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A recontagem dos votos das eleições parlamentares de domingo na Síria começou, nesta terça-feira (21), após nova votação em cinco colégios eleitorais, o que atrasou os resultados do pleito para renovar a hegemonia do partido do presidente Bashar al-Assad.

Na segunda-feira (20), uma nova votação foi realizada em quatro centros de votação na província de Aleppo e um na província de Deir Ezzor, no leste, informou a agência de notícias oficial SANA.

A nova votação foi ordenada pela comissão eleitoral, após suspeitas de diferenças entre o número de votos expressos e o número de eleitores registrados.

Repetições de votação não são incomuns na Síria, onde os resultados levaram quatro dias para serem publicados nas últimas eleições legislativas, que ocorreram em 2016.

As eleições ocorrem em um momento crítico para o governo de Damasco, que reconquistou grande parte do território perdido no início da guerra do país, mas que agora enfrenta grandes desafios econômicos.

Mais de 7.000 assembleias de voto foram abertas em várias partes da Síria, controladas pelo governo, inclusive pela primeira vez em antigos redutos da oposição, na terceira eleição desde o início da guerra, há nove anos.

Milhões de sírios que fugiram do conflito não puderam votar.

Muitas listas foram permitidas em todo o país, mas, sem oposição real, o partido Baath do presidente Bashar al-Assad e seus aliados devem obter com facilidade a maioria dos 250 assentos parlamentares.

"O partido Baath - liderado pelo presidente Bashar al Asad - conquistará a maioria dos assentos", disse Edward Dehnert, analista da unidade de inteligência do The Economist.

"O restante será dividido entre os partidos aliados na frente nacional progressista e os independentes, incluindo grandes figuras do mundo dos negócios", acrescentou.

As eleições foram adiadas duas vezes desde abril devido à pandemia de coronavírus, que infectou 552 pessoas e matou 29 em áreas sob controle do governo, segundo dados oficiais.

As imagens dos candidatos estão em exibição na capital há semanas, com os 1.658 candidatos, incluindo vários empresários.

Muitos candidatos prometem combater a inflação e melhorar as infraestruturas, devastadas pelo conflito.

As próximas eleições presidenciais são esperadas para 2021 e os candidatos em potencial precisarão de aprovação por escrito de pelo menos 35 membros do parlamento.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, convocou nesta terça-feira (28) eleições legislativas para 19 de setembro, dois meses antes da data limite, com a esperança de renovar sua permanência à frente do governo.

Jacinda Arden, 39 anos, líder do Partido Trabalhista, designada primeira-ministra em 26 de outubro de 2017, aspira um novo mandato de três anos.

"Pedirei a todos os neozelandeses que continuem apoiando minhas ações e o rumo atual de meu governo, baseado na estabilidade, uma economia forte e avanços nos desafios a longo prazo que a Nova Zelândia enfrenta", declarou.

Arden deu à luz a uma menina oito meses depois de assumir o governo e tirou seis semanas de licença-maternidade.

Ela ficou famosa pela maternidade, mas também por sua gestão após o ataque contra duas mesquitas de Christchurch em março de 2019 (51 mortos) e depois da erupção em dezembro passado do vulcão de White Island (20 mortos).

As pesquisas apontam uma queda de sua popularidade nos últimos meses, consequência do baixo crescimento econômico e do aumento do custo de vida.

O líder da oposição, Simon Bridges, presidente do conservador Partido Nacional, critica a posição de Arden em um conflito territorial com a etnia maori e a respeito um programa de compra de armas de particulares após o massacre de Christchurch.

Os britânicos comparecem às urnas nesta quinta-feira para as eleições apontadas como as "mais importantes em uma geração", que definirá o Parlamento que deve apresentar uma resposta à questão mais complexa na história recente do país – o Brexit – e nas quais tudo é possível.

Os locais de votação abriram as portas às 7h (4h de Brasília). O horário de votação prossegue até 22h (19h de Brasília), quando serão divulgadas as pesquisas de boca de urna.

Porém, com as particularidades do sistema eleitoral britânico, será necessário esperar até a madrugada de sexta-feira para conhecer um resultado oficial claro, especialmente se a disputa for muito acirrada.

Durante as cinco semanas de campanha, as pesquisas apontaram a liderança do Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson.

Mas a última sondagem do instituto YouGov, considerada a mais confiável, mostrou que todas as possibilidades continuam abertas: os "tories" podem obter seu melhor resultado desde 1987 com Margaret Thatcher ou o país pode voltar a um cenário de Parlamento fragmentado e um eventual governo de coalizão pró-europeu.

