Tópicos | juan guaidó

O autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, reuniu-se hoje (18) com integrantes da sociedade civil do país que estão dispostos a organizar comitês denominados de Ajuda e Liberdade em favor de seu eventual governo e crítico da gestão de Nicolás Maduro.

“Hoje seguimos dando passos importantes para ativar a organização dos comitês de Ajuda e Liberdade, que estarão na vanguarda para levar adiante a grande Operação Liberdade”, disse Guaidó na sua conta no Twitter.

##RECOMENDA##

Guaidó se reuniu com trabalhadores de Corpoelec, uma corporação estatal que engloba dez empresas do setor elétrico. O encontro ocorre após um prolongado período de apagão que atingiu 22 dos 23 estados venezuelanos.

Segundo o autodeclarado presidente, durante o encontro, na Assembleia Nacional da Venezuela, os trabalhadores expressaram que “apesar da perseguição e ameaças” estão dispostos a seguir adiante “nossa luta”.

Exteriores

O interino comemorou o fato de três militares e diplomatas, designados por ele, terem assumido hoje seus cargos nos Estados Unidos: dois estão em sedes militares em Washington e um no consulado em Nova York.

Guaidó destacou ainda o fato da embaixadora Fabiola Zavarce assumir a representação diplomática venezuelana no Panamá. A embaixadora María Teresa Belandría foi designada para o Brasil no começo do ano e manteve várias reuniões com autoridades brasileiras.

O interino é reconhecido como presidente legítimo por cerca de 50 nações, incluindo Brasil, Estados Unidos, Argentina, Chile, Paraguai e outros.  Maduro conta com apoio de Rússia, Cuba e China entre outros.  

O líder da oposição Juan Guaidó percorreu neste sábado várias cidades da Venezuela para organizar uma mobilização nacional para marchar para o palácio de Miraflores, em Caracas, o próximo passo em sua estratégia para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder.

Por ordem do líder socialista, no entanto, as Forças Armadas retomaram neste sábado exercícios que vinham ocorrendo há semanas, desta vez para proteger a infraestrutura hidrelétrica após o apagão de 7 de março que paralisou o país por uma semana.

Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países liderados pelos Estados Unidos, iniciou sua jornada em Valência (norte), onde presidirá uma manifestação para articular seus partidários.

Milhares de apoiadores se reuniram nessa cidade situada 170 km a oeste de Caracas.

"Nós fazendo uma organização cívica para conseguir o cessar da usurpação e a conquista de nossos espaços", afirmou o chefe do Parlamento no Twitter neste sábado, prometendo que "muito em breve" ele marchará para Miraflores.

Por enquanto, Guaidó não marcou uma data para a mobilização visando a assumir a casa do governo.

A comitiva inclui os deputados que compõem a maioria da oposição no Legislativo, e que têm a missão de organizar assembleias de cidadãos em todo o país.

Neste sábado, foram realizadas reuniões em dez dos 23 estados, segundo a oposição.

"Qualquer possibilidade deve nos encontrar unidos, mobilizados nas ruas", diz Guaidó, que não descarta pedir ao Parlamento que autorize uma ação militar externa, advertindo, porém, que isso "depende de terceiros".

Os Estados Unidos, o aliado mais fervoroso da oposição, disseram que não descartam uma ação armada para tirar Maduro do poder e visam a pressioná-lo economicamente com sanções como um embargo de petróleo que entrará em vigor em 28 de abril.

O Grupo Lima - Canadá e 13 países da América Latina - também reconhece Guaidó, mas exclui a opção militar externa na Venezuela.

Mas Guaidó admite que antes da marcha para Miraflores ele deve ter as Forças Armadas "totalmente alinhadas", seu maior desafio, porque até agora a liderança militar permanece fiel a Maduro.

Para isso, ele oferece uma anistia os militares que abandonarem o governante socialista, excluindo os acusados de crimes contra a humanidade. Alguns especialistas acham essa proposta muito vaga.

Como é habitual quando a oposição se mobiliza, as bases de Chávez marcharam neste sábado no centro de Caracas, agora para cantar "vitória" após a restauração da eletricidade após o pior apagão na história da Venezuela.

O apagão, que Maduro atribui aos "ataques cibernéticos" dos Estados Unidos, paralisou o país e somente na terça-feira o presidente anunciou que o serviço havia sido restaurado em quase todo o território, embora haja relatos de falhas nas regiões ocidentais.

Além disso, as Forças Armadas, principal apoiador de Maduro, iniciaram os "Exercícios Integrais de Ação Ana Karina Rote" (grito de vitória indígena) para proteger os serviços estratégicos do país, anunciou Maduro no Twitter.

"Não permitiremos que os inimigos da Pátria roubem novamente a tranquilidade do heróico povo venezuelano", disse Maduro, junto com uma fotografia mostrando centenas de soldados e veículos blindados em uma esplanada cercada por montanhas, sem especificar sua localização.

Guaidó, de 35 anos, se autoproclamou presidente encarregado das funções constitucionais em 23 de janeiro, depois que o Congresso declarou o líder socialista de "usurpador do poder" por considerar sua reeleição "fraudulenta".

Maduro o chama de "marionete" de Donald Trump, a quem ele acusa de planejar a invasão da Venezuela para aproveitar sua riqueza em hidrocarbonetos.

A Procuradoria Geral da Venezuela anunciou nesta terça-feira a abertura de investigação judicial contra o líder oposicionista Juan Guaidó por sua suposta ligação com um ataque ao sistema elétrico que gerou um apagão nacional que se estendeu por quatro dias. Chefe do Ministério Público, Tarek William Saab disse à imprensa que solicitou ao Tribunal Supremo de Justiça uma investigação contra Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e autointitulado presidente interino do país.

