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O gerente-executivo da Petrobras da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, Fernando Borges, afirmou que a previsão é que a plataforma que será instalada na área inicie operação no fim de 2020, "se não atrasar mais". Ele ressaltou, durante audiência pública promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que, considerando este cronograma, serão sete anos após a assinatura do contrato de Libra.

"Disseram que a Petrobras mudou de postura. É uma inverdade. Queremos conteúdo local. São US$ 5,5 bilhões de investimento, 60 mil empregos gerados. Mas é inexequível na forma que está no contrato. Não é financiável. Bancos só financiam se entenderem que o risco é adequado", afirmou.

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Motivo de embate entre a indústria fornecedora brasileira e petroleiras, o conteúdo local deve ser excluído do próximo leilão a ser realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) - a quarta rodada de áreas marginais, prevista para 2017, sem data definida. A agência aguarda posição do governo até 13 de dezembro sobre a exigência de aquisição de volume mínimo de produtos e serviços no Brasil. A única certeza é que o conteúdo local não será critério de definição de vencedores. A dúvida é se alguma política de incentivo à indústria nacional estará prevista no edital.

A decisão será do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que tem reunião marcada para 8 de dezembro. Presidido pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o colegiado vai avaliar uma serie de mudanças no setor de petróleo que devem tornar as regras de atuação no País mais flexíveis e facilitar a atração de investidores. Uma nova política de conteúdo local, mais favorável às petroleiras, que reivindicam liberdade para importação de bens, está na pauta.

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Em audiência pública para detalhar a quarta rodada, de menor porte, voltada para pequenas e médias petroleiras, o superintendente de Promoção de Licitações da ANP, Marcelo Castilho, disse que espera para até o dia 13 a publicação de resolução do CNPE definindo as diretrizes de conteúdo local. O edital e o modelo de contrato devem ser divulgados no dia 15.

Se a definição for pela total exclusão da política de conteúdo local, será a primeira concorrência de áreas exploratórias promovida pela ANP, desde 2002, em que as petroleiras terão liberdade para se posicionar sobre a aquisição de equipamentos no Brasil. Há 13 anos a agência define porcentuais mínimos de aquisição de bens e serviços em seus leilões.

Liminares

Após conseguir liminar para que a Petrobras reveja o processo de venda do campo de Baúna, na Bacia de Santos, e de metade do campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, o Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe (Sindipetro-AL/SE), entrou com ação na Justiça para barrar a venda de outros ativos.

Na quinta-feira, a juíza federal da 5ª região Telma Maria Santos Machado concedeu liminar a pedido da assessoria jurídica do sindicato, acatando o questionamento do processo de venda de ativos da Petrobras, que optou por enviar cartas convite a possíveis interessados, sem licitação. A estatal tem 40 dias para se defender.

Em comunicado, a empresa informou que vai recorrer da decisão. E argumentou que a condução do seu programa de desinvestimento "garantiu ampla competitividade entre os potenciais interessados, como meio de assegurar o melhor negócio para a companhia".

Em seu site, o sindicato diz que "foram ajuizadas ações contra a venda dos campos terrestres de Sergipe, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Contra a venda dos campos de águas rasas e instalações industriais a eles integradas em Sergipe e Ceará, bem como contra a venda da BR Distribuidora e da Liquigás". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) aprovou resolução que altera regras da política de conteúdo local aplicadas nos contratos de concessão desde 2005. A decisão estabelece critérios para neutralizar a variação de custos no intervalo entre o leilão de concessões e o desenvolvimento dos contratos, quando há fiscalização das normas de conteúdo local. Como a decisão é retroativa até os contratos da 7.ª Rodada, a aplicação de multas nesse período pode ser revista pela agência.

Com a nova definição, a ANP tenta evitar punições indevidas às empresas por descumprimento do conteúdo local. A agência fiscaliza a aplicação das regras pela comparação entre o volume de conteúdo local proposto no leilão e aquele efetivamente contratado com fornecedoras locais após as etapas de exploração e desenvolvimento das áreas licitadas.