"Há muita volatilidade entre o eleitorado e isto deixa as coisas mais incertas do que nunca", disse à AFP Chris Curtis, diretor do YouGov.

No poder desde julho, mas sem maioria absoluta, Johnson correu o risco de convocar eleições antecipadas em dezembro, um mês escuro e frio, considerado pouco propício para atrair os britânicos às urnas, com a esperança de obter uma hegemonia que permita cumprir a promessa de retirar o país da UE em 31 de janeiro.

"Quero concretizar o Brexit. Quero me concentrar em suas prioridades. Quero abrir o caminho para o potencial deste país", declarou aos eleitores o ex-chanceler e ex-prefeito de Londres, de 55 anos.

"Hoje é a oportunidade de nos unirmos como país e deixar a incerteza de lado para que as pessoas possam seguir com suas vidas", completou".

Decidido por referendo com 52% de votos em 2016, o Brexit, inicialmente previsto para março de 2019, foi adiado em três oportunidades pela rejeição do Parlamento ao acordo de divórcio negociado com Bruxelas.

O tema monopoliza a política britânica há mais de três anos, provoca angústia em muitos britânicos e divide a sociedade.

Se chegar ao poder, o candidato trabalhista Jeremy Corbyn promete negociar um novo acordo para manter relações comerciais estreitas entre o Reino Unido e a UE. E afirma que submeterá o texto a um novo referendo, junto com a possibilidade de simplesmente anular o Brexit.

Johnson afirmou em novembro e todos repetem desde então: estas são as eleições "mais importantes em uma geração".

A revista conservadora The Spectator foi ainda mais longe e considera as "mais significativos na vida de qualquer pessoa que tenha nascido depois de 1945".

O resultado determinará se o país deve pedir um quarto e humilhante adiamento do Brexit. Se Boris Johnson continuará com as chaves de Downing Street, algo que cobiçou durante toda sua vida e que possui há apenas cinco meses. Se o Reino Unido terá um primeiro-ministro da esquerda radical e se a Escócia organizará um segundo referendo sobre sua independência.

Para respaldar um eventual governo trabalhista, os nacionalistas escoceses do SNP devem solicitar que Londres autorize uma nova consulta sobre a soberania, após a derrota na votação de 2014.

"Estamos em uma encruzilhada. A eleição é verdadeiramente histórica", disse Corbyn no último comício de campanha, durante o qual pediu aos britânicos que votem pela "esperança" e "uma mudança real".

"Juntos podemos criar uma sociedade diferente", afirmou o ex-sindicalista de 70 anos, que apresentou o programa eleitoral mais radical no país em décadas: prevê estatizar vários serviços públicos e a aplicação de políticas ambiciosas de distribuição de renda.

Um fato incomum no país, a campanha foi muito marcada pela imagem dos dois líderes: Johnson não parou de ser atacado por sua reputação de "mentiroso", enquanto Corbyn teve que suportar duras críticas ao "antissemitismo" por parte da comunidade judaica.

O bloqueio político deve persistir na Espanha após as eleições legislativas de 10 de novembro, com o socialista Pedro Sánchez apontado como favorito, mas sem maioria, enquanto a extrema direita do Vox deve quase dobrar seus assentos, de acordo com uma pesquisa publicada neste domingo (3) pelo jornal El País.

O Partido Socialista (PSOE) de Sánchez ficaria em primeiro lugar nesta quarta eleição em quatro anos, com 121 deputados, mas perderia dois assentos em comparação com a última votação de 28 de abril, indica esta pesquisa conduzida pelo instituto dB com 2.002 eleitores de 23 a 29 de outubro.

Desta forma, o socialista estaria longe da maioria absoluta de 176 assentos. Também não seria capaz de atingi-la com o apoio de outras formações de esquerda: Podemos (esquerda radical), que recuaria de 42 para 31 assentos, e Mas Pais (5 assentos).

À direita, o Partido Popular (PP) se recuperaria com 91 assentos contra 66 em abril, enquanto o Vox (extrema direita), que entrou no Parlamento em abril, veria seu número de deputados quase dobrar, para 46 contra 24 seis meses atrás, tornando-se a terceira força no Parlamento.

Mas esses dois partidos e o partido liberal Ciudadanos, o perdedor da pesquisa com 14 cadeiras contra 57 em abril, também não seriam capazes de alcançar juntos a maioria absoluta.

Segundo a pesquisa, 24% dos eleitores acreditam que esta votação levará a novas eleições antes que um governo possa ser formado, enquanto 52,2% dizem que eleições antecipadas são prováveis após a formação de um governo fraco, incapaz de chegar ao final da legislatura.

