África do Sul realiza legislativas com ANC como favorito
As seções eleitorais abriram às 7h (2h Brasília) e a votação seguirá até às 21h (16h). Os primeiros resultados devem sair na quinta-feira (9)
Os sul-africanos votavam nesta quarta-feira (8) em eleições legislativas e provinciais, nas quais se espera uma nova vitória do Congresso Nacional Africano (CNA), no poder desde a queda do regime do Apartheid em 1994 - apesar do desemprego, da corrupção e de uma sociedade que sofre cada vez mais com a desigualdade.
As seções eleitorais abriram às 7h (2h Brasília) e a votação seguirá até às 21h (16h). Os primeiros resultados devem sair na quinta-feira (9).
Salvo alguma surpresa de última hora, o partido do falecido Nelson Mandela voltará a obter maioria absoluta no Parlamento, e o chefe do CNA, Cyril Ramaphosa, renovará seu mandato de chefe de Estado, após ser eleito pelos deputados.
As últimas pesquisas dão ao CNA de 50% a 61% dos votos, muito à frente dos principais adversários.
"Sabemos que estaremos no governo amanhã. Consigo sentir esta vitória, posso tocar nela", disse Ramaphosa no encerramento da campanha, diante de mais de 50 mil partidários reunidos no estádio Ellis Park, em Johannesburgo.
Este ex-sindicalista que ficou milionário - e que, durante muito tempo, foi considerado sucessor de Nelson Mandela - herdou no final de 2017 um CNA em plena crise de confiança, após nove anos de governo de seu predecessor, Jacob Zuma, marcado por escândalos e corrupção.
Nas eleições locais realizadas há três anos, o partido obteve o pior resultado de sua história (54%) e perdeu o controle de emblemáticas cidades, como Johanesburgo e Pretória.
Desde que chegou à liderança do CNA no início de 2018, Cyril Ramaphosa, de 66 anos, repete que é o homem da mudança e que vai pôr fim à corrupção.
A criminalidade, o desemprego - que afeta 54% dos jovens com menos de 24 anos - e a pobreza também são problemas que afligem a maior potência industrial do continente.
"Somos suficientemente humildes para reconhecer nossos erros", admitiu Ramaphosa durante a campanha. "Faremos o que o povo espera de nós".
A segunda força política do país, a Aliança Democrática (DA), ficou sem seu principal argumento - a corrupção - com a saída de Zuma, e deve obter entre 15 e 25% dos votos, contra 22% em 2014.
De acordo com as pesquisas, o partido de esquerda radical Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF), criado em 2013, deve obter o maior progresso no Parlamento.
O EFF, liderado por Julius Malema e que se apresenta como o defensor dos menos favorecidos, deve superar o degrau simbólico de 10%, contra 6% em 2014.