ‘Laudo: bilionário e mulher morreram intoxicados por gás

 

Nesta terça-feira (11) é comemorado o Dia do Médico Urologista. Esse especialista é conhecido por estar relacionado ao toque masculino e por isso, ao fazer o check-up, os homens possuem essa resistência ao avaliar o próprio corpo do que as mulheres. Porém, ele também trata outros problemas como trato urinário masculino e feminino. Desde cedo, as mulheres são incentivadas a consultar regularmente o médico sobre os problemas e avaliações do corpo.

Segundo a pesquisa feita pelo Programa Nacional de Saúde (PNS), em 2022, a média geral de mulheres que vão ao médico regularmente é superior à dos homens – a taxa de mulheres é de 82,3% em relação a 69,4% de registro dos homens. Por outro lado, de acordo com a pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 51% dos homens nunca haviam se consultado com um urologista. Para saber o que precisa para realizar a consulta, confira a seguir, cinco sintomas a seguir: 

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Dores em regiões específicas - dor na região lombar: indica problemas nos rins, como cálculo renal; dor abdominal: pode sugerir infecções, cálculo renal e, até mesmo, um tumor; dor no pênis: pode sinalizar infecções, traumas e DST’s e dor nos testículos: é um alerta para varicocele, inflamações, cisto ou tumor.

Sinais urinários - desconforto ao urinar; gotejamento; incontinência urinária; presença de sangue na urina; aumento da frequência urinária diurna e noturna; diminuição do fluxo urinário. 

Atividade sexual afetada - impotência sexual; ejaculação precoce; desconforto durante a relação sexual; ausência de orgasmo e sangue no esperma. 

Idade - os homens acima de 40 anos precisam procurar o profissional para realizar o exame de próstata e o PSA. Mesmo que não tenha histórico de câncer de próstata na família, é preciso passar por uma avaliação. O toque não dura mais do que dez segundos e é fundamental para identificar qualquer anomalia na próstata. 

Doenças sexualmente transmissíveis - coceira; vermelhidão; dor; bolhas; feridas; queimação; corrimento e verrugas penianas.

 

Ao contratar um plano de saúde, a declaração de saúde é um documento de preenchimento obrigatório que visa esclarecer se a pessoa tem conhecimento de que possui doenças ou lesões preexistentes, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os clientes não devem esconder diagnósticos porque isso pode ser considerado fraude, mas as empresas também não podem exigir informações como IMC (índice de massa corporal) ou questionar se a pessoa fuma, ingere álcool ou usa medicamentos.

"Não é para fazer avaliação de risco", diz a advogada Carolina Navarrete, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Ela explica que os planos não podem excluir pessoas que já convivam com condições de saúde. "Ao mesmo tempo, eles precisam saber essas informações para que consigam se organizar financeiramente para cuidar daquela doença que entrará na carteira."

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Se o cliente tiver alguma condição de saúde, o plano pode determinar a cobertura parcial temporária, conhecida como CPT, por 24 meses. Nesse período, procedimentos considerados de alta complexidade (como tomografia) e cirurgias ou leitos de alta tecnologia (como UTI) não são cobertos - mas essas regras só valem em relação à doença declarada.

Por exemplo: se o beneficiário tiver uma doença renal, a CPT será restrita a essa condição. Caso frature a perna e precise de cirurgia ortopédica, aí a cobertura está garantida. Procedimentos simples ligados ao problema "original", como consultas e exames de rotina, também deverão ser cobertos.

Se o beneficiário não puder esperar o prazo de 24 meses, ele tem a opção de verificar se a operadora oferece o agravo, que é o "pagamento de um acréscimo no valor da contraprestação da operadora para ter direito integral à cobertura contratada, após os prazos de carências", esclarece Rodrigo Alexandre, da associação de defesa do consumidor Proteste.

A ANS ressalta, porém, que a CPT não deve ser confundida com os prazos carenciais, que são de 24 horas para urgência e emergência, 300 dias para parto a termo e 180 dias para os demais procedimentos.

PREENCHIMENTO CUIDADOSO. Segundo Alexandre, se o cliente esconder uma condição preexistente de forma intencional, isso poderá ser entendido como indício de fraude, e a operadora pode pedir a abertura de processo administrativo na ANS com a alegação de omissão deliberada. Caso a doença seja comprovada, o beneficiário poderá ter o seu contrato e de seus dependentes cancelado, diz a ANS. Há ainda possibilidade de o convênio cobrar as despesas relacionadas aos problemas não declarados.

Por isso, a orientação é que o documento seja preenchido da forma honesta e com o máximo de informações. A operadora até oferece orientação grátis de médico para essa etapa da contratação. "Mas se trata de um profissional contratado pelo convênio, que atende aos interesses da empresa", aponta a advogada do Idec.

Carolina ressalta que o cliente só tem a obrigação de relatar doenças e lesões diagnosticadas - nada além disso - e alerta para possíveis abusos das operadoras. A ANS reforça a orientação e diz que sintomas devem ficar de fora da declaração. Ou seja, uma dor não é considerada doença preexistente. Se houver suspeita de imposição indevida de CPT, o ideal é falar com a operadora e pedir a revisão da situação. Se a empresa não resolver, o Idec orienta solicitar cópia da declaração e abrir reclamação na ANS.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Hoje (14) é comemorado o Dia do Cardiologista. As doenças cardiovasculares são distúrbios que acometem tanto o coração quanto os vasos sanguíneos e podem causar danos, incluindo a morte. Os sintomas que podem apontar como problemas cardíacos nem sempre estão relacionados à área cardíaca necessariamente, sendo, às vezes, por causa de outro fator encontrado no corpo. Caso encontre mais de três sintomas no mesmo período de tempo, consulte um médico. 

Confira a seguir cinco sintomas de problemas cardíacos de acordo com a clínica geral Karla Nogueira:

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Batidas cardíacas irregulares; 

Desmaios e perda da consciência; 

Falta de ar e dores no peito; 

Inchaços nas pernas; 

Tosse frequente durante a noite. 

“Para diminuir os problemas cardíacos, os especialistas recomendam praticar exercícios físicos, parar de fumar, dormir bem, controlar o estresse, fazer exames de rotina como medir a diabetes, o colesterol e a pressão arterial”, aconselha Nogueira. 

Pesquisa 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças do sistema cardiovascular são a principal causa de morte no mundo, com quase 18 milhões de ocorrências em 2016, sendo que poderiam ter sido evitadas com cuidados básicos, como mudança no estilo de vida.

 

O dia 1º de agosto é conhecido como o Dia Mundial do Câncer de Pulmão. Ficar atento aos sintomas é importante, uma vez que este é o terceiro mais comum entre homens e quarto mais recorrente entre mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). No mundo, o câncer de pulmão é o primeiro em em incidência entre homens e o terceiro entre as mulheres. Alguns dos sintomas, na maioria das vezes, aparecem quando estão em um estágio avançado, podendo ser evidenciados.

Caso os sintomas durem mais de duas semanas seguidas podem ser decorrentes de um câncer, por isso o paciente precisa de uma avaliação médica. “É importante que o pneumologista ou clínico geral seja consultado, pois é possível fazer exames que permitem identificar a doença de forma precoce, dando início ao tratamento logo em seguida e prevenir o desenvolvimento do câncer”, aconselha a médica em clínica geral Karla Nogueira. “O tratamento muda de acordo com o tipo e característica do câncer, podendo ser indicada a realização de cirurgia e sessões de radioterapia ou quimioterapia”, acrescenta. 

