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A coordenadora do Vem Pra Rua em Pernambuco, Maria Dulce, foi uma das pessoas que mais comemorou a decisão do Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF-4). Nesta quarta-feira (24). Dulce, em entrevista ao LeiaJá, disse que já estava esperando por essa sentença e disse que foi importante porque Lula estava "debochando" da Justiça.

"Eu acho que isso mostra que o Brasil tem jeito. Mostra que nós devemos acreditar nas nossas instituições. Então, a Justiça foi feita finalmente porque Lula estava debochando da Justiça, se vitimizando como um perseguido político levando para um outro lado, quando nós vivemos um julgamento estritamente técnico, que provou que realmente Lula é o proprietário do triplex. Ficamos felizes, principalmente, pelo resultado de 3 x 0, então a Justiça foi feita", declarou.

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Dulce comentou também sobre outros processos envolvendo o petista. "Temos que atentar que este é um dos inúmeros processos em que Lula está envolvido. Então, muita coisa ainda vem por aí. Esse resultado foi muito importante porque foi o princípio do fim da impunidade".

"Nós já estávamos esperando porque nós sabemos que uma peça escrita pelo juiz Sérgio Moro é muito difícil que as pessoas não acatem. Foi uma vitória da ética contra a corrupção. Foi uma vitória para todos nós que estamos querendo o fim da impunidade", ressaltou.

Sobre a possibilidade de Lula recorrer da decisão, Dulce não se mostrou preocupada. "Ele vai recorrer porque a nossa Justiça dá direito a isso, mas só dele ter perdido de 3x0 ele não poderá fazer os embargos infringentes que foi o que aconteceu no mensalão. Agora, quando recorrer pode até que continue como candidato, mas vai perder o apoio dos partidos políticos que apoiaram o PT porque ninguém vai apoiar um candidato condenado em segunda instância", afirmou.

 

Ela ainda destacou acreditar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o prazo estipulado, vai retirar o líder petista do pleito. "Isso se a lei prevalecer porque existe a lei da ficha suja e ele foi condenado em segunda instância. Sem Lula a eleição vai ser muito melhor porque com ele que mensagem nós vamos passar para o mundo que mensagem? Seria uma mensagem péssima, inclusive para a classe política e para o mundo. Estamos mostrando que o país tem jeito, que tirando Lula vão aparecer candidatos sérios. Acho que tem que mudar os candidatos velhos, tem que acabar isso e tem que começar uma nova forma de fazer política neste país sem barganha, sem troca de favores e sem balcão de negócios. É isso que estamos precisando para o país", pontuou.

O presidente do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, Bruno Ribeiro, não gostou nem um pouco das declarações da porta voz do Vem Pra Rua no Recife, Maria Dulce Sampaio, que classificou com "um absurdo" a caravana que Lula está fazendo no Nordeste. Ela chegou a dizer que o ex-presidente acha que o nordestino "é idiota" e "menos esclarecido" para se iludir com o discurso dele. Ribeiro, nesta terça-feira (22), em entrevista ao LeiaJá, rebateu. 

"Essa gente [Vem Pra Rua] representa o modelo do Temer, o país de Temer, o país de Aécio. Eles lutaram para que a fraude do impeachment fosse concretizada e nós defendemos um país que inclua, que promova direitos. Não é uma declaração importante. É uma declaração da intolerância porque Lula não acha que o nordestino é idiota", defendeu. 

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Ribeiro voltou a falar que Lula fez muito pelo Nordeste e por Pernambuco. "O presidente Lula fez transformações muito importantes e mesmo essa pessoa [Maria Dulce] não pode desconhecer: refinarias, estaleiros, Fiat, Hemobrás, Transnordestina e a Transposição são alguns exemplos. Lula mudou Pernambuco com as prioridades ao estado e ao Nordeste". 

"Então, esse é um debate ideológico, só que na ideologia uma pessoa não pode ter a falta de racionalidade. Ela não pode desconhecer as muitas mudanças que Lula trouxe para o estado onde essa denunciante é nascida", ressaltou.

