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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, reafirmou nesta quinta-feira que o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) tenta manipular prazos processuais por meio de recursos no processo do mensalão. "O que se pretende, em última análise, é a manipulação de prazo processual legalmente previsto", afirmou Barbosa, ao rejeitar um pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil para ter acesso antecipado às cópias dos votos dados no julgamento do mensalão. Além de presidir o STF, Barbosa é relator do processo do mensalão.

Os advogados argumentavam que o prazo para recorrer da condenação é muito curto. Após a publicação do julgamento, que deverá ocorrer até a próxima semana, as defesas terão cinco dias para protocolar os recursos. O julgamento foi o mais longo da história do STF. Começou em agosto e terminou em dezembro. Nele, foram condenados 25 réus, entre os quais Dirceu.

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"Os votos proferidos quando do julgamento da AP 470 foram amplamente divulgados e, inclusive, transmitidos pela TV Justiça. Além disso, todos os interessados no conteúdo das sessões públicas de julgamento, em especial os réus e seus advogados, puderam assisti-las pessoalmente no plenário desta Corte", afirmou o presidente do Supremo num despacho assinado no dia 9 e publicado nesta quinta-feira no "Diário da Justiça".

"É importante chamar atenção para o fato de que o que se pretende, em última análise, é a manipulação de prazo processual legalmente previsto. Isso porque o (hipotético) acolhimento do pedido de divulgação dos votos escritos, antes da publicação do acórdão, e 'com antecedência razoável' para a interposição de recursos, acarretaria, na prática, a dilação do prazo para a oposição de embargos, ampliando-o indevidamente para um lapso temporal indefinido, que o requerente entende como 'razoável'", completou Barbosa.

Em clima de grande tensão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, recebeu nesta segunda-feira dirigentes de associações representativas de juízes e afirmou que a aprovação da emenda constitucional que cria quatro tribunais regionais federais (TRFs) no País, apoiada por entidades da classe, ocorreu de forma sorrateira, "ao pé do ouvido" e "no cochicho". Barbosa disse que as sedes desses tribunais devem ser instaladas em resorts, o mais próximo possível da praia.

Em choque com as entidades de classe desde que afirmou que há um conluio entre magistrados e advogados e que os juízes brasileiros têm mentalidade pró impunidade, Barbosa pediu ao vice-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Ivanir César Ireno, que baixasse o tom de voz. "Sorrateira não", havia dito Ireno segundos antes, numa reação aos comentários de Barbosa. "O senhor abaixe a voz que o senhor está na presidência do Supremo Tribunal Federal", afirmou Barbosa. "Só me dirija a palavra quando eu lhe pedir."

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No encontro, o presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deixou transparente a sua oposição à emenda que cria os quatro TRFs. Segundo ele, a novidade custará ao País R$ 8 bilhões. Apesar disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não teria sido ouvido sobre a novidade. Ireno disse que a Ajufe acompanhou o processo por anos. "Não confunda a legitimidade que o senhor tem enquanto representante sindical com a legitimidade dos órgãos do Estado. Eu estou dizendo é que órgãos importantes do Estado não se pronunciaram sobre o projeto que vai custar à nação, por baixo, R$ 8 bilhões", disse Barbosa.

Para o presidente do STF, a criação dos tribunais será boa para a advocacia e para os juízes porque milhares de empregos serão criados. "Dá emprego. Dá quinto. Mas isso não é o interesse da nação", afirmou Barbosa. "Esses tribunais vão ser criados em resorts, em alguma grande praia", acrescentou. Um dos juízes presentes ao encontro observou que em Minas Gerais não existe praia. Barbosa respondeu: "Serão criados o mais próximo da praia possível." Os novos TRFs serão instalados em Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Manaus (AM).

Num outro momento tenso da audiência, Barbosa disse que, se quiserem colaborar, os dirigentes de entidades representativas de juízes devem encaminhar as sugestões a sua assessoria e não ir antes à imprensa. No encontro, eles entregaram um documento no qual defendem algumas posições, como a necessidade de mais rapidez na solução de crimes cometidos contra autoridades. O presidente do Supremo também reagiu quando os magistrados disseram que era necessário fortalecer o Estado de direito e a instituição democrática e prestigiar o STF. "O STF se prestigia por si próprio."

O acórdão do julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, deverá ser publicado nos próximos dias. A afirmação foi divulgada  pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa a Agência Brasil, nesta sexta-feira (5).

O prazo regimental para a publicação terminou no último dia 1° e não foi cumprido porque nem todos os ministros liberaram a revisão de seus votos. Os condenados no processo só poderão recorrer após a publicação do documento.

