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Acolhendo recurso do Ministério Público Federal (MPF), a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) decidiu, por unanimidade, que a ação penal movida no âmbito da Operação Apneia, deflagrada em maio de 2020, retorne à esfera federal. O recurso do MPF foi interposto contra decisão da primeira instância da Justiça Federal em Pernambuco, que se declarou incompetente para julgar os crimes de dispensa indevida de licitação e peculato, declinando o caso para a Justiça Estadual, bem como declarou incompetência territorial para apreciar crimes contra a ordem tributária, alegando que competiria à Seção Judiciária de São Paulo.
A operação investiga possível direcionamento e desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A denúncia, ajuizada pelo MPF contra seis pessoas, trata de contratação, por parte do município do Recife, da microempresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária) para o fornecimento de ventiladores pulmonares (respiradores) para o enfrentamento da pandemia de covid-19. A decisão da 2ª Turma do TRF5 seguiu os termos do voto do relator do processo, desembargador federal Paulo Machado Cordeiro.
São alvos da denúncia do MPF, assinada pelos procuradores da República Cláudio Dias e Silvia Regina Pontes Lopes, o ex-secretário de Saúde do Recife Jailson de Barros Correia, o ex-diretor executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do município Felipe Soares Bittencourt e a ex-gerente de Conservação de Rede da Secretaria de Saúde do Recife Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, bem como os empresários Juarez Freire da Silva, Juvanete Barreto Freire e Adriano César de Lima Cabral.
No recurso, os procuradores da República Cláudio Dias e Silvia Regina Pontes Lopes defenderam que a falta de transparência na aplicação de recursos durante a pandemia inviabiliza a rastreabilidade ampla e prévia dessas verbas por órgãos federais, inclusive os de persecução criminal (MPF e Polícia Federal), ensejando violação ao interesse federal, e a competência da Justiça Federal, como prevê a Constituição da República.
“Com efeito, não há de se restringir a discussão da competência federal, limitando-a a uma questão eminentemente ‘patrimonial’, sob pena de se aglutinar o sentido jurídico-normativo da expressão ‘em detrimento de interesse federal’, constante do art. 109, IV, da Constituição, convertendo-o em mera repetição da expressão ‘em detrimento de bens da União’, o que, em escorreita hermenêutica constitucional, não se afigura assertivo”, declararam os procuradores da República.
Além disso, destacaram que o contexto dos fatos das investigações revelam o interesse da União, em razão do cofinanciamento bilionário mediante repasse de grandes recursos aos entes subnacionais para o enfrentamento da pandemia, bem como a interoperabilidade das contas que financiam os gastos, notadamente os de média e alta complexidade no enfrentamento da covid-19. Defenderam, também, que a mudança do financiamento de gasto do Fundo Municipal de Saúde para empréstimo da Caixa Econômica Federal contraria o gerenciamento de bens e interesse de empresa pública federal, ensejando por este argumento, da mesma forma, a competência da Justiça Federal para processamento do feito.
Somente no município do Recife, a União cofinanciou as ações de saúde, auxílio e combate à covid-19 em valores que superam R$ 1 bilhão. O MPF também destacou manobras contábeis dos gestores denunciados, que teriam ocultado e alterado as fontes de custeio das aquisições dos respiradores, de forma a dificultar a atuação dos órgãos federais de controle.
O MPF reforçou que houve uso de verbas do SUS, o que atrai a atribuição fiscalizatória da União, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Destacou ainda que a aplicação desses recursos, incluindo os estaduais e municipais, está sujeita à fiscalização do Sistema Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). O MPF também argumentou que a Lei Federal 8.080/90 estabelece que compete à direção nacional do SUS definir e coordenar, dentre outros, os sistemas de redes integradas de assistência de alta complexidade – caso das aquisições alvos da denúncia.
Conforme argumentaram os procuradores da República, os recursos transferidos para a Juvanete Barreto Freire ME foram oriundos do Fundo Municipal de Saúde, vinculados ao SUS. Além disso, segundo as apurações, do total pago por esse fundo em 2020 para o enfrentamento da pandemia, a maior parte dos gastos foi de recursos federais. De acordo com nota técnica do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO/PE), o total repassado do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Municipal de Saúde do Recife, em 2020, foi de mais de R$ 580 milhões, dos quais aproximadamente R$ 125 milhões foram destinados ao combate à pandemia.
A Juvanete Barreto Freire ME (Brasmed Veterinária), especializada em produtos veterinários e aberta poucos meses antes dos processos licitatórios, foi contratada por meio de duas dispensas de licitação para o fornecimento de 500 respiradores, realizadas em caráter emergencial e fundamentadas na Lei Federal nº 13.979/2020, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia. O valor total dos contratos foi de R$ 11,5 milhões, embora o faturamento anual da microempresa perante a Receita Federal fosse de R$ 50 mil. A empresa também não demonstrou capacidade técnica e operacional para o fornecimento dos ventiladores.