A Espanha está em uma situação de instabilidade política desde que o bipartidarismo quebrou em 2015 com a entrada no Parlamento de Podemos e Ciudadanos.

Uma grande coalizão PSOE-PP excederia os 176 assentos, de acordo com esta pesquisa, mas Sánchez excluiu categoricamente esse cenário.

Entre as outras forças políticas presentes no Parlamento, os separatistas catalães obteriam um total de 24 cadeiras, incluindo duas para o partido radical de esquerda pró-independência CUP, que está concorrendo pela primeira vez nas eleições nacionais.

Um segundo mandato para Justin Trudeau ou uma mudança rumo ao conservador Andrew Scheer? Os canadenses votam nesta segunda-feira (21) para decidir quem formará o seu próximo governo, em eleições legislativas cheias de suspense.

Os primeiros centros de votação abriram em Terre-Neuve e Labrador, no leste do país, às 11h GMT (8h de Brasília). O Canadá tem seis fusos horários e os últimos eleitores votarão no oeste (Colúmbia Britânica) até 02h00 GMT de terça-feira (23h00 desta segunda no horário de Brasília).

Os primeiros resultados, porém, são esperados a partir das 23h GMT (20h de Brasília) desta segunda-feira.

Um total de 27,4 milhões de canadenses estão registrados para definir os 338 legisladores. Se os resultados das pesquisas forem confirmados, a votação encerrará a maioria absoluta garantida por Trudeau desde a sua vitória em 2015.

Após 40 dias de campanha, os dois grandes partidos que se alternam no poder desde 1867 terminam como começaram: em empatados nas intenções de voto, algo que não era visto em décadas, de acordo com analista.

As pesquisas mais recentes dão aos liberais de Trudeau (centro) entre 31% e 34% das intenções de voto e aos conservadores (direita) entre 32% e 33%.

De acordo com as projeções, estes números não permitirão que nenhuma das principais formações supere a barreira dos 170 assentos que garantem a maioria absoluta.

No domingo, com voz rouca depois de participar de dezenas de comícios, Trudeau defendeu um segundo mandato: "Precisamos de um governo progressista forte que una os canadenses e lute contra as mudanças climáticas, não uma oposição progressista".

- Fator juventude -

Em caso de governo minoritário, o futuro primeiro-ministro, liberal ou conservador, deverá ter o apoio de partidos menores para obter a maioria na Câmara dos Comuns.

Formações como o partido Novos Democratas (NPD) de Jagmeet Singh, terceiro nas pesquisas (20%), ou os independentistas do Bloco de Quebec, liderados por Yves-François Blanchet, serão fundamentais.

Último grande partido na disputa, os Verdes de Elizabeth May transmitiram sua mensagem de urgência climática, embora a questão ambiental tenha sido uma das dominantes nos debates.

Aos 47 anos, Trudeau não tem mais a vantagem da juventude - já que Scheer e Singh têm 40 anos - nem da novidade, fatores que o levaram ao poder em 2015 contra o conservador Stephen Harper.

Além disso, o líder liberal termina seu mandato afetado por vários escândalos. Sua popularidade caiu após um caso de interferência política em um processo judicial e pela publicação de fotos dele fazendo blackface.

Ao longo da campanha, Trudeau defendeu sua gestão: economia sólida, legalização da maconha, imposto sobre o carbono, acolhida de milhares de refugiados sírios, acordos de livre comércio assinados com a Europa e Estados Unidos e México.

Por sua vez, Scheer prometeu retomar o equilíbrio orçamentário e reduzir os impostos com um objetivo simples: "devolver o dinheiro aos bolsos dos canadenses".

O jovem conservador, pai de cinco filhos e formação católica, também tentou compensar sua imagem opaca com uma série de ataques contra Trudeau. Mas não escapou da polêmica: por sua hostilidade pessoal em relação ao aborto, a revelação tardia de sua dupla cidadania canadense e americana ou suspeitas de que ordenou uma campanha contra seu rival Maxime Bernier.

Os conservadores nacionalistas que governam a Polônia venceram as eleições legislativas, com 45,16% dos votos, após a apuração de 82,79% das urnas. Por sua vez, a esquerda voltará ao Parlamento após uma ausência de quatro anos, enquanto a extrema direita também estará representada no hemiciclo.

Com 45,16% dos votos, o partido Direito e Justiça (PiS) de Jaroslaw Kaczynski, muito popular nas regiões rurais graças a suas ajudas sociais, conquistou maioria absoluta na câmara baixa, de 460 deputados, para um novo mandato de quatro anos e poderá prosseguir com seu controverso programa de reformas.