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“Deve sair nos próximos dias. Tem que sair”, disse Barbosa a jornalistas, após fazer palestra sobre educação para estudantes da Universidade de Brasília, publicou a agência.

Os advogados dos condenados terão cinco dias após a publicação do acórdão para apresentar dúvidas sobre o resultado do julgamento. O STF condenou 25 dos 37 réus, sendo que 11 deles devem cumprir regime inicialmente fechado. As sentenças serão executadas quando não houver mais possibilidade de recurso.

Barbosa também comentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37 que tramita no Congresso Nacional e retira o poder de investigação do Ministério Público em matérias criminais. “Acho péssima. A sociedade brasileira não merece uma coisa dessas”, respondeu.

*Com informações da Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (6) em aula proferida na Universidade de Brasília (UnB), que a eleição do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e os protestos por sua saída são parte da democracia.

Barbosa teve de se manifestar sobre o tema ao ser questionado por uma das alunas da UnB. "Eu sabia que viria alguma saia justa", ironizou. "A minha resposta é de quem viveu durante anos e anos nesse ambiente de liberdade. É simples: o deputado Marco Feliciano foi eleito pelos seus pares para assumir um determinado cargo dentro do Congresso Nacional. Perfeito", disse. "Agora, a sociedade tem direito de se exprimir contrariamente à presença dele neste cargo. Isso é democracia", concluiu.

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O deputado é alvo de protestos por declarações tidas por homofóbicas e racistas. Feliciano deve prestar depoimento nesta sexta-feira no STF em inquérito que investiga denúncia de estelionato. Ele foi denunciado em 2009 pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por ter recebido R$ 13 mil para ministrar um culto religioso ao qual não compareceu.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, rejeitou nesta terça-feira pedido feito por um grupo de 15 advogados de condenados no julgamento do mensalão para que fosse dado mais prazo para apresentação de recursos. Como consequência da decisão, eles terão apenas 5 dias para questionar a decisão tomada em dezembro pelo STF condenando 25 réus.

O pedido recusado por Barbosa era assinado por advogados de renome, como o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que defende ex-dirigentes do Banco Rural condenados no julgamento do mensalão. Também assinava a petição o advogado José Luís Oliveira Lima, que representa o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

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O presidente do STF já tinha negado um pedido semelhante, feito pela defesa do empresário Ramon Hollerbach. Os advogados de Hollerbach recorreram da decisão e pediram que o assunto seja apreciado pelo plenário do Supremo.

O STF ainda não publicou oficialmente a decisão sobre o processo do mensalão, que demorou quatro meses e meio para ser tomada. Com isso, descumpriu o prazo de publicação, vencido na segunda-feira (1º). Depois da publicação, os advogados dos condenados terão um prazo de 5 dias para apresentar os recursos.

Com o atraso, dificilmente os culpados iniciarão o cumprimento das penas neste ano. Entre os condenados estão José Dirceu e os deputados federais petistas José Genoino e João Paulo Cunha.

Prescrição de crimes

Barbosa criticou nesta terça-feira o sistema brasileiro e disse que permitir a prescrição de crimes durante a tramitação das ações é um indicativo de que o objetivo é não punir.

"Prescrever ao longo da tramitação (do processo) é indicação de um sistema que não quer punir", disse Joaquim Barbosa, que também é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A observação foi feita durante o julgamento de um procedimento aberto para apurar a conduta de dois juízes militares de Minas Gerais acusados de negligência por não decidirem grande parte dos processos que estavam sob a responsabilidade deles. De acordo com dados do CNJ, 274 processos prescreveram, o que corresponde a 82% do total. Ao final do julgamento, os magistrados foram punidos somente com censura.

"Tem que haver uma reformulação total dessas regras de prescrição. Elas conduzem a essas perplexidades. Em muitos casos, há punição decorrente de cálculos deliberados para que a prescrição incida", afirmou Joaquim Barbosa após conselheiros terem observado que o instrumento da prescrição, criado com o objetivo de proteger o cidadão, algumas vezes beneficia criminosos. "A prescrição é sempre uma espada de Dâmocles na cabeça do juiz", completou.

Se a Justiça demora muito para julgar um processo, pode ocorrer a chamada prescrição. Quando isso ocorre, não é mais possível punir o acusado de ter cometido um crime.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, deixou claro que não pretende atender pedidos de advogados dos condenados no processo do mensalão que, na prática, podem atrasar o cumprimento das sentenças. "Tem havido pedidos no sentido de flexibilizar a lei penal. Mas todos me conhecem e sabem que eu não sou de flexibilizar a lei em nenhum sentido. Todas as decisões que tomei até agora foram no sentido de aplicar a lei", declarou o ministro em entrevista na noite de quarta-feira (27).