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Os principais sintomas iniciais do câncer de pulmão são: 

Cansaço extremo; 

Dificuldade em respirar; 

Diminuição do apetite; 

Dor nas costas; 

Dor no tórax; 

Falta de ar; 

Perda de peso; 

Rouquidão; 

Sangue no catarro; 

Tosse seca e persistente. 

 

O ator Stenio Garcia, de 91 anos, no início deste mês foi diagnosticado com septicemia aguda, precisando ser internado em um hospital da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro e gerou dúvidas entre as pessoas que desconhecem a doença. Também conhecida como sepse, a doença corresponde a uma infecção generalizada no sangue, causada por bactéria ou fungos. 

Mesmo a doença sendo pouco conhecida pela população, traz um número alarmante para a saúde mundial: anualmente, mais de 11 milhões de pessoas morrem devido a septicemia aguda.

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Com isso, o LeiaJá entrevistou o biomédico Thiago França para entender como essa infecção generalizada no organismo pode ser tratada, evitando que ela afete o sistema imunológico e prevenindo problemas no funcionamento dos órgãos. 

Como a septicemia aguda se manifesta no corpo?

"A sepse aguda pode ser causada por uma infecção bacteriana, viral ou fúngica. Geralmente, está associada a uma resposta inflamatória desregulada que deixa o sistema circulatório num estado em que ele deixa de suprir o transporte essencial de nutrientes e oxigênio, além das demais funções necessárias pelos órgãos. Com isso, os pacientes apresentam febre, calafrios, taquicardia, respiração acelerada e confusão mental", afirmou o especialista, alertando que, conforme a condição progride, podem surgir outros sinais, como pressão arterial baixa, falência de órgãos, erupções cutâneas e dificuldade respiratória.

Diagnóstico e tratamento

No laboratório, os biomédicos e os técnicos de análises clínicas conseguem identificar a síndrome através do aumento na contagem de leucócitos e a queda no número de plaquetas.  O biomédico esclareceu que o diagnóstico é baseado na análise dos sintomas, exames de sangue, culturas de fluidos corporais e outras investigações clínicas.

Com a identificação destas alterações nos exames laboratoriais, o especialista recomenda que o "tratamento se comporte de forma imediata", pois a rapidez da equipe médica será essencial para alcançar a recuperação do paciente.

"Geralmente envolve a administração de antibióticos intravenosos, suporte hemodinâmico, controle da infecção de origem e suporte para órgãos comprometidos. A sepse aguda requer cuidados intensivos e monitoramento constante em ambiente hospitalar", pontuou. 

Prevenção e conscientização 

A prevenção envolve medidas simples, como lavagem regular das mãos, vacinação adequada, higiene hospitalar rigorosa e tratamento adequado de infecções. Porém, campanhas de conscientização podem ajudar muitas pessoas que ainda não entendem as características da doença.

"As secretarias de saúde de cada município, junto com o apoio do do Ministério da Saúde e de órgãos do Governo Federal precisam trabalhar com mais eficiência para conscientizar a população sobre as causas desta doença que ainda é desconhecida por muitas pessoas. É muito importante um trabalho que aumente a conscientização sobre a sepse aguda, pois assim, iremos garantir a rapidez no diagnóstico e no tratamento, salvando vidas e reduzindo complicações", disse o biomédico Thiago França.

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Digestiva, um alerta. Nem todo mundo sabe, mas ter “um intestino mais sensível" pode ser sinal de contaminação pela bactéria H. Pylori. Ela é uma bactéria do sistema gastrointestinal (órgãos como o estômago e o intestino) que é adquirida pelo contato direto com a saliva de pessoas que já tenham a bactéria ou por meio da qualidade da alimentação (alimentos mal lavados).  

Segundo os especialistas, cerca de 60% da população mundial está acometida por essa bactéria, tantas vezes silenciosa, isso porque nem sempre a infecção causa sintomas nos pacientes acometidos. Ela pode ser assintomática por anos, mas se tornar sintomática com o passar do tempo, pode causar uma degradação das mucosas intestinais e estomacais.

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Quando isso ocorre, os sintomas são: dor estomacal ou intestinal, sensação de queimação na barriga, diminuição do apetite, emagrecimento progressivo, enjoo e vômito, sensação de estufamento, presença de arrotos frequentes e fezes com a presença de sangue.

O diagnóstico pode ser feito de diferentes maneiras, mesclando técnicas não invasivas e algumas mais complexas. Exames de sangue, testes respiratórios com ureia marcada, exame de fezes, endoscopia e biópsia são alguns que podem ser feitos para o diagnóstico.  

O tratamento da H. Pylori envolve uma série de estratégias que, juntas, trazem sucesso. É preciso que todas as recomendações do médico sejam seguidas à risca, incluindo o tempo de medicação prescrito. De modo geral, o tratamento inclui o uso de protetores gástricos e a prescrição de antibióticos, para matar a bactéria. É importante que eles sejam usados pelo tempo exato pedido pelo médico, para evitar a resistência dos micro-organismos. O tratamento não é indicado para todas as pessoas, sendo direcionado e normalmente orientado apenas aos que têm maiores chances de desenvolver complicações ou para os que estão vivenciando alguma consequência. Normalmente, os sintomas são controlados com uma boa alimentação e algumas medicações de suporte.

Risco e prevenção 

Um dos riscos comuns é o de desenvolver anemia. Por conta da destruição das paredes estomacais e intestinais, os pacientes têm sangramentos que levam à diminuição do estoque de ferro no organismo ou até mesmo dificuldade de absorver nutrientes, como os essenciais para o metabolismo do ferro no organismo.

Outras consequências são: a ocorrência de úlceras, o desenvolvimento de gastrite, inflamações variadas e câncer de estômago. Ou seja, é importante fazer um acompanhamento médico para combater esse problema. Para isso, algumas dicas para evitar esse problema são: lavar as mãos antes de se alimentar, lavar as mãos após usar o banheiro, evitar contato direto com talheres e produtos utilizados por outras pessoas e lavar bem os alimentos antes do consumo.

Além disso, por mais que não seja um meio de prevenção, investir em consultas frequentes com uma equipe médica e estar atento aos sinais do corpo são formas de obter um diagnóstico de forma rápida. 

 

 

 

Jeff Bridges concedeu uma entrevista para a revista AARP para falar que foi diagnosticado com câncer. De forma leve, o ator descreveu todo seu percurso até descobrir a doença e conta que chegou a ignorar os sintomas.

Segundo o ator, tudo teria começado em 2020, durante a pausa nas gravações da série The Old Man - devido a pandemia de Covid-19.

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- Eu estava fazendo alguns exercícios no chão e senti o que parecia ser um osso no meu estômago. Eu pensei comigo mesmo, hum. Mas não doeu nem nada. Perguntei a Sue o que ela achava. Ela disse: Não sei, mas você tem que verificar isso. Na época, eu disse a mim mesmo: Não dói. Não quero ir ao médico.

Então, ele e sua esposa fizeram uma viagem para Montana, mas os sintomas continuaram:

- Estou caminhando e me sentindo ótimo. Minhas canelas realmente coçam, e eu penso, Oh, eu só tenho, você sabe, pele seca. Então, tive suores noturnos, mas pensei: são apenas noites quentes de verão. Acontece que esses são sintomas de linfoma.

