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Brasília - O governo federal, na busca por atender à demanda por profissionais qualificados em setores estratégicos da economia, lançou hoje (19) uma nova modalidade do Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Pronatec Brasil Maior. Com o programa, serão ofertados cursos técnicos gratuitos direcionados especificamente às áreas definidas pelos setores industriais como mais carentes de trabalhadores qualificados. Até 2014, estarão disponíveis 118 mil, que podem ser acessadas pelo site do Pronatec.

Um mapa feito com a ajuda das empresas ajudou a definir as áreas carentes de mão de obra nos municípios e quais cursos são mais adequados para a região. O programa vai permitir tanto a formação de trabalhadores quanto a requalificação. O setor têxtil terá a maior oferta de vagas (47.337), seguido da construção civil (29.615), de energias renováveis (18.583), do complexo eletrônico (13.273), de calçados (3.788) e de celulose e papel (3.563).

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"Estamos vendo o maior esforço educacional que esse país já deu para qualificar mão de obra de ensino médio e superior”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

Entre os estados com mais vagas disponíveis para o Pronatec Brasil Maior estão São Paulo (38.025), Santa Catarina (12.286), Minas Gerais (10.952) e Rio de Janeiro (10.566). Os que com menor oferta são Alagoas (58), Rio Grande do Norte (40) e Maranhão (20).

O objetivo é ampliar cada vez mais a oferta de educação profissional. O Brasil conseguiu avançar muito na educação superior e precisamos fazer o mesmo com a educação profissional”, disse o secretário executivo do Ministério da Educação, Henrique Paim, no lançamento do programa.

O Pronatec Brasil Maior é uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o Sistema S.

A política industrial do governo Dilma Rousseff, o Plano Brasil Maior, recebeu uma "avaliação positiva" e ajudou o País a resistir às dificuldades criadas pela crise da dívida soberana na Europa, segundo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. De acordo com o ministro, "setor privado e governo são unânimes: avaliação do Brasil Maior é positiva". "O Brasil Maior é muito mais do que um plano de enfrentamento da crise", acrescentou Pimentel, que participou de reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, cuja pauta era avaliar o plano.

Segundo o ministro, durante o encontro, representantes do setor privado pediram a prorrogação do Reintegra, que devolve dinheiro a exportadores por impostos acumulados ao longo da cadeia, e do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os dois programas vencem em 31 de dezembro próximo. Pimentel disse que o governo vai avaliar os pedidos. "Eu não disse nada, só ouvi. Os pedidos foram registrados", informou Pimentel em entrevista concedida após a reunião.

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Protecionismo

Durante o encontro, também foi debatido, segundo Pimentel, as medidas antidumping adotadas pelo governo nos últimos meses. Para o ministro, o Brasil tem exercido seus mecanismos de defesa comercial com mais agilidade. Ele também rebateu críticas de que o Brasil tenha economia fechada. "Não é verdade que a economia é fechada, pois temos alto coeficiente de importação", disse.

Diante desse cenário, Pimentel previu que as críticas de que o Brasil é um país protecionista devem continuar. "Isso deve até aumentar. É uma reação esperada dos países desenvolvidos, grandes produtores e que enfrentam grandes dificuldades, pois precisam desesperadamente desembarcar em mercados novos e afluentes, como é o mercado brasileiro", disse.

Para Pimentel, no entanto, dizer que as medidas antidumping adotadas no Brasil são protecionismo é "desconhecer as mais elementares" regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Isso é defesa comercial legítima", argumentou. Segundo ele, o Brasil tem exercido sua defesa comercial com mais agilidade e acuidade porque, recentemente, aumentou o volume de práticas desleais e predatórias no mercado. Pimentel informou que há 45 investigações antidumping em aberto no País e cerca de 80 já aplicadas. "Isso não é protecionismo; é legítima defesa", argumentou.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse nesta quarta-feira que o governo acompanha os desdobramentos do fim da guerra fiscal, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e confirmou que a equipe econômica deve apresentar um projeto de reformulação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no ano que vem.

"A guerra fiscal está em análise, e o governo terá uma proposta de reformulação do ICMS", afirmou Pimentel. "O governo não pensa em fazer nada radical, mas não posso adiantar mais nada", acrescentou o ministro que participou na manhã desta quarta-feira de reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, cuja pauta era avaliar a política industrial do governo federal, conhecida como Plano Brasil Maior.

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O STF considerou inconstitucionais todos os incentivos estaduais concedidos sem aval do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), obrigando os Estados a rever desonerações.