Relator do processo do mensalão, o presidente do STF esteve no Rio para receber o prêmio Faz Diferença, na categoria "Personalidade do ano", concedido pelo jornal O Globo.

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Na terça-feira passada (26), o ministro negou pedidos de dois condenados, o ex-ministro José Dirceu e o empresário Ramon Hollerbach, ex-sócio do publicitário Marcos Valério, também condenado. Dirceu pedia a divulgação dos votos dos ministros no processo antes da publicação do acórdão, prevista para a próxima segunda-feira (1º). Hollerbach solicitou a ampliação do prazo para recursos de cinco para trinta dias depois da publicação do acórdão. No mesmo dia, um grupo de 15 advogados de condenados protocolou no Supremo pedido de ampliação do prazo de recursos de cinco para vinte dias. "Já decidi contrariamente", afirmou Babosa, referindo-se ao pedido de Ramon Hollerbach e indicando que seguirá a mesma linha e manterá o prazo legal de cinco dias.

Questionado se haverá atraso na publicação do acórdão com as decisões de todos os ministros, o presidente do Supremo respondeu apenas: "Espero que não." Barbosa disse que, depois da publicação, certamente haverá recursos e evitou falar de prazos para a prisão dos condenados.

O ex-ministro e ex-presidente do STF Carlos Ayres Britto foi premiado na categoria "País". Em discurso de agradecimento, disse que "quem chega ao Supremo Tribunal Federal não tem sequer direito a mau humor". "As oportunidades são tantas de arejar mentes, são tantas as chances de contribuir para a moderna idade do País que o mau humor chega a soar uma heresia", afirmou Ayres Britto. O ex-ministro dedicou o prêmio à mulher, Rita: "A mulher com quem durmo e acordo é também a mulher dos meus sonhos".

Joaquim Barbosa defendeu transparência na vida pública. "Não concebo a vida do Estado e seus personagens sem o controle e a vigilância da imprensa. Na minha concepção, a transparência deve ser a regra. Não deve haver mistério para aqueles que exercem atividades públicas", afirmou. O presidente do STF disse que participará, no dia 4 de maio, a convite da Unesco, de uma conferência sobre liberdade de expressão na Costa Rica.

Integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado apresentarão requerimentos para apurar as circunstâncias da troca de e-mails que indicam um "conluio" dentro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A suspeita de favorecimento da filha do ex-conselheiro Tourinho Neto por uma decisão do conselheiro Jorge Hélio foi o que desencadeou o movimento.

O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) foi incisivo quanto à gravidade da suspeita e afirmou que protocolará um requerimento para convidar, ainda, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, assim como o corregedor do conselho e ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão. Também devem ser chamados os demais envolvidos.

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"Deve haver uma resposta formal, institucional, por parte do CNJ, com um tema de profunda gravidade como esse", disse. De acordo com o senador do Psol do Amapá, cabe à CCJ, como a instância da Casa que sabatina os conselheiros do CNJ quando da indicação, averiguar o caso, tornado ainda mais grave pelo fato de envolver a instância de controle do Judiciário.

Ex-membro do Ministério Público (MP), o senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou acreditar que, por ora, um esclarecimento por escrito de Barbosa é suficiente. "É preciso avaliar primeiro o que ocorreu antes de chamar qualquer pessoa para falar aqui." Taques protocolará um requerimento pedindo a ele que apresente, por escrito, explicações do ocorrido no CNJ. "A partir desses esclarecimentos, então, poderemos analisar a necessidade de ouvir as partes.", disse.

Como de praxe, assim que protocolados, os requerimentos serão lidos pelo presidente, o senador Vital do Rego (PMDB-PB), o que deve causar a discussão da matéria. No entanto, a votação ocorre apenas na outra semana, daqui a 12 dias. O procedimento foi confirmado nesta quinta-feira por Vital do Rego, que afirmou não poder atestar a gravidade da matéria antes de ouvir os envolvidos. "A comissão tem de dar palavra às partes para tomar um tipo de iniciativa. Mas a reportagem merece uma análise profunda dos fatos", admitiu.

Julgamentos

Embora caiba ao Senado sabatinar os conselheiros do CNJ, o afastamento deles não compete à Casa. Segundo o regimento interno do conselho, os conselheiros só podem ser afastados caso respondam a processos disciplinares. "Acolhida a instauração do processo disciplinar, ou no curso dele, o plenário do CNJ poderá, motivadamente e por maioria absoluta de seus membros, afastar o magistrado ou servidor das suas funções."