Jeff tinha um tumor de cerca de 20 por 30 centímetros em seu corpo e, ainda assim, continuou as gravações da série, inclusive filmando cenas de ação.

- Eu estava fazendo aquelas cenas de luta para o primeiro episódio de The Old Man e não sabia que tinha um tumor de 9 por 12 polegadas em meu corpo. Você pensaria que teria doído ou algo assim, quando eles estavam me socando e outras coisas. Não doeu.

Fase difícil

Assim que começou a fazer o tratamento, Jeff foi diagnosticado com Covid-19. Tudo aconteceu em janeiro de 2021.

- Foi lento no começo, pois eles trabalhavam para encontrar o coquetel de quimioterapia certo para mim. [...] Recebi esta carta do local de quimioterapia informando que havia contraído COVID. Eu não tinha sistema imunológico para combatê-lo. A quimioterapia acabou com isso, o que tornou tudo muito, muito difícil.

Ele relata ter desmaiado algumas vezes durante o tratamento de Covid, por não conseguir oxigênio o suficiente.

- Para mim, o câncer não era nada comparado ao COVID.

E continua:

- Lembro-me do médico me dizendo: Jeff, você precisa lutar. Você não está lutando. Mas não entendi mais. Eu simplesmente não sabia como fazer isso. Eu estava em modo de rendição. Eu dizia a mim mesmo: Todo mundo morre, e este sou eu morrendo. E eu me ouvia dizer: Oh, bem, aqui estamos nós, para a próxima aventura.

Com o tratamento, ele conseguiu diminuir o tumor de forma relativa - chegando ao tamanho de uma bola de gude. Com o câncer em remissão, ele se sente pronto para gravar a segunda temporada de The Old Man.

Hoje (15) é comemorado o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. As Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são adquiridas após a internação do paciente, se manifestando durante a internação ou mesmo após a alta, quando relacionadas com a internação ou procedimentos hospitalares.

Tais infecções estão entre as principais causas de morbidade e de mortalidade. Segundo dados de 2021 da Organização Mundial da Saúde (OMS) são realizadas 234 milhões de operações por ano em todo o mundo. Deste total, cerca de um milhão de pacientes morrem em decorrência de infecções hospitalares. No Brasil, a taxa de infecção hospitalar chega a 14%. Confira a seguir, quatro infecções mais frequentes no ambiente hospitalar: 

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Infecção respiratória: Pneumonia – A pneumonia costuma ser grave em pessoas que estão acamadas, desacordadas ou que têm dificuldades de deglutição, pelo risco de aspiração de alimentos ou da saliva. Algumas bactérias mais comuns neste tipo de pneumonia são Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonasm, Mycoplasma, além de alguns tipos de vírus. Os principais sintomas são dor no tórax, tosse com secreção amarelada ou sanguinolenta, febre, cansaço, falta de apetite e falta de ar. 

 

Infecção urinária: O uso de sonda ao longo período de internação, facilita a infecção urinária. Algumas bactérias incluem Escherichia coli, Proteus sp., Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Enterococcus faecalis e de fungos, como Candida albicans. Seus principais sintomas são dor ou ardência ao urinar, dor abdominal, presença de sangue na urina e febre. 

Infecção de pele: Devido às aplicações de injeções e acessos venosos para medicamentos ou coletas de exames, cicatrizes de cirurgia ou biópsia ou pela formação de escaras, os pacientes ficam mais susceptíveis às infecções de pele. Alguns dos microrganismos envolvidos são Staphylococcus aureus, Enterococcus sp., Klebsiella sp., Proteus sp., Enterobacter sp., Serratia sp., e Streptococcus sp. Os principais sintomas são presença de área de vermelhidão e inchaço na região, com ou sem a presença de bolhas. Geralmente, o local é doloroso e quente, e pode haver produção de secreção purulenta e com odor. 

Infecção do sangue: Septicemia – Geralmente surge após a infecção de algum local do corpo, que se espalha pela corrente sanguínea. Este tipo de infecção é grave, e se não for tratada pode rapidamente causar falência dos órgãos e risco de morte. Qualquer dos microrganismos infectados pode se disseminar pelo sangue, e alguns dos mais comuns são E. coli, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis ou Candida sp., por exemplo. Os principais sintomas são febre, calafrios, queda da pressão, batimentos cardíacos fracos e sonolência. 

 

 

Considerado um dos mais frequentes no país, o câncer de estômago foi a causa da morte da ex-jogadora da seleção brasileira feminina de vôlei Ana Paula Borgo, de 29 anos. A atleta, falecida nessa quinta-feira (11), descobriu a doença há cerca de oito meses em exames de rotina e estava em tratamento. 

 O câncer de estômago é o quarto tipo mais incidente entre homens e o sexto entre mulheres no Brasil. Chamado também de câncer gástrico, é comum em homens na faixa etária de 60 a 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

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Estima-se 21.480 novos casos da doença no país por ano, no triênio de 2023 a 2025, sendo 13.340 casos em homens e 8.140, em mulheres   Sintomas   A doença não tem sinais específicos. No entanto, alguns sintomas devem ser observados: perda de peso e apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente.

Esses sinais, de acordo com o Inca, podem indicar doenças como uma úlcera e gastrite (consideradas benignas) ou um tumor no estômago. Por isso, é importante busca uma orientação médica o quanto antes para diagnóstico.

Em estágio avançado, o paciente pode apresentar massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do fígado, íngua na parte inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo.

O instituto informa que alguns fatores podem aumentar o risco da ocorrência da doença, entre eles sobrepeso, obesidade, consumo excessivo de álcool e sal, fumo e doenças pré-existentes.   

Prevenção 

 Para prevenir a doença, é recomendado evitar o consumo de bebidas alcoólicas, de alimentos salgados ou mantidos em sal, não fumar e manter o peso adequado.    Diagnóstico e tratamento  A doença é detectada por meio de uma endoscopia digestiva alta, exame que permite visualizar o estômago e esôfago, além de biópsia. Se confirmada, é feita uma tomografia computadorizada para avaliar a extensão do tumor. 

O tratamento passa por cirurgia e quimioterapia.

Há pouco mais de três anos a pandemia da Covid-19 teve início no mundo, e muita coisa mudou na vida de milhares de pessoas. Além das mudanças sociais que vieram com a crise sanitária, diversos relatos mostraram, com o passar do tempo, que quem contraiu a doença ficou com sequelas persistentes, e até mesmo permanentes - consequência que ficou conhecida como Covid longa.

Foi o que aconteceu com Renata Ferreira*, assistente social que mora no Recife. Ela contraiu a doença logo no início da pandemia, em março de 2020. “Desde então percebo que fiquei bem esquecida. Não tenho um diagnóstico fechado sobre isso”, relatou ao LeiaJá. 

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“Quando fui ao médico depois, eles ainda não sabiam exatamente nem tratar a Covid, e nem quais eram as sequelas pós Covid. Mas procurei um neurologista. Ele achava que era esquecimento 'corriqueiro', por mais que eu dissesse que não era, o conhecimento pós-covid era muito pouco”, ela conta.

Ainda no início da pandemia, pouco se sabia sobre a doença e as possíveis sequelas. Como Renata teve Covid ainda nos primeiros meses, não existiam estudos comprovando o que estava sendo apresentado pelos pacientes. “Depois, alguns estudos foram divulgados, e ficou comprovado a confusão mental, esquecimento, queda de cabelo, fadiga”, explica a assistente social.

