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O governo federal pretende publicar nesta semana a Medida Provisória que cria o Renovar, programa de renovação da frota de veículos antigos. Em discussão com montadoras e outros segmentos do setor há mais de 20 anos, o plano tem início com caminhões, ônibus e implementos rodoviários.

Segundo informa o Ministério da Economia, a iniciativa, que será de caráter voluntário, é voltada à reciclagem veicular, ao incremento da produtividade e à eficiência logística. O proprietário que entregar o veículo em pontos de desmanche credenciados por órgãos de trânsito receberá o valor vigente no mercado.

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"Todas as transações serão realizadas na Plataforma Renovar, um ambiente virtual no qual poderá ser efetuado o registro das operações relativas ao desmonte ou destruição, como sucata dos bens elegíveis e a utilização dos benefícios concedidos no âmbito do programa", informa o órgão.

Já houve várias promessas do governo de iniciar o programa, que sempre foi protelado. Montadoras acreditam que a MP será assinada só em abril, pois faltam detalhes a serem definidos.

Grupos envolvidos no projeto afirmam que há no País cerca de 460 mil caminhões com mais de 20 anos. A última pesquisa sobre a idade média da frota brasileira, feita anualmente pelo Sindipeças (sindicato das empresas de autopeças), indica que, em 2020, do total de 2,05 milhões de caminhões em circulação no Brasil, 17% tinham até cinco anos, 56%, entre seis e 15 anos, e 27%, acima de 16 anos.

"Frota muito velha representa custo grande em emissão de poluentes, problemas de veículos parados nas estradas, prejudicando a mobilidade e muitas vezes causando acidentes por falta de manutenção", diz George Carloto, gerente de Vendas da Iveco.

PROJETO PILOTO

A fabricante de caminhões e ônibus sediada em Sete Lagoas (MG) venceu licitação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para criar um projeto piloto e testar a implementação do programa de renovação de veículos pesados. Em parceria com uma de suas concessionárias, a Deva, também de Minas Gerais - que já atua com reciclagem de veículos -, a Iveco começou a adquirir no mercado 50 caminhões com mais de 30 anos para iniciar a operação.

Quem entregar o caminhão para a reciclagem receberá um crédito entre R$ 20 mil, se for um modelo de menor porte (leve), e R$ 30 mil, se for semipesado ou pesado. Segundo Carloto, o proprietário poderá usar o dinheiro como parte do pagamento de um veículo mais novo ou para outras finalidades.

Parte do valor virá de subsídios da ABDI e parte, da Iveco e da Deva, que, após triturar o veículo antigo e separar componentes como aço, borracha, vidro e resíduos de lubrificante, poderá vendê-los para empresas que precisam dessas matérias-primas. "Não vai existir reaproveitamento nenhum de peças", diz Carloto.

O objetivo, informa a ABDI, é testar o modelo negocial e operacional de reciclagem veicular seguindo os preceitos da economia circular. Os resultados desse projeto poderão ser usados pelo governo como insumo para elaboração da política pública de renovação de frota.

Também está em curso o desenho de outro projeto piloto para testar os mesmos conceitos em ônibus, informa o Ministério da Economia. O ministério ressalta que já existe infraestrutura para desmanche e reciclagem de veículos, serviço que será realizado por empresas privadas que atendam requisitos definidos na lei que regula a desmontagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda que sejam produzidos na mesma fábrica, um modelo de carro vendido no Brasil e outro na Argentina são muito diferentes por dentro. Em alguns casos, a montadora precisa fazer mais de 200 alterações entre os dois veículos. Isso é explicado pela legislação que exige características distintas em cada país. Diante da situação, Brasil e Argentina concordaram em criar uma legislação única para a indústria automotiva. A medida poderia reduzir o preço dos carros em até 5%.

A iniciativa de elaborar uma regra única foi apresentada aos presidentes Michel Temer e Maurício Macri que se encontraram no domingo (10) durante a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC). Nesta segunda-feira (11), o ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Marcos Pereira, confirmou a iniciativa. Ele explicou que um grupo tem se encontrado a cada bimestre para tentar melhorar o marco regulatório de vários setores.

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O Estadão/Broadcast teve acesso ao documento produzido pela Comissão de Produção de Comércio Brasil-Argentina que sugere convergir o marco regulatório dos setores automotivo, de carne, equipamentos médicos, medicamentos, brinquedos, alimentos e bebidas, entre outros. A regra única para os veículos é o grande chamariz da medida que atende a um antigo pedido das montadoras.