Ao Senado cabe, segundo o artigo 52 da Constituição Federal destaca no parágrafo 2.º, "processar e julgar (...) os membros do Conselho Nacional de Justiça nos crimes de responsabilidade", aqueles, dentre outros, em que não há o cumprimento da decisão judiciária. Os senadores destacaram, porém, que ainda não é possível atestar se houve esse tipo de conduta por parte de Hélio.

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador Ivan Sartori, rebateu nesta quinta-feira as afirmações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Joaquim Barbosa, de que existe um conluio entre juízes e advogados. "Existe uma relação saudável, todos trabalham em prol do jurisdicionado. Com todo o respeito que tenho, não podemos aceitar a generalização negativa", afirmou.

O Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) também se manifestou sobre o assunto. Em nota assinada pelo presidente da entidade, José Horácio Halfeld Rezende Ribeiro, o Iasp afirmou que as acusações generalizadas causaram indignação. "A perplexidade decorre da premissa errada que pretende distanciar o relacionamento entre advogados e magistrados, na medida em que todos os membros das carreiras jurídicas colaboram para o aperfeiçoamento da Justiça", afirma o comunicado. O Iasp, que congrega no quadro associativo advogados, juízes e membros do Ministério Público (MP), disse ainda que aguarda "que os fatos concretos sejam indicados e apurados".

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Nesta quarta-feira (20), as Associações de Magistrados do Brasil (AMB) e Nacional de Juízes Federais (Ajufe) e a Ordem de Advogados do Brasil (OAB) já haviam divulgado nota de repúdio às declarações do presidente do STF e do CNJ. Na terça-feira (19), durante o julgamento no qual o conselho determinou a aposentadoria compulsória de um magistrado do Piauí, acusado de beneficiar advogados, Barbosa disse que muitos juízes devem ser postos para fora da carreira. "Há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras", criticou.

Congresso

O presidente do TJ-SP falou durante a abertura do VI Congresso Jurídico do Norte Paulista, que começou nesta quinta-feira, em Bebedouro. Sartori foi homenageado no início do evento pelo presidente do Iasp, que destacou a "coragem" do juiz como administrador. "Coragem e responsabilidade para alterar o estado das coisas. Devido ao seu esforço, o Tribunal de Justiça de São Paulo tem hoje um orçamento diferenciado."

O presidente do TJ-SP, que é juiz desde os 23 anos, alcançou o cargo mais alto do Judiciário paulista ao completar 30 anos de magistratura. Agradecendo a homenagem, disse que é preciso honrar a advocacia e a magistratura. "Por trás de grandes números do tribunal, existe uma vida, um direito."

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, afirmou nesta terça-feira que existe um conluio entre juízes e advogados. Durante julgamento no qual o CNJ determinou a aposentadoria compulsória de um magistrado do Piauí acusado de beneficiar advogados, Barbosa disse que muitos juízes devem ser colocados para fora da carreira.

"Há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras", criticou Joaquim Barbosa.

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O presidente do CNJ deu a declaração ao debater de forma amistosa sobre o caso do Piauí com o relator do processo, Tourinho Neto, que ficou vencido no julgamento. Tourinho Neto comentou: "Tem juiz que viaja para o exterior para festa de casamento de advogado e não acontece nada."

Em sua última sessão como conselheiro do CNJ, Tourinho Neto foi o único a votar contra a aposentadoria compulsória do juiz de Picos (PI) João Borges de Sousa Filho.

Tourinho Neto afirmou que tem amizade com advogados, mas que isso nunca influenciou suas decisões. Ele contou que foi juiz no interior da Bahia e que "tomava uísque na casa de um, tomava cerveja na casa de outro".

O conselheiro disse que existe juiz que instala câmera no gabinete para se precaver e posteriormente não ser acusado de beneficiar determinada parte de um processo. "Isso é terrível. Na próxima Loman (Lei Orgânica da Magistratura) vai estar que juiz não pode estar com advogado e nem com Ministério Público", opinou.

Pouco depois, Tourinho comentou sobre a possibilidade de clientes escolherem advogados que são próximos a juízes. "O advogado é amigo do juiz, a parte contratada achando que vai receber benesse", disse. "E às vezes recebe um tratamentozinho privilegiado", rebateu Barbosa. Tourinho reagiu e afirmou: "Mas Vossa Excelência é duro como diabo."

Nos debates, Tourinho chegou a comentar a possibilidade de Joaquim Barbosa se candidatar à Presidência da República no próximo ano. "O juiz, na maioria dos casos, é um acovardado. Vossa Excelência foi endeusado. Quem sabe não será o próximo presidente da República?", brincou. O presidente do CNJ não respondeu.

Recentemente, Joaquim Barbosa envolveu-se em uma polêmica com associações representativas de juízes. O problema ocorreu após o presidente do STF ter concedido uma entrevista a jornalistas correspondentes estrangeiros na qual atribuiu a magistrados brasileiros mentalidade mais conservadora, pró impunidade.