Bruno Ribeiro ainda salientou que a expectativa para a chegada de Lula no Recife, na próxima quinta-feira (24), são as melhores possíveis. "Estamos tendo sinais muito entusiasmados da militância da Frente Brasil, do próprio PT, e de caravanas de vários locais do estado, particularmente, aqui do entorno. A gente espera fazer um belo ato no Recife, no Pátio do Carmo, e também um bom ato em Ipojuca para que os trabalhadores, os petroleiros, metalúrgicos e a prefeitura possam denunciar os impactos que estão sofrendo por todos esses desmontes que o governo Temer está fazendo. Então, estamos com uma expectativa muito positiva em relação a passagem do presidente aqui Pernambuco", contou. 

Ele ainda disse que se pretende realizar um jantar na casa do senador Humberto Costa (PT) com a presença de Lula, que pode acontecer na quinta ou na sexta (25). Sobre uma possível visita a Renata Campos, ele disse que não teve a menor notícia sobre isso. "Eu falo, diariamente, com a assessoria dele e ninguém me falou sobre essa possibilidade".

Em maio passado, também em entrevista ao LeiaJá, Maria Dulce chegou a defender Temer afirmando que ele "mudou o rumo da economia" e que estava tentando reerguer o país. "Temer pode ser até ser odiado e xingado porque nós estamos em uma democracia, mas ele não pode ser responsabilizado por 13 anos do governo do PT", disparou. 

O Vem Pra Rua fará um ato, no próximo domingo (27), no Recife. Na pauta, a luta contra a impunidade aos políticos e as mudanças na legislação eleitoral previstas pela reforma política. A manifestação não sairá em caminhada pela Avenida Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana, como de costume, mas vai se concentrar no Segundo Jardim da Orla, às 14h.

 

 

Em oposição ao Movimento Frente Povo Sem Medo que atribui ao presidente Michel Temer (PMDB) os retrocessos que vem acontecendo no país, o Vem Pra Rua acredita que o presidente tenta “reerguer” o Brasil. Em entrevista concedida ao LeiaJá, às vésperas de completar um ano de governo do peemedebista, a líder do movimento em Pernambuco, Maria Dulce, disparou: “Temer pode ser até ser odiado e xingado porque nós estamos em uma democracia, mas ele não pode ser responsabilizado por 13 anos do governo do PT”.

“Foram 13 anos de burrice planejada de um governo que priorizava a propina, que fez uma gestão irresponsável e que levou ao desastre do Brasil. Não podemos responsabilizar ele [Temer] por isso. Temer está tentado reerguer o país”, disse. Apesar dos argumentos, Dulce afirmou que o Vem Pra Rua defende a “independência” para poder ser livre para criticar o que for contra os valores do movimento. 

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“Não fomos nós que elegemos Temer. Seu partido compunha a base aliada do governo do PT. O PMDB faz parte de uma grande parcela dos envolvidos em crimes de desvio de dinheiro, mas nós apoiamos iniciativas como a reforma do ensino médio que flexibilizou o conteúdo para os alunos. Algo muito positivo”, continuou. 

A dirigente também afirmou que o Vem Pra Rua é a favor das reformas propostas por Temer como a trabalhista e a previdenciária. “São reformas imprescindíveis para o país. A trabalhista flexibiliza as negociações entre empregado e empregador, as férias poderão ser parceladas em três vezes e combinar se preferir sair mais cedo. É um acordo. Tudo isso com o fim do imposto sindical obrigatório. É um absurdo o que os sindicatos ganham com essa obrigatoriedade e usam o dinheiro da forma que querem porque não tem que dar conta. Sem a [reforma] previdenciária, não se terá dinheiro para pagar os aposentados. Portanto, criticamos o que estiver errado e elogiamos as louváveis”, argumentou. 

Maria Dulce destacou que outro ponto positivo de Temer, segunda ela, foi a “retomada da independência do Banco Central”. “Que era como se fosse um ministério no [governo] do PT. Ele separou o Banco Central do governo, o que fez os investidores se sentissem mais seguros. Teve uma queda considerável da inflação e da taxa de juros em níveis que permitem a retomada do crescimento. Isso são fatores decisivos para retomada do crescimento, que aos trancos e barrancos estamos conseguindo apesar. Outro coisa positiva é a nomeação de diretores das estatais. Temer fez com que as nomeações deixassem de ser política utilizando vários critérios sendo mais pela meritocracia. Isso foi um fator importantíssimo”. 