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O intervalo entre a assinatura dos contratos, no leilão, e os investimentos, entretanto, pode ser superior a cinco anos, em função da demora na obtenção de licenças ambientais, por exemplo.

Critérios

A resolução aprovada pela agência reguladora estabelece os critérios e o modelo de cálculo para neutralizar a variação dos preços dos 70 itens fiscalizados neste intervalo entre o leilão e a realização dos investimentos. Os termos da medida já estavam previstos nos contratos da 13.ª rodada, realizada em outubro do último ano.

A nova equação, entretanto, não poderá ser utilizada pelas empresas para questionar multas já aplicadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que o governo trabalha na alteração das regras de conteúdo local para a indústria petroleira. O trabalho está em curso e a conclusão vai ser anunciada pelo ministro de Minas e Energia (MME), Eduardo Braga. Mas ainda não há data para isso, segundo a executiva.

A política de conteúdo local para a indústria petroleira é uma marca do governo de Dilma Rousseff, que defende a obrigatoriedade de aquisição de bens e serviços por empresas brasileiras - prevista no contrato de concessão de áreas exploratórias - como um modelo de desenvolvimento econômico regional. No entanto, a política tem sido alvo de críticas das empresas petroleiras, frequentemente multadas por não cumprir os percentuais mínimos de compra no mercado interno com os quais se comprometeram.

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As petroleiras argumentam que têm dificuldade de comprar dos fornecedores brasileiros. Elas alegam que o mercado oferece preços mais altos do que os concorrentes internacionais e que demoram mais tempo a entregar os equipamentos. O principal foco de reclamação é quanto ao mercado de sondas de perfuração.

Magda admitiu que as fornecedoras locais de sondas ainda não são competitivas, mas, ao mesmo tempo, elogiou outro grupo de fornecedores locais, os de equipamentos utilizados no fundo do mar, na exploração e produção de petróleo e gás, o segmento subsea. Para o governo, com as mudanças em curso, a política de conteúdo local será ajustada para que uma nova fase de desenvolvimento seja alcançada. A perspectiva é que o mercado local ainda esteja inserido em uma primeira fase de desenvolvimento, no qual a competitividade ainda é crítica. As mudanças nas regras servirão para criar "uma ponte" para uma fase seguinte, de equiparação de preços e prazos aos do mercado internacional.

A diretora-geral da ANP evitou informar qualquer detalhe das mudanças que serão implementadas. O anúncio, segundo ela, será feito pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. O papel da agência será apresentar propostas para o Planalto.

Segundo Magda, até agora, nada foi levado ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão responsável pela condução do setor petroleiro. Tradicionalmente, qualquer alteração de regra passa pelo conselho.

Para o diretor do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Antonio Guimarães, a sinalização de mudanças demonstra "sensibilidade" do governo. Mas, em sua avaliação, apesar das mudanças, possivelmente, de ampliação do conceito de conteúdo local, elas "não resolvem os problemas" da indústria sobre contratos passados. Segundo fontes, além dos segmentos fornecedores para exploração e produção, o governo deve passar a considerar todo o investimento feito no setor, em qualquer área, como crédito de conteúdo local.

"É uma iniciativa de reconhecer que o conteúdo local também está no desenvolvimento da cadeia de fornecedores. O governo está sensível porque tomou uma iniciativa, mas a gente precisa de um conjunto de medidas para ter uma relação mais pragmática sobre conteúdo local. É uma medida de incentivo ao fornecedor e produtor, mas não resolve os problemas", afirmou Guimarães.

Produção

Durante a cerimônia de abertura da feira OTC, o maior evento internacional do setor, que acontece no Riocentro, Magda transmitiu uma mensagem de otimismo com a possibilidade de desenvolvimento de "recursos descobertos", reservas de petróleo e gás, hoje de 40 bilhões de barris. "O cenário é de crescimento consistente da produção", declarou.