Guaidó é reconhecido por cerca de 50 países, mas o regime do presidente Nicolás Maduro o acusa de "suposto envolvimento na sabotagem realizada no sistema elétrico nacional", segundo o procurador. Como parte das provas, Saab apresentou uma mensagem divulgada por Guaidó em sua conta no Twitter depois do início do apagão nacional, no dia 7: "A Venezuela tem claro que a luz chega com o fim da usurpação", escreveu.

##RECOMENDA##

O procurador-geral também disse que o líder opositor usa sua conta no Twitter para incitar a violência. A ação do procurador-geral, ex-membro do partido governista, ocorre um dia após Maduro pedir ao Judiciário que atue contra os responsáveis pelos cinco ataques sofridos nos últimos dias ao sistema elétrico. Guaidó, por sua vez, disse que há uma tentativa para levar à Justiça um "processo de perseguição" contra ele.

Autoridades venezuelanas afirmaram que, nesta terça-feira, o apagão ia diminuindo em algumas regiões do país. Ministro da Informação, Jorge Rodríguez disse que a energia estava quase completamente restaurada e que o serviço de água também estava voltando. Fonte: Associated Press.

A polícia venezuelana utilizou gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação convocada para este sábado (9), em Caracas, pelo líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

Os manifestantes recuaram, mas optaram por permanecer nas imediações do local marcado para a realização da concentração, na Avenida Victoria.

##RECOMENDA##

Anteriormente, a equipe de Guaidó havia denunciado que não tiveram permissão para instalar um palanque na área, e que três pessoas que transportavam as estruturas foram detidas e o material confiscado.

[@#galeria#@]

Guaidó reagiu no Twitter afirmando que o governo de Nicolás Maduro terá "uma surpresa", já que os opositores continuarão na rua.

"Pretendem gerar desgaste, mas já não têm como conter um povo que está decidido a acabar com a usurpação. E hoje o vamos demonstrar nas ruas", acrescentou o opositor no Twitter.

A manifestação, convocada em todo o país, faz parte da pressão cada vez maior para forçar Maduro a deixar o poder, que ocupa desde 2013. Além disso, ela acontece depois de um apagão que deixou a maioria dos venezuelanos sem luz.

A eletricidade foi restabelecida na madrugada deste sábado em algumas áreas de Caracas, porém, alguns bairros da capital venezuelana e mais de metade do país continuam sem energia há mais de 40 horas.

Governo

Maduro também convocou para este sábado uma concentração na capital venezuelana. Vários apoiadores do presidente em exercício ocuparam as ruas de Caracas, vestidos de vermelho, cor associada à revolução. 

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumiria os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos, prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Cerca de 50 países, incluindo o Brasil e a maioria dos países da União Europeia, reconheceram Guaidó como presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

União Europeia

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou neste sábado que a União Europeia (UE) está disposta, caso necessário, a endurecer as sanções contra o governo de Nicolás Maduro.

"Na União Europeia estamos dispostos a impor sanções adicionais se for necessário", disse o ministro em entrevista ao jornal berlinense Tagesspiegel.

Maas acrescentou que "é importante que a pressão internacional se mantenha elevada" e afirmou que a UE não participará da tática dilatória usada por Maduro. O apoio da UE ao líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, é "irrefutável", assegurou.

Guaidó havia exigido um endurecimento das sanções contra Maduro, depois que este declarou "persona non grata" o embaixador da Alemanha na Venezuela, Daniel Kriener.

O governo e a oposição da Venezuela foram às ruas neste sábado, 9, em todo o país, que está saindo do mais longo apagão em décadas, embora ainda haja algumas zonas sem luz.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o opositor Juan Guaidó incentivaram os seus apoiadores a irem para as ruas, em uma nova escalada de tensões.

##RECOMENDA##

Maduro, que convocou os seus seguidores para uma marcha "anti-imperialista", quando completam quatro anos desde que os Estados Unidos declararam que a Venezuela era uma ameaça para a sua segurança, atribuiu o apagão a uma "guerra elétrica" promovida pelo "imperialismo norte-americano".

"Seguimos em batalha e vitória frente a permanente e brutal agressão contra o nosso povo. Hoje, mais do que nunca, somos anti-imperialistas. Jamais nos renderemos!", escreveu neste sábado no Twitter. O presidente não fez nenhuma aparição pública durante o apagão, mas é esperado que compareça à manifestação chavista no centro de Caracas.

Venezuela

"Convoco todo o povo venezuelano a nos expressarmos maciçamente nas ruas contra o regime usurpador, corrupto e incapaz que deixou o nosso país às escuras", disse, em uma mensagem pelo Twitter, na sexta-feira, o presidente do Parlamento, Juan Guaidó.

Guaidó se autoproclamou presidente interino do país em 23 de janeiro, invocando artigos da Constituição, e foi reconhecido pelos Estados Unidos, Brasil e dezenas de países, que acusam o presidente Nicolás Maduro de ganhar a reeleição em eleições fraudulentas.

Confrontos

Opositores ao regime de Maduro e a polícia venezuelana entraram em confronto na manhã deste sábado. Muitos manifestantes tentaram andar por uma avenida em Caracas, mas foram removidos para a calçada pela polícia em uma tentativa de evitar o motim. De acordo com uma emissora local, uma mulher foi atingida por spray de pimenta.

"A polícia é abusiva mesmo que eles também sofram da mesma calamidade que a gente", disse a comerciante Lilia Trocel, de 58 anos. "Eu ainda não tenho energia e perdi parte da minha comida", declarou em referência à comida que estragou durante o apagão.

"Queremos marchar", gritava um grupo de seguidores de Guaidó a um contingente policial que bloqueava o acesso à Avenida Victoria, no leste de Caracas.

Deputados de oposição denunciaram em suas contas no Twitter que três motoristas que ajudavam, na madrugada de sábado, a instalar um palco onde Guaidó apareceria foram detidos pela polícia, que os obrigou a desmontar os andaimes.