Alterações

Durante o trabalho feito nos últimos meses, técnicos brasileiros e argentinos encontraram o caso de um veículo produzido no Brasil que precisa ter mais de 200 alterações para ser comercializado na Argentina. Por fora, os carros de um cliente argentino e outro de um brasileiro são exatamente idênticos, mas a legislação exige que sejam bem diferentes por dentro. Diante dessa situação, montadoras reclamam que precisam saber desde o primeiro momento se aquele carro a ser fabricado será vendido no Brasil ou exportado ao vizinho porque os processos de fabricação acabam sendo bem distintos.

Há vários itens em que a legislação diferente. Um dos citados pelos técnicos é a regra para controle de emissão de poluentes. A diferença faz com que os motores tenham de ser pensados e ajustados de maneira distinta - ainda que carreguem o mesmo nome e sejam instalados em um mesmo modelo de veículo. Para as montadoras, essas alterações geram custos que, em tese, não existiriam se a legislação fosse única.

Uma das montadoras citou aos técnicos que há casos em que modelos poderiam ficar até 5% mais baratos ao consumidor se pudessem ser produzidos veículos idênticos por dentro e por fora para os dois maiores mercados da América do Sul. Marcos Pereira confirmou a perspectiva de o que preço poderá, no fim do processo, cair, mas o ministro da Indústria não se comprometeu com um número. "Quero crer que as montadoras repassarão esse ganho ao consumidor", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil é o 7º maior produtor mundial de automóveis, mas é o 21º em exportações. Apenas cerca de 15% dos veículos fabricados no País são exportados. Para completar, nos últimos anos, uma parcela desproporcional vai para a Argentina. As tarifas de importação de automóveis incentivam as montadoras estrangeiras a estabelecer linhas de montagem no Brasil para criar empregos locais.

No entanto, na avaliação do Instituto Global McKinsey, essa abordagem não ajuda o Brasil a se integrar em cadeias globais de valor, o que leva a indústria automotiva brasileira a perder produtividade em relação a seus pares. No médio e longo prazos, a perda de produtividade pode ameaçar até os empregos que se tenta preservar.

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O México, que optou por desenvolver uma indústria de classe mundial, extremamente conectada às redes globais, segue caminho inverso. Tem ganhos de produtividade. Suas plantas produzem praticamente o dobro das brasileiras.

Na avaliação de Letícia Costa, diretora do Insper e especialista em mercado automotivo, é complexa e polêmica a discussão sobre a exposição do setor à economia internacional. Ela lembra que a produção de veículos representa cerca de 20% do setor industrial do País. Qualquer mexida pode ter impacto na geração de riqueza e de emprego - para o bem ou para o mal.

"Pessoalmente, sou a favor do livre-comércio, mas na forma como as indústrias estão organizadas qualquer abertura depende de discussões políticas e vai demandar uma janela de tempo", diz Letícia. "Não pode ser feita abruptamente, sob pena de repetir os efeitos negativos que vimos nos anos 90."

Para recordar

No início da década de 90, o setor permanecia fechado e o consenso geral era que estava estagnado. Para dinamizá-lo, indústrias, trabalhadores e governo firmaram um acordo automotivo, com metas de modernização, expansão e exportação. Com ele, foi possível elevar as unidades brasileiras a um novo patamar de produção, investimento e gestão. Entre 1991 e 1993, os investimentos somaram quase US$ 1 bilhão - valor similar ao de toda a década de 80. Na sequência, os investimentos na ampliação das unidades, de quase US$ 20 bilhões até o fim da década, desconcentraram e diversificaram o setor.

Mas há o outro lado da moeda. O número de empregos ficou abaixo do esperado, porque parte das novas linhas adotou robôs. As empresas de autopeças, por sua vez, sofreram um baque. O setor era formado por um número grande de empresas brasileiras que não tiveram tempo, dinheiro e agilidade para fazer frente à concorrência das estrangeiras.

Um fator decisivo foi o câmbio. Expostos à sobrevalorização do real, perderam margem de lucro, enquanto as estrangeiras foram favorecidas a elevar as importações. Várias empresas quebraram ou foram compradas por gigantes globais.