Entidades representativas de magistrados reagiram. Numa nota oficial, afirmaram que não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros. "Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro", afirmaram as associações na nota.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou-se nesta quarta-feira a comentar a agressão verbal contra o repórter do jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (5). No episódio, o ministro chamou o jornalista de "palhaço" e o mandou "chafurdar no lixo".

Ao final da sessão de quarta-feira do Supremo, o ministro disse que não queria falar sobre o assunto. "Não quero fazer comentários de nada de ordem pessoal, assim como já não queria falar nada ontem", resumiu-se a dizer. Apenas a assessoria de imprensa divulgou nota no dia do episódio em que pediu desculpas aos profissionais de imprensa.

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O ministro afirmou que também não comentaria a nota divulgada pelas principais associações de magistrados do País no sábado em que rebatem as críticas feitas pelo ministro à mentalidade dos juízes. "Eu respondi alguma nota? Não tenho nada a dizer", disse.

Na terça-feira, à saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça, Barbosa foi abordado pelos jornalistas, mas não esperou a primeira pergunta para criticar o repórter.

O repórter apenas iniciou a pergunta: "Presidente, como o senhor está vendo". Barbosa o interrompeu: "Não estou vendo nada". O repórter tentou nova pergunta, mas foi interrompido novamente. "Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre".

Horas depois, o assessor de imprensa do STF Wellington Geraldo Silva pediu desculpas aos "profissionais de imprensa" em nome do presidente em nota oficial encaminhada aos jornalistas. E alegou que a reação do ministro devia-se ao cansaço e a dores nas contas.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou em entrevista a correspondentes estrangeiros na quinta-feira (28) que a mentalidade dos juízes brasileiros é "mais conservadora, pró status quo, pró impunidade". Enquanto isso, a mentalidade dos membros do Ministério Público é "rebelde, contra status quo", disse o ministro.

A diferença entre as duas carreiras ocorre mesmo tendo juízes e procuradores salários semelhantes e passado por concursos públicos também parecidos. "As carreiras de um juiz ou de um procurador ou promotor de justiça são muito próximas", disse. "Uma vez que se ingresse em uma dessas carreiras, as mentalidades são absolutamente díspares", acrescentou.

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De acordo com o ministro, caberia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que Barbosa também preside, promover a correção dessa diferença de mentalidades apontada por ele.

Joaquim Barbosa era membro do Ministério Público antes de ser escolhido pelo ex-presidente Lula para integrar o Supremo Tribunal Federal. Durante o julgamento da ação penal do mensalão, os advogados de defesa afirmavam que Barbosa atuava mais como procurador do que como magistrado.

Legislação

Barbosa defendeu mudanças na legislação brasileira para "fazer um sistema de justiça penal mais consequente". Ele propôs especialmente mudar a forma de calcular o tempo que levaria para um crime prescrever. Pela legislação, a prescrição depende do tamanho da pena, cálculo que pode sofrer interferências ao longo do decorrer do processo. Na opinião do ministro, as regras atuais são "absurdas".

"Foi se criando mecanismos para, no meio do processo, ocorrer a prescrição. Então basta que um juiz engavete um processo contra uma determinada pessoa durante cinco, seis anos... Esqueça daquele processo e quando ele se lembrar já estará prescrito", criticou.

O ministro afirmou que poderia ser criado um prazo único que começaria a ser contado antes de iniciado o processo.

Sistema carcerário

Barbosa também criticou o sistema carcerário brasileiro. Para ele, os problemas no sistema penitenciário são usados para afrouxar o cumprimento das penas.

"Isso no Brasil, infelizmente, é utilizado para afrouxar ainda mais o sistema penal. O que eu acho um absurdo", disse. "Não há sistema penal em países com o mesmo nível de desenvolvimento do Brasil tão frouxo, que opere tanto pró impunidade", acrescentou. Joaquim Barbosa afirmou o principal responsável pelo problema no sistema penitenciário é do Poder Executivo. "Os governantes brasileiros não dão importância a esse fenômeno tão nosso que é esse sistema prisional caótico", criticou. "Em geral, o Poder Executivo não dá a mínima. Não dá a menor atenção", continuou.

Ele admitiu, porém, que o Judiciário tem parcela de responsabilidade. "Há muitos juízes de execução penal que são puramente burocráticos. Eles têm a responsabilidade para supervisionar a execução da pena, mas ficam em seus gabinetes, eles não vão lá ver a situação concreta das prisões", afirmou.