Na sede da estatal telefônica, por outro lado, já era possível identificar um dos palcos do governo, que também fechou uma das principais avenidas de Caracas, onde há a previsão de uma atividade. Não foi confirmada a presença de Maduro.

Agentes do serviço de inteligência rondavam a zona. "Não há água, não há luz, não há comida. Já não aguentamos", disse Jorge Lugo, venezuelano que levava uma bandeira no pescoço.

Apagão

Depois de mais de 20 horas sem energia elétrica, o serviço foi retomado parcialmente em algumas áreas de Caracas e do interior do país, mas outras cidades, como Maracaibo e Barinas, completavam 40 horas sem fornecimento, segundo a Reuters.

O apagão da Venezuela, que começou na tarde de quinta-feira, afetou inclusive o Estado de Roraima, que precisou recorrer às suas cinco termoelétricas para suprir a energia normalmente procedente da principal hidroelétrica venezuelana de Guri.

A extensa interrupção ocorre em um momento em que o país é sacudido por instabilidade política, hiperinflação e recessão econômica.

Organizações não governamentais denunciaram que a falta de fornecimento de energia e o mal funcionamento, ou a falta de geradores de emergência em hospitais públicos, provocaram, na sexta-feira, as mortes de um recém-nascido e de um adolescente de 15 anos em Caracas.(AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó advertiu nesta terça-feira (5) que a pressão contra o governo de Nicolás Maduro está "só começando" e anunciou uma greve "escalonada" de funcionários públicos, um dia depois de seu desafiador retorno ao país, após ter burlado uma proibição de saída.

Reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, Guaidó se reuniu com dirigentes sindicais apostando que os funcionários públicos apoiem os seus esforços para retirar Maduro do poder.

##RECOMENDA##

"Achavam que a pressão máxima havia chegado. Saibam claramente que a pressão está só começando", lançou Guaidó após o encontro em Caracas.

O também chefe do Parlamento conseguiu reativar os protestos e estreitar o cerco diplomático contra Maduro.

"Aqui está o presidente interino da Venezuela dando a cara aos trabalhadores, ao trabalho com dignidade, sem que lhe deem nada em troca", acrescentou Guaidó, que promove um "governo de transição e eleições livres".

Como parte da pressão com o presidente socialista, o legislador de 35 anos busca agora arrebatar-lhe o controle da burocracia estatal, que considera "sequestrada pelas chantagens e perseguições".

Segundo Guaidó, os representantes dos trabalhadores lhe propuseram avançar para uma "greve escalonada na administração pública", embora não tenha dado detalhes.

Durante a era chavista, o setor público chegou a ter entre 4 e 4,5 milhões de funcionários, mas essa cifra pode ter sido reduzida devido à grave crise econômica, que inclui uma contração do PIB de 50% desde 2014, hiperinflação e escassez de bens básicos.

- 'Mergulhados em contradições' -

Com o tom desafiador após a sua multitudinária recepção na segunda-feira em sua chegada a Caracas, Guaidó disse que o silêncio oficial diante do seu retorno mostra as contradições no círculo do "ditador", como se refere a Maduro.

"Estão mergulhados em contradições. Não sabem como responder ao povo da Venezuela", disse Guaidó a jornalistas ao ser questionado sobre como explica não haver qualquer reação por parte do governo de Maduro ao seu retorno.

Antes da sua volta a Caracas, Maduro havia declarado que Guaidó teria que encarar a Justiça por ter evadido a proibição de saída do país.

O governo participa nesta terça de uma homenagem pelo aniversário da morte de seu antecessor, Hugo Chávez (1999-2013).

"Comandante Chávez (...), obrigado pelos seus ensinamentos e, com seu exemplo, hoje continuamos em permanente luta contra os inimigos que tentaram apagar a sua voz tantas vezes. Viverás para sempre em cada vitória!", escreveu Maduro no Twitter.

- Setor público paralisado -

Guaidó quer elevar a pressão interna para retirar Maduro, depois que o Grupo de Lima - composto pelo Canadá e por uma dúzia de países latino-americanos - descartou o seu apoio a uma intervenção militar, alternativa que o governo de Donald Trump mantém sobre a mesa.

Para isso, pretende virar ao seu favor os funcionários públicos. Contudo, o governo conserva a sua influência em boa parte da cúpula sindical.

"A greve escalonada é uma proposta dos trabalhadores públicos para que nunca mais trabalhem para a ditadura", sustentou em entrevista coletiva, na qual anunciou uma lei para proteger os funcionários de eventuais demissões.

Da reunião nesta terça participaram sindicalistas petroleiros, das indústrias básicas, governações, prefeituras, hospitais e a banca pública, entre outros, disse à AFP a dirigente Ana Yánez.

Os sindicatos ainda não anunciaram quando ou quais setores farão essas greves e acordaram se reunir nos dias seguintes com o Parlamento.

"A administração pública está praticamente paralisada. Nas prefeituras vão trabalhar somente três vezes por semana e apenas meio período", comentou Yánez.

O salário mínimo na Venezuela é de 18.000 bolívares por mês (cerca de seis dólares), que apenas dá para dois quilos de carne, devido à hiperinflação que o FMI projetou em 10.000.000% para 2019.

Sem mencionar o retorno de seu opositor Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro sinalizou, nas redes sociais, que se manterá no poder. Ele criticou indiretamente o apoio ao opositor, informando que a Venezuela é alvo de agressões.

“O mundo é testemunha excepcional de uma Venezuela que enfrenta as agressões imperiais e segue em frente com dignidade. Continuaremos a manter a bandeira dos povos livres que levantam suas vozes contra a interferência imperial”, disse Maduro, em sua conta pessoal do Twitter.

##RECOMENDA##

Guaidó retornou nessa segunda-feira (4) à Venezuela, depois de visitar cinco países da América do Sul – Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador. Ameaçado de prisão e sanções, o interino liderou uma manifestação contra Maduro.