Como essa renúncia fiscal está atrelada à atração de investimentos produtivos, o governo federal quer evitar o fechamento de fábricas abertas com incentivos e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar o arcabouço legal para tornar o imposto estadual mais um fator de competitividade. O interesse do governo federal é unificar as alíquotas de ICMS, segundo declarações recentes da equipe econômica.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, defende que a indústria de autopeças seja beneficiada pelo governo e pede a prorrogação, por mais um ano, do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra).

"O programa feito aqui pra atrair investimentos no setor automobilístico tem de ser repassado para atrair a indústria de autopeças. Caso contrário, vamos ficar com as montadoras no Brasil, mas você importando todos os componentes", afirmou Andrade, após reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto. Para ele, os benefícios dados às montadoras precisam atingir "a cadeia toda, os fabricantes de autopeças".

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Andrade disse que, durante a reunião, foram discutidas as ações de incentivo à economia já em andamento. "Fizemos uma avaliação sobre o que está faltando para o próximo ano, questão de investimentos, o que está precisando para realmente você desencadear no empresariado a vontade de investir, não apenas porque acha que vai ter um mercado, mas porque você vai ter medidas que são consistentes", afirmou. "Discutimos a necessidade de prorrogar o Reintegra por mais um ano, porque as empresas que exportam já estão preocupadas."

A reunião do CNDI foi convocada para debater os resultados do Plano Brasil Maior. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, até o momento, a política industrial incorpora 63 medidas - 49 das quais em operação - para alavancar o desenvolvimento e a competitividade do País.

A decisão da presidente Dilma Rousseff de sancionar a Medida Provisória (MP) 563 com veto a 18 pontos amplia as condições de as empresas do setor de papel e celulose retomarem seus planos de investimento. A análise é da presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, que comemorou principalmente a posição da presidente da República de manter as condições acordadas anteriormente entre governo federal e empresas em relação ao cálculo do faturamento.

O texto original previa que a receita bruta das empresas - indicador que será utilizado como base para o pagamento de tributos à União em contrapartida ao corte de 20% no pagamento ao INSS referente à folha de pagamento dos funcionários - fosse calculada a partir do faturamento obtido pelas companhias com a comercialização de produtos e serviços no mercado doméstico. O texto encaminhado à sanção de Dilma Rousseff, porém, previa que o cálculo da receita bruta teria como base o "ingresso de qualquer natureza" de recursos. Ou seja, montantes captados em operações financeiras ou na venda de ativos, por exemplo, também entrariam na base de cálculo.

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Mas o texto final da lei 12.715/12 traz o veto à mudança, entre outros pontos, e considera que, em contrapartida à desoneração da folha de pagamento dos funcionários do setor, o setor deverá pagar somente sobre o faturamento bruto com bens e serviços. "Estamos extremamente satisfeitos com a seriedade desse veto e a decisão da presidente de honrar o que foi negociado entre indústria e governo", destacou Elizabeth em entrevista à Agência Estado.

O veto, além de tornar a proposta de desoneração da folha de pagamento mais atrativa para a indústria de papel e celulose, é importante principalmente para grandes exportadoras. Esse grupo de companhias, o qual é encabeçado por Fibria e Cenibra, mas é composto também por Suzano Papel e Celulose e Klabin, entre outras empresas, teria um ambiente menos atrativo se Dilma Rousseff não decidisse pelo veto a essa mudança na proposta original.

Afinal, está na natureza do negócio, por exemplo, a realização de operações financeiras devido ao perfil de custos (em real) e receita (em dólar). "É uma medida muito acertada pois inclui novamente o que havia sido acordado. Não tinha nenhuma dúvida de que a presidente Dilma manteria essa posição", destaca o presidente da Suzano, Antonio Maciel Neto, após participar do 9º Fórum de Economia promovido nesta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Investimentos

Com a publicação no Diário Oficial da União do texto da lei 12.715, a indústria de papel e celulose reforça a expectativa de retomada de investimentos - o setor prevê a viabilização de projetos que somam US$ 22 bilhões até 2017. "Acreditamos que essa (desoneração da folha de pagamento) seja a mais importante medida do plano Brasil Maior. As medidas do governo costumam ser pontuais e temporárias, mas agora vemos medidas contundentes de longo prazo", afirma Elizabeth. "É disso que a indústria necessita para retomar os investimentos", complementa.

Além de viabilizar novos planos de construção e ampliação de unidades produtivas, a decisão do governo de desonerar a folha de pagamento também tem efeito direto no modelo de gestão das empresas em relação ao quadro de funcionários. "É uma medida que permitirá 'primarizar' os empregos", destaca Elizabeth, para em seguida revelar a primeira medida efetiva nessa direção. A Cenibra teria comunicado a intenção de incorporar trabalhadores terceirizados a seu quadro de funcionários.

A indústria de papel e celulose fatura mais de R$ 35 bilhões por ano, dos quais aproximadamente 35% com exportações. O setor, contudo, ainda não fechou os cálculos de qual é o custo equivalente a 20% do valor repassado ao INSS pelos gastos com a folha de pagamento, e por isso ainda não anunciou projeções com os ganhos esperados após a aplicação da medida.

A tarefa do setor de calcular ganhos provenientes de medidas recentes do governo, incluindo a redução do custo de energia, poderá, contudo, ser refeita no futuro próximo. Afinal, o governo analisa a possibilidade de incluir a fabricação da celulose na lista de atividades beneficiadas pelo Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra).

A medida prevê que empresas exportadoras poderão reaver o equivalente a 3% da receita obtida com as vendas externas e teria impacto direto nas operações de empresas como a Fibria, que tem mais de 95% da receita obtida em exportações, e Cenibra, cujo porcentual é ainda maior. Essas empresas também serão beneficiadas diretamente com a decisão do governo de desonerar a folha de pagamento, uma vez que a contrapartida (o pagamento sobre o faturamento no mercado doméstico) tem peso pequeno para grandes exportadoras.

Na semana passada, o presidente do grupo Suzano, David Feffer, mostrou-se otimista com a possibilidade de o governo estender o benefício do Reintegra para os fabricantes de celulose até o final deste ano. Até o momento, o Reintegra incorpora apenas a atividade de fabricação de papéis.

A Medida Provisória 563, que amplia o programa Brasil Maior, foi sancionada, nesta segunda-feira, com 18 vetos, pela presidente Dilma Rousseff. O Planalto não divulgou detalhes sobre o que foi barrado pela presidente. Informou apenas que alguns pontos excluídos do texto serão objeto, após aperfeiçoamentos, de nova regulamentação. Mais detalhes serão divulgados nesta terça-feira.

A MP é a que inclui novos setores econômicos no sistema de desoneração da folha. Segundo informações da área técnica, um ou dois grupos seriam vetados, mas a pedido do próprio setor, por problemas de redação da MP.

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A lista dos beneficiados pela desoneração da folha que está valendo é a divulgada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada. Ele anunciou a inclusão de mais 25 setores no regime. Nessa lista estavam a maioria dos incluídos na MP 563 pelos parlamentares e mais alguns que negociaram posteriormente com o governo.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.715, que é resultado da Medida Provisória 563 e que amplia os benefícios do Plano Brasil Maior. O ato foi publicado na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União (DOU). Houve vários vetos, mas por enquanto o Planalto não detalhou o que foi reprovado pela presidente e informou apenas que alguns pontos excluídos do texto serão objeto, após aperfeiçoamentos, de nova regulamentação.

Entre outras providências, a lei inclui novos setores econômicos no sistema de desoneração da folha de pagamento, institui o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações, o Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica, o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência, restabelece o Programa Um Computador por Aluno e altera o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores.

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A presidente Dilma Rousseff tem até o dia 1º de setembro para sancionar ou vetar o projeto aprovado pelos deputados e pelos senadores que alterou a medida provisória 563, a MP da segunda etapa do Plano Brasil Maior. A MP editada em um pacote para tentar aquecer a economia prevê, entre outras medidas, a desoneração da folha de pagamento.

A proposta original do governo sofreu alterações durante a votação no Legislativo com a inclusão de outros setores beneficiados. Uma das emendas aprovadas isenta de tributos os alimentos que compõem a cesta básica.

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A votação da MP foi concluída na semana passada com a aprovação pelo plenário do Senado. O prazo de 15 dias úteis para a presidente sancionar o texto começou a contar nesta terça-feira, dia seguinte à chegada do projeto no protocolo da Presidência da República.

A secretária de desenvolvimento da produção do Ministério do Desenvolvimento, Heloisa Menezes, e o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio de Almeida, afirmaram nesta terça-feira que existe no governo discussão para aplicar exigências de conteúdo local para áreas de energia que hoje não contam com obrigação. O objetivo, segundo eles, é aumentar as metas de conteúdo local. Eles participaram do lançamento do Inova Petro, que faz parte do Programa Brasil Maior, na sede da Petrobrás.

Atualmente, na área de petróleo, há exigências regulatórias apenas para exploração e produção (E&P). Almeida afirmou que esta área continua sendo prioritária e garantiu que a 12ª rodada de leilão de blocos exploratórios seguramente terá exigências maiores de conteúdo local. As concessões são reguladas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e as áreas de partilha, pelo ministério de Minas e Energia. "Há uma diretriz geral para adoção de conteúdo local para todos os setores onde se aplique", disse Heloísa.

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Os secretários explicaram que as exigências precisam de respaldo jurídicos e instrumentos regulatórios. Almeida confirmou que há estudos no governo para aplicar exigências para refinarias ou plantas de processamento de derivados de petróleo. Porém, segundo ele, esses são exemplos menos urgentes do que E&P, por já contarem com elevados índices de componentes nacionais.

O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou que a taxa básica de juros (Selic) irá cair mais, em sua fala durante a cerimônia de lançamento do programa Inova Petro, na sede da Petrobras. Além disso, citou uma série de indicadores de que a economia brasileira está em trajetória de crescimento.

"O Brasil continua no rumo certo. O governo tem no plano Brasil Maior um campo forte de diálogo com o empresariado. O que fazemos hoje reforça a força da economia brasileira. Nossos fundamentos macroeconômicos nos permite ser otimista. . A inflação está controlada e em baixa. As contas públicas estão equilibradas. A relação dívida pública e PIB é das mais baixas. A balança comercial é favorável e estamos a pleno emprego. Não há outro país com o mesmo perfil", disse Pimentel. Segundo Pimentel, falta o crescimento econômico, mas vamos fechar o ano melhor.

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Para o ministro, a cadeia do petróleo e gás está para a economia brasileira como esteve a corrida espacial para a economia americana no século passado.

Mesmo sendo um dos principais empregadores da indústria nacional, o setor de alimentos vem encontrando dificuldades para apresentar ao governo reivindicações que estimulem a competitividade das empresas da área. Edmundo Klotz, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, diz que já tentou agendar uma reunião para levar os pontos de vista do setor, mas ainda não teve oportunidade de ser atendido no Ministério da Fazenda. "Não sei porquê", lamenta.

Klotz diz que o setor tem grande interesse em fazer parte da lista de beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos, que estabeleceu a suspensão da contribuição patronal para o INSS. "Mas isso precisaria ser segmentado. Não é interessante para todo o setor de alimentos, pois cada segmento tem um tipo de estrutura em termos de mão de obra", explica. Os segmentos que fabricam proteína, como carne vermelha, leite e derivados, seriam os mais interessados em trocar a contribuição em folha por um porcentual do faturamento.

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Vale lembrar que o setor de aves e suínos conseguiu entrar na lista de beneficiados pela desoneração em folha de pagamentos com a aprovação, nesta semana, das Medidas Provisórias do Plano Brasil Maior pelo Congresso. Os setores recolherão agora 1% do faturamento.

Mais do que pedidos de ajuda, no entanto, o que o setor quer mesmo é a "manutenção do status quo". Algumas medidas estariam, segundo Klotz, mais atrapalhando do que ajudando como é o caso do aumento da tributação do setor de bebidas. Há ainda alguns casos em que o governo estaria limitando a apropriação de crédito presumido de impostos.

Outra solicitação antiga do setor é a desoneração de PIS e Cofins dos produtos que compõem a cesta básica. "Desde o governo Lula temos proposta o estabelecimento de uma cesta única nacional que comporte uma desoneração desses impostos, mas essa ideia não prosperou", diz. O dirigente participou hoje de encontro de representantes da indústria nacional, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo, para tratar dos efeitos e eventuais ajustes do Plano Brasil Maior.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, disse que as medidas punitivas que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) adotou contra as operadoras TIM, Oi e Claro vão impulsionar vendas no setor de eletroeletrônicos para que as metas de investimento que a agência reguladora exige sejam atingidas.

"As punições da Anatel vão impulsionar os negócios no setor porque as operadoras vão ser obrigadas a investir", afirmou, após reunião Confederação Nacional da Indústria (CNI) organizado para avaliar os resultados do plano Brasil Maior e apresentar sugestões que serão encaminhadas ao governo.

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De acordo com o presidente da Abinee, a crise decorrente da proibição de novas linhas reflete o problema da falta de investimentos em infraestrutura já alertados pela entidade no passado. "Quem plantou essa situação foram as operadoras, que pararam de investir", afirmou, mostrando apoio à decisão da Anatel. "Exigir qualidade dos serviços é exigir investimento das operadoras."

Sobre as reivindicações que as entidades industriais levarão ao governo federal, Barbato contou que, para o seu setor, deve sugerir que a lista de produtos que têm desoneração da folha de pagamentos seja ao menos dobrada, dos atuais 120 itens para 240. "As ações do Brasil Maior até agora são importantes, mas insuficientes."

Sobre a operação padrão que vem sendo imposta pelos funcionários nos portos, Barbato afirmou que o setor já tem notícias de indústrias afetadas por essa lentidão, pois grande parte dos produtores locais de eletroeletrônicos dependem de insumos que são importados, especialmente da China. "Ainda não temos números que indiquem