Muitas pessoas recorreram a profissionais das mais diversas áreas para entender o que poderia ser feito para reverter o quadro. Renata sofre até hoje com lapsos de esquecimento, característica que acarreta uma boa parcela dos pacientes. “O neuro que eu fui me indicou a fazer sudoku, jogar jogo da memória e assistir filmes que eu não gostava, para ativar o outro lado cérebro, com isso melhorei bastante. Mas, não fiquei 100%. 3 anos depois e sinto que minha memória não é a mesma antes da Covid. Sei distinguir o que é corriqueiro, do que não é”, relata.

Cuidados permanentes

Para lidar com as sequelas da Covid-19, médicos recomendam atividades parecidas com as que foram passadas para Renata. Segundo o professor Eduardo Jorge, são diversos os sintomas apresentados pelos pacientes. “A doença tem se revelado uma caixa de surpresas e muitas pessoas apresentam manifestações da COVID longa, como astenia, prejuízo cognitivo, ansiedade, etc.”, explicou o médico pediatra.

O doutor, que representa em Pernambuco a Sociedade Brasileira de Imunizações, recomenda procurar os centros especializados em tratamento pós-Covid. “Os ambulatórios de seguimento pós Covid estão sendo essenciais para este olhar de sequelas das doenças, e precisam urgentemente ser ampliados neste momento que a pandemia foi controlada mas deixou um quantitativo significativo de pessoas que precisam de fisioterapia, acompanhamento psicológico, entre outros”, declarou.

No Recife, um hospital de rede privada possui um ambulatório com essa finalidade, funcionando desde maio do ano passado. Uma equipe de pneumologia atende pacientes com sequelas da Covid. O LeiaJá procurou saber com a Secretaria Estadual de Saúde se existe algum local desse seguimento na rede pública, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

Riscos ainda existem

Graças às campanhas de vacinação, os números de contaminação da Covid-19 estão bem menores, mas Eduardo Jorge alerta que os riscos ainda existem, e não são tão pequenos assim. “Os riscos de se contaminar pelo vírus da Covid-19 permanecem os mesmos, pois contraímos Covid -19 por meio de contato com pessoas infectadas. O coronavírus ainda circula entre nós. O que mudou, graças especialmente às vacinas,  foi a diminuição de formas graves da doença, e de óbitos. A doença ainda pode ser grave em pessoas idosas e/ou com comorbidades”, alerta o especialista.

“Temos que manter a vacinação contra a Covid-19 atualizada, para evitarmos as formas graves da doença. Outras medidas: evitar contato com pessoas com sintomas respiratórios, evitar aglomerações em ambientes fechados , especialmente e higiene das mãos.  Pessoas de risco para evolução grave da doença devem  ainda ser mais rigorosas nas medidas de proteção e seguir as recomendações de reforços das vacinas indicadas para os grupos específicos”, finaliza o médico.

Em nota, a "Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informa que a assistência aos pacientes com sequelas de covid é direcionada conforme a especialidade envolvida, a depender do tipo da sequela. Por exemplo, a rede estadual de saúde dispõe de neurologistas, que atendem às pessoas com sequelas neurológicas por Covid-19, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e no Hospital da Restauração (HR). São oferecidos, ainda, serviços de pneumologia aos pacientes com sequela causada pelo novo coronavírus, no Hospital Otávio de Freitas (HOF).  Por fim, a SES-PE reforça que mantém a assistência necessária aos pacientes com diferentes sequelas de Covid-19".

*O nome foi alterado a pedido da entrevistada para preservar sua identidade.

O ator e modelo Paulo Zulu, de 59 anos, tem compartilhado em seu Instagram alguns depoimentos sobre como ele tem enfrentado um câncer de bexiga e seus aprendizados sobre a necessidade de levar uma vida saudável e realizar exames de rotina. Ele contou que já havia passado por um procedimento cirúrgico para retirada de um tumor cancerígeno na bexiga há dois anos e, em fevereiro deste ano, precisou passar por uma nova cirurgia.

A doença é o segundo tipo de câncer do sistema urinário mais comum no Brasil, ficando atrás somente do câncer de próstata, e tem maior incidência em homens, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Quem já teve câncer de bexiga uma vez tem mais chances de desenvolver a doença novamente, como foi o caso de Zulu.

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"Infelizmente, 30% a 40% dos pacientes já descobrem a doença no estágio avançado", diz o urologista Bruno Benigno, do Centro de Oncologia e Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Quando descoberto no início, as chances de cura são maiores, de cerca de 80% a 90%.

O que pode causar o câncer de bexiga e como prevenir?

A doença, segundo Alex Meller, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é multifatorial, mas o principal fator de risco é o tabagismo.

"Pessoas que trabalham na indústria química, com tintas ou solventes, e quem tem infecções urinárias de repetição também têm maior risco", diz Meller. "Quem tem exposição a derivados de petróleo há mais de 20 anos e quem já passou por sessões de radioterapia também", completa Benigno.

Outro grupo de risco são pacientes que usam sonda ou que tiveram processos inflamatórios graves na bexiga ou no sistema urinário, afirma Meller. Pessoas com mais de 55 anos e/ou e com casos de câncer na família, em especial o de bexiga, também têm mais chances de desenvolver a doença.

Para prevenir o câncer de bexiga, é importante fazer exames de check-up com frequência e eliminar os fatores de risco de forma geral. O diagnóstico precoce, assim como em todos os outros tipos de câncer, é fundamental para aumentar as chances de cura.

Exames de imagem, como ultrassom e tomografia, ou de urina, quando há a presença de sangue, podem indicar a possível existência da doença. A partir daí, é recomendado que seja feita uma endoscopia da bexiga com biópsia para confirmar se é de fato câncer e qual o tipo de tumor.

Sintomas e tratamento

Segundo Benigno, os principais sintomas do câncer de bexiga são o sangramento na urina e a dor ao urinar. No entanto, em muitos casos, o paciente é assintomático, por isso a importância de realizar exames com regularidade.

Existem diferentes tipos de câncer de bexiga e a avaliação do melhor tratamento deve ser feita caso a caso por um médico especialista. No entanto, de forma simplificada, em geral são dois casos: os avançados, em que o tumor já invadiu a bexiga por completo, e os iniciais, em que está localizado na parede do órgão.

"Se você detecta a doença no estágio mais superficial, geralmente é feito um tratamento mais localizado, com uma raspagem da bexiga para eliminar o tumor e então aplicamos uma vacina na bexiga que previne que o tumor volte", diz Meller. "Em alguns casos, também pode ser usada a quimioterapia dentro da bexiga", afirma Benigno.

A taxa de cura em casos assim é de 80% a 90% e o paciente só precisa fazer um acompanhamento posterior para prevenir o retorno da doença. A vacina indicada é a BCG, que está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas houve escassez no ano passado.

Já quando o tumor invade a bexiga, é preciso retirar o órgão por completo. "Dá para reconstruir a bexiga com um reservatório feito com a parede do intestino ou com a instalação de uma bolsa que fica no abdômen do paciente", explica Benigno. Nesse caso, a taxa de cura cai para 50%.