"Proteger a indústria automotiva não é uma exclusividade do Brasil - historicamente ela é protegida no mundo", diz Letícia. Um dos argumentos que sustentam a necessidade dessa proteção é que o setor tem alta capacidade de inovação, um trunfo em um mundo cada vez mais movido a novas tecnologias. No entanto, segundo Letícia, o Brasil não tem sido eficiente em aproveitar o caráter inovador do setor. "O Brasil não consegue fazer acontecer justamente no que se refere à inovação porque as políticas criadas para o setor exigem pouco das montadoras nesse item." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Outro empreendimento da Fiat Chrysler será implantado em Pernambuco. Além da fábrica da montadora, no município de Goiana, o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva da empresa vai ser criado no Recife. A carta de intenções para viabilizar as obras foi assinada, nesta quinta-feira (3), pela Fiat, Governo de Pernambuco e Prefeitura da capital pernambucana.

O centro deve ser instalado na antiga Fábrica Tacaruna, no Recife, e pretende reunir pesquisadores, engenheiros, técnicos e outros profissionais para se voltar, inicialmente, às atividades de experimentação dos projetos desenvolvidos para o Polo Automotivo de Goiana e de validação, tanto virtual quanto física.  Ao todo, o centro pode empregar mais 500 profissionais nos próximos anos, além das duas mil vagas prometidas para a fábrica. 

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“Este centro estará integrado aos demais centros de pesquisa e desenvolvimento do grupo Fiat Chrysler no mundo, contribuindo para inserir Recife e Pernambuco no mapa global da engenharia automotiva”, afirmou o vice-presidente mundial de Manufatura/Projeto Pernambuco da corporação, Stefan Ketter.

A iniciativa tem como parceiros estratégicos, além do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife, o Parque Tecnológico Porto Digital, o C.E.S.A.R (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), a Universidade Federal de Pernambuco e o Senai. O cientista-chefe do C.E.S.A.R, Silvio Meira, mostrou apoio à implantação deste centro, cuja estrutura consistirá de escritórios de projetos e galpões para bancos de provas e laboratórios destinados ao desenvolvimento de motores e veículos.

A DSM fechou uma parceria com a brasileira Petropol Polímeros, de Mauá (SP), para produzir plástico de engenharia no Brasil, um dos componentes da indústria automotiva. Atualmente a empresa importa o produto para atender o mercado nacional.

Segundo o presidente da DSM para a América Latina, Antonio Ruy Freire, a estratégia global de expansão da empresa prevê parcerias ou aquisições em mercados emergentes, como o Brasil. Mas os novos investimentos anunciados recentemente pelas montadoras no País e a entrada em vigor do novo regime automotivo, o Inovar-Auto, que dá incentivos para carros com maior componente de nacionalização, motivaram a empresa a acelerar os planos de produção local.

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Só nos últimos dois meses, Audi, Volkswagen e Mercedes-Benz anunciaram construção ou ampliação de fábricas no Brasil. A intenção da DSM é participar do processo de concepção dos carros em conjunto com as montadoras, criando produtos específicos para elas.

“A produção local aumentará nosso portfólio. Hoje vendemos plásticos para maçanetas, por exemplo. Vamos fazer produtos de mais alta tecnologia, como materiais que vão na tampa do motor”, disse o vice-presidente da divisão de plásticos de engenharia da DSM, Andrea Serturini. A estimativa da empresa é que o mercado de plásticos de engenharia movimente entre US$ 350 milhões e US$ 450 milhões no Brasil e cresça a um ritmo de 10% a 15% ao ano.

Foco - A DSM desenvolve produtos para as áreas de saúde, nutrição e componentes para a indústria. Em todo mundo, a companhia faturou 9,1 bilhões no ano passado. Na América Latina, o faturamento da empresa é da ordem de US$ 1,1 bilhão - e cerca de metade dos negócios está no Brasil. Com a aquisição de duas empresas, em 2012, a DSM elevou de 240 para 1.300 seu quadro de trabalhadores no País.

A DSM assumiu as operações da brasileira Tortuga, de nutrição animal, e a subsidiária no País da americana Fortitech, de pré-misturas para indústria de alimentos, bebidas e farmacêutica. A companhia também ensaia sua entrada no ramo de biocombustíveis no Brasil. A empresa foi anunciada no ano passado como possível fornecedora de leveduras industriais para a GranBio, empresa criada pelo empresário Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem, para produzir etanol celulósico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo quinto ano seguido, os preços dos automóveis novos terão deflação. A queda média prevista é de 5,8%, quase o mesmo índice projetado para a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 5,5%. A trajetória declinante, contudo, deve ser interrompida no próximo ano.