“O Brasil estava falido e o presidente mudou o rumo da economia com uma excelente equipe econômica. Temer está tentando retomar a economia e está se saindo bem, vamos dizer assim. São medidas boas”, reforçou. 

Pontos negativos 

Apesar dos elogios, Dulce afirmou que há falhas grandes como a falta de comunicação do governo com a sociedade. Para ela, “a falta de transparência e a comunicação de Temer é muito deficiente nesse sentido”. Sobre as reformas, a líder acredita que é preciso esclarecer mais a população como elaborar uma cartilha explicando sobre os temas propostos. 

Dulce pontuou que o interesse de Temer, ao querer aprovar as reformas, o faz ficar “em cima do muro tentando agradar um e outro para que elas passem”. Ainda enfatizou que o peemedebista fica prejudicado diante do “difícil quadro político que compõe o Congresso Nacional”. 

“Muitos deles do próprio partido que ele pertence. São oito ministros citados nas delações da Lava Jato e outros envolvidos em crimes. Essa parte política deixa a desejar. Essa é a situação que nós temos. Vamos esperar para 2018 para fazer essa renovação e acabar com a velha política do conluio. É preciso mudar as regras do jogo. Barrar a corrupção e que os políticos sejam punidos. O problema maior é a impunidade”, lamentou. 

O Movimento Vem Pra Rua realiza, na noite desta terça-feira (25), em 29 cidades brasileiras mais um ato intitulado “SOS STF- A Hora da Justiça” em defesa da Lava Jato. No Recife, o protesto acontece em frente ao Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF5), na Avenida do Cais do Apolo, a partir das 19h. Em entrevista exclusiva concedida ao LeiaJá, pouco antes do início do protesto, a porta-voz do Vem Pra Rua no Recife, Maria Dulce Sampaio, declarou que os políticos querem, na verdade, é acabar com a operação. 

“Estão surgindo coisas que a gente vê que parecem que são feitas para atrapalhar a Lava Jato. Para destruir a sua força. O que a gente está sentindo no momento é isso. Parece que eles estão negociando. Os políticos estão apavorados e estão querendo se safar”, ressaltou. 

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De acordo com Dulce, uma das maiores reivindicações desta noite é “exigir” do Supremo Tribunal Federal (STF) uma força-tarefa para que os processos oriundos da operação sejam julgados com celeridade. “Já existem tantos processos engavetados e ainda mais esta última delação da Odebrecht, que vieram quase cem políticos. Eles realmente não vão dar conta. Já não dão do que tem, imagina com esses”

Questionada sobre o grupo já formado no supremo com a mesma finalidade, a representante do Vem Pra Rua declarou que não é o bastante. “Foram nomeadas três pessoas, o que não vai adiantar de nada. Tem que nomear tanto para o supremo como para a procuradoria para que funcione porque lá também existem muitos processos enganchados. Tem que ser uma força- tarefa que distribua mesmo as ações, que faça as coisas andarem, caso não vai ser julgado. Vão acabar os mandatos dos políticos e não vão ser julgados”. 

“O que os políticos querem, na realidade, é acabar com a Lava Jato. É se livrar da Justiça. Eles estão defendendo a pele deles porque a grande maioria está envolvida ou citada em delações. Isso veio de Renan Calheiros [ex-presidente do Senado], que têm 12 processos no supremo. Os políticos agora não estão mais preocupados com a opinião pública, eles estão querendo mesmo é livrar a pele. A Lava Jato está correndo um sério risco atualmente porque como ela chegou agora nos políticos, nas autoridades, então a coisa se complica”, destacou Maria Dulce. 

O Vem pra Rua também é contra o projeto de abuso de autoridade, que deve ser votado no Senado nesta quarta-feira (26). O movimento acredita que a "clara intenção de tolher o trabalho de juízes, procuradores e agentes da Justiça". "Eu espero que essa PL não passe. Se passar vai ter mais protestos, pois  população vai ficar intrigada porque criminaliza o juiz. É uma inversão de valores. O réu passa a julgar o juiz que está o julgando. Passa a ter autonomia sobre o juiz. É um absurdo. Sei que há alguns excessos na justiça, mas nós estamos em um pais que foi tomado pela população e pelos agentes públicos e isso precisa acabar. Esperamos que a lei não seja aprovada, que tenham consciência ou medo da população", concluiu.  

 

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