Nem é preciso falar sobre o lado bom do Carnaval, ainda mais em 2023, depois de dois anos afastados do reinado de momo. Contudo, nem tudo é folia em meio ao agito dos blocos, troças e camarotes. Por isso, é importante ficar atento à saúde. Com sintomas parecidos, doenças como a gripe, o resfriado e o coronavírus podem confundir nos primeiros sinais. 

É importante lembrar que a automedicação deve ser evitada e que a pessoa doente precisa ser diagnosticada após atendimento médico especializado. Uma das principais características do Carnaval é a própria troca de calor humano, mas essa aproximação facilita a transmissão de microorganismos. Além de levar a alegria e a paz para vivenciar esse momento tão esperado, também é fundamental seguir as orientações de prevenção contra as doenças virais. 

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Em relação aos primeiros sintomas, o resfriado se apresenta de forma mais branda. Ele geralmente causa tosse leve, espirros, coriza, dor de garganta e, as vezes, dores de cabeça e no corpo. Com um quadro parecido, mas menos persistente, ele pode ser confundido com uma crise alérgica, que também acompanha espirros, tosse, coriza, mas se diferencia por deixar os olhos irritados. 

Diferente da virose e do resfriado, a infecção pelo vírus da Influenza - popularmente conhecida como gripe - é um pouco mais intensa. Nem sempre com espirros, seu quadro resulta em febre, tosse, dores de cabeça, no corpo e garganta, cansaço e coriza. No início da pandemia, a gripe chegou a ser confundida com a Covid-19, mas há distinções.

A doença causada pelo coronavírus também se apresenta com febre, tosse seca e pode vir junto com cansaço, fadiga e até mesmo diarreia. No entanto, o Covid-19 pode levar o paciente à dificuldade de respirar, podendo chegar à falta de ar. 

Prevenção- A primeira barreira para essas doenças é cumprir o calendário de vacinação. O Ministério da Saúde recomenda formas de prevenção que, no geral, são voltadas à higiene. As principais são: 

- Lavar as mãos com frequência e evitar tocar nos olhos, nariz e boca;

- Usar lenço descartável para limpar o nariz, da mesma forma que a boca deve ser limpa com guardanapo descartável;

- Não compartilhar copos e outros objetos pessoais;

- Cobrir a boca e o nariz na hora de tossir ou espirrar;

- Tentar permanecer em ambientes mais arejados.

A cada ano, cerca de dez mil novos casos de câncer de bexiga são diagnosticados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença afeta mais homens do que mulheres. O empresário e apresentador Roberto Justus foi diagnosticado com este tipo de câncer recentemente. Justus revelou que um tumor maligno foi identificado precocemente em exames anuais de rotina e que fará sessões de quimioterapia de maneira preventiva.

 Segundo o Inca, homens brancos e de idade avançada são os grupos com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. O tabagismo pode aumentar o risco e está associado à doença em 50 a 70% dos casos. A exposição a diversas substâncias químicas também está ligada ao desenvolvimento do câncer de bexiga. A detecção precoce do câncer possibilita maior chance de tratamento.

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O câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e pode ser classificado em três tipos, de acordo com o Inca: Carcinoma de células de transição, onde começa nas células do tecido mais interno da bexiga, representa a maior parte dos casos; Carcinoma de células escamosas, que afeta células que podem surgir no órgão após infecção ou irritação prolongada; Adenocarcinoma, onde se inicia nas células de secreção, que também podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.  

FATORES DE RISCO

O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e se espalhar até os órgãos próximos, transformando-se em um câncer invasivo, que pode ser mais grave. Já nos casos em que o câncer se encontra limitado ao tecido que reveste a bexiga, ele é considerado superficial. Além do tabagismo, a exposição a compostos químicos relacionada principalmente ao trabalho, como agricultura, construção, fundição e indústria, também pode favorecer o surgimento desse tipo de câncer.

As medidas de prevenção incluem evitar fumar e o tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de produtos derivados do tabaco por não fumantes em ambientes fechados. Além de não se expor aos derivados do petróleo, como por exemplo, tintas. Pacientes com este câncer podem apresentar sangue na urina, dor durante o ato de urinar, além da necessidade frequente combinada com a dificuldade de urinar.  

A apresentação pode ser de forma assintomática também, em alguns dos sinais. A identificação precoce do câncer permite ampliar as chances de tratamentos bem-sucedidos. A partir de sintomas sugestivos da doença, os pacientes podem ser submetidos a testes clínicos, laboratoriais ou radiológicos. Exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e investigação interna da bexiga por vídeo, podem apontar o diagnóstico do câncer.

TRATAMENTO

O rastreamento, que consiste em exames periódicos em pessoas em sintomas, pode ser feito para aqueles que fazem parte de grupos com maior chance de ter a doença. O tratamento varia de acordo com o grau de evolução da doença, podendo executar cirurgias, quimioterapia e radioterapia.  

A probabilidade de cura depende de fatores como a extensão do câncer, idade e saúde geral do paciente. Entre as opções de cirurgia, estão o procedimento de remoção pela uretra, retirada de parte da bexiga, com posterior construção de uma nova bexiga para armazenamento da urina. A quimioterapia pode ser realizada a partir da ingestão de medicamentos, injetada na veia ou aplicada diretamente na bexiga por um tubo invasivo pela uretra. Já a radioterapia pode ser indicada em tumores mais agressivos, com o objetivo de buscar preservar a bexiga.  

Preta Gil usou as suas redes sociais nesta quarta-feira, dia 9, para contar que testou positivo para Covid-19 pela terceira vez.

Através dos Stories, a cantora contou que está apenas com sintomas de gripe e dores no corpo. Segundo ela, está bem melhor do que as últimas vezes.

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Amores, hoje venho informar a vocês que pela terceira vez eu estou com Covid-19! Eu estou bem, apesar de tudo, apenas com sintomas de gripe e com um pouco de dor no corpo. Graças às 4 doses da vacina que eu tomei, me sinto bem melhor do que as últimas vezes.

A cantora informou que já está isolada e mandou um recado para as pessoas que teve contato nos últimos dias:

Já estou isolada e vou seguir me cuidando para em breve voltar a minha rotina. Peço que quem teve contato comigo nos últimos dias, teste também para a segurança de todos.

O Ministério da Saúde indica que, pelo menos, dois milhões de brasileiros convivam com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Cerca de 3% a 5% das crianças em todo o mundo já foram diagnosticadas com o transtorno, que é genético e não tem cura. Durante a pandemia, o debate acerca dos transtornos mentais e síndromes foi acalorado, já que as tensões sociais e econômicas têm grande impacto na saúde mental da população e um “boom” de novos diagnósticos surgiu. 

Nas redes sociais, o burnout (nome mais popular da Síndrome do Esgotamento Profissional) foi o centro de muitos relatos de fadiga, desatenção, ansiedade e sintomas de cunho psicossomático no geral. Esses mesmos sintomas, também associados à depressão, transtorno borderline, entre outros, são parte da rotina de vários dos pacientes com TDAH. A confusão entre os sinais é comum e muitas pessoas não têm ciência de que esses transtornos dialogam dentro de cada sistema e podem, inclusive, serem os provocadores uns dos outros. 

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Na maioria dos casos, o TDAH é melhor tratado com uma combinação de terapia comportamental e medicação. Para crianças em idade pré-escolar (4-5 anos de idade) com TDAH, a terapia comportamental, particularmente o treinamento para os pais, é recomendada como a primeira linha de tratamento antes que a medicação seja tentada. 