Com o fim do corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a partir de 1.º de janeiro, e a pressão de custos, as montadoras voltarão a reajustar preços. Por outro lado, a grande concorrência estabelecida no País com a chegada de novas marcas deve impedir o repasse integral do IPCA. No máximo, os preços dos carros novos vão subir o equivalente à metade do índice inflacionário, previsto em 5,2%.

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"O reajuste de 2013 não vai compensar a queda de preços observada neste ano", prevê o economista da LCA Consultores, Fábio Romão. Pelos cálculos da consultoria, o repasse das montadoras deve ficar próximo a 2,1%. Neste ano, a deflação prevista de 5,8% é a maior já registrada para o item.

Nos últimos dez anos, apenas em 2004 os preços dos carros novos subiram mais do que a inflação. Desde 2008, a trajetória é negativa. No acumulado do período, a inflação subiu 76%, enquanto os preços dos carros novos tiveram alta de 3,8%.

Se for considerado apenas o período de 2008 a 2012, enquanto a inflação vai bater nos 31,4% - levando-se em conta a projeção de 5,5% para este ano -, os preços dos carros cairão 14,7%.

O período contínuo de redução de preços coincide com a chegada de novas montadoras, como as chinesas Chery e JAC, que estão construindo fábricas, e a coreana Hyundai, que iniciou produção em Piracicaba (SP) em setembro. Também oito novas marcas de importados desembarcaram no País nesse período, a maioria chinesas.

Foi ainda nesse período que empresas já instaladas no País anunciaram planos de ampliação de parques fabris. A japonesa Toyota inaugurou nova fábrica em Sorocaba (SP) em agosto e a Fiat e a Nissan estão construindo filiais em Goiana (PE) e Resende (RJ). As vendas de carros novos saltaram de 2,82 milhões de unidades em 2008 para as cerca de 3,8 milhões previstas para este ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A Mercedes-Benz concedeu nesta segunda-feira folga coletiva a 9 mil trabalhadores das linhas de produção da unidade em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde são fabricados caminhões, chassis de ônibus, motores, câmbios e eixos. De acordo com a assessoria de imprensa da montadora, a paralisação foi feita para ajustar a produção ao alto nível de estoques em uma época de vendas fracas.

A Mercedes-Benz já acumula 28 dias de paradas na produção neste ano. A última paralisação ocorreu na segunda-feira passada (3) e a folga utiliza o saldo do banco de horas dos funcionários.

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As vendas de caminhões despencaram em 2012 por causa de mudança de tecnologia obrigatória para caminhões em todo o País, que passam a utilizar motores menos poluentes, e pela desaceleração da economia brasileira.

O decreto que institui o regime automotivo para o período de 2013 a 2017 deve instituir o atual patamar de exigência de conteúdo nacional nos veículos, de 65%, e, gradativamente, elevar esse porcentual ao logo de cinco anos, afirmou Bruno Jorge Soares, líder de projetos do setor automotivo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que participa das discussões das novas regras para o setor.

As montadoras que atingirem a meta poderão abater até 30 pontos porcentuais da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os automóveis, que no caso de um carro popular (1.0) chega hoje a 37%. Acima disso, o IPI pode ser reduzido se as montadoras atingirem metas de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e engenharia.

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"Em 2013, para não haver uma ruptura muito grande com o quadro atual, a exigência de conteúdo local começará no mesmo nível observado atualmente e vai apertando até 2017", disse Soares, após palestra no Simpósio SAE Brasil de Tendências e Inovação na Indústria Automobilística, realizado na capital paulista.

O porcentual de IPI pago pela montadora será definido por um fator multiplicador sobre a nota fiscal de manufatura das peças dos veículos - em 2013 esse multiplicador começará em 1,3. Ou seja, o valor total de peças e processos nacionais contidos no veículo será multiplicado por 1,3. O resultado dessa conta é o tamanho do abatimento de IPI no automóvel, até o limite de 30 pontos porcentuais. "A partir de 2014 o multiplicador será sempre menor que 1,3, o que significa aumento da exigência de conteúdo regional", explica Soares.

Acima desses 30 pontos porcentuais abatidos do cumprimento da meta de conteúdo regional, a redução de IPI se dará por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e engenharia. As montadoras poderão abater até 1 ponto porcentual de IPI para pesquisa e desenvolvimento e 1 ponto porcentual para engenharia. De acordo com o especialista da ABDI, esses incentivos podem chegar a US$ 2 bilhões no setor. Soares diz que não há uma definição da porcentagem mínima da receita operacional bruta (ROB) que as empresas terão de destinar para pesquisa e engenharia. "Foi dado o teto, de 1%, o resto ainda será definido."

O novo regime automotivo exigirá também das montadoras requisitos mínimos para se candidatarem aos benefícios fiscais do IPI: investimentos em pesquisa e desenvolvimento; investimentos em engenharia; quantidade mínima de atividades fabris previstas na produção do veículo; e etiquetagem veicular (certificação do produto). A empresa terá que se adequar a pelo menos três desses quatro itens. Além disso, terá de bater também uma meta de eficiência energética, ou seja, consumo de combustível do veículo por quilômetro rodado. Essa meta, contou Soares, é atualmente o principal ponto de divergência entre governo e montadoras. "O governo tem uma posição que se iguala a parâmetros internacionais e a indústria tem outro", afirma. "Estamos tentando chegar a um consenso."

A partir de estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) com base no Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) do Ministério do Trabalho, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região divulgou nota na segunda-feira em que afirma que a General Motors fechou 1.189 postos de trabalho nas unidades de São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS), entre julho de 2011 e junho de 2012.

Em São José dos Campos, houve a demissão de 1.044 funcionários. "Os números contradizem a própria General Motors que, por várias vezes, já afirmou que estaria mantendo o nível de emprego no País", afirma o sindicato no comunicado distribuído à imprensa. No estudo, segundo a entidade, ainda não estão computadas as demissões de julho, quando 356 trabalhadores aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária).

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A GM se comprometeu a não tomar qualquer decisão sobre demissões até 4 de agosto, mas o esvaziamento da fábrica de São José e a demissão de 1.500 funcionários são uma possibilidade real.

O Ministério da Fazenda convocou a direção da GM para um encontro na terça-feira em Brasília. A Anfavea também terá reunião nesta terça com a equipe da Fazenda, mas o porta voz da entidade relata que o encontro estava marcado há alguns dias e a agenda é o novo regime automotivo, que entrará em vigor em janeiro. O Ministério do Trabalho vai mediar um novo encontro entre sindicato e montadora, que deve ocorrer no próximo sábado.

Contratações em Gravataí

De acordo com o levantamento, nos meses de outubro e novembro do ano passado ocorreu o maior número de desligamentos. "A partir de agosto de 2011, o saldo mensal passa a apresentar fechamento de vagas, com intensificação a partir de outubro", afirma o estudo. Apenas em junho deste ano, segundo o Dieese, houve interrupção na sequência e saldo positivo (entre demissões e contratações), com a geração de 77 vagas. Em 2012, diz o estudo, foram fechados 240 postos.

Conforme o Dieese, na unidade de São Caetano, o déficit foi de 349 postos de trabalho entre julho de 2011 e junho de 2012. Em Gravataí, o saldo é positivo no mesmo período, com a criação de 204 postos.

As novas fábricas de automóveis que serão construídas até 2015 e a ampliação das já existentes vão adicionar ao mercado brasileiro uma capacidade produtiva similar a do Canadá, de 2 milhões de veículos ao ano. Apesar do significativo número de novas marcas que chegarão ao País, como as chinesas Chery e JAC, metade desse volume virá dos projetos de expansão das quatro maiores fabricantes atuais. Fiat, Ford, General Motors e Volkswagen prometem adicionar quase 1 milhão de automóveis com ampliação de suas linhas ou construção de novas fábricas.

Diante da ameaça asiática, as montadoras veteranas vão se esforçar para garantir suas posições no mercado brasileiro, um dos mais cobiçados no setor automobilístico mundial pelo fato de continuar crescendo em meio a uma crise global, ainda que mais lentamente. A indústria local tem capacidade para produzir 4,3 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus por ano, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com os projetos já anunciados, esse potencial vai a 6,3 milhões, dependendo da quantidade de turnos de trabalho em cada fábrica. Um crescimento de 46,5%.

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A estimativa das fabricantes e das empresas de consultoria é de um mercado doméstico de 4 milhões de veículos em 2014, chegando a 5 milhões em 2018 e 6 milhões em 2020, incluindo importados. Grande parte dos planos anunciados vislumbra o consumo interno e alguma exportação a países da América do Sul. Somente as associadas à Anfavea têm planos de investir US$ 21 bilhões nos próximos cinco anos (média de US$ 4,2 bilhões por ano), bem acima da média de 2007 a 2010 (US$ 2,9 bilhões) e da fase anterior, de 2004 a 2006, quando foram investidos apenas US$ 1,2 bilhão por ano. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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