*Da assessoria de imprensa

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O médico e ex-secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, foi denunciado mais uma vez pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de desviar R$ 642,5 mil em recursos federais na compra de 250 camas hospitalares destinadas a hospitais de emergência contra Covid-19. Outros quatro suspeitos, entre empresários e gestores públicos, são investigados desde julho do ano passado.

A denúncia do procurador da República João Paulo Holanda Albuquerque inclui o ex-diretor executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do município, Felipe Soares Bittencourt, e a ex-gerente de Conservação de Rede da Secretaria de Saúde, Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo.

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Os suspeitos do setor privado são os empresários Jones Marco de Arruda Moura e Renata Deud Salomão Rameh Sarmento, administradores da Delta Med Distribuidora de Medicamentos. Todos serão acusados de falsidade ideológica, uso de documento falso, fraude em licitação e desvio de recursos.

"As apurações indicaram que a Delta Med foi contratada por meio de processo fraudulento de dispensa de licitação, com utilização de documentos públicos e particulares falsos e que contou com a anuência e homologação do então secretário de Saúde do Recife, para a aquisição de 250 camas hospitalares, que foram entregues em modelos com características, qualidade e funções inferiores em relação ao que havia sido previsto no contrato, bem como sem os colchões adquiridos", aponta o requerimento.

Segundo o MPF, o relatório que resultou na escolha da Delta Med foi elaborado e assinado por Felipe Bittencourt e Maria Simões só 30 dias após a contratação, quando uma parte significativa do contrato já havia sido executado.

As camas não correspondiam às especificações técnicas exigidas e, mesmo assim, Jailson Correia e Felipe Bittencourt autorizaram o pagamento integral.

As investigações apontam que o empresário Jones Moura, que atuava junto com Renata Sarmento, foi o principal responsável pelas decisões da Delta Med, durante a fraude na dispensa de licitação e na execução do contrato. Ele teria utilizado documentos falsos e forneceu camas com características inferiores ao que havia sido negociado.

A Delta Med não apresentou as certidões de regularidade previdenciária e trabalhista, nem documentos comprobatórios de capacidade técnica, destaca o órgão. A empresa também não apresentou licença de funcionamento sanitário, nem autorização expedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como previsto no próprio termo de dispensa.

Operação Apneia

O trio Jailson de Barros Correia, Felipe Soares Bittencourt e Mariah Simões também são alvos de denúncia oferecida pelo MPF em maio, no âmbito da Operação Apneia, deflagrada no ano passado para investigar desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). A denúncia recai sobre a contratação da microempresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária) para o fornecimento de ventiladores pulmonares (respiradores) para o enfrentamento da pandemia.

O valor total desses contratos foi de R$ 11,5 milhões, embora o faturamento anual da microempresa perante a Receita Federal fosse de R$ 50 mil. A empresa também não demonstrou capacidade técnica e operacional para o fornecimento dos ventiladores.

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu à Justiça Federal uma denúncia contra o ex-secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, e mais cinco pessoas a partir da Operação Apneia, deflagrada em maio do ano passado para investigar possível direcionamento e desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em contratação de respiradores para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. A denúncia é a primeira oferecida em decorrência da operação.

Jailson Correia é acusado da prática dos crimes de dispensa indevida de licitação, peculato e crime contra a ordem tributária.

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Além do ex-chefe da pasta, também são sondados pela operação o ex-diretor Executivo de Administração e Finanças da Secretaria de Saúde do Recife, Felipe Soares Bittencourt e a ex-gerente de Conservação de Rede da Secretaria de Saúde do Recife, Mariah Simões da Mota Loureiro Amorim Bravo, bem como os empresários Juarez Freire da Silva, Juvanete Barreto Freire e Adriano César de Lima Cabral.

No documento, assinado pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, o crime de dispensa indevida de licitação foi atribuído a todos os envolvidos. O de peculato, ao ex-secretário, ao ex-diretor, à ex-gerente e aos empresários. Já a acusação de crime contra a ordem tributária, somente aos empresários. O MPF solicitou à Justiça que seja decretada perda de eventual cargo público exercido pelos denunciados, bem como o pagamento de indenização para reparação dos danos morais e/ou patrimoniais causados.

A microempresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária), especializada em produtos veterinários e aberta poucos meses antes dos processos licitatórios, foi contratada pela Prefeitura por meio de duas dispensas de licitação para o fornecimento de 500 ventiladores pulmonares. A compra teve caráter emergencial e as dispensas foram fundamentadas na Lei Federal nº 13.979/2020, que permite processos menos burocráticos visando a solução de problemas causados pela pandemia à Saúde.

O valor total dos contratos foi de R$ 11,5 milhões, embora o faturamento anual da microempresa perante a Receita Federal fosse de R$ 50 mil. A empresa também não demonstrou capacidade técnica e operacional para o fornecimento dos ventiladores.

Entenda as acusações

Segundo as investigações, Jailson Correia, Felipe Soares e Mariah Simões dispensaram os processos licitatórios indevidamente, possibilitando o desvio de verbas do SUS mediante a aquisição de ventiladores pulmonares sem a devida certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), embora tivessem ciência da irregularidade dos equipamentos.

Em resposta a ofício enviado pelo MPF, a Anvisa reforçou, no ano passado, que a Brasmed não possuía Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) ou pedido de AFE referente à realização de atividades com produtos para saúde. Além disso, informou que, quanto ao ventilador pulmonar “BR 2000”, fornecido pela Juvanete e fabricado pela Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos, não existia autorização para sua fabricação e comercialização no país, tampouco para utilização em humanos.

O MPF destaca que a escolha da Juvanete teria ocorrido de forma ilícita, antes mesmo da deflagração dos processos de dispensa, especialmente levando em conta a elaboração dos “Relatórios Descritivos das Razões de Escolha do Fornecedor”, documentos que foram datados 23 dias após a efetiva escolha da empresa, que inclusive já tinha recebido o pagamento referente a um dos contratos.

Com relação a Adriano César de Lima Cabral, representante local da Juvanete Barreto Freire, o MPF argumenta que o denunciado viabilizou os processos de dispensas indevidas de licitação não só representando a microempresa em todas as fases, mas também assinando os contratos administrativos decorrentes, mesmo tendo plena ciência de que os equipamentos fornecidos não possuíam certificação da Anvisa, bem como que a Juvanete Barreto Freire estava, na verdade, substituindo ilegalmente a verdadeira fornecedora dos produtos, a Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos.

Na denúncia, a procuradora argumenta que “embora a Lei nº 13.979/2020 tenha simplificado os critérios para contratações de bens e serviços para enfrentamento da pandemia de Covid-19, em tal lei não se observa qualquer autorização para que o gestor público contrate empresa que não se adeque às especificações técnicas constantes do próprio introdutório do processo de dispensa”.

O MPF destaca também que, um dia após a deflagração ostensiva da Operação Apneia, a Prefeitura do Recife rescindiu, de forma repentina, os contratos administrativos com a Juvanete, sem aplicação de multa ou qualquer tipo de sanção à empresa contratada.

Desvios de recursos do SUS

Embora tenha sido viabilizado o pagamento de 50 unidades do ventilador pulmonar, inclusive com recebimento atestado por Mariah Simões, a investigação constatou que só foram adquiridos e posteriormente devolvidos à Juvanete a quantia referente a 35 equipamentos.

De acordo com o MPF, a prática demonstrou o pagamento extra de 15 respiradores, caracterizando o desvio de recursos do SUS no valor de R$ 322,5 mil, em benefício de Juarez Freire da Silva, administrador do grupo empresarial Brasmed, e de Juvanete Barreto Freire, sócia titular da empresa contratada. Segundo a denúncia, ambos emitiram nota fiscal falsa, contendo número de equipamentos superior ao efetivamente entregue.

Crimes contra a ordem tributária

Conforme a denúncia do MPF, as apurações indicaram que Juarez Freire e Juvanete Barreto constituíram e colocaram em pleno funcionamento a empresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária) visando a evitar o pagamento de tributos mediante fraude, uma vez que as verdadeiras fornecedoras dos produtos vendidos pela Brasmed estavam impossibilitadas de contratar com o poder público, seja devido a débitos fiscais ou por razão de bloqueios judiciais. De acordo com análise da Controladoria-Geral da União (CGU), a soma dos débitos do grupo empresarial chega a quase R$ 10 milhões.