O que funciona melhor pode depender da criança e da família. Bons planos de tratamento incluirão monitoramento próximo, acompanhamentos e mudanças, se necessário, ao longo do caminho. Reconhecer o problema e se permitir ser ajudado, porém, é o primeiro grande passo. 

“Busque ajuda. Não é nada demais, você não tem culpa. Nasceu desta forma e a gente sabe que é genético. Buscar ajuda não é ser diminuído, pelo contrário, é mostrar que você é uma pessoa bem-informada e que conhece seu sistema e as mudanças de comportamento. Sempre que preciso, busque um profissional especializado, que tenha as ferramentas e o conhecimento necessários para lhe ajudar nesse momento. O ser humano não é engessado e nem uma ciência exata”, é o que diz o neuropsicólogo Carol Costa, entrevistado pelo LeiaJá. 

Confira a entrevista completa 

— Carol Costa Júnior, neuropsicólogo e coordenador do setor de psicologia do Sistema Hapvida em Pernambuco

LeiaJá: O que é ou o que causa o TDAH? Há mais de um tipo desse transtorno? 

CC: O TDAH é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e é genético, as pessoas já nascem com ele. O que as pesquisas indicam é que é genético. Ele provoca alterações físicas e estruturais no cérebro. Sabe-se, de forma muito recente, que o córtex pré-frontal de pessoas que têm o TDAH é um pouco menor do que o tamanho normal. Essa área é responsável pelo sistema inibitório, personalidade, ação, tomada de decisões.  

É um transtorno que afeta a vida da pessoa como um todo. As crianças são mais agitadas que o normal, que não param de falar, se movimentam e falam o tempo todo. Também causa transtornos funcionais sociais, porque muitas vezes só eles falam e têm a vez, e isso para o grande grupo é complicado, pois gera uma estigmatização [das pessoas com TDAH]. 

Temos o TDAH em crianças com predominância do TDA - o déficit de atenção; crianças desatentas, que não conseguem focar e se distraem com facilidade. E tem também as com foco em hiperatividade, as crianças mais agitadas. Os níveis são leve, moderado e severo. Também temos o Transtorno Hipercinético, que se encaixa na condição do TDAH. São formas diferenciadas de apresentação do transtorno. 

LeiaJá: Especialmente durante a pandemia, surgiram muitos relatos e “memes” de pessoas se perguntando: “tenho TDAH, burnout ou depressão?”, e as discussões apontaram para a similaridade entre os sinais de cada um. Essa impressão é verídica? 

CC: Em alguns momentos, os transtornos se fundem. Muitas vezes um é comorbidade do outro. Por exemplo, o espectro autista (TEA), muitas vezes, tem o TDAH como comorbidade. O TDAH pode até se fundir com a depressão. Por quê? Essa criança, ao longo da vida, ela é muito agitada, fala muito e conforme cresce e tem contato com os pares, percebe que as pessoas começam a se afastar dela. Como jovem, passa a ter depressão. Muita gente diz que o TDAH some, mas não é verdade, a pessoa que começa a controlá-lo para não ser banida do convívio social. Muitos também desenvolvem a depressão e a ansiedade por não conseguirem manter o foco, por terem baixo rendimento escolar, embora sejam os mais inteligentes. Tudo isso [os sintomas] é muito próximo. Essas pessoas também têm dificuldade de fixar informações, são muito esquecidas, têm dificuldade de socialização, o que pode se confundir com a ansiedade e com o burnout. 

LeiaJá: Como diferenciar transtornos cujos traços comportamentais e sintomas são parecidos? 

CC: Por isso é necessária uma equipe multidisciplinar. Profissionais especializados para intervir e identificar com segurança e ética onde esse indivíduo está inserido. Para isto, existem algumas escalas de avaliação, testes e questionários, pelos quais conseguimos perceber. Não são transtornos que se percebem através de exames ou de imagens. Todo o diagnóstico é comportamental e observacional-clínico. Logo, são entrevistas com os pais, entrevistas com o paciente e observações do paciente em determinadas situações. Assim, a equipe multidisciplinar chega ao diagnóstico. Em alguns casos, será preciso a intervenção medicamentosa. Há casos de TDAH que precisam, para que as terapias aconteçam, do tratamento medicamentoso, feito com psicofármacos para que a pessoa foque, fique mais atenta, e possa ter uma vida mais funcional. 

LeiaJá: Quem pode fazer o diagnóstico do TDAH? 

CC: O diagnóstico é feito pela equipe multidisciplinar. São parte dessa equipe terapeutas, neurologistas, psiquiatras infantis, neuropediatras, psicólogos, neuropsicólogos, psicopedagogos, professores, médicos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicopedagogos, neuroeducadores. Todos esses estão aptos a identificar o indivíduo com o TDAH. O tratamento é através de sessões terapêuticas que trabalham foco, atenção e memória, também com auxílio do tratamento medicamentoso. 

LeiaJá: Qual o grupo (idade, gênero) mais afetado pelo TDAH? 

CC: O TDAH se percebe na infância, geralmente na idade escolar. A prevalência maior é em meninos, mas aí existe uma discussão: será que a prevalência do TDAH é mesmo maior em meninos ou a menina sente um peso social de se manter mais comedida, mais recatada, culturalmente falando? Isso já é base de algumas pesquisas, mas estatisticamente, a prevalência maior é em meninos; os transtornos no geral, as neuropatologias, surgem mais em meninos. Na fase da alfabetização o transtorno costuma ficar mais evidente, por conta da desatenção. O TDAH segue ao longo da vida; não tem cura, mas tem tratamento. 

LeiaJá: O TDAH ainda é um transtorno desconhecido e/ou negligenciado? 

CC: Antigamente tínhamos o menino "danado", agitado, o "burro da sala", a criança que não aprende nada. Esse era o TDAH da época. Isso mudou através da expansão da neurociência comportamental e da psicologia, que ganharam força analisando padrões de comportamento e buscando evidências. Temos uma metodologia para isso. Hoje há um entendimento do que é essa desatenção. Não existe mais o menino burro, mas o que precisa de uma metodologia adaptada. Temos aí os Planos Educacionais Individuais (PEIs), profissionais voltados ao atendimento dessa demanda. É uma dificuldade no aprendizado, mas não é limitante. Cada vez mais as pessoas estão buscando informações e hoje conseguimos ter uma visão um pouco maior. 

 

Hoje (15) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Linfoma para alertar sobre a importância da detecção precoce da doença. Linfoma é o câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções. Esse tipo de câncer se desenvolve principalmente nos linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos. 

De acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a cada ano são registrados mais de 14 mil novos casos da doença no Brasil. Os dados mais atualizados de óbitos no país são de 2020, quando foram registradas mais de quatro mil mortes por linfoma. No Brasil, os linfomas são a oitava forma mais comum de câncer, tendo leve predominância de homens em relação às mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, o risco de óbito por linfoma é cerca de dois para cada 100 mil pessoas.  

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Os principais sintomas dos linfomas são o aumento indolor dos gânglios do pescoço, das axilas ou da virilha, suor noturno em excesso, febre, coceira na pele, cansaço e perda de peso superior a 10% sem motivo aparente. Como pode surgir em qualquer parte do corpo, os sintomas dependem da localização. Quando a doença atinge a região do tórax, é comum a presença de tosse, falta de ar e dor torácica. Na pelve ou no abdômen, os sintomas são desconforto e alongamento abdominal. 