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O principal partido de oposição, a Coalizão Cívica (KO, centrista), ficou muito atrás, com 26,10% dos votos, seguido pela esquerda (12,10%). O partido dos agricultores PSL, associado ao antissistema Kuki'z15, conseguiu 8,81% dos votos.

"Temos pela frente quatro anos de trabalho árduo", afirmou no domingo à noite Kaczynski. "Merecemos mais", acrescentou o chefe do PiS, considerado o homem mais influente da Polônia.

Uma formação de extrema direita antissistema, que inclui os ultraliberais e os nacionalistas anti-imigrantes, a Confederação, entraria no Parlamento com 6,71% dos votos. Já a minoria alemã obteve um assento.

A participação foi de 61,1%, um recorde desde as primeiras eleições de 1989, organizadas ainda segundo o sistema herdado do comunismo. Entre as cinco listas que devem entrar no Parlamento, algumas são alianças de grupos muito distintos.

"Com muitos jovens novos e corajosos, sem respeito pelos mais velhos, esta será uma 'Dieta' (Assembleia) mais clara, mais animada, mais interessante", aponta Ewa Marciniak, cientista política da Universidade de Varsóvia.

O PiS "tem a maioria absoluta e não precisa de aliados para governar", declarou à AFP Stanislaw Mocek, reitor da universidade Collegium Civitas.

Mas "não tem uma maioria suficiente para rejeitar um veto presidencial. Desta forma, o desafio para a oposição será apostar nas eleições presidenciais do próximo ano".

O PiS, que governa a Polônia desde 2015, tentou mobilizar as classes mais desfavorecidas da sociedade rural, com a defesa dos valores familiares contra o que chamou de "ideologia LGTB" e a promessa de mais ajudas, de redução dos impostos e aumento do salário mínimo.

Kaczynski, no entanto, provocou polêmica entre os aliados europeus ao atacar as minorias e criticar os valores liberais ocidentais, com a aprovação tácita da influente Igreja Católica.

Diante deles, a oposição do KO se apoiou nos habitantes das grandes cidades, descontentes com as reformas controversas do PiS, incluindo as do sistema judicial, e pela transformação da mídia pública em máquina de propaganda do governo.

Em sua primeira reação, seu líder, Grzegorz Schetyna, prometeu que o KO venceria as eleições presidenciais de 2020.

Por sua vez, a esquerda, que condenou a campanha anti-LGBT dos conservadores, mas que apoia seu programa social, expressou sua satisfação por ter retornado ao Parlamento.

O partido de extrema direita flamengo Vlaams Belang registrava, neste domingo (26), bons resultados nas eleições legislativas da Bélgica, segundo resultados parciais, enquanto o nacionalista N-VA caminhava para se tornar o primeiro partido do país.

Com 21% de votos apurados, o Vlaams Belang registrava 17,21% dos votos, em comparação com os 3,67% obtidos em 2014, enquanto a Nova Aliança Flamenga (N-VA) conquistava 26%, cinco pontos a mais do que em 2014.

"É uma primeira tendência. Se confirmada, mostraria que a Bélgica não está isenta da ascensão do populismo extremista como em outros países europeus", disse o primeiro-ministro belga, o liberal Charles Michel.

Mas o equilíbrio de poder neste reino ainda pode mudar, faltando a apuração dos votos na Valônia e em Bruxelas.

Em ambas as regiões, as pesquisas de boca de urna da televisão privada RTL para as eleições regionais, que também são realizadas neste domingo junto com as eleições legislativas e europeias, apontam os socialistas em primeiro lugar, seguidos pelos liberais e ecologistas.

Os ecologistas, que procuraram aproveitar uma recente onda de mobilizações para aumentar a conscientização sobre o clima, poderiam falhar em sua tentativa de se tornar uma força fundamental para formar um governo regional.

Os olhos estão voltados para a N-VA, que em 2014 deixou em segundo plano o seu programa de independência para se tornar o pilar do governo de coalizão liderado por Charles Michel.

Mas no final de 2018, seis meses antes das eleições, deixou o governo por sua oposição à assinatura do Pacto Global das Nações Unidas sobre Migração. Agora, espera liderar o futuro Executivo com Jan Jambon, ex-ministro do Interior.

Mas a tarefa não será simples neste reino dividido entre flamengos de língua holandesa no norte, valões de língua francesa no sul e uma minoria de língua alemã no leste.

As diferentes correntes políticas - socialistas, liberais, democratas-cristãos, ecologistas ... - dividem-se em dois para os falantes de francês e para os de holandês. E todos compartilham os 150 assentos do parlamento belga.

