Nove de maio ficou marcado na história como o dia em que a Alemanha Ocidental ingressou na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) durante a Guerra Fria. Este período de tensão emergiu após a Segunda Guerra Mundial, quando americanos e russos, aliados e vencedores da Segunda Guerra (1939-1945), disputavam no xadrez da geopolítica a influência global de suas ideologias. Conheça cinco recomendações de leituras para você "mergulhar" neste período:
Guerra fria história e historiografia - Sidnei José Munhoz
##RECOMENDA##Guerra Fria: História e Historiografia promove uma reflexão acerca do conflito "Guerra Fria", evidenciando as relações de poder e seus desdobramentos que caracterizaram a política internacional no período de 1947 a 1991. Aborda diferentes debates relacionados às origens, ao desenvolvimento e ao desfecho do conflito a partir de um balanço de ampla produção historiográfica. O livro foi estruturado de forma a combinar a apresentação de reflexões teóricas adensadas e oferecer uma narrativa histórica dos eventos que conformaram a emergência, o desenrolar e o crepúsculo da Guerra Fria. A obra contempla o exame de temas relacionados à Segunda Guerra Mundial que influenciaram a emergência de conflitos entre os aliados, a Doutrina da Contenção, o Plano Marshall, a formação dos blocos capitalista e soviético, a intensificação e a mundialização dos conflitos, bem como a multiplicidade de diferentes aspectos que deram origem à conformação da Guerra Fria.
"Os últimos soldados da Guerra Fria: A história dos agentes secretos infiltrados por Cuba em organizações de extrema direita dos Estados Unidos" - Fernando Morais
No início da década de 1990, Cuba criou a Rede Vespa, um grupo ( 12 homens e duas mulheres) que se infiltrou nos Estados Unidos e cujo objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anticastristas sediados na Flórida. O motivo dessa operação era colher informações com o intuito de evitar ataques terroristas ao território cubano. De fato, algumas dessas organizações ditas "humanitárias" se dedicavam a atividades como jogar pragas nas lavouras cubanas, interferir nas transmissões da torre de controle do aeroporto de Havana e, quando Cuba se voltou para o turismo, depois do colapso da União Soviética, sequestrar aviões que transportavam turistas, executar atentados a bomba em seus melhores hotéis e até disparar rajadas de metralhadoras contra navios de passageiros em suas águas territoriais e contra turistas estrangeiros em suas praias.
"Guerra Fria: Um Guia Para Entender Tudo Sobre O Conflito Mais Tenso Do Séc. XX" - Guilherme Hiancki Monteiro
O conflito entre superpotências que nós conhecemos como Guerra Fria representou para a humanidade aquele que pode ser considerado o momento mais tenso de toda a sua trajetória em toda a sua história. Como chegamos a essa situação? Quais foram os seus principais motivadores? Como o nosso mundo atual foi forjado pelo conflito mais perigoso de todos os tempos? Estas são as questões que o autor propõe durante o corpo do texto.
"Era dos extremos (O breve século XX)" - Eric Hobsbawm
Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores da atualidade, dá seu testemunho sobre o século XX: "Meu tempo de vida coincide com a maior parte da época de que trata este livro", diz ele na abertura, "por isso até agora me abstive de falar sobre ele". Na obra ele passeia sobre os principais acontecimentos do século até a queda do Muro de Berlim (que para ele, encerra o século passado antecipadamente) e abandona seu silêncio voluntário para contar, em linguagem simples e envolvente, a história da "era das ilusões perdidas".
"O espião e o traidor: O caso de espionagem que acelerou o fim da Guerra Fria" - Ben Macintyre
Seguindo os passos do pai e do irmão, Oleg Gordievsky se tornou oficial da KGB após frequentar as melhores instituições soviéticas. Porém, ao contrário deles, nutria uma secreta aversão pelo regime da URSS. Ele resolveu assumir seu primeiro posto da inteligência russa em 1966. Em 1974, tornou-se agente duplo do MI6, o serviço de inteligência britânico, e dez anos depois era o homem mais importante da União Soviética em Londres. Gordievsky ajudou o Ocidente a virar o jogo contra a KGB na Guerra Fria, expondo espiões russos, fornecendo informações de extrema relevância e frustrando incontáveis planos de espionagem. Ele foi fundamental para distensionar a relação com a liderança soviética, que estava cada vez mais paranoica com a possibilidade de um ataque nuclear dos Estados Unidos.
O MI6 tentou ao máximo proteger seu espião, nunca revelando o nome de Oleg para seus colegas da CIA. Só que a agência americana estava determinada a descobrir a identidade da fonte britânica privilegiada. Essa obsessão acabou condenando Gordievsky: o homem designado para identificá-lo era ninguém menos que Aldrich Ames, que se tornaria famoso por espionar secretamente para os soviéticos.