O tratamento para cada paciente é associado ao tipo específico de linfoma identificado e pode variar de acordo com o estágio da doença. Em geral, os pacientes são submetidos ao processo de quimioterapia ou radioterapia, métodos de tratamento com base na indução do combate às células cancerosas pelo próprio sistema imunológico do paciente. A terapia também pode ser realizada com a combinação de medicamentos por via oral ou através das veias, chamada poli quimioterapia.  

No último sábado (3), a apresentadora Julie Chin passou por uma situação muito complicada ao vivo. Durante um telejornal, veiculado pela NBC KJRH, em Tulsa, em Oklahoma, nos Estados Unidos, a âncora apresentou sintomas de derrame ao tentar ler uma notícia. Enquanto falava sobre um lançamento da Nasa, a jornalista começou a se embaralhar e assustou sua equipe e os telespectadores.

Após o ocorrido, ela foi levada às pressas para o hospital onde o grupo médico constatou que ela realmente teve os sintomas iniciais de um derrame, de acordo com informações da People.

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Pelo Facebook, Chin contou um pouco mais do que passou e tranquilizou o público: "Os últimos dias ainda são um mistério, mas meus médicos acreditam que tive o início de um derrame ao vivo no ar no sábado de manhã. Alguns de vocês testemunharam em primeira mão, e sinto muito pelo que aconteceu. O episódio parece ter surgido do nada. Eu me sentia ótima antes do nosso programa. Primeiro, perdi a visão parcial de um olho. Um pouco depois, minha mão e meu braço ficaram dormentes. Então, eu sabia que estava com um grande problema quando minha boca não falava as palavras que estavam bem na minha frente no teleprompter".

Quando ainda estava ao vivo, Julie se desculpou com os telespectadores e disse que tinha algo acontecendo com ela naquele dia. Depois ela passou para a meteorologista e não retornou mais à tela, desde então ela está em repouso.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, há seis dias, a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional. Conhecida internacionalmente como monkeypox, a doença, endêmica em regiões da África, já está atingiu neste ano 20.637 pessoas em 77 países.

No Brasil, já são 978 casos, sendo 744 apenas em São Paulo. Considerando a importância da informação para combater o avanço do surto, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou nesta quinta-feira (28) um encontro onde especialistas apresentaram o que já se sabe sobre a doença e também responderam dúvidas de participantes presenciais e online.

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"Esse vírus nós conhecemos e sabemos como lidar com ele. Temos todos os elementos para fazer sua erradicação", disse o médico Amilcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ e consultor do Ministério da Saúde.

Segundo ele, como já existem muitos estudos sobre a monkeypox, é uma situação diferente da covid-19, que surgiu como uma doença nova. No entanto, o pesquisador alerta que o sucesso no combate ao surto dependerá do compromisso do poder público.

A monkeypox é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a vaccinia, a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação. O quadro endêmico no continente africano se deve a duas cepas distintas.

Uma delas, considerada mais perigosa por ter uma taxa de letalidade de até 10%, está presente na região da Bacia do Congo. A outra, com uma taxa de letalidade de 1% a 3%, encontra-se na África Ocidental e é a que deu origem ao surto atual.

No entanto, segundo o médico, o vírus em circulação sofreu um rearranjo gênico que contribuiu para sua capacidade de transmissão pelo mundo. "Ele teve uma evolução disruptiva. Ele sofreu uma mutação drástica", afirmou. O pesquisador afirmou que casos graves não são recorrentes. A preocupação maior abrange os grupos de risco que incluem imunossuprimidos, crianças acima de 13kg e gestantes.

"A taxa de letalidade tem relação com o sistema de saúde local. No surto atual, até o momento não tivemos óbitos fora das áreas endêmicas. Isso mostra que o vírus da monkeypox é de baixa letalidade", salientou a virologista Clarissa Damaso, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da UFRJ e assessora da OMS.

Transmissão e sintomas

A varíola dos macacos foi descrita pela primeira vez em humanos em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daí o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, eles são vítimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres representam o reservatório animal do vírus.

"Não há reservatórios descritos em locais fora da África. Uma das maiores preocupações no surto atual é impedir o vírus de encontrar um reservatório em outros países. Se isso acontece, é muito mais difícil a contenção", garantiu Clarissa.

Sem um reservatório animal, a transmissão no mundo vem ocorrendo de pessoa para pessoa. A infecção surge a partir das feridas, fluidos corporais e gotículas do doente. Isso pode ocorrer mediante contato próximo e prolongado sem proteção respiratória, contato com objetos contaminados ou contato com a pele, inclusive sexual.

O tempo de incubação do vírus varia de 5 a 21 dias. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Também pode ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.

"As lesões são profundas, bem definidas na borda e há uma progressão: começa como uma mancha vermelha que chamamos de mácula, se eleva tornando-se uma pápula, vira uma bolha ou vesícula e, por fim, se rompe configurando um crosta", explicou o infectologista Rafael Galliez, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Pelo protocolo da OMS, devem ser considerados suspeitos os casos em que o paciente tiver ao menos uma lesão na pele em qualquer parte de corpo e se enquadrar em um desses requisitos nos últimos 21 dias: histórico de viagem a país com casos confirmados, contato com viajantes que estiveram nesses país ou contato íntimo com desconhecidos.

Diagnóstico e tratamento

O Laboratório Molecular de Virologia da UFRJ se firmou como um dos polos nacionais para diagnóstico da doença. O primeiro caso no estado do Rio de Janeiro foi detectado em 14 de junho, cinco dias depois da primeira ocorrência no país ser confirmada em São Paulo. De lá pra cá, já são 117 resultados positivos no estado do Rio. Outros estados também têm enviado  amostras para análise na UFRJ.

Essas análises são realizadas em fluidos coletados diretamente das lesões na pele, usando um swab [cotonete estéril] seco. Existe a expectativa de que a população tenha, em breve, acesso a testes rápidos de detecção de antígenos, similar aos que foram feitos para a covid-19.

Mesmo nos quadros mais característicos, o exame é importante para confirmar análise clínica. Um desafio para a detecção da doença é a semelhança de suas lesões com as provocadas pela varicela, doença popularmente conhecida como catapora e causada por um vírus de outro grupo. A mudança de perfil dos sintomas também tem levantado um alerta de especialistas. Na varíola dos macacos as erupções costumavam surgir mais ou menos juntas e evoluíam no mesmo ritmo.

"Começamos a ver casos com lesões únicas, às vezes na região genital ou anal, às vezes no lábio, às vezes na mão. E também vemos lesões que aparecem em momentos diferentes, de forma mais parecida com a catapora. Esse padrão é diferente do que se estudava sobre monkeypox", disse o infectologista Rafael.

Uma vez detectada a doença, o tratamento se baseia em suporte clínico e medicação para alívio da dor e da febre. Um antiviral chamado tecovirimat, que bloqueia a disseminação do vírus, já é usado em alguns países, mas ainda não está disponível no Brasil.

Segundo o médico, 10% dos pacientes têm sido internados para o controle da dor, geralmente quando há lesões no ânus, nas partes genitais ou nas mucosas orais, dificultando a deglutição.