"As direitas radicais têm uma dinâmica positiva na Europa, onde a questão da identidade está presente, como no Flandres", disse o cientista político Pascal Dewit, da Universidade Livre de Bruxelas (ULB).

Sobre a questão dos refugiados, o ex-secretário de Estado para as Migrações, Theo Francken (N-VA), alimentou as teses do Vlaams Belang, abertamente anti-imigração. "Na retórica, é o mesmo", segundo o cientista político.

Com um Flandres muito ancorado à direita e valões que confirmam sua preferência pelos socialistas, embora enfraquecidos, pode acabar com o sonho dos ambientalistas de ser uma força fundamental, segundo vários especialistas.

Para Delwit, "no sistema belga, é realmente difícil ser imprescindível". "Um governo federal poderá ser constituído sem problemas sem os ambientalistas", acrescentou o cientista político Vincent Laborderie.

Para este último, o cenário mais provável é uma repetição da coalizão do partido de Michel com os liberais e democratas-cristãos flamengos.

A Bélgica, país de 11 milhões de habitantes e sede das principais instituições da União Europeia (UE) e da OTAN, é conhecida pelas longas negociações para formar um governo que, em 2010-2011, levou 541 dias.

A coalizão conservadora do primeiro-ministro australiano Scott Morrison surpreendeu neste sábado (18) ao conquistar uma vitória "milagrosa" nas eleições legislativas, forçando o líder trabalhista Bill Shorten, apontado como favorito, a reconhecer sua derrota.

"Sempre acreditei em milagres. Como a Austrália é fantástica!", reagiu Scott Morrison a seus partidários em Sydney, saudando os "australianos silenciosos".

"Está claro que o Partido Trabalhista não será capaz de formar o próximo governo", lamentou, por sua vez, o candidato derrotado a seus partidários incrédulos em Melbourne. Ele anunciou que renunciaria como líder do partido e telefonou a seu rival de "parabenizá-lo".

A coalizão liderada pelo primeiro-ministro liberal-conservador e cético climático Scott Morrison já havia sido apontada como vitoriosa pela televisão pública ABC. O canal, no entanto, não informou se o novo governo será majoritário ou minoritário.

Estes resultados são uma grande surpresa, uma vez que todas as pesquisas apontavam Bill Shorten, sensível à questão ambiental, como vencedor.

Cerca de 17 milhões de eleitores foram chamados às urnas nesta ilha-continente onde o voto é obrigatório.

Os primeiros resultados mostram um eleitorado fraturado, com pequenos partidos populistas e de extrema direita capazes de desempenhar um papel importante no próximo governo. Como Clive Palmer, um milionário que lembra Donald Trump com seu slogan "Make Australia Great".

Para Anthony Ching, um simpatizante do campo liberal, os resultados são "incríveis": "Todos esperavam a nossa derrota".

O primeiro-ministro, que assumiu o poder em agosto depois de um "golpe" interno em seu partido, percorreu um percurso cheio de obstáculos.

Muitos de seus ministros se recusaram a se envolver na campanha, enquanto outros foram mantidos à distância para que não atrapalhassem.

Mas ele embarcou em uma campanha negativa e contou com o apoio da mídia conservadora do magnata Rupert Murdoch. Concentrou-se, sobretudo, no eleitorado mais velho e mais rico, preocupado com os projetos trabalhistas de suprimir várias brechas fiscais para financiar os gastos com educação, saúde e clima.

Para os trabalhista, o resultado cai como uma ducha fria. "Parte meu coração", disse Jango Rust, uma simpatizante de 19 anos, na sede da campanha trabalhista em Melbourne. Julie Nelson, de 67 anos, acusou o primeiro-ministro de "fazer campanha pelo medo".

Embora as pesquisas recentes tenham sugerido uma queda na diferença entre os dois candidatos, Bill Shorten, um ex-sindicalista, era dado como favorito para se tornar o sexto primeiro-ministro em uma década.

"Se o povo australiano votar pelo fim do caos e em favor da ação contra a mudança climática, estaremos prontos para começar a trabalhar amanhã", disse neste sábado em Melbourne.

Quanto a Morrison, ele adotou uma postura de cautela, depois de votar em Sydney: "Eu não aposto como certo nenhum apoio neste país".

- Clima em jogo -

O aquecimento global pesou muito na campanha, após um verão austral marcado por enchentes históricas e ondas de calor recordes que alimentaram incêndios florestais devastadores.

O Partido Trabalhista apostou em propostas para favorecer a energia renovável, enquanto os liberais se recusam a comprometer a economia do carvão.