Em evento recente, no entanto, Magda afirmou que a perspectiva é que as projeções para a curva de produção relativa aos próximos anos piorem, por conta do freio nos investimentos das petroleiras provocado pela queda da cotação do barril do petróleo.

O decreto que institui o regime automotivo para o período de 2013 a 2017 deve instituir o atual patamar de exigência de conteúdo nacional nos veículos, de 65%, e, gradativamente, elevar esse porcentual ao logo de cinco anos, afirmou Bruno Jorge Soares, líder de projetos do setor automotivo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que participa das discussões das novas regras para o setor.

As montadoras que atingirem a meta poderão abater até 30 pontos porcentuais da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os automóveis, que no caso de um carro popular (1.0) chega hoje a 37%. Acima disso, o IPI pode ser reduzido se as montadoras atingirem metas de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e engenharia.

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"Em 2013, para não haver uma ruptura muito grande com o quadro atual, a exigência de conteúdo local começará no mesmo nível observado atualmente e vai apertando até 2017", disse Soares, após palestra no Simpósio SAE Brasil de Tendências e Inovação na Indústria Automobilística, realizado na capital paulista.

O porcentual de IPI pago pela montadora será definido por um fator multiplicador sobre a nota fiscal de manufatura das peças dos veículos - em 2013 esse multiplicador começará em 1,3. Ou seja, o valor total de peças e processos nacionais contidos no veículo será multiplicado por 1,3. O resultado dessa conta é o tamanho do abatimento de IPI no automóvel, até o limite de 30 pontos porcentuais. "A partir de 2014 o multiplicador será sempre menor que 1,3, o que significa aumento da exigência de conteúdo regional", explica Soares.

Acima desses 30 pontos porcentuais abatidos do cumprimento da meta de conteúdo regional, a redução de IPI se dará por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e engenharia. As montadoras poderão abater até 1 ponto porcentual de IPI para pesquisa e desenvolvimento e 1 ponto porcentual para engenharia. De acordo com o especialista da ABDI, esses incentivos podem chegar a US$ 2 bilhões no setor. Soares diz que não há uma definição da porcentagem mínima da receita operacional bruta (ROB) que as empresas terão de destinar para pesquisa e engenharia. "Foi dado o teto, de 1%, o resto ainda será definido."

O novo regime automotivo exigirá também das montadoras requisitos mínimos para se candidatarem aos benefícios fiscais do IPI: investimentos em pesquisa e desenvolvimento; investimentos em engenharia; quantidade mínima de atividades fabris previstas na produção do veículo; e etiquetagem veicular (certificação do produto). A empresa terá que se adequar a pelo menos três desses quatro itens. Além disso, terá de bater também uma meta de eficiência energética, ou seja, consumo de combustível do veículo por quilômetro rodado. Essa meta, contou Soares, é atualmente o principal ponto de divergência entre governo e montadoras. "O governo tem uma posição que se iguala a parâmetros internacionais e a indústria tem outro", afirma. "Estamos tentando chegar a um consenso."

A secretária de desenvolvimento da produção do Ministério do Desenvolvimento, Heloisa Menezes, e o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio de Almeida, afirmaram nesta terça-feira que existe no governo discussão para aplicar exigências de conteúdo local para áreas de energia que hoje não contam com obrigação. O objetivo, segundo eles, é aumentar as metas de conteúdo local. Eles participaram do lançamento do Inova Petro, que faz parte do Programa Brasil Maior, na sede da Petrobrás.

Atualmente, na área de petróleo, há exigências regulatórias apenas para exploração e produção (E&P). Almeida afirmou que esta área continua sendo prioritária e garantiu que a 12ª rodada de leilão de blocos exploratórios seguramente terá exigências maiores de conteúdo local. As concessões são reguladas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e as áreas de partilha, pelo ministério de Minas e Energia. "Há uma diretriz geral para adoção de conteúdo local para todos os setores onde se aplique", disse Heloísa.

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Os secretários explicaram que as exigências precisam de respaldo jurídicos e instrumentos regulatórios. Almeida confirmou que há estudos no governo para aplicar exigências para refinarias ou plantas de processamento de derivados de petróleo. Porém, segundo ele, esses são exemplos menos urgentes do que E&P, por já contarem com elevados índices de componentes nacionais.