Prevenção e vacinas

A vigilância para a rápida identificação de novos casos e o isolamento dos infectados são fundamentais para se evitar a disseminação da doença. Pode ser necessário o período de até 40 dias para a retomada das atividades sociais. Mesmo que o paciente se sinta melhor, deve se manter enquanto ainda tiver erupções na pele. "Na catapora, a lesão com crosta já não transmite o vírus. Na varíola dos macacos, essa lesão transmite", acentuou Rafael.

O infectologista alertou para a importância de se evitar contato com as pessoas que integram os grupos de risco. Segundo ele, embora existam poucos estudos de casos envolvendo gestantes, os resultados não são bons. "Há uma letalidade pediátrica alta. Existe o que a gente chama de transmissão vertical, isto é, o acometimento do feto com danos graves: perda das estruturas da placenta e abortos espontâneos. Com o pouco que se sabe, é considerada uma doença obstétrica grave. Suspeitos de estarem contaminados devem ser orientados a evitar contato com qualquer pessoa que possa estar grávida", alertou.

Os especialistas da UFRJ também observaram que o uso de preservativo não previne a infecção, já que o intenso contato e a troca de fluidos corporais durante o ato sexual oferece diversas oportunidades para a transmissão do vírus. Por outro lado, há indícios de que as pessoas vacinadas contra a varíola humana tenham proteção contra a monkeypox.

Também sabe-se que sistema imunológico desenvolve proteção cruzada contra os diferentes orthopoxvírus. Isso significa que quem já foi contaminado com a varíola humana ou com a vaccinia, por exemplo, e possivelmente possui imunidade para a varíola dos macacos. Foi com base nesse conhecimento que se criou a vacina antivariólica. Embora voltado para combater a varíola que acometia exclusivamente humanos e possuía uma alta taxa de letalidade entre 30% e 40%, o imunizante foi desenvolvido a partir do vírus da vaccinia, doença que costuma infectar o gado leiteiro e os ordenhadores.

Com a erradicação da varíola, a vacinação foi suspensa em todo o mundo por volta de 1980. No Brasil, campanhas mais robustas ocorreram até 1975, mas até 1979 o imunizante era aplicado nos postos de saúde. Os indícios apontam que quem nasceu antes dessa data e foi vacinado está protegido contra a monkeypox. A média de idade dos contaminados está abaixo dos 38 anos.

Embora já existam vacinas para ajudar no combate ao surto da varíola dos macacos, não há previsão quanto a uma campanha para imunização em massa.

A OMS orienta que se garanta a proteção de profissionais de saúde e pesquisadores laboratoriais. Para os demais grupos populacionais, a imunização deve ser após a exposição. Segundo a virologista Clarissa, trata-se de usar a estratégia de vacinação em anel: são vacinadas pessoas que vivem e que tiveram contato com um paciente positivo na tentativa de bloquear a disseminação do vírus. "Essa vacina funciona muito bem até quatro dias pós-infecção", observou.

Clarissa acrescenta que não há nesse momento vacina para todos e a produção mundial vai levar tempo. "Os fabricantes não tinham previsão de produção para uma doença que afetasse o mundo todo. A produção era exclusivamente para estoque estratégico de países que tem programas de biodefesa. O Brasil, como várias outras nações, não tem isso", explicou. Segundo Rafael, estudos já mostraram a eficácia da estratégia de vacinação em anel em determinados cenários de surto.

Perfil dos infectados

Homens com menos de 40 anos representam a grande maioria dos infectados. Estudos no Reino Unido constataram que muitas vítimas se declaram homossexuais ou bissexuais. Os especialistas, no entanto, alertam que a varíola dos macacos pode acometer qualquer pessoa e não apenas aquelas do sexo masculino com vida sexual ativa. Mulheres e adolescentes já foram diagnosticados com a doença pelo Laboratório Molecular de Virologia da UFRJ.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhou esta semana que homens que fazem sexo com homens reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais. Ao mesmo tempo, alertou que "estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto".

Segundo o médico Amilcar Tanuri, a desinformação pode deixar a sociedade despreparada para lidar com o surto. "Isso nos remonta à história da AIDS e do HIV. No começo, ficou um estigma que só atrapalhou a prevenção da doença. Isso ocorre porque quando o vírus entra por um grupo inicial leva um tempo até se disseminar para outros grupos. Com o HIV começou assim. Depois se percebeu que os hemofílicos estavam com HIV, que as crianças nasciam com HIV. Não existe nenhuma evidência biológica de que o vírus da varíola dos macacos seja específico para um sexo. Aliás, não sei que vírus tem essa especificidade", finalizou.

Os órgãos sanitários brasileiros confirmaram 36 novos casos de varíola dos macacos (monkeypox), de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde desta quinta-feira (7). O total chega a 142 e a maioria (98) foi confirmada no Estado de São Paulo.

O aumento dos casos ocorre no mundo todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou mais de 7 mil registros em 60 países desde o início do surto, em maio. A Europa é o epicentro, com cerca de 80% das notificações. Até agora, foi registrada apenas uma morte provocada pela doença. Em São Paulo, os casos também vêm se multiplicando. Na última terça-feira (5), o Ministério da Saúde contabilizava 80 pacientes com a doença no País, dos quais 52 estavam em São Paulo.

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Uma das principais preocupações entre todos os profissionais da saúde é a falta de informações sobre a doença e o período prolongado em que ela continua transmissível. A subnotificação também preocupa, considerando que o processo de coleta, envio e análise das amostras é lento e sem controle entre os diferentes níveis da administração pública.

Como a varíola dos macacos é transmitida

Apesar do nome, a doença viral não tem origem nos macacos, apenas foi identificada pela primeira vez nesses animais. A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a transmissão ocorre principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados.

A transmissão secundária (pessoa a pessoa) pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de um infectado, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão. A transmissão ocorre também por gotículas respiratórias.

Em São Paulo, médicos têm relatado aumento rápido sobretudo entre homens gays, bissexuais, mulheres transexuais e travestis. Esse padrão de contágio, entre homens que fazem sexo com outros homens, também foi observado em outros países, como a Espanha. Especialistas alertam, porém, que qualquer pessoa pode se infectar pelo vírus. A Secretaria de Estado da Saúde informou que o surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.

O padrão de infecção também foi reconhecido nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, onde as campanhas de vacinação contra a varíola dos macacos foram direcionadas especificamente para homens gays e bissexuais. No Reino Unido, 96% dos 1.235 casos confirmados até a última sexta-feira, 1º, eram em homens que se relacionam com homens, segundo a Agência de Segurança em Saúde.

Quais os tratamentos para a varíola dos macacos

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves. Os pacientes vêm se recuperando em algumas semanas apenas com repouso, hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.

Existem medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o cidofovir, que podem ser usados em pessoas sob risco de complicações, mas que não são facilmente disponíveis comercialmente. E, assim como na maioria das viroses agudas, o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus.

O maior risco de agravamento ocorre, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos.

Como prevenir a varíola dos macacos

Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda fora do continente causa preocupação. O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica.

Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. A monkeypox coloca os virologistas em alerta porque está na família da varíola, embora cause quadros menos graves.

A varíola foi erradicada pela vacinação em 1980, e a vacina desde então foi descontinuada. Diante do aumento de casos em países onde ela não é endêmica, a OMS convocará uma nova reunião de seu comitê para definir como proceder com a questão e não descarta declarar a varíola dos macacos como emergência de saúde global, mesmo status da Covid-19.

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