Nas áreas rurais, os agricultores atingidos pela seca exigem ações, enquanto nas periferias ricas, os eleitores de centro-direita também estão se abrindo para a ecologia. Mas isso não foi suficiente para a oposição prevalecer.

Em Sydney, o ex-primeiro-ministro Tony Abbott - que no passado chamou o aquecimento global de "besteira absoluta" - perdeu o assento que ocupava há um quarto de século.

A campanha foi violenta, com candidatos agredidos e outros que jogaram a toalha depois de excessos racistas ou sexistas nas redes sociais.

Na sexta-feira, um homem de 62 anos foi preso acusado de enfiar um saca-rolhas na barriga de uma pessoa que usava faixas eleitorais.

O fim da campanha foi marcado pela morte na quinta-feira, aos 89 anos, do líder trabalhista Bob Hawke, que liderou o governo australiano de 1983 a 1991. Imensamente popular até sua morte, o ex-líder sindical tinha a cultura de consenso em vez de confronto.

Os sul-africanos votavam nesta quarta-feira (8) em eleições legislativas e provinciais, nas quais se espera uma nova vitória do Congresso Nacional Africano (CNA), no poder desde a queda do regime do Apartheid em 1994 - apesar do desemprego, da corrupção e de uma sociedade que sofre cada vez mais com a desigualdade.

As seções eleitorais abriram às 7h (2h Brasília) e a votação seguirá até às 21h (16h). Os primeiros resultados devem sair na quinta-feira (9).

Salvo alguma surpresa de última hora, o partido do falecido Nelson Mandela voltará a obter maioria absoluta no Parlamento, e o chefe do CNA, Cyril Ramaphosa, renovará seu mandato de chefe de Estado, após ser eleito pelos deputados.

As últimas pesquisas dão ao CNA de 50% a 61% dos votos, muito à frente dos principais adversários.

"Sabemos que estaremos no governo amanhã. Consigo sentir esta vitória, posso tocar nela", disse Ramaphosa no encerramento da campanha, diante de mais de 50 mil partidários reunidos no estádio Ellis Park, em Johannesburgo.

Este ex-sindicalista que ficou milionário - e que, durante muito tempo, foi considerado sucessor de Nelson Mandela - herdou no final de 2017 um CNA em plena crise de confiança, após nove anos de governo de seu predecessor, Jacob Zuma, marcado por escândalos e corrupção.

Nas eleições locais realizadas há três anos, o partido obteve o pior resultado de sua história (54%) e perdeu o controle de emblemáticas cidades, como Johanesburgo e Pretória.

Desde que chegou à liderança do CNA no início de 2018, Cyril Ramaphosa, de 66 anos, repete que é o homem da mudança e que vai pôr fim à corrupção.

A criminalidade, o desemprego - que afeta 54% dos jovens com menos de 24 anos - e a pobreza também são problemas que afligem a maior potência industrial do continente.

"Somos suficientemente humildes para reconhecer nossos erros", admitiu Ramaphosa durante a campanha. "Faremos o que o povo espera de nós".

A segunda força política do país, a Aliança Democrática (DA), ficou sem seu principal argumento - a corrupção - com a saída de Zuma, e deve obter entre 15 e 25% dos votos, contra 22% em 2014.

De acordo com as pesquisas, o partido de esquerda radical Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), criado em 2013, deve obter o maior progresso no Parlamento.

O EFF, liderado por Julius Malema e que se apresenta como o defensor dos menos favorecidos, deve superar o degrau simbólico de 10%, contra 6% em 2014.

Nesta terça-feira (6), os americanos votarão nas eleições de meio de mandato, definindo a renovação da Câmara, de um terço do Senado e de 36 dos 50 governadores. Para além de uma disputa interna, a votação é considerada um referendo de aprovação - ou reprovação - do governo de Donald Trump. Na reta final, o presidente intensificou sua participação na campanha do partido para conter uma onda democrata.

Hoje, as duas Casas são comandadas pelos republicanos, mas o partido corre o risco de perder a maioria na Câmara dos Deputados - no Senado, a situação é mais confortável. "As eleições presidenciais costumam ser um olhar para o futuro, enquanto as de meio de mandato são um referendo do passado", afirma Gary Nordlinger, da Escola de Gestão Política da George Washington University. O fator Trump é levado em conta por seis em cada dez americanos, segundo pesquisa do Pew Research. Segundo o instituto, 37% dos eleitores dizem que a eleição será um voto contra Trump, enquanto 23% consideram votar em favor do presidente.