Ainda segundo a denúncia, além de possibilitar fraudes no que diz respeito à responsabilização das demais empresas, em especial a Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos, bem como permitir a sua contratação ilegal, por parte do poder público, a Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária) foi constituída visando, ainda, a obter maiores benefícios fiscais em relação às demais empresas do grupo. Conforme reforça o MPF, a Juvanete foi instituída inicialmente sob o regime de microempresa, com taxação simplificada e possibilidade de adesão ao Simples Nacional.

Na tarde desta terça-feira (8), o secretário estadual de Saúde André Longo afirmou, durante entrevista coletiva do Governo de Pernambuco, ao ser questionado a respeito da lotação nas praias do Recife no feriado prolongado de 7 de setembro, que não se pode responsabilizar somente as prefeituras pelo problema, pois “ninguém é onipresente”. No feriado, além das aglomerações, muitas pessoas foram flagradas sem usar máscaras, medida obrigatória nas faixas litorâneas para prevenir o contágio pela Covid-19. 

“Não é correto, nesse processo, botar a responsabilidade toda nas prefeituras. A gente precisa reconhecer que o comportamento da população é decisivo para isso. Temos dito, ninguém é onipresente nem vai ter um fiscal para cada banhista, ou para qualquer pessoa que vai para a praia”, afirmou o secretário. 

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Longo também fez um apelo à população de Pernambuco, para que tenha consciência da necessidade do respeito às normas de segurança e higiene, sob pena de que avanços conquistados até o momento com os números da doença sejam perdidos. “São atitudes egoístas, equivocadas, que nos causam grande preocupação, até indignação, porque colocam em risco tudo que conquistamos até agora e os avanços que estamos tendo no nosso plano de convivência. Não é uma questão de vontade mas de necessidade ter um compromisso com a saúde e com a vida”, disse ele. 

Também presente na coletiva, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, informou que durante o feriadão havia, por dia, 120 fiscais da prefeitura trabalhando nas faixas litorâneas. Nem assim foi possível evitar as cenas de desrespeito às normas de segurança contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). 

“Recife colocou durante o feriado cerca de 120 profissionais das mais diversas áreas (...) para fazer uma ação de fiscalização e de convencimento, pedagógica, educativa, com distribuição de 7 mil máscaras ao longo do litoral da cidade do Recife. Infelizmente vimos uma parte da população aderindo a essa recomendação, mas uma parte expressiva da população não aderindo a essas medidas mesmo recebendo do poder público a palavra de esclarecimento e a própria máscara em alguns casos”, disse Correia, destacando também a necessidade de manter o distanciamento social, que segundo ele, costuma parecer desnecessário quando surte efeitos, mas segue sendo a medida mais eficaz de proteção. 

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Líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e pré-candidato a prefeito do Recife, o deputado estadual Marco Aurélio (PRTB) defendeu que o secretário de Saúde, Jailson Correia, e os envolvidos na operação da Polícia Federal que investiga irregularidades na compra de respiradores por parte da gestão municipal sejam afastados imediatamente dos cargos que ocupam. 

"Diante de todas as acusações de irregularidades na Secretaria de Saúde do Recife, o prefeito Geraldo Julio já deveria ter afastado o secretário de saúde do município. Foi necessário um pedido da justiça para acontecer o afastamento do diretor financeiro, Felipe Bittencourt", afirmou o parlamentar. 

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"Deveriam ter sido afastados há tempo pelo prefeito", emendou Marco Aurélio, que disse ainda que foi o primeiro a denunciar irregularidades na compra de ventiladores pulmonares.

A terceira fase da operação Apneia aconteceu nessa quinta-feira (23). De acordo com a investigação, há indícios de que os servidores públicos da Secretaria de Saúde (Sesau) sabiam que a empresa fornecedora dos respiradores era recém-fundada e não possuía autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricação os equipamentos que, inclusive, não haviam sido testados em humanos. 

Na fase deflagrada ontem, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, entre eles, na casa de empresários, na sede da Sesau e na Prefeitura do Recife. Ainda como parte da ação, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão temporária de Jailson Correia, mas a Justiça Federal negou a solicitação. A prefeitura nega qualquer irregularidade.

O estado de Pernambuco já registra, até o momento, 80 casos de contágio e uma morte por Covid-19 no sistema prisional. A informação foi divulgada pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (8). O perfil dos doentes privados de liberdade é majoritariamente masculino (apenas duas mulheres foram acometidas) e com idades de 19 a 80 anos.

De acordo com Longo, 66 pacientes foram considerados casos leves e estão sendo mantidos em isolamento nas próprias unidades prisionais, 11 se recuperaram da doença e outros dois estão internados em unidades de terapia intensiva.