O governo Maduro lembra nesta terça-feira (5) o aniversário de seis anos de morte do presidente Hugo Chávez. O local onde está enterrado o corpo dele será aberto à visitação pública, em Caracas. Haverá homenagens, com exibição de vídeos e atividades musicais e esportivas.

Chávez  assumiu a Presidência da Venezuela em fevereiro de 1999, governando o país por 14 anos até sua morte em 2013. O líder morreu em conseqüência de um câncer. Maduro foi seu último vice-presidente. As propostas e ideias de Chávez foram compiladas em  livros e documentários.

*Com informações da Telesur, emissora multiestatal de televisão com sede em Caracas

O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, usou hoje (4) as redes sociais para dizer que chegou à Venezuela. Sem dar detalhes sobre o pouso, ele apenas informou que estava no país. “Já em nossa terra amada. Venezuela, acabamos de passar pela imigração e vamos nos mobilizar para onde está o povo”, avisou o líder na sua conta pessoal no Twitter.

Em seguida, o interino acrescentou que: “Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém nos dia o contrário. Sinto o sol de Guaíra e o brilho do povo que nos esperou aqui”.

##RECOMENDA##

Guaidó retorna à Venezuela no momento em que convocou uma mobilização nacional tanto em Caracas como em várias cidades do interior. As manifestações também estão organizadas para amanhã (5).

Em transmissão ao vivo ontem (3) nas redes sociais, o interino fez um balanço de sua viagem por cinco países da América do Sul: Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador. Segundo ele, foi firmada uma “coalizão” internacional em favor da democracia.

“As opções de recuperação econômica estão sobre a mesa. Isso está acompanhado da mobilização cidadã e do povo venezuelano”, destacou Guaidó.

Riscos

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse hoje (4) que as autoridades do governo Nicolás Maduro analisam o comportamento de Guaidó para tomar as medidas necessárias contra ele.

Ameaçado pelo governo Maduro de prisão, o interino disse não temer os riscos por retornar à Venezuela. De acordo com ele, seu regresso ao país é acompanhado pelo mundo e povo venezuelano. Na transmissão ao vivo, Guaidó estava acompanhado pela mulher, Fabiana.

“Se tentarem me seqüestrar, temos todos os passos a seguir”, disse. “Hoje estamos mais mobilizados do que nunca”, acrescentou. “Se me seqüestrarem, será um dos últimos horrores. No passado, seqüestraram e mataram nossa gente e estamos mais fortes do que nunca”, afirmou. “A força é a união.”

Em janeiro, a Suprema Corte da Venezuela, sob controle de Maduro, proibiu Guaidó de deixar o país e congelou seus bens. Porém, a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, aprovou uma licença para o interino deixar a região.

O autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaido, anunciou, na sua conta no Twitter, o retorno ao país. O regresso dele é observado pelos líderes políticos estrangeiros, inclusive do Brasil, em decorrência de risco de prisão por parte do governo de Nicolás Maduro. Guaidó disse que promoverá mobilizações amanhã (4) e depois em favor da democracia.

“Anuncio meu regresso ao país e a convocação de mobilizações em todo território nacional para segunda e terça-feira. Vamos difundir essa mensagem e estejam atentoso a nosso chamado nas redes sociais”, afirmou o interino nas redes sociais. Guaidó está no Equador.

##RECOMENDA##

Nota

Nesse sábado (2), em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo brasileiro espera que o retorno de Juan Guaidó ocorresse sem incidentes. Também afirmou que manifestava a expectativa de que os direitos e a segurança de Guaidó, seus parentes e assessores sejam plenamente respeitados.

“O governo brasileiro, ao rechaçar as intimidações e ameaças do regime Maduro contra o presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaidó, e sua família, manifesta a expectativa de que sua volta à Venezuela ocorra sem incidentes e que os direitos e segurança do presidente Guaidó, seus familiares e assessores sejam plenamente respeitados por aqueles que ainda controlam o aparato de repressão do regime.”

Apoio

Há mais de uma semana, Guaidó está longe da Venezuela. Ele foi à Colômbia, onde participou da distribuição de ajuda humanitária e também da reunião do Grupo de Lima, que reafirmou a legitimidade de seu governo.

Em seguida, Guaidó veio ao Brasil, onde em Brasília ele se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro, ministros e parlamentares, no Congresso Nacional. Na sexta-feira (1º) o venezuelano esteve com os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez.  Por último passou pelo Equador onde está neste domingo.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou hoje (1º), na conta pessoal no Twitter, que sua determinação é promover, de forma pacífica, a cooperação e compreensão dos países com respeito e fraternidade. Ele não mencionou as reuniões do autodeclarado presidente venezuelano, Juan Guaidó, com os presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez, do Paraguai, ocorridas em momentos distintos.

"Nossa diplomacia bolivariana é de paz. É o caminho certo para atingir a compreensão, cooperação e respeito entre os povos da maneira mundo. A Venezuela continuará a ultrapassar as dificuldades do bloqueio imperial e abrirá caminhos de fraternidade com as nações do mundo", disse nas redes sociais.

Em outra postagem, Maduro cita de forma indireta as sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela. Segundo ele, as dificuldades serão revertidas em avanços. “As agressões imperiais contra a nossa economia, nos motivaram a dar um salto no desenvolvimento de tecnologias online para sermos cada vez mais eficientes e produtivas.”

##RECOMENDA##

No Twitter, Maduro aparece entregando cartas credenciais para os novos embaixadores da República Africana de Chade, Ngote Gali Koutu, e da Sérvia, Danilo Pantovic. A cerimônia foi ontem (28), no Palácio de Miraflores.

Também ontem Maduro recebeu o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Venezuela, Jan Harfst. Ele foi recebido pelo Chefe de Estado para avaliar o progresso da Venezuela na agenda de 2030.

Apesar das ameaças de prisão por parte do governo de Nicolás Maduro, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou que retornará para a Venezuela até a próxima segunda-feira (4). Em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, após encontro com o presidente Jair Bolsonaro, ele confirmou que de Brasília seguirá para Assunção, no Paraguai.