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Trump tem trabalhado como cabo eleitoral em uma agenda marcada por viagens para defender até críticos dentro do partido, como Ted Cruz, do Texas. Os americanos renovarão todos os deputados - que têm mandato de dois anos nos EUA - e 35 dos 100 senadores.

Trump admitiu a possibilidade de perder a maioria na Câmara dos Deputados na sexta-feira. "Pode acontecer, pode acontecer. Nós estamos indo muito bem no Senado, mas pode acontecer", disse Trump, em campanha na Virginia Ocidental. Os democratas precisam conquistar 23 cadeiras a mais do que os republicanos para conseguir a maioria da Câmara.

À CNN, a deputada democrata Nancy Pelosi se disse confiante no último fim de semana antes da disputa. "Até outro dia, eu diria que 'se as eleições fossem hoje, nós poderíamos ganhar'. Agora, o que estou dizendo é 'nós vamos ganhar'."

Manter a maioria no Senado dá segurança ao mandato de Trump, já que um eventual pedido de impeachment precisaria da aprovação dos senadores, após análise na Câmara. No entanto, perder a maior parte da Câmara para a oposição não é boa notícia, já que os democratas passarão a assumir as comissões na Casa e comandariam investigações contra o republicano - que está na mira da Justiça em razão de um possível conluio com os russos para interferir na campanha eleitoral de 2016.

Obstáculos

Mais do que convencer os eleitores a votar em seu partido, Trump trabalha para engajar os republicanos a votar - já que o voto nos EUA não é obrigatório. Dois acontecimentos recentes jogaram pressão em cima do presidente americano.

Primeiro, o ataque a uma sinagoga em Pittsburgh, na Pensilvânia. Por fim, o envio de pacotes com explosivos a alvos ligados aos democratas. Ambos fizeram Trump responder a acusações de que seu discurso de ódio leva a ações de uma sociedade polarizada. Para Nordlinger, isso não deve impulsionar a oposição. "Os democratas que se importam com isso já votariam de todo o jeito", afirma.

Outros acontecimentos, no entanto, deram força ao republicano, como o avanço da caravana de cerca de 7 mil imigrantes da América Central em direção aos Estados Unidos. Trump endureceu o discurso, usando sua conta no Twitter, contra a imigração ilegal - sua principal plataforma de campanha desde que se lançou à presidência.

Discurso 'roubado'

O discurso de proteção de minorias, tradicionalmente usado pelos democratas, agora virou plataforma dos republicanos. Em maio, o cabeleireiro Brandon Straka, em Nova York, postou um vídeo em suas redes sociais lançando o movimento "Walk Away" - para reunir ex-simpatizantes democratas e minorias insatisfeitas com o partido.

"O Partido Democrata dá como certo que possui as minorias raciais, sexuais e religiosas", disse Straka, que, de lá para cá, começou a ser convidado frequente da Fox News - canal de TV pró-Trump - e possui mais de 97 mil seguidores no Twitter. Há uma semana, o movimento ganhou um apoiador de peso: o próprio presidente Donald Trump, que deu parabéns a Straka por "começar algo tão especial".

No dia 27 de outubro, Straka e seu grupo fizeram uma marcha em Washington. No discurso na Freedom Plaza - a 200 metros do Trump Hotel, Straka, que é gay, conclamou as minorias a abandonarem os democratas. "Quem somos? Somos americanos negros, hispânicos, héteros ou homossexuais. Somos americanos e não vamos nos dividir."

Na sua camiseta preta lia-se: "Não sou racista, não sou intolerante, não sou homofóbico, não sou democrata". Straka foi aplaudido - exceto quando assumiu que votou em Hillary Clinton para presidente em 2016.

O palanque foi dividido com mulheres e negros, sob o mesmo mantra da unificação de minorias contra os democratas e a saudação a Trump como representante de todos os americanos. "Não quero ser identificado por minha cor, idade ou gênero. Quero ser identificado como americano", disse Brendley Dilley, no palco.

O discurso comum é que democratas usam as minorias como plataforma política e seria mentira que Trump não respeite imigrantes, negros e gays. Tammy Gore, que assistia aos discursos, disse que os democratas causaram a divisão da sociedade. "Eles não se interessam pelas pessoas. Eles se interessam pelo poder." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 2018, com a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabeleceu o Orçamento Impositivo, o governador de São Paulo - seja Alckmin ou o vice, Márcio França (PSB), que deve assumir em abril -, não poderá mais segurar a cota de recursos a que cada parlamentar tem direito a indicar. Em 2018, esse valor será de R$ 4,9 milhões, contra os R$ 2 milhões atuais.