Candidato

Barbosa afirmou não ter interesse em disputar um cargo eletivo depois que deixar a Corte nem perfil para ser político. "Eu não tenho interesse, eu não tenho physique du rôle", disse. Para o ministro, a sua popularidade repete um "fenômeno" que estaria ocorrendo em outros países. "A sociedade está cansada dos políticos tradicionais, dos políticos profissionais. Essa é a leitura que eu faço", opinou.

Depois de pregar a independência entre os poderes em seu discurso na abertura dos trabalhos legislativos do Congresso Nacional, na tarde desta segunda-feira (4), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse que sua presença na cerimônia não significa uma tentativa de pacificar a relação com o Legislativo. "É o funcionamento dos três poderes. Na sexta-feira teve a abertura do ano Judiciário, com presença de representantes de outros poderes. Mais do que natural que o presidente de um dos poderes esteja presente e represente o Judiciário na cerimônia", disse ao sair do Plenário da Câmara dos Deputados.

Barbosa afirmou que deve liberar os votos em relação a cada um dos réus do julgamento do mensalão ainda esta semana, mas afirmou não haver previsão para a publicação do acordão (íntegra da decisão), já que isso depende da liberação dos votos dos demais ministros. Afirmando sempre manter um discurso conciliador e curto, Joaquim Barbosa deixou o Congresso sorridente, acompanhado dos presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros.

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O presidente do STF comentou, ainda, não haver previsão para o julgamento da denúncia contra Calheiros. No dia 26 de janeiro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou acusação contra o senador, segundo a qual ele usou notas frias. "Qualquer ação penal criminal passa por ritos que não podem ser desobedecidos. Então não há perspectiva de julgamento nesses dois próximos meses", explicou Barbosa.

Há um mês do Carnaval, as máscaras do ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e responsável pela condenação dos envolvidos no escândalo do mensalão, estão sumindo das prateleiras do comércio carioca. Desde o início do julgamento, já foram vendidas mais de 25 mil máscaras do magistrado e, para o Carnaval, a fábrica prometeu um reforço de mais 15 mil itens. Ainda assim, os adereços estão em falta nas principais lojas do ramo.

No centro do Rio, a máscara de Barbosa com óculos e ar sóbrio é um dos mais procurados pelos foliões. Recebendo novas encomendas diariamente, a fabricante limitou o número de pedidos aceitos nos últimos dias para tentar atender à grande demanda. "Em São Paulo, os pedidos vieram muito tarde e não sei se conseguiremos atender. Já fizemos uma nova leva, mas ainda assim são muitas encomendas", contou Olga Valles, proprietária da fábrica. "Vamos tentar, não queremos que ninguém deixe de brincar o Carnaval com a máscara", garantiu a empresária.

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, foi homenageado com uma faixa estendida no calçadão do Arpoador (zona sul) pela atuação como relator do processo do mensalão. O admirador anônimo parabenizou Joaquim "e demais ministros que o acompanharam" na condenação da maior parte dos réus. "O povo brasileiro tem orgulho da coragem e vontade de mudar este País", diz a faixa. Joaquim Barbosa, que tem um apartamento no Leblon e costuma fazer caminhadas na praia, passou o Natal no Rio e voltou nesta quarta-feira a Brasília para o plantão durante o recesso de fim de ano.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o Ministério Público deve investigar as declarações feitas pelo operador do mensalão Marcos Valério que colocariam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no centro do esquema. Na saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barbosa afirmou que teve "conhecimento oficioso, não oficial" do teor do depoimento prestado por Marcos Valério e revelado nesta terça-feira (11) pelo jornal O Estado S. Paulo. Perguntado se as denúncias devem ser investigadas pelo Ministério Público, foi sucinto: "Creio que sim".

Valério disse que o ex-presidente deu o aval para os empréstimos bancários que financiaram o esquema. O encontro teria ocorrido no gabinete presidencial, conforme a versão contada por Valério. O empresário e operador do mensalão disse também ter repassado dinheiro para que Lula arcasse com despesas pessoais. De acordo com Valério, os recursos foram depositados na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. No depoimento, Valério classifica Godoy como um "faz-tudo" do ex-presidente Lula.

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A existência do depoimento com novas acusações do empresário mineiro foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1º de novembro. Após ser condenado pelo Supremo como o "operador" do mensalão, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Queria, em troca do novo depoimento e de mais informações de que ainda afirma dispor, obter proteção e redução de sua pena. A oitiva ocorreu no dia 24 de setembro em Brasília - começou às 9h30 e terminou três horas e meia depois; 13 páginas foram preenchidas com as declarações do empresário, cujos detalhes eram mantidos em segredo até agora.

O jornal teve acesso à íntegra do depoimento, assinado pelo advogado do empresário, o criminalista Marcelo Leonardo, pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio e pela procuradora da República Raquel Branquinho.

Relator do processo do mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse nesta quinta-feira (6) que ninguém mais aguenta o julgamento que começou em 2 de agosto, já consumiu 51 sessões plenárias da Corte e levou à condenação de 25 dos 37 réus. "Eu acredito que a nação não aguenta mais este julgamento. Está na hora de acabar, está na hora. Como diriam os ingleses, let's move on (vamos em frente)", reclamou.

O desabafo foi feito no momento em que o revisor da ação, Ricardo Lewandowski, lia uma proposta detalhada para modificar as penas de multa estabelecidas em novembro pelo STF para serem pagas pelos condenados por envolvimento com o mensalão. Lewandowski disse que não havia critérios objetivos na definição dessas punições, originalmente fixadas num total de R$ 22,3 milhões. Após o protesto de Barbosa, Lewandowski apresentou a proposta de forma resumida.

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Ao longo dos últimos quatro meses de julgamento, esse não foi o único momento de tensão entre relator e revisor nem a única oportunidade em que o presidente demonstrou estar cansado do julgamento. A previsão inicial era de que o julgamento demorasse semanas. Mas, como os debates se alongaram, todos os prognósticos não se cumpriram. Nesses quatro meses, dois ministros aposentaram-se compulsoriamente. E o relator, que sofre de problemas crônicos no quadril, deixou transparecer por várias vezes o desconforto com a demora.

Um dos episódios mais emblemático da tensão provocada pelo julgamento ocorreu logo no início do julgamento, em agosto. Joaquim Barbosa acusou Lewandowski de "deslealdade" após o colega ter votado a favor do desmembramento do processo, um assunto que tinha sido debatido pelo tribunal anteriormente. O revisor afirmou que o termo usado era muito forte, que se sentia atacado pessoalmente e que o episódio indicava que o julgamento seria "muito tumultuado".

O clima de tensão esteve presente no plenário da Corte quase que durante todo o julgamento do processo que já é recordista em duração. O fato de relator e revisor terem opiniões diferentes em relação à culpa dos réus, às penas e às consequências das condenações foi o principal fator de acirramento dos ânimos em várias situações.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) saudou nesta quinta-feira (29) a chegada, pela primeira vez, de um negro à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o que considerou um "marco significativo" na luta pela igualdade racial.

"Sua nomeação representa um marco significativo no progresso da igualdade racial no Brasil, país com a maior população afrodescendente nas Américas", informou a CIDH, ente autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA) que vela pelos direitos humanos na região.

A chegada de Joaquim Barbosa ao posto mais alto da máxima instância da justiça brasileira "serve como inspiração para outros afrodescendentes brasileiros e para todos os povos da região em seus esforços para eliminar o racismo e a discriminação racial", disse a CIDH em um comunicado.

Filho de um pedreiro e uma faxineira, Joaquim Barbosa, de 58 anos, fez o juramento do cargo há uma semana em um evento do qual participaram altas autoridades, entre elas Dilma Rousseff, em um país onde os negros, que formam 52% da população, estão marginalizados em relação aos brancos.

Minutos antes de ser empossado presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa liberou para pauta de julgamento do plenário o processo movido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que contesta o pagamento de aposentadoria vitalícia a ex-governadores de Rondônia.

Depois, sinalizou que esse deve ser um dos primeiros casos de repercussão na Corte na nova gestão. Se o relator não tivesse tomado essa atitude, pelo regimento do Supremo, o processo ficaria paralisado até ser redistribuído para quem fosse ocupar a cadeira do ministro recém-aposentado Carlos Ayres Britto - a presidente Dilma Rousseff precisa indicar um nome para ser sabatinado pelo Senado.

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A ação referente a Rondônia, ajuizada em março de 2011, é uma da série de 12 que a OAB apresentou para sustar o pagamento a ex-chefes de Executivos estaduais País afora. O escândalo veio à tona no início do ano passado. Revelou-se que cerca de 60 ex-chefes de Executivo estadual recebiam o pagamento vitalício, alguns por mais de 20 anos. A repercussão negativa incomodou o Supremo.

O novo presidente do STF terá pela frente em seu mandato de dois anos grandes temas da Justiça e questões políticas para enfrentar na sua gestão. Além da aplicação das penas do mensalão e os recursos dos condenados, Barbosa deverá passar por novas sessões históricas.

Estão para ser julgados casos como o do mensalão mineiro, em que o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) é acusado de desvio de dinheiro público para sua candidatura a governador de Minas em 1998. O STF analisará ainda o depoimento do empresário Marcos Valério, que pediu delação premiada com acusações a Lula e ao ex-ministro Antonio Palocci.

Barbosa terá ainda de lidar com decisões que afetam a economia. Na Previdência, o Supremo tem ações que podem impactar bilhões. Uma das mais esperadas é a da troca de benefício (desaposentação) para segurados que continuam a trabalhar depois que se aposentam. O custo dessa revisão pode chegar a R$ 69 bilhões, segundo o governo.

A questão dos expurgos inflacionários de planos econômicos de 1987 a 1991, que causaram perdas para a poupadores, também está parada. Os bancos conseguiram suspender as cobranças dos clientes com uma ação no STF.

Além disso, há os processos deixados por Ayres Britto em que ele era relator. O mais recente a entrar em pauta é sobre o amianto, em uma ação contra leis estaduais que proíbem a comercialização desse material em São Paulo e no Rio Grande do Sul. A votação está empatada e não tem data para continuar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Uma noite de pop star. Na festa para 1.200 pessoas em que comemorou sua posse na presidência do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa pousou para centenas de fotos e foi abraçado por convidados que o seguiam em uma casa de festas em Brasília.

Rodeado por uma hora pelos convidados, precisou de um cerco de seguranças do tribunal para conseguir caminhar. Barbosa chegou à festa por volta de 21h desta quinta-feira (22) e foi aplaudido pelos convidados, que já o aguardavam desde as 20h.

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O cerimonial do tribunal montou um espaço reservado para que o ministro recebesse os cumprimentos pela posse. Mas Barbosa recusou a privacidade. "Eu quero andar", ele disse. E a segurança teve de ser reforçada.

Uma hora depois da sessão de fotos, Barbosa conseguiu chegar à mesa onde estava sua mãe, Benedita. Mas nem assim conseguiu se livrar dos flashes. Cercado pelos seguranças, o ministro deixou o salão e refugiou-se no jardim. As saídas foram bloqueadas.

Passava das 22h quando Joaquim Barbosa, isolado, conseguiu tomar sua primeira taça de champanhe para comemorar sua posse. À porta, uma fila de convidados o esperava para mais fotos.

O ministro Joaquim Barbosa, que tomou posse hoje (22) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), aproveitou o momento para criticar a desigualdade de acesso à Justiça e a subordinação pela qual os juízes precisam se submeter para ascender profissionalmente.

“Há um grande déficit de Justiça entre nós. Nem todos os brasileiros são tratados com igual consideração quando buscam a Justiça. Ao invés de se conferir à restauração de seus direitos o mesmo tratamento dado a poucos, o que se vê aqui e acolá - nem sempre, é claro, mas às vezes sim - é o tratamento privilegiado, o bypass. A preferência desprovida de qualquer fundamentação racional,” disse em discurso.

Para o ministro, o Judiciário deve ser “sem firulas, sem floreios, sem rapapés” e deve se esforçar para dar resposta célere à sociedade, com duração razoável do processo. Segundo Barbosa, a lentidão processual pode produzir um “espantalho capaz de espantar investimentos produtivos de que tanto necessita a economia nacional.”

“De nada valem as edificações suntuosas, os sistemas de comunicação e informação, se naquilo que é essencial a Justiça falha porque é prestada tardiamente e porque presta um serviço que não é imediatamente fruível”, argumentou.

Na última parte do discurso, Barbosa reforçou a independência do juiz e a necessidade de afastá-lo da má influência para a ascensão profissional. “Nada justifica a pouco edificante busca de apoio para uma singela promoção de juiz de primeiro grau. Ele deve saber quais são suas perspectivas de promoção e não tentar obter pela aproximação do poder político dominante no momento”, disse o ministro, que foi muito aplaudido.

Segundo o ministro, os juízes são “produtos de seu meio e de seu tempo”, e devem atuar de acordo com os valores da sociedade em que vivem. “Nada mais ultrapassado e indesejado que aquele modelo de juiz isolado e fechado, como se estivesse encerrado em uma torre de marfim”.

O novo preisdente finalizou agradecendo a presença de seus parentes e amigos estrangeiros que vieram ao país especialmente para prestigiar a posse.

Barbosa é o primeiro negro a comandar a Suprema Corte e é bastante ligado a questões raciais e faz referências ao assunto em discursos, votos e conversas. Veio de uma família simples de Paracatu, em Minas Gerais, e ocupou vários postos até ser convidado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o STF em 2003, época em que atuava como procurador no Rio de Janeiro.

Ele presidirá também o Conselho Nacional de Justiça, sua passagem pelo comando do Supremo deve ser sem surpresas, pois gosta de agir by the books – em tradução livre, segundo as regras. A mescla de palavras estrangeiras com discursos em português é uma das marcas do ministro, que fala francês, inglês, alemão e espanhol.

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