Os sinos da cidade norte-americana de Newtown, no Estado de Connecticut, dobraram nesta sexta-feira para marcar uma semana do massacre da escola primária de Sandy Hook. Os sinos badalaram 26 vezes, uma para cada uma das 20 crianças e para cada um dos seis funcionários da escola mortos por Adam Lanza. Por todos os Estados Unidos, igrejas e comunidades respeitaram um minuto de silêncio.
As cerimônias ignoraram a primeira vítima de Adam Lanza, o jovem de 20 anos que suicidou-se depois de perpetrar a chacina: a mãe dele, Nancy, assassinada com quatro tiros enquanto ainda estava na cama. A morte dela eleva a 27 o número de vítimas do segundo maior massacre escolar a história dos EUA.
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Enquanto alguns consideram Nancy Lanza uma vítima inocente, outros apontam para o fato de Adam ter usado as armas que ela colecionava para promover a matança da semana passada.
Na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também respeitou um minuto de silêncio e, em um vídeo, disse que seu governo recebeu grande onda de apoio popular pelos esforços para endurecer as leis de controle de armas, citando a petição online "Nós ouvimos você" ("We hear you", em inglês).
Uma semana após o massacre ocorrido em uma escola primária de Newtown, Connecticut, Obama afirmou no vídeo divulgado nesta sexta-feira que tem sido encorajado pelas declarações de muitos proprietários de armas segundo os quais existem medidas que a nação pode adotar para evitar mais ataques, "passos que podem proteger tanto os nossos direitos quanto as nossas crianças".
"Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance como presidente para avançar com esses esforços, porque, se há pelo menos uma coisa que nós podemos fazer como país, é proteger nossas crianças, nós temos a responsabilidade de tentar", disse Obama.
Obama fez um minuto de silêncio nesta manhã na Casa Branca, marcando uma semana do massacre no qual um jovem matou 20 crianças e seis adultos em um escola primária antes de suicidar-se. Todas as crianças assassinadas tinham entre seis e sete anos de idade.
Obama desafiou a Associação Nacional do Rifle (NRA, da sigla em inglês) a "fazer uma autorreflexão" e se juntar ao amplo esforço para reduzir a violência com armas. A organização antecipou ontem que ofereceria "contribuições significativas para ajudar a garantir que isso nunca mais aconteça".
Hoje, o mais poderoso lobby de defesa do direito da posse de armas dos EUA propôs enfrentar a violência com a presença de policiais armados em cada escola do país.
Apesar do forte esquema de segurança durante o pronunciamento do vice-presidente executivo do grupo, Wayne LaPierre, pelo menos dois homens invadiram o local, acusando o NRA de "matar nossos filhos".
"A única coisa que para uma má pessoa com uma arma é uma pessoa boa com uma arma", alegou LaPierre.
Pelo menos dois manifestantes invadiram o local onde LaPierre fazia seu comunicado. Um deles abriu uma grande faixa vermelha na qual lia-se "O NRA está matando nossos filhos".
Os manifestantes foram retirados do local por seguranças, enquanto gritavam que o problema de segurança não pode ser resolvido com a colocação de armas nas escolas. As informações são da Associated Press.