A alta, de 145%, vai gerar um impacto de R$ 460 milhões por ano nas contas estaduais e evitar ou ao menos reduzir práticas de toma lá dá cá em vésperas de votações de projetos de interesse do governo.

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A deputada Beth Sahão (PT) ressalta, no entanto, que a data da liberação das emendas continuará nas mãos do governador. "A PEC não determina os meses do ano em que a liberação deve ocorrer, apenas impõe que essa liberação ocorra ao longo da execução orçamentária. Esperamos que os deputados, da base ou não, tenham tratamento igualitário", afirma.

O descontentamento é generalizado entre os parlamentares estaduais, sejam eles da base ou não. A demora na liberação das cotas ajuda a explicar, por exemplo, a falta de pressa da Assembleia Legislativa em aprovar tanto as contas de 2016 de Alckmin como o Orçamento de 2018. Ambos os projetos só receberam o aval dos deputados depois do Natal, em sessão extra no dia 27. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) segurou metade do orçamento destinado a emendas parlamentares nos últimos três anos e meio. De janeiro de 2014 a junho deste ano, a gestão tucana liberou R$ 383,6 milhões em programas e investimentos indicados por deputados nos municípios onde eles mantêm seus redutos eleitorais. O total previsto pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo neste período, porém, era bem maior: R$ 752 milhões.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nos dados publicados pelo Portal da Transparência do governo do Estado mostra que o ano com a menor execução foi 2016, quando somente R$ 40 milhões, dos R$ 188 milhões previstos (R$ 2 milhões por deputado), foram liberados. A gestão Alckmin culpa a crise econômica pela baixa e afirma que teve de reduzir as despesas na mesma proporção em que perdeu receitas.

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Como era esperado, os representantes do PSDB, mesmo partido de Alckmin, são os que mais emendas conseguiram desbloquear no período pesquisado: 1.114 de um total de 3.687. Na média, foram 27,2 liberações por deputado - a conta inclui parlamentares também da legislatura passada - a um custo de R$ 112 milhões, quase 30% de todo o investimento (veja quadro ao lado).

Na vice-liderança, seguindo uma espécie de proporcionalidade representativa na Casa, estão os petistas, que juntos obtiveram aval para indicar 553 emendas, no valor de R$ 50 milhões. Mas quando a conta divide os partidos por base aliada e oposição, o resultado foge do equilíbrio. Enquanto os partidos que tradicionalmente votam com o governo abocanharam 86% dos R$ 383,8 milhões, restou ao PT, PSOL e PCdoB apenas 14% dos recursos.

Em número de emendas, o deputado mais contemplado no período foi Orlando Bolçone (PSB), que conseguiu autorização de Alckmin para firmar 130 convênios com Prefeituras no valor de R$ 6,8 milhões - as emendas parlamentares são viabilizadas desta forma, por meio de contratos com os municípios atendidos.

De acordo com Bolçone, sua posição na lista se deve à sua formação técnica e empenho pessoal. "Damos todo o suporte para que os municípios ou entidades consigam de fato a verba. Acompanhamos o processo semanalmente para checarmos se o recurso saiu mesmo. A papelada é complicada, é preciso ficar em cima para dar certo", afirmou.

Já o campeão em valores foi Estevam Galvão (DEM), que teve um número menor de emendas liberadas (75), mas com valores mais altos, chegando a R$ 7,8 milhões. Em seguida, neste ranking, está o tucano Fernando Capez, que presidiu a Assembleia nos anos de 2015 e de 2016, com um total de 112 indicações ao custo de R$ 6,8 milhões, valor quase igual ao das indicações de Bolçone.

Saúde

Verbas para compor o caixa de Santas Casas e outras entidades beneficentes que atendem doentes são as mais comuns. Desde janeiro de 2014, deputados dos mais variados partidos indicaram para a área da Saúde recursos que somam R$ 158,2 milhões - 43% do total autorizado por Alckmin.

Em seguida na lista de prioridades dos parlamentares estão verbas para Prefeituras promoverem obras de infraestrutura, a maioria delas viárias. Desenvolvimento Social, Esportes, Agricultura e Turismo também figuram no ranking das dez áreas mais atendidas - Educação aparece em 11º lugar, com somente R$ 200 mil em emendas.

No ranking dos municípios atendidos, São Paulo é o mais beneficiado, com 109 emendas que alcançaram o valor de R$ 12 milhões, o que equivale a R$ 1 por morador da capital. Do lado oposto está a cidade de Nova Canaã Paulista, cidade com pouco mais de 2 mil habitantes a 640 km da capital, que recebeu R$ 28 mil em apenas uma emenda de 2014 pra cá. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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