O atual nível de cumprimento de conteúdo local pelas empresas que venceram as rodadas 7, 9 e 10 de licitação de áreas de exploração de petróleo e gás deve resultar em um elevado número de multas a partir do final deste ano. A previsão é do chefe da Coordenadoria de Conteúdo Local da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Marcelo Mafra. "Vemos a possibilidade de aplicação de multas em série", disse Mafra, que participa, nesta sexta-feira, do Fórum de Executivos de Conteúdo Local, organizado pela Conceito Seminários, em São Paulo.

O alerta é sustentado pela fiscalização trimestral feita pela ANP, a partir de dados enviados pelas detentoras do direito de exploração. Esse material mostra que atualmente o nível de conteúdo local está entre 25% e 30%, abaixo da meta estabelecida pela ANP para projetos de Exploração de 55% em áreas com mais de 100 metros de profundidade. No caso da área de Desenvolvimento, a taxa média prevista pela ANP é de 65% de conteúdo local.

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Sem dar detalhes do porcentual de empresas que não se enquadram nos limites previstos nas rodadas de licitação, Mafra afirmou que o prazo dos primeiros contratos assinados nas rodadas citadas se encerra no final de 2012. Com isso, as primeiras multas devem ser aplicadas pela ANP ainda em 2012.

O cálculo do valor da multa depende do porcentual proposto pela companhia vencedora da rodada e do valor apresentado ao final do prazo para que a empresa demonstre interesse ou não em explorar comercialmente determinada área, destacou Mafra. Uma empresa cujo contrato é estimado em R$ 300 milhões e o porcentual de conteúdo local está estabelecido em 60%, por exemplo, deveria ter R$ 180 milhões em conteúdo local. Na eventualidade de a taxa efetiva ficar em apenas 30%, a multa seria cobrada sobre os 30% restantes. O porcentual da multa sobre esse valor, contudo, é exponencial, com início em 60% e podendo chegar a 100%. Ou seja, no melhor dos cenários para a empresa, a multa alcançaria R$ 54 milhões.

A razão para o não cumprimento das metas propostas, segundo Mafra, decorre de uma combinação de fatores. Entre eles estaria desde a indisponibilidade de equipamentos no mercado doméstico até a decisão de empresas de importarem por conta própria um produto que poderia ser adquirido no Brasil. A situação depende de cada setor, explicou. "O processamento e interpretação de dados sísmicos, por exemplo, é muito forte no Brasil. Por outro lado, não há sondas nacionais, mas já estamos começando a construir (sondas)", destacou.

De acordo com dados apresentados pelo representante da ANP, as rodadas 7, 9 e 10 - a 8a rodada foi suspensa por decisão judicial - reúnem investimentos previstos de R$ 19,5 bilhões. "Vamos começar a fiscalização neste ano e vemos um cenário de descumprimento das metas oscilando entre 20 e 30 pontos porcentuais. Mas estamos falando de uma fotografia atual (dos dados disponíveis)", afirmou Mafra, em referência à diferença entre os números atuais captados pela ANP e a meta estabelecida pelos vencedores das concorrências realizadas entre 2005 e 2008. Conforme estabelecido na concorrência organizada pela ANP, o prazo para declaração de interesse de exploração da área vence em sete anos, e por isso a fiscalização acontecerá a partir de 2012.

Mafra destacou que nas rodadas 5 e 6, realizadas entre 2003 e 2004, foram aplicadas multas sobre operações de 70 blocos, das quais 69 foram pagas em primeira instância - com desconto de 30%. Ao todo, oito operadores não cumpriram as exigências previstas nessas rodadas, cuja adoção da política de conteúdo local era inicial. Desde a primeira rodada de licitações, realizada em 1999, a ANP já ofertou mais de 3.500 blocos em 21 bacias sedimentares e um total de 730 a 750 blocos foram arrematados.

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