"Claro que há um risco, inclusive de vida, o exercício da política na Venezuela, mas também temos um dever, resolvemos entregar nossa vida ao serviço de um país", disse. “Como sabem, eu recebi ameaças pessoais e familiares e também ameaças de encarceramento por parte do regime de [Nicolás] Maduro. Nosso retorno a Venezuela será neste fim-de-semana, ou, no mais tardar, na segunda-feira.”

##RECOMENDA##

Antes da entrevista coletiva, Guaidó sintetizou seu sentimento e determinação por levar adiante a luta pelo resgate de "valores democráticos" no seu país. "Não vamos permitir nunca mais que um grupo se apodere da verdade ou dos recursos de um povo. Não se pode utilizar da palavra 'povo' para se aproveitar, mas para criar prosperidade, liberdade e bem-estar." 

Ameaças

Questionado se temia por sua vida, Guaidó afirmou que não teme perseguições.

“Nós temos um dever, entregamos nossa vida a serviço da Venezuela. (...) Minha geração cresceu nessa ditadura, não vimos outra coisa, mas estamos sentido o futuro na Venezuela, mantemos a esperança de que apesar da perseguição, do atropelo, resistimos. […] Não vai ser através da perseguição que vão nos deter.”

O venezuelano reiterou que sua determinação é resgatar a democracia, a liberdade e os direitos do povo da Venezuela. "Vamos seguir insistindo porque estamos cada vez mais perto desse triunfo da democracia na Venezuela e na região."

Suspeitas

Segundo Guaidó, o governo Maduro é o principal suspeito de promover o sequestro e a prisão de três de seus assessores, em Sán Cristóbal, município próximo da fronteira entre Venezuela e Colômbia. Para ele, esse tipo de comportamento atrasa o processo de redemocratização do país.

“A fórmula da perseguição só está atrasando o inevitável, uma transição democrática ou em direção à democracia”, disse. O interino afirmou que há aproximadamente mil presos políticos e o mesmo número de exilados que defendem a transição democrática no país.

Prisão

No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça proibiu Guaidó de deixar a Venezuela, além de determinar o congelamento das suas contas. A Corte atendeu a um pedido do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro.

Apesar da decisão judicial, o presidente interino foi à Colômbia para articular a entrega de ajuda humanitária na fronteira. Depois, ele particpou do encontro do Grupo de Lima , em Bogotá, que defendeu a busca de uma saída alternativa para a paz e a democratização da Venezuela, sem intervenção externa.

O presidente Jair Bolsonaro está reunido com o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Ele chegou ao Palácio do Planalto às 13h50, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e passou pelo tapete vermelho estendido em uma das portarias laterais do edifício principal. Os Dragões da Independência fizeram as honras na entrada.

Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não é considerado uma visita de Estado e acontece no gabinete de Bolsonaro. O também presidente da Assembleia Nacional da Venezuela ainda deve se encontrar com o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

##RECOMENDA##

Guaidó chegou ao Brasil na madrugada de hoje (28). Em sua conta pessoal no Twitter, ele disse que veio ao Brasil em busca de apoio para a transição de governo na Venezuela. Antes do encontro com Bolsonaro, ele esteve com representantes diplomáticos de outros países no escritório da delegação da União Europeia, em Brasília.

“Em nosso encontro com os embaixadores dos países da União Europeia, continuamos a fortalecer as relações com nações que reconheceram nossos esforços para recuperar a democracia na Venezuela e obter eleições livres”, escreveu. "Apreciamos o forte apoio internacional dado à nossa rota e apoio à ajuda humanitária. É hora de avançar para conseguir a cessação da usurpação que porá fim à crise na Venezuela, recuperará nosso país e estabilizará a região”, completou.

Mais cedo, também pelo Twitter, o ministro Ernesto Araújo disse que a diplomacia brasileira continua com seu "apoio irreversível e incondicional à libertação" do país vizinho.

No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça proibiu Guaidó de deixar a Venezuela e congelou suas contas. A Corte atendeu a um pedido do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro. Apesar da decisão judicial, o presidente interino foi à Colômbia para articular a entrega de ajuda humanitária na fronteira e participar do encontro do Grupo de Lima, em Bogotá. Mesmo correndo risco de ser preso, ele prometeu retornar à Venezuela em breve.

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino de seu país e buscando apoio mais concreto do Brasil, chegou nesta quinta-feira (28) em Brasília, informou a imprensa local, e será recebido no período da tarde pelo presidente Jair Bolsonaro, antes de seu retorno anunciado a Caracas, onde ele poderia enfrentar a justiça.

Bolsonaro "receberá Guaidó em visita pessoal", que começará às 14h no Palácio do Planalto, informou o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros. Guaidó, vindo de Bogotá, chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília às 04h40, informou o portal G1.

A embaixadora encarregada por Guaidó no Brasil, María Teresa Belandria, disse que o líder da oposição também será recebido "por numerosos representantes das delegações diplomáticas presentes em Brasília que o reconheceram como o legítimo presidente interino da Venezuela".

Os países que não reconhecem o presidente Nicolás Maduro alegam que sua releição foi fraudulenta. Diante dese cenário, Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, se autoproclamou em 23 de janeiro como governante interino.

Os Estados Unidos submeterão a votação no Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira um projeto de resolução que exige eleições presidenciais na Venezuela e entrada "sem exigências" da ajuda humanitária com alimentos e remédios.

Contudo, o chanceler chavista Jorge Arreaza pediu nesta quarta-feira uma reunião entre Maduro e Trump, mas o vice-presidente americano, Mike Pence, rechaçou essa possibilidade. "A única coisa para ser discutida com Maduro neste momento é a hora e a data de sua saída", escreveu no Twitter Pence, acrescentando a hashtag em espanhol #VenezuelaLibre".

Durante a semana, Guaidó reiterou que para derrotar Maduro todas as opções deveriam estar sobre a mesa, uma posição que deixou em claro Pence durante a reunião do Grupo de Lima.

"Creio que Guaidó esperava que se desse um espaço para deixar implícito a Nicolás Maduro que a possibilidade era real", acrescentou Rodríguez.

- Volta a Caracas -

Guaidó tem insistido em regressar esta semana a Caracas para exercer suas "funções", apesar da possibilidade de ser preso. Na segunda-feira, a Colômbia denunciou "sérias e críveis ameaças" contra Guaidó e responsabilizou o governo "usurpador" por isso.

Maduro disse que Guaidó deverá responder diante da justiça por burlar a lei.

"Um preso não ajuda ninguém, tão pouco um presidente exilado. Estamos numa zona inédita (...) E minha função e meu dever é estar em Caracas apesar dos riscos, apesar de todas as implicações", disse o opositor.

Seus simpatizantes anunciaram que se mobilizarão para recebê-lo na próxima sexta na capital venezolana. A cidade também será palco de manifestações de grupos leais ao chavismo.

Contudo, Guaidó não definiu a data de retorno e nem se voltará diretamente do Brasil.

Segundo Rodríguez, Guaidó não tem como não retornar ao país para liderar a oposição.

"A realidade é que muitos começam a sentir que o momento apropriado está passando, e sabem se isso acontecer, não será fácil se livrar de Nicolás Maduro", acrescentou Rodríguez.

- Fronteiras restringidas -

Apesar de não existir um alto risco de prisão para Guaidó, o líder opositor aposta que Maduro se abstenha desta iniciativa num momento em que o país está sob a atenção do mundo, avaliou o analista.

A Venezuela está mergulhada em uma severa escassez de alimentos e remédios, que gerou o êxodo de 2,7 milhões de pessoas para países da região desde o agravamento da crise em 2015.

Para Maduro, esta crise é consequência do bloqueio financeiro aplicado por Washington. Também garante que o envio da ajuda humanitária patrocinada por Donald Trump esconde um plano de intervenção militar na Venezuela.

A tentativa de entrega no fim de semana de alimentos e remédios através das fronteiras com o Brasil e Colômbia, fechadas do lado venezuelano, terminou em confrontos que deixaram quatro mortos.

A Colômbia reabriu seu lado da fronteira nesta quarta-feira, mas com restrições, devido aos confrontos entre venezuelanos que tentam entrar no país e a Guarda Nacional Bolivariana de Maduro.

As autoridades migratórias indicam que 326 membros das forças armadas de Venezuela que desertaram e foram para a Colômbia.

O presidente Jair Bolsonaro deve se reunir com Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, entre amanhã (28) e sexta-feira (1º). O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participará do encontro. O venezuelano é esperado em Brasília por volta da meia-noite, segundo a assessoria da vice-presidência da República.

No mês passado, o Tribunal Supremo de Justiça proibiu Guaidó de deixar o país e congelou suas contas. A Corte atendeu a um pedido do procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do presidente Nicolás Maduro. Apesar das ordens, o interino foi à Colômbia e prometeu retornar à Venezuela em breve.

##RECOMENDA##

Há dois dias, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, conversou em particular com Guaidó, em Bogotá, na Colômbia. Antes, Araújo também se reuniu com Guaidó. Eles participaram da reunião do Grupo de Lima, da qual participaram representantes das Américas, em defesa de uma saída pacífica para crise venezuelana sem interferência externa.

Chile

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, confirmou hoje ter convidado Guaidó para participar da Cumpre do Prosur, mecanismo de integração vinculado à União das Nações Sul-americanas (Unasur), em março, em Santiago (Chile).

Na sua conta no Twitter, Guaidó afirma que mais de 50 países o reconhecem como presidente legítimo. O Brasil, os Estados Unidos, o Chile, o Paraguai e o Canadá foram as primeiras nações a reconhecer a legitimidade do venezuelano. Na região, México e Urugia optaram pela neutralidade, enquanto China e Cuba apoiam o governo Maduro.

Violência

Nos últimos dias o clima de confronto dominou a região fronteiriça da Venezuela com o Brasil e a Colômbia. Por ordem de Maduro, a fronteira com o Brasil foi fechada. Houve dificuldades para o transporte da ajuda humanitária internacional com registros de mortos e feridos. Segundo relatos, militares venezuelanos atiraram na direção de civis desarmados.

Para Maduro, há uma orquestração internacional, liderada pelos Estados Unidos e Colômbia, com o objetivo de promover uma intervenção na Venezuela. Ele e aliados negam a existência de crise humanitária no país.

*Com informações da TVN, emissora oficial do Chile.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, garantiu nesta segunda-feira ao opositor Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino da Venezuela, que ele pode contar com o apoio absoluto de Donald Trump.

Declarou também que seu país está com todas as opções na mesa diante do presidente Nicolás Maduro.

"A você, presidente Guaidó, uma simples mensagem do presidente Trump: estamos com você 100%", declarou Pence durante uma reunião no âmbito de uma cúpula do Grupo de Lima, que discute em Bogotá as próximas ações contra o governo Maduro.

Ele igualmente pediu ao Grupo Lima para apertar o cerco financeiro contra Caracas.

"Esperamos uma transição pacífica para a democracia, mas o presidente (Donald) Trump deixou claro: todas as opções estão na mesa", afirmou.

Pence agradeceu o convite para participar da reunião do Grupo Lima, formado por 13 países da América Latina e pelo Canadá, e criado em 2017 para promover uma saída da crise venezuelana.

O Grupo de Lima iniciou sua reunião em Bogotá nesta segunda-feira com a participação dos Estados Unidos e do líder da oposição Juan Guaidó, com o objetivo de definir os passos a seguir na crise venezuelana.

"Estamos lutando por uma solução pacífica", disse o vice-ministro das Relações Exteriores do Peru, Hugo de Zela, na abertura das deliberações, que serão acompanhadas pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.

"Reafirmamos nosso compromisso com a transição democrática e a restauração da ordem constitucional na Venezuela", afirmou Holmes Trujillo, ministro das Relações Exteriores da Colômbia e anfitrião do encontro.

Trujillo lembrou que, com o apoio do Grupo de Lima, "alguns países fizeram um grande esforço para facilitar a operação de um canal para fornecer assistência humanitária internacional para aliviar, ainda que parcialmente, a situação humanitária grave que afeta muitos venezuelanos".

Diante dessa atitude, o governo de Maduro respondeu com "o uso da força e violações maciças dos direitos humanos. É bom dizer, com absoluta clareza, que o uso da força em qualquer forma é inaceitável. Não é uma solução para o que acontece na Venezuela", explicou De Zela.

Reconhecido por cinquenta governos como presidente da Venezuela, Guaidó, que está na Colômbia desde sexta-feira, pediu para que "todas as opções sejam mantidas abertas" contra Maduro após a fracassada operação humanitária do último fim de semana.

Na reunião do Grupo de Lima, uma aliança de 13 países da América Latina e Canadá criada em 2017 para promover uma solução para a crise venezuelana, também participa o vice-presidente americano, Mike Pence, cujo governo cerrou fileiras em torno de Guaidó.

Quatro países membros do grupo não participam da reunião: México, Costa Rica, Guiana e Santa Lúcia, segundo o ministério das Relações Exteriores da Colômbia.

"Chegou a hora de adotar mais medidas para isolar o regime. Medidas mais claras para aumentar a pressão, e estamos dispostos a assumir posições mais categóricas, agir politicamente, agir financeiramente", insistiu De Zela.

São Paulo, 24 (AE) - O líder oposicionista Juan Guaidó, autointitulado presidente interino da Venezuela, afirmou no fim da noite de ontem, em sua conta no Twitter, que é importante haver pressão dentro e fora do país para ocorrer uma troca de comando. Guaidó qualifica o presidente Nicolás Maduro um usurpador, afirmando que venceu eleições fraudadas, e disse que a comunidade internacional deve manter todas as alternativas em aberto para enfrentar a crise.

"Os acontecimentos de hoje me obrigam a tomar uma decisão: apontar à comunidade internacional de maneira formal que devemos ter todas as opções para conseguir a liberação desta Pátria que luta e seguirá lutando", afirmou Guaidó em sua conta no Twitter, no fim da noite do sábado. Ele também lembrou que se reunirá na segunda-feira com autoridades do Grupo de Lima, na Colômbia. "A pressão interna e externa são fundamentais para a liberação."

##RECOMENDA##

Em outras mensagens, Guaidó disse que mantinha contatos com militares venezuelanos que desertaram do regime de Maduro e passaram a apoiá-lo. "São soldados que em algum momento tiveram ilusão pela carreira militar e hoje são prisioneiros do terror", comentou, ao falar sobre o clima de "medo, necessidade e falta de respeito" nas Forças Armadas venezuelanas.

Guaidó afirmou ainda duvidar que o ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), que morreu em 2013, apoiasse o governo Maduro. Além disso, o líder oposicionista reenviou a seus seguidores mensagem de apoio do ex-presidente americano Bill Clinton, com críticas à violência na Venezuela.

O autodeclarado presidente em exercício da Venezuela Juan Guaidó publicou mensagem no Twitter, neste sábado (23), convocando a população para uma mobilização em massa pelas ruas do país para pressionar as Forças Armadas [FANB] a deixar que caminhões com doações de cunho humanitário entrem no país. Está prevista pra hoje a entrega de alimentos e medicamentos para a população da Venezuela pelas fronteiras do Brasil e de Colômbia. 

"Vamos em paz, sem violência e com determinação de mudanças para exigir que a ajuda humanitária entre”, publicou Guaidó orientando os manifestantes a vestirem branco e entregarem mensagens a militares em quartéis para apoiarem a entrada da ajuda no país.

##RECOMENDA##

Guaidó também advertiu as FANB: "Hoje vocês têm a vida de centenas de milhares de Venezuelanos em suas mãos. Todo o país e o mundo estão com os olhos voltados a vocês. Decidam bem".

Tensão nas fronteiras

As fronteiras do país com Brasil e Colômbia foram fechadas por ordem do presidente Nicolás Maduro. Os apoiadores do presidente chavista também prometem uma “mobilização revolucionária” neste sábado em Caracas, capital da Venezuela, “em rejeição a práticas intervencionistas do governo dos Estados Unidos”, que como o Brasil apoiam Juan Guaidó. Maduro deixou em alerta as Forças Armadas Nacionais Bolivarinas.

Na manhã deste sábado, também pelas redes sociais, a vice-presidente do governo de Maduro comunicou a ordem de fechamento de três pontes que ligam a Venezuela à Colômbia.

O deputado Assembleia Nacional Venezuelana Miguel Pizarro, presidente da comissão especial para a ajuda humanitária, orienta que os manifestantes digam aos militares que o propósito de ajuda é humanitário: “não é para confrontar as Forças Armadas” e que a entrada dos mantimentos “não é uma derrota aos militares, porque eles sofrem o mesmo que nós”.

Ontem, o dia começou tenso e com confrontos entre militares e manifestantes na fronteira do Brasil com a Venezuela. De acordo com parlamentares, duas pessoas morreram e 15 ficaram feridas. Pelo menos sete venezuelanos baleados foram conduzidos para hospitais em Boa Vista, Roraima. As vítimas são indígenas, segundo parlamentares e organizações não governamentais.

A Venezuela entra nesta segunda-feira, sob forte tensão, em uma semana crucial da luta entre o presidente Nicolás Maduro e o opositor Juan Guaidó, que prometeu que fará entrar a todo custo até sábado a ajuda humanitária que o governo bloqueia por considerá-la o começo de uma invasão militar dos Estados Unidos.

Reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países, Guaidó está preparando mobilizações em todo o país para acompanhar voluntários que irão à fronteira em caravanas de ônibus em busca de toneladas de remédios e alimentos, armazenados no Brasil, Colômbia e Curaçao.

As remessas de assistência realizadas em aviões militares dos Estados Unidos permanecem nos armazéns da cidade colombiana de Cúcuta, perto da ponte fronteiriça de Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos com caminhões e outros obstáculos.

Um segundo centro de armazenamento no Brasil se localiza no estado fronteiriço de Roraima, e nesta terça-feira um avião chegará de Miami a Curaçao com mais ajuda americana, segundo a equipe de Guaidó.

À medida que o sábado se aproxima, Guaidó, chefe da maioria da oposição no Congresso, multiplica suas chamadas para as Forças Armadas, principal apoio de Maduro, para que permitam a passagem da ajuda para o país mergulhado numa terrível crise humanitária.

"O dia 23 de fevereiro terá a oportunidade de salvar a vida de centenas de milhares de venezuelanos", declarou ele na noite de domingo.

No entanto, as Forças Armadas reforçarão a presença nas fronteiras, porque, na opinião de Maduro, a ajuda humanitária não passa de um "show" e o prelúdio de uma ação militar não descartada pelo governo de Donald Trump.

Nesta segunda-feira, cinco anos depois da detenção do líder da oposição Leopoldo López, sob prisão domiciliar, Guaidó agradeceu a ele no Twitter "por ser fundamental para sonhar com uma Venezuela melhor".

- "Estamos morrendo" -

Guaidó pede que se permita a entrada de ajuda em seu país no dia em que ele completa um mês como autoproclamado presidente interino, depois que o Congresso declarou Maduro "usurpador" por considerar sua reeleição "fraudulenta".

O adversário, de 35 anos, não quis revelar como o cerco imposto por Maduro irá expirar, mas assegura que no sábado haverá uma "avalanche humanitária" e espera que os 600 mil voluntários registrados aumentem para um milhão.

Um dia antes será realizado em Cúcuta um show com artistas internacionais, organizado pelo bilionário britânico Richard Branson para arrecadar 100 milhões de dólares em 60 dias, que se somarão aos 110 milhões já reunidos segundo Guaidó.

Paralelamente, o governo de Nicolás Maduro anunciou nesta segunda-feira um show "pela paz e pela vida" com artistas venezuelanos em 22 e 23 de fevereiro na fronteira da Venezuela com a Colômbia, na ponte Simón Bolívar, que liga San Antonio (Venezuela) e Cúcuta.

"Que a ajuda venha de onde for (...). Estamos morrendo de fome e de falta de remédios", declarou à AFP Rómulo Chinchilla, de 64 anos, em um dos dez acampamentos instalados no domingo por voluntários para oferecer assistência médica.

Nesta segunda-feira, a oposição denunciou que o site de registro de voluntários foi bloqueado pela estatal CANTV, maior provedora de telefonia e internet na Venezuela. A AFP constatou que o site não funciona com esse serviço, mas sim com o de companhias privadas.

Os venezuelanos sofrem com a falta de medicamentos e insumos hospitalares, além de com uma voraz hiperinflação que o FMI projeta em 10.000.000% este ano. Fugindo da crise, cerca de 2,3 milhões (7% da população) emigraram desde 2015, segundo a ONU.

Mas Maduro culpa pela crise as sanções financeiras impostas por Washington, com danos à economia estimados por Caracas em 30 bilhões de dólares.

Para o presidente socialista os carregamentos são "migalhas de comida podre e contaminada".

"Ao mesmo tempo em que o regime fecha a porta à ajuda humanitária, a fecha também para uma saída pacífica à situação política. Esperemos que o bom senso prevaleça entre os que servem de porteiros", opina o analista Benigno Alarcón.

O conflito pela ajuda humanitária sofreu uma escalada em nível internacional. Rússia, China, Turquia, Irã, Cuba e outros aliados de Maduro condenaram a "ingerência" dos Estados Unidos e de outros governos.

No domingo, o governo proibiu a entrada no país de cinco deputados do Grupo do Partido Popular Europeu (PPE) e do sub-secretário geral dessa formação, que pretendiam se reunir com Guaidó e fazer uma nova tentativa de acesso no fim de semana.

O líder da oposição na Venezuela e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, pediu neste sábado que mais membros das Forças Armadas do país abandonem o governo de Nicolás Maduro. Mais cedo, um general da Aviação venezuelana anunciou retirada de apoio a Maduro e reconheceu Guaidó como presidente.

Dirigindo-se a milhares de apoiadores, Guaidó reforçou que continuará com seus movimentos oposicionistas nas ruas até que Maduro pare de "usurpar" a presidência do país e concorde em organizar uma nova eleição presidencial supervisionada por observadores internacionais.

##RECOMENDA##

"Nós não queremos apenas que vocês [militares] parem de atirar nos manifestantes. Queremos que vocês façam parte da reconstrução da Venezuela", disse Guaidó.

Ele disse que, nos próximos dias, a oposição irá tentar levar ajuda humanitária ao país por terra e mar ao longo de três pontos fronteiriços, incluindo a cidade colombiana de Cúcuta. Guaidó descreveu a medida como um "teste" para as Forças Armadas da Venezuela, que terão de escolher se permitem a entrada da ajuda ou se eles vão obedecer ordens de Maduro.

Um outro movimento ocorrido hoje, mas em prol de Maduro, comemorava o aniversário de 20 anos da chegada de Hugo Chávez ao poder, e foi nele em que Maduro anunciou a intenção de antecipar para este ano as eleições parlamentares previstas para 2020. A ideia de Maduro é que isso seja uma "saída constitucional" para solucionar a crise política do país, que desde 23 de janeiro conta com dois presidentes. Fonte: Associated Press.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando