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A França desmentiu, nesta sexta-feira (5), que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó esteja refugiado em sua embaixada em Caracas, como afirmou o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza.

"O senhor Juan Guaidó não está na residência da França em Caracas. Confirmamos isso várias vezes às autoridades venezuelanas", disse a porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores, Agnès von der Mühll.

Ontem, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela disse que Guaidó estava na embaixada francesa, alguns dias depois de o presidente socialista Nicolás Maduro insinuar que o líder parlamentar estava "escondido" em uma sede diplomática.

"Nós não podemos entrar em uma residência de uma embaixada de nenhum país, neste caso da Espanha, ou da França, e que a Justiça os tire à força. Não pode, não pode", respondeu Arreaza em entrevista a uma rádio, ao ser questionado por um jornalista sobre a suposta presença de Guaidó na embaixada francesa e sobre a permanência de seu mentor, Leopoldo López, "hospedado" na residência do embaixador espanhol em Caracas há mais de um ano.

"Esperamos que esses governos retifiquem (...) e entreguem os foragidos da justiça à Justiça venezuelana", acrescentou Arreaza.

Na segunda-feira, sem citar diretamente qualquer missão diplomática, Maduro deu a entender que Guaidó está "escondido em uma embaixada".

O atual líder da oposição venezuelana negou a acusação imediatamente.

"Eles mentem para você", tuitou Guaidó, momentos depois, no Twitter, afirmando estar, "onde quer que esteja, com o povo".

Juan Guaidó é alvo de vários processos judiciais desde que foi proclamado presidente interino em janeiro de 2019, embora não se saiba se há um mandado de prisão contra ele.

- Novo apelo por eleições

A França está entre os mais de 50 países que, liderados pelos Estados Unidos, reconhecem Guaidó como presidente encarregado da Venezuela depois que o Parlamento da maioria da oposição declarou Maduro "usurpador" do poder.

Nicolás Maduro acusa seu rival de ter fomentado uma tentativa de "invasão da Venezuela" que terminaria, segundo ele, com um "golpe de Estado" com a cumplicidade dos Estados Unidos e da Colômbia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, nega qualquer envolvimento.

"Todos os esforços agora devem se concentrar agora em encontrar uma solução política para a crise política venezuelana", acrescentou Agnès von der Mühll, que pediu "eleições livres" e "transparentes" para "pôr fim ao sofrimento do povo venezuelano".

"Junto com a União Europeia e seus parceiros no grupo de contato internacional, a França estimula todos os atores venezuelanos, em particular as autoridades venezuelanas, a iniciarem negociações inclusivas para atingir esse objetivo", completou a porta-voz.

Em 13 de maio, a França expressou sua "firme condenação" ao tratamento de seu embaixador em Caracas, Romain Nadal. Desde 2 de maio, policiais vigiam a rua onde fica a residência do embaixador, que está sem água e energia elétrica desde então.

Sorrindo, Alexis Dugarte posa diante de uma impressionante cortina de luzes que parece flutuar no poluído rio Guaire, em Caracas.

"É surpreendente", confessa, indiferente ao cheiro podre do canal que atravessa a capital da Venezuela.

"Dar esse presente para as pessoas é muito bom, o clima melhora", acrescenta Dugarte, 26 anos, cercado por dezenas de pessoas curiosas que tiram selfies sob a iluminação de mais de um quilômetro financiada pelo partido no poder.

A desolação que marcou a cidade no último Natal foi deixada para trás, apesar da grave crise ainda existente.

Cartazes com votos de "Feliz Natal" estão espalhados em uma Caracas iluminada, cheia de feiras gastronômicas, shows e mercados com ingredientes e temperos para a ceia de Natal.

Tudo isso em meio a críticas dos cidadãos do interior afetados por apagões desde março.

"Não há luz, mas eles iluminam os excrementos", afirmou o líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por meia centena de países, referindo-se ao plano "Bela Venezuela" lançado pelo presidente Nicolás Maduro durante seu sexto ano no poder.

Os ornamentos se estendem até Los Próceres, uma ampla avenida adjacente ao complexo militar Fuerte Tiuna, onde homens uniformizados tentam controlar o tráfego congestionado pelo grande fluxo de pessoas por alto-falantes.

Em Chacao, no leste de Caracas, praças e avenidas, agora adornadas e iluminadas, mostram um movimento constante.

"Instalamos 2.600 luminárias LED para que nossos vizinhos se reencontrem à noite. Onde há iluminação, há mais segurança", disse à AFP o prefeito da oposição de Chacao, Gustavo Duque.

O "boom" dos pinheiros 

O cheiro de pinheiro recém-cortado domina o mercado da classe média. Árvores de Natal de até dois metros são vendidas e a maior custa US$ 60.

Este ano, os pinheiros foram "um boom", disse à AFP Brenda Velásquez, proprietária de uma floricultura que viu as vendas dobrarem, principalmente em dólares, depois de viver em 2018 "o pior dos últimos cinco anos".

"Poucas pessoas pagam em bolívares", diz Velásquez, confirmando uma dolarização de fato que representa mais de 50% das operações comerciais, segundo a empresa Ecoanalítica.

Parte desse dinheiro vem das remessas dos 4,5 milhões de venezuelanos que emigraram.

Depois de visitar vários lugares no centro em busca de preços adequados ao seu orçamento, Odalis Reyes, do popular bairro de Petare, finalmente comprou os presentes de suas filhas com 6 e 3 anos.

"Estamos apertados, mas o esforço é necessário", admite à AFP, e mostra os dois bonecos pelos quais pagou 40 "verdinhas".

"Tudo está em dólares", diz Odalis, 28 anos.

Para reviver o consumo em um país que completa seis anos de recessão, a Venezuela experimentou sua primeira 'Black Friday' com lojas lotadas em um dos principais shopping centers de Caracas.

"Apesar da percepção de mais atividade em dezembro, o consumo contrairá entre 30 e 40 pontos em 2019, os piores números da história", diz Felipe Capozzolo, presidente do Consecomercio, à AFP.

O acesso a dólares está limitado a 15% da população mais rica, explica.

"Tragédia bonita"

A atratividade dos ornamentos instalados pelo governo socialista contrasta com a modesta decoração nos bairros do oeste empobrecido de Caracas.

Cds descartados estão pendurados entre os becos e fachadas do bairro Artigas, além de bonecos de Papai Noel e meias de feltro velhos.

"No ano passado, todo mundo estava em casa, apático", lembra Vanessa Subero, uma manicure de 39 anos.

"Este ano, as pessoas se juntaram para decorar, não querem saber de política", observa.

Sem dinheiro para ir a um bar, como costumavam fazer, Irama Pichardo, professora de 42 anos, e suas amigas optaram por observar os ornamentos em edifícios históricos do centro depois de fazer um lanche.

"Estamos tentando tornar essa tragédia bonita", reflete Irama, que diz sentir falta da filha que emigrou.

Sem acesso a dólares, sofre com a moeda local depreciada em 98,3% este ano e uma inflação estimada em 200.000% pelo FMI para 2019.

"Mas o venezuelano, embora afogado em dívidas, luta por uma vida uma pouco mais divertida", conclui, conformada.

Multidões carregando bandeiras e apitos começaram a se reunir neste sábado na capital da Venezuela para manifestações lideradas pelo político da oposição Juan Guaidó, com o objetivo de pressionar o atual presidente, Nicolás Maduro.

Guaidó convocou as manifestações para tentar reaquecer uma campanha contra Maduro, lançada em janeiro e que perdeu força nos últimos meses.

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A dona de um comércio em Caracas, Lisbeth Guerra, diz que está no protesto porque a crise causada pela falha da liderança socialista levou 20 de seus parentes a sair do país.

O escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas solicita às autoridades que permitam protestos pacíficos sem nenhum ato de intimidação e violência. Poucas forças de segurança eram visíveis nas ruas de Caracas. O partido socialista de Maduro também está convocando atos para hoje. Fonte: Associated Press.

Convocadas pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, centenas de pessoas se reuniram em Caracas com velas nas mãos em vigília para homenagear as vítimas da repressão militar que estavam nos protestos contra o governo de Nicolás Maduro. Esperado, Guaidó não compareceu à atividade.

Acompanhado pela mulher, Carolina, as filhas Sara e Sofia, e a sobrinha Nazaré, o comerciante Paulo Matías disse que ainda há muita gente com medo da repressão do regime de Nicolás Maduro. "Não tem mais gente porque as pessoas estão com medo do que aconteceu outro dia em Altamira", afirmou o empresário, carregando a filha menor nos ombros.

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O Deputado Richard Blanco disse que "o ato foi também por 47 pessoas que morreram nestes anos de repressão, 937 pessoas presas, segundo relatório de Direitos Humanos, e pela saída de Nicolás Maduro, que é um presidente inconstitucional".

O padre Wilfredo Corniel, que já viveu no Brasil, celebrou parte do ato religioso. Ele disse ao 'Estado' que todos foram convocados pelo autodeclarado presidente interino Juan Gaudó "para rezar pelas pessoas que faleceram nos protestos, para que cesse a violência de Estado contra os manifestantes". Também "contra a usurpação, pela paz e por um governo de transição".

Para o religioso, o Estado venezuelano não pode apoiar grupos paramilitares para que matem manifestantes. "Chega de derramamento de sangue pelo governo." Ele trabalha na paróquia São Miguel Arcanjo, numa das favelas de Caracas, com cerca de 120 mil pessoas. "É uma favela muito perigosa", disse./COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, apareceu em uma manifestação em Caracas nesta quarta-feira, um dia depois de dar início a uma nova tentativa de derrubada de Nicolás Maduro, com apoio de alguns militares. Guaidó disse que a oposição precisa aumentar a pressão contra Maduro e pediu a seus seguidores que tomem medidas para preparar uma greve geral.

O líder oposicionista afirmou que seu movimento está ganhando a luta, apesar da falta de resposta militar firme a seus apelos de insurreição na terça-feira. Segundo ele, "o usurpador perdeu". No Twitter, ele publicou uma série de imagens indicando que populares aderiram a seus apelos e foram às ruas em diversas cidades da Venezuela.

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Em outro ponto de Caracas, o líder do partido Socialista Diosdado Cabello, aliado de Maduro, disse em comício a favor do presidente que as forças armadas da Venezuela permanecem unidas, a despeito dos chamados da oposição para que se voltem contra o governo. Cabello afirmou que os militares resistiram "como um bloco", com algumas exceções. Declarou ainda que os líderes da oposição estão "andando como zumbis" depois de não conseguirem provocar a insurreição generalizada instigada por Guaidó.

O presidente boliviano Evo Morales considerou fracassada a tentativa de "golpe de estado na Venezuela" que teria sido orquestrada nos Estados Unidos. "Alguns grupos militares foram enganados e é por isso que fracassa esse golpe de estado. Com bloqueio econômico, apesar dessa situação, o povo revolucionário da Venezuela, os chavistas saíram a defender a dignidade, a independência de seu povo", disse Morales en um ato pelo Dia do Trabalho, em Cochabamba. "Outra vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados latino-americanos fracassaram na Venezuela", acrescentou.

Fonte: Associated Press

Um novo apagão afeta, nesta segunda-feira, várias regiões da Venezuela, incluindo Caracas, quase 20 dias depois de um episódio similar que paralisou o país por uma semana, constatou a AFP e informaram usuários do Twitter.

A eletricidade acabou às 13H20 (14H20 de Brasília) em boa parte de Caracas e, segundo vários usuários do Twitter, o apagão também afeta grandes cidades do oeste, como Barquisimeto e Barinas.

Em Maracaibo, capital do petroleiro Zulia, os internautas informaram que o serviço se encontra "instável" e que a luz "vem e vai".

Em Caracas, os sinais de trânsito não funcionam e as redes telefônicas estão em colapso, assim como o serviço de internet.

Os venezuelanos usaram a tag "#SinLuz" para relatar os cortes no Twitter.

O país superou um apagão generalizado há alguns dias, de 7 a 14 de março, o que complicou as comunicações, a distribuição de água e combustível, bem como o fornecimento de alimentos.

Também teria causado, segundo relatos, a morte de mais de uma dúzia de pacientes em hospitais.

O governo de Nicolas Maduro, em seguida, acusou os Estados Unidos de ter feito "ataques cibernéticos" contra a principal usina hidrelétrica do país, com o apoio da oposição, liderada pelo líder parlamentar Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por Washington e 50 governos.

A oposição atribui a crise da eletricidade ao abandono da infraestrutura e da corrupção.

A polícia venezuelana utilizou gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação convocada para este sábado (9), em Caracas, pelo líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

Os manifestantes recuaram, mas optaram por permanecer nas imediações do local marcado para a realização da concentração, na Avenida Victoria.

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Anteriormente, a equipe de Guaidó havia denunciado que não tiveram permissão para instalar um palanque na área, e que três pessoas que transportavam as estruturas foram detidas e o material confiscado.

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Guaidó reagiu no Twitter afirmando que o governo de Nicolás Maduro terá "uma surpresa", já que os opositores continuarão na rua.

"Pretendem gerar desgaste, mas já não têm como conter um povo que está decidido a acabar com a usurpação. E hoje o vamos demonstrar nas ruas", acrescentou o opositor no Twitter.

A manifestação, convocada em todo o país, faz parte da pressão cada vez maior para forçar Maduro a deixar o poder, que ocupa desde 2013. Além disso, ela acontece depois de um apagão que deixou a maioria dos venezuelanos sem luz.

A eletricidade foi restabelecida na madrugada deste sábado em algumas áreas de Caracas, porém, alguns bairros da capital venezuelana e mais de metade do país continuam sem energia há mais de 40 horas.

Governo

Maduro também convocou para este sábado uma concentração na capital venezuelana. Vários apoiadores do presidente em exercício ocuparam as ruas de Caracas, vestidos de vermelho, cor associada à revolução. 

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumiria os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos, prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Cerca de 50 países, incluindo o Brasil e a maioria dos países da União Europeia, reconheceram Guaidó como presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

União Europeia

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou neste sábado que a União Europeia (UE) está disposta, caso necessário, a endurecer as sanções contra o governo de Nicolás Maduro.

"Na União Europeia estamos dispostos a impor sanções adicionais se for necessário", disse o ministro em entrevista ao jornal berlinense Tagesspiegel.

Maas acrescentou que "é importante que a pressão internacional se mantenha elevada" e afirmou que a UE não participará da tática dilatória usada por Maduro. O apoio da UE ao líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, é "irrefutável", assegurou.

Guaidó havia exigido um endurecimento das sanções contra Maduro, depois que este declarou "persona non grata" o embaixador da Alemanha na Venezuela, Daniel Kriener.

Em um encontro com oficiais e praças das Forças Armadas da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro criticou hoje (30) os militares que desertaram e passaram a apoiar o governo interino. De acordo com Maduro, há um movimento de pressão, a partir da Colômbia, para dividir os militares venezuelanos.

“Mercenários da oligarquia colombiana [que] conspiram a partir da Colômbia para dividir a Força Armada Nacional Bolivariana”, ressaltou. "Temos de ter uma Força Armada consolidada, unida ao povo, protegendo o povo, mobilizada para a defesa."

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Ao discursar para os militares, em Caracas, Maduro apelou: “[Temos de] garantir que nosso território nunca será tocado pela planta insolente do imperialismo americano”. O presidente afirmou que há uma família militar. "Temos de ter uma Força Armada consolidada, unida ao povo, protegendo o povo, mobilizada para a defesa."

Ao longo desta semana, Maduro visitou várias unidades militares na região de Caracas e nos estados de Yaracuy e Aragua. Segundo a imprensa oficial, a iniciativa do presidente faz parte de uma série de exercícios militares em comemoração aos 200 anos do Congresso de Angostura.

Os exercícios militares se intensificaram nos últimos dias, depois que o deputado federal Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino da República. A iniciativa conta com apoio de boa parte da comunidade internacional, inclusive o Brasil.

Ontem (29) a Procuradoria Geral da República da Venezuela pediu à Suprema Corte do país para probir Guaidó de deixar a região e bloquear seus bens e contas bancárias.

O icônico concurso de beleza Miss Venezuela foi suspenso por decisão da Justiça, após uma ação apresentada por uma das rainhas coroadas no ano passado - informou a organização do evento.

Um tribunal da cidade de Caracas dictou "uma medida cautelar" que "ordena à nossa empresa a suspensão imediata da organização da competição", acrescentaram os organizadores em um comunicado divulgado pelas redes sociais.

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O evento estava previsto para 12 de setembro.

A decisão contra aquele que é considerado o maior espetáculo da indústria do entretenimento na Venezuela respondeu a uma demanda de Veruska Ljubisavljevic.

Sthefany Gutiérrez foi eleita Miss Venezuela em 2017 e, com isso, ganhou o direito de participar do Miss Universo 2018, que acontece em 17 de dezembro na Tailândia.

Ljubisavljevic terminou como primeira finalista e, por isso, disputaria o Miss Mundo 2018, nove dias antes, na China.

Ela foi, porém, demitida da organização do concurso, que não divulgou as razões para a medida. Veruska entrou, então, com um recurso na Justiça.

A organização Miss Venezuela classificou a ação de "temerária e infundada", garantindo que usará todos os "argumentos" para que o caso seja arquivado. A data do concurso deverá ser reprogramada.

"Estou na obrigação de fazer valer meus direitos como cidadã, como mulher e como venezuelana, exigindo que me seja restituído meu total e absoluto direito de representar meu país", disse Ljubisavljevic em publicação no Instagram.

A Venezuela tem sido uma fábrica de rainhas de beleza nos concursos internacionais. Já ganhou sete vezes o Miss Universo, e seis, o Miss Mundo.

Um apagão atingia, nesta terça-feira (31), 80% da cidade de Caracas, devido a uma falha técnica - informou o governo.

O incidente provocou um caos nos transportes e nos serviços de comunicação da capital venezuelana.

"A interrupção do serviço elétrico acontece em 80% de Caracas. A falha se originou na subestação de Santa Teresa. Estamos trabalhando para retomar o serviço", anunciou pelo Twitter o ministro da Energia Elétrica, Luis Motta.

Dezessete pessoas morreram, oito delas menores de idade, após o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo em um clube no oeste de Caracas durante uma briga em uma festa na madrugada deste sábado (16), confirmou o ministro do Interior e da Justiça, Néstor Reverol.

"Uma briga começou na madrugada e uma das pessoas envolvidas lançou um artefato com gás lacrimogêneo, o que provocou confusão entre as mais de 500 pessoas que estavam no clube", informou Reverol na televisão estatal VTV.

Na confusão, dezessete pessoas morreram e cinco ficaram feridas, indicou a mesma fonte, apontando que sete pessoas foram presas, duas delas menores de idade, pelo incidente.

A pessoa encarregada do estabelecimento também foi presa por descumprir "as medidas que deveriam ter sido adotadas (...) para impedir a entrada de armas de fogo e munição" em locais públicos, acrescentou Reverol.

O incidente aconteceu durante uma festa para celebrar a formatura de jovens do ensino médio no clube conhecido como Los Cotorros, na urbanização de El Paraíso.

As mortes foram devido a sufocamento e lesões múltiplas, de acordo com relatórios oficiais. Os feridos foram levados ao Hospital Pérez Carreño.

O cantor venezuelano Evio Di Marzo, irmão do famoso intérprete Yordano, foi assassinado nesta segunda-feira à noite por criminosos que tentaram roubar seu carro, em mais um incidente que destaca os altos índices de criminalidade na Venezuela.

Yordano, que mora em Nova York, onde está em tratamento contra um câncer, confirmou o crime em uma carta que compartilhou em suas redes sociais nesta terça-feira.

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"Hoje nas ruas da cidade para a qual eu tenho cantado por todas as suas nuances, assassinaram meu irmão. Meu irmão mais novo entra para a estatística em uma cidade que a cada dia torna-se irrecuperável", escreveu Yordano Di Marzo.

O assassinato aconteceu no bairro Belas Artes - centro de Caracas - quando Di Marzo deuxava uma mesquita e foi abordado por ladrões. Ele se recusou a entregar o carro e foi ferido mortalmente, segundo jornalistas locais.

Evio foi levado para o hospital público Miguel Pérez Carreño, mas já chegoy sem sinais vitais. Ele tinha 10 filhos.

Di Marzo, de 64 anos, fundou o grupo Adrenalina Caribe, famoso na Venezuela durante os anos oitenta.

A Venezuela é considerada um dos países mais inseguros do mundo, com uma taxa de 89 homicídios por 100.000 habitantes em 2017 (26.000 casos), catorze vezes a média mundial, de acordo com a ONG Observatório Venezuelano da Violência.

Vinte milhões de eleitores foram convocados às urnas, neste domingo (20), para escolher quem governará a Venezuela durante os próximos seis anos. Apesar da grave crise (marcada pela hiperinflação, o desabastecimento e o êxodo de milhares de venezuelanos), o atual presidente, Nicolás Maduro, está confiante na reeleição – até porque a oposição está dividida, e seus principais rivais políticos foram presos, exilados ou proibidos de se candidatar.

Já quem quer uma mudança terá que decidir entre votar em um dos candidatos, que disputam a Presidência com Maduro, ou aderir ao boicote, proposto pelos principais partidos opositores.

Dos três candidatos que disputam com Maduro, apenas um – Henri Falcón – tem chances de derrotá-lo. O ex-governador, de 56 anos, já pertenceu ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder há 18 anos, antes de passar para a oposição. Mas ele se opôs à decisão da maioria dos partidos opositores, que integram a frente Mesa de Unidade Democrática (MUD), de fazer campanha pela abstenção.

Falcón lançou a sua própria candidatura, na esperança de obter o apoio dos milhares de venezuelanos descontentes, que há anos fazem filas quilométricas nas portas de supermercados vazios e sentem que seu dinheiro vale cada vez menos. Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação venezuelana este ano pode chegar a 13 mil por cento.

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“Nosso governo vai respeitar os Direitos Humanos, e mudaremos a Venezuela com o voto, não com a abstenção”, disse Falcón durante a campanha. Ele argumentou que ditaduras como a chilena, de Augusto Pinochet (1973-1990), e a espanhola, de Francisco Franco (1939-1975), que tiveram fim via eleições.

Além de Maduro e de Henri Falcón (Avançada Progressista), disputam o cargo Reinaldo Quijada (Unidade Política Popular 89) e o pastor Javier Bertucci (Esperança pela Mudança).

Muitos outros opositores – entre eles, os mais moderados, como Henrique Capriles – lembram que já tentaram derrotar Maduro nas urnas. E que, apesar de terem conquistado a maioria parlamentar em 2015, o governo nunca os deixou legislar. No ano passado, a Suprema Corte decidiu que o Parlamento não tinha legitimidade porque deu posse a três deputados cuja eleição tinha sido questionada, fato que abriu uma grave crise política no país.

Segundo esses lideres da oposição, participar das eleições seria legitimar uma fraude.

Pressão internacional

A Venezuela enfrentou novas pressões internacionais às vésperas das eleições. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reafirmou que não vai aceitar o resultado das eleições deste domingo. “Temos conhecimento de um plano do regime de Maduro, que está em andamento desde o final do ano passado, de dar cédulas de identidade a cidadãos colombianos e transportá-los para votar nas eleições do dia 20”, afirmou Santos. 

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, usou sua conta Twitter no sábado (19) para acusar Maduro de “causar tanta dor e sofrimento ao seu povo," e de se "aferrar ao poder”.

Os Estados Unidos já tinham pedido a Maduro que suspendesse as eleições. Na sexta-feira (18), o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou sanções econômicas contra o constituinte Diosdado Cabello – um dos homens mais influentes do governo.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, Tibsay Lucena, disse que tudo estava pronto para a eleição deste domingo e criticou duramente “os ataques” da comunidade internacional ao processo eleitoral da Venezuela.

Na segunda-feira (21), os chanceleres do G-20 (grupo das vinte maiores economias do mundo) se reunirão em Buenos Aires. Os resultados das eleições venezuelanas devem ser discutidos, apesar de não fazerem parte da agenda.

As opiniões estão divididas. O anfitrião, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, é um duro crítico do governo da Venezuela. Maduro recebeu o apoio do presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, que, como ele, tem sido alvo de críticas internacionais. 

Candidato à reeleição, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi o primeiro a votar no colégio eleitoral no qual está inscrito, na região oeste de Caracas, em um pleito no qual busca a reeleição e que não conta com a participação da grande maioria da oposição, que o considera fraudulento.

Maduro, que chegou ao local acompanhado da mulher, Cilia Flores, e de parte de sua equipe, considerou a jornada de votação de "um dia de celebração e participação, uma festa eleitoral". Ele pediu aos venezuelanos para, nas urnas, "provar ao mundo que a Venezuela deve ser respeitada, é uma república soberana, livre e independente".

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"Que ninguém perca este dia histórico (...), cuidemos todos dos centros eleitorais, cuidemos para que tudo aconteça em paz (...). Digo a todos os venezuelanos: o seu voto decide, votos ou balas, pátria ou colônia, paz ou violência, independência ou subordinação", afirmou.

O presidente venezuelano disse que espera "uma muito boa participação" de eleitores neste domingo [20] e que, ao final, os resultados serão "reconhecidos pelo povo", que "irá defendê-los;".

Maduro alegou novamente a existência do que chamou de "campanha feroz" de vários países para evitar a realização do pleito e pediu à comunidade internacional para "não antecipar posição" de rejeição a um resultado eleitoral que ainda não é conhecido.

Também disputam o cargo de presidente o ex-governador Henri Falcón - um chavista dissidente que não apoiou a decisão da coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) de não participar e inscreveu candidatura -, o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.

Nestas eleições, na qual a MUD pediu que os eleitores não votem, também serão eleitos os membros dos conselhos legislativos dos 23 estados e dos 335 municípios. 

Votações

Os centros de votação na Venezuela começaram a abrir às 6h de Caracas (7h em Brasília) para a eleição na qual o atual presidente, Nicolás Maduro, tenta a reeleição, e a grande maioria da oposição não participará, por considerá-la fraudulenta, da mesma forma que governos de vários países.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), entidade que tem a desconfiança da MUD, montou 14.638 centros de votação em todo o território venezuelano com 34.143 mesas eleitorais.

Mais de 150 observadores internacionais acompanham o pleito, que está sendo realizado apesar de vários países, como os Estados Unidos e os da União Europeia, terem apelado para que fosse suspenso, alegando que não há condições de transparência.

A maioria da oposição, além de não participar das eleições, organizou protestos em dezenas de cidades ao redor do mundo para coletar assinaturas e denunciar a crise na Venezuela. 

Por Agência EFE

O rio Guaire, destino do esgoto de Caracas, recebe diariamente dezenas de jovens em busca de joias perdidas para vender. Conseguir ouro é o sonho, mas um pedaço de fio de cobre já ajuda a diminuir a fome.

Bryan, de 23 anos, se emociona ao resgatar das águas negras um brinco dourado. Grupos de jovens como ele e inclusive crianças se concentram desde cedo em diferentes pontos do rio sujo que cruza a capital venezuelana, com a esperança de ter um golpe de sorte.

"Você tenta sobreviver. A situação está difícil", diz Bryan à AFP nas margens do Guaire, mostrando orgulhoso o que espera que seja uma joia. Mergulhados até a coxa, sem proteção, os "mineiros", como se autodenominam, colocam as mãos na água e esquadrinham até o entardecer entre os resíduos arrastados pelo rio.

Muitos carregam no pescoço um frasco de plástico, onde guardam as peças que pescam. Um anel de ouro de cinco gramas foi a melhor descoberta de Bryan em seis meses de imersões, mais rentáveis que seus empregos como padeiro e pedreiro.

Por uma peça como essa, conta, joalheiros e sucateiros pagam ao menos sete milhões de bolívares, 30 dólares no mercado negro. A renda mínima legal é de cerca de 6,5 dólares por mês nesse câmbio, que marca vários setores da economia. Mas eles podem passar semanas sem encontrar algo de valor.

"Às vezes paro de comer para dar comida a minha filha de três anos", conta. A alguns metros de distância, urubus se alimentam entre montanhas de lixo flutuante.

"Você se torna imune"

A possibilidade de infecções é uma ameaça. Bryan levanta suas mãos sujas e mostra uma pequena ferida no dedo, causada por um prego. A primeira vez que entrou no rio, ficou doente. "Passei três dias na cama, com febre. Depois você se torna imune ao Guaire", relata.

Ele deixou de trabalhar como padeiro e ajudante de construção ao ver como seu salário evaporava por uma hiperinflação que o FMI projeta em 13.000% para este ano. Segundo a ONG CENDA, que monitora o custo de vida, são necessários 20 salários mínimos para cobrir a cesta básica, difícil de completar, além disso, pela grave escassez de alimentos básicos e remédios.

A renda mínima (salário mais um vale-alimentação) permite comprar no máximo três quilos de carne de vaca. A pobreza afeta cada vez mais pessoas. À medida que as condições socioeconômicas se deterioram, os "mineiros" proliferam no Guaire e em outras correntes de águas residuais de Caracas.

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) situava em 32,6% a pobreza e em 9,5% a pobreza extrema na Venezuela em 2014. Não cita estatísticas oficiais desde então, mas uma nova queda do PIB de 16,5% em 2017, segundo o FMI, faz temer uma situação pior.

Segundo um estudo das principais universidades do país, a pobreza extrema escalou para 61,2% em 2017, enquanto o governo a estima em 4,4%. Antonio, de 19 anos, diz que foi um dos primeiros "mineiros" a se lançar no canal, há três anos, e que "cada vez há mais gente" tentando a sorte dessa forma.

Ele denuncia que com frequência grupos de "mineiros" são detidos por militares da Guarda Nacional, transportados em veículos para controle da ordem pública e liberados horas depois. "Nos extorquem. Avaliam o que levamos e tiram de nós", assegura.

Quando chegam as chuvas, o rio cresce - chegando a transbordar em alguns casos - e torna a busca impossível. Em uma cheia súbita, "um colega foi levado pelo rio, e não voltamos a vê-lo", conta Antonio.

Funcionários do governo venezuelano informam que pelo menos 18 pessoas foram mortas em uma mina de ouro ilegal na parte sul do país, durante confrontos com forças de segurança que procuram assumir o controle da área.

O confronto foi confirmado hoje por um oficial do exército que falou sob condição de anonimato. Segundo o funcionário, o confronto aconteceu no sábado, quando o exército viajou para a mina de Cicapra depois de receber informações de que uma gangue armada estava ameaçando mineiros na área. Foram apreendidas quatro fuzis, granadas e várias armas de fogo leves.

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Os detalhes do incidente não foram divulgados, embora as autoridades tenham informado que nenhum soldado estava entre os mortos. Fonte: Associated Press.

Empresas aéreas estão cancelando voos para Caracas, na Venezuela, por razões de segurança. A companhia aérea espanhola Iberia cancelou dois voo entre Madri e Caracas neste domingo (30) devido à "delicada situação" na Venezuela, que geram "dificuldades operacionais e de segurança."  As informações são da Agência EFE.

Em comunicado, a direção da Iberia informou que decidiu cancelar os voos programados nos dois sentidos neste domingo, quando ocorrerá as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela.

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A Iberia explicou aos clientes prejudicados pelo cancelamento que oferecerá a melhor alternativa de viagem em novas datas, a possibilidade de reembolso da passagem ou a recolocação em outras companhias aéreas.

A AirFrance também suspendeu os voos entre Paris e Caracas de domingo até a próxima terça-feira.

"Perante a situação atual na capital venezuelana, somos obrigados a suspender os nossos voos de Paris a Caracas do domingo, 30 de julho, à terça-feira, 1º de agosto", informou a companhia aérea francesa em comunicado.

A empresa dá aos clientes a opção de voltar a reservar sem custos um voo posterior ou cancelar a viagem, e concederá ao passageiro um vale não reembolsável válido por um ano.

Esta decisão ocorre um dia após o governo dos Estados Unidos (EUA) ter ordenado aos familiares dos funcionários da embaixada americana em Caracas que abandonem a Venezuela, o que aconteceu hoje, por causa dos crimes "violentos" e da falta "generalizada de alimentos e medicamentos".

Em resposta, o chanceler da Venezuela, Samuel Moncada, acusou os EUA de criarem deliberadamente um alarme no país com a intenção de semear o caos.

"Se eles evacuam os funcionários, é o ato de um país que está a ponto de cair no abismo. E outras embaixadas copiam porque dizem que 'os americanos sabem que nós não sabemos', então as companhias aéreas começam a copiar", acrescentou o ministro venezuelano.

O governo da venezuela convocou para este domingo a eleição dos delegados da Assembleia Nacional Constituinte, com a qual pretende modificar a Constituição. A oposição não participará da votação por considerar o processo "fraudulento".

Outro jovem morre em protestos

Um jovem de 18 anos morreu nesta sexta-feira (28) após ser atingido por um tiro em uma manifestação na cidade de San Cristóbal, no Oeste da Venezuela, aumentando assim para 109 o número de mortes em quase quatro meses de protestos no país, informou a Promotoria.

"Gustavo Villamizar recebeu um tiro quando se encontrava em uma manifestação nas imediações do Liceu Alberto Adriani", informou na sua conta do Twitter a Promotoria Geral da Venezuela, ao anunciar uma investigação sobre o caso.

Várias pessoas morreram em todo o país em episódios violentos e confrontos entre manifestantes e forças de segurança nos últimos dias, especialmente durante a greve geral de 48 horas convocada pela oposição e vários setores sociais para exigir do Governo o cancelamento da eleição da Assembleia Constituinte.

Centenas de pessoas foram detidas durante esta nova ação de protesto, que consistiu no fechamento de empresas e foi acompanhada por uma greve de trabalhadores e o fechamento em massa de ruas com barricadas e outros objetos.

Agentes da Polícia e da Guarda Nacional (Polícia militarizada) tentaram dissolver em vários pontos do país com bombas de gás lacrimogêneo quem fechava as ruas, que em alguns casos responderam com pedras e outros objetos.

A Promotoria acusou os responsáveis das forças da ordem por supostas violações dos direitos humanos durante a contenção dos protestos e a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, qualificou de "excessiva" a ação contra os manifestantes.

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Ao todo, duas pessoas morreram e quatro ficaram gravemente feridas no oeste de Caracas neste domingo (16), depois que um grupo de homens armados atirou durante a realização da consulta popular da oposição sobre o processo Constituinte promovido pelo governo.

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Segundo a Agência EFE, a informação foi passada pelo chefe de campanha do plebiscito e prefeito do município de Sucre, Carlos Ocariz. “Há pouco, um incidente em Catia. Paramilitares dispararam. Há 4 feridos gravemente e 2 mortos”, escreveu o governante no Twitter.

O incidente foi confirmado pelo Observatório Venezuelano da Agitação Social (OVCS): “Grupos Paramilitares atiraram em Catia. Cidadãos se escondem na Igreja El Carmen, na Avenida Sucre.”

A Avenida Sucre, no setor Catia, abriga um dos pontos habilitados para a consulta. De acordo com Ocariz, uma investigação já foi solicitada ao Ministério Público.

O líder opositor Henrique Capriles, por sua vez, publicou um vídeo na mesma rede social mostrando o tumulto na porta da igreja e o barulho dos disparos. “O desespero de @nicolasmaduro e da sua cúpula corrupta que mandaram os seus grupos paramilitares para assassinar o nosso povo em Catia!”, escreveu ele.

A consulta, que não é reconhecida pelo governo nem pelo Poder Eleitoral, ocorria normalmente. Os organizadores tinham expressado temores de possíveis atos de violência dos chamados “coletivos”, grupos chavistas às vezes armados que atacaram a Assembleia Nacional (AN, Parlamento), de maioria opositora, ferindo vários deputados no dia 5.

Na consulta, o cidadão é perguntado se aprova ou rejeita a Assembleia Constituinte, que acontecerá no próximo dia 30 e é vista pela oposição como uma tentativa do governo de “consolidar uma ditadura” na Venezuela. Na cédula o venezuelano também deve responder se a população deseja a convocação de eleições para a renovação dos poderes públicos e se gostaria de que todos os funcionários públicos e as Forças Armadas obedecessem e defendessem a Constituição de 1999.

Consulta - Os centros de votação na Venezuela estão funcionando hoje (16) desde às 7h locais (8h de Brasília) para a participação dos eleitores em uma consulta popular promovida pela oposição ao presidente Nicolás Maduro.

Os participantes da consulta devem responder se estão ou não de acordo com o processo constituinte proposto pelo chavismo e, além disso, se são favoráveis a um governo de transição.

A Assembleia Nacional (parlamento), que é controlada pela oposição ao chavismo, informou, através do Twitter, que os pontos para a consulta popular abriram na hora estipulada em todo o país.

A votação da consulta, feita à margem do Poder Eleitoral, é considerada um plebiscito pela coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

Além disso, centenas de eleitores começaram a votar, sem maiores contratempos, em vários centros do leste e do oeste Caracas. Para o processo, a MUD habilitou 2.030 "pontos soberanos" em todo o país com 14.404 mesas de votação e credenciou 47.272 pessoas para trabalharem na consulta, que, além disso, conta com cerca de 80 mil voluntários espalhados por todo o país.

Cidadãos venezuelanos residentes em países do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Omã, Catar e Egito, votaram ontem nas primeiras mesas que foram abertas em todo o mundo para a consulta. No exterior, foram habilitados 667 pontos de votação, distribuídos em 602 cidades de 100 países.

O presidente Maduro disse ontem que o referendo opositor é uma "consulta interna" entre os partidos da "direita" e criticou que ela seja feita "sem cadernos eleitorais, sem biometria, sem auditorias". Neste domingo também haverá uma simulação eleitoral das votações previstas para 30 de julho, quando serão escolhidos os redatores da nova e eventual Carta Magna.

Maduro convocou seus partidários a participarem desta jornada prévia à eleição da Assembleia Nacional Constituinte, um processo que a MUD rejeita e quer impedir. Os opositores afirmaram que vão responsabilizar o governo por qualquer ato de confrontação que possa acontecer durante a jornada de votação.

Apesar da repressão, a oposição venezuelana convocou seus seguidores a ir às ruas mais uma vez nesta quinta-feira (6), em uma marcha até a sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) na capital, Caracas. A informação é da agência Télam.

Enfrentamentos entre tropas de segurança do Estado, civis armados e manifestantes que protestavam contra o governo de Nicolás Maduro foram registrados ontem à noite e hoje pela  madrugada em várias zonas da Venezuela, poucas horas depois que grupos vinculados ao oficialismo invadiram a sede do Parlamento, deixando um saldo de 20 feridos.

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A nova atividade convocada pela oposição se denomina "marcha contra a ditadura" e partirá de 41 pontos da capital, Caracas. De acordo com a oposição, caso sejam reprimidos farão um piquete nos lugares onde ficarem detidos.

A oposição está nas ruas há 97 dias, exigindo eleições e rechaçando a "fraude constituinte", por conta da Assembleia convocada por Maduro para redigir uma Constituição e refundar a República, com reunião marcada para o próximo dia 30.

Funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e da Polícia Nacional Bolivariana reprimiram o protesto. Através das redes sociais, moradores difundiram fotografias e vídeos da repressão de soldados uniformados, que lançaram gases lacrimogêneos e atiraram balas de borracha contra edifícios residenciais.

Também se registraram protestos contra a Constituinte comunal convocada por Maduro em  zonas populares como Quinta Crespo, San Juan, San Martín, El Paraíso e La Urbina na capital venezuelana.

Da Agência Télam

A polícia dispersou hoje (19) com gás lacrimogêneo uma das manifestações de opositores ao governo de Nicolás Maduro, no centro de Caracas. O protesto pretendia chegar à sede da Defensoria do Povo. Em outra manifestação contrária ao governo uma pessoa foi baleada. As informações são da Agência EFE.

Membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) dispersaram a concentração opositora na zona de Paraiso quando tentavam marchar para o centro, o que ocasionou o enfrentamento com alguns manifestantes, que responderam lançando pedras contra os agentes.

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"Denunciamos um manifestante ferido de bala na Praça La Estrella de San Bernardino. #UnidosContraElGolpe", afirmou em sua conta no Twitter o deputado Jorge Millán, em referência aos fatos ocorridos em outra zona do centro da cidade, dos quais não foram revelados detalhes, nem os autores do disparo.

Vários meios locais informaram que o ferido é um jovem de 19 anos, chamado Carlos José Moreno, que está sendo atendido no Hospital das Clínicas Caracas, centro privado de saúde próximo do local em que ocorreu o fato. Em sua conta no Twitter, a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) afirmou que, apesar da "repressão" em Paraiso, os cidadãos continuaram marchando.

Do local da marcha, que partiu da avenida El Libertador de Caracas, o deputado Henry Ramos Allup e o governador do estado de Lara, Henri Falcón, tentaram dialogar com funcionários da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) para que permitissem a passagem do protesto do leste ao oeste da cidade.

"Quer dizer que a oposição só pode se manifestar no leste? Isso não pode ser porque, por exemplo, eu sou deputado por Caracas e eu tenho direito a me manifestar em Caracas", disse Ramos Allup aos agentes da PNB. O deputado indicou posteriormente aos jornalistas que explicou a um agente que sua intenção era entregar um comunicado perante a Defensoria do Povo.

"O oficial nos disse que um representante da Defensoria viria para onde estamos", acrescentou o deputado, apontando que isto "não é suficiente" porque os venezuelanos têm direito a circular por todo o país.

Crise

Nesta quarta-feira, a Venezuela é palco manifestações a favor e contra o governo de Nicolás Maduro. Oposição e situação prometem ser a maior mobilização dos últimos tempos. Desde cedo, milhares de venezuelanos – convocados pelo governo – saíram as ruas da capital para comemorar os 207 anos do primeiro grito de independência contra o império espanhol. Vestidos de vermelho, eles protestam “em defesa da paz e da soberania”. Ao mesmo tempo, outras multidões – convocadas pela oposição – marcharam para denunciar o "golpe" do presidente Maduro.

As manifestações ocorrem em um momento de incerteza no país, com diversos protestos antigovernamentais que deixaram ao menos seis mortos - entre eles um agente policial - dezenas de feridos e mais de 500 detidos, dos quais mais de 200 estão privados de liberdade, segundo balanços da oposição e da ONG Fórum Penal Venezuelano.

Na véspera dos protestos, Maduro convocou os militares, as forças de segurança e também as milícias civis armadas para protegê-lo contra um suposto golpe de Estado que, segundo ele, estaria sendo tramado pelos Estados Unidos com o apoio de seus adversários.

O anúncio de Maduro repercutiu na vizinha Colômbia, que tem uma fronteira de 2,2 mil quilômetros com a Venezuela. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que alertaria a Organizaçao das Nações Unidas (ONU) para a “preocupante militarização da sociedade venezuelana”.  Ele pediu à chanceler colombiana, Maria Angela Holguin, que está em Nova York, para tratar do tema nesta quarta-feira com as autoridades da ONU.

A Venezuela enfrenta atualmente uma séria crise econômica, marcada por uma inflação anual de 700% e escassez de medicamentos e alimentos. O país também está cada vez mais isolado internacionalmente e o governo é acusado de violar a ordem democrática.

A crise humanitária fez com que, entre 2014 e 2016, o número de venezuelanos que ingressam e permanecem no Brasil anualmente tenha aumentado mais de cinco vezes. O último levantamento da organização não-governamental Human Rights Watch, divulgado na terça-feira (18), mostra que mais de 12 mil venezuelanos ingressaram e permaneceram no Brasil desde 2014.

*com informações da Agência EFE e da repórter Mônica Yanakiew, correspondente da Agência Brasil em Buenos Aires

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