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“Além disso, 48 pessoas privadas de liberdade com sintomas gripais estão sendo monitoradas, sendo duas delas na rede de atenção à saúde, pois atendem ao perfil de síndrome respiratória aguda grave, já tendo realizado a coleta para diagnóstico laboratorial que está por confirmar”, afirmou o secretário.

Respiradores, leitos e mortes

Durante a coletiva desta sexta-feira (8), também foi anunciado que o Estado registrou mais 763 casos e 82 óbitos por Covid-19. O secretário de Saúde André Longo detalhou os números, destacando a morte de uma criança de 11 anos, a sexta em Pernambuco, e que também sofria de hidrocefalia, além do fato de que em 45 dias 927 pessoas no estado morreram.

“Esse número de mortes não dá a dimensão do sofrimento e da dor. É mais que todas as mortes em 2018 por arma branca e que alguns tipos de câncer, como câncer de mama, próstata e colo do útero. Essas mortes superam o número de vítimas fatais que tem média de 800 óbitos por ano”, disse Longo.

Outro ponto delicado enfrentado por Pernambuco no momento é a escassez de leitos de UTI. De acordo com o secretário, há atualmente, uma fila de duas mil pessoas aguardando por vagas em unidades de terapia intensiva em Pernambuco. Esse problema seria aliviado com mais respiradores, uma vez que segundo o Longo, os hospitais ainda têm capacidade para ampliação. No entanto, conseguir respiradores, de acordo com o secretário, é uma dificuldade.

“Ontem fizemos o pedido de mais 100 respiradores ao Ministério da Saúde, a gente poderia havendo a disponibilidade de respiradores já a partir da próxima semana. A gente tá nesse movimento precisando marcadamente de respiradores. Compramos respiradores, mas eles ainda não chegaram, algumas dessas compras foram canceladas”, afirmou André Longo.

A dificuldade de obtenção dos equipamentos também foi ressaltada pelo secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. Ao lado de André Longo na coletiva, ele declarou que a produção nacional de respiradores é quase totalmente destinada ao Ministério da Saúde.

“Em relação ao esforço de aquisição dos respiradores no caso da Prefeitura do Recife o esforço pelos leitos de UTI assim como é o esforço do estado assim como as empresas que produzem respiradores têm tido sua produção destinada ao Ministério da Saúde, então precisamos que o ministério distribua adequadamente”, disse o secretário.

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A Prefeitura do Recife vai realizar nos próximos dias mais um corte nas secretarias do município, para investir no combate ao coronavírus. A informação foi dada pelo secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, nesta quinta-feira (16). A verba direcionada será de 50 milhões de reais.

"Geraldo Julio prometeu mais 50 milhões de reais de cortes e despesas em todas as outras secretarias, exatamente para, agora, somar 230 milhões de reais voltados para o enfrentamento da Covid-19", disse o secretário. Anteriormente, Geraldo Julio já havia anunciado um corte na casa dos 180 milhões de reais investido no combate do coronavírus.

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O vereador Raul Jungmann (PPS), líder da bancada da oposição, convocou, para o próximo dia 26, uma reunião pública sobre as Unidades de Saúde da Família (USF's) do Recife que, segundo ele, estão com o serviço suspenso durante as sextas-feiras. Na última sexta-feira (9), Jungmann fiscalizou as unidades e constatou que mais de 40 delas estavam fechadas. Na audiência o vereador pretende questionar o secretário de Saúde da Prefeitura, Jailson Correia, com relação a falta de atendimento nas USF's.

“Esta é uma questão de enorme gravidade. Recebemos informações de que as USFs não funcionam às sextas-feiras. Ouvi inúmeras e repetidas vezes, mas, por não acreditar, confesso que não dei maior importância. Até que um dia ficou claro e evidente que parte das Unidades de Saúde da Família, portas de entrada do sistema unificado de saúde, não cumpria as 40 horas previstas em lei”, relatou Jungmann, na Tribuna da Câmara, nessa terça (13).  “Contratamos, então, motoqueiros e fotógrafos. Fizemos levantamento das unidades e os números são de estarrecer. Na tarde da sexta-feira da semana passada, 45 unidades estavam fehecadas. Sério?! É admissível uma coisa dessas?!”, provocou.

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Além do secretário municipal de Saúde, também foram convidados para a reunião o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Recife, o vereador Rogério de Lucca, representantes do Conselho Municipal de Saúde e a promotora de Saúde do Ministério Público de Pernambuco, Helena Capela. No encontro, que terá início às 14h30, também será discutido o Relatório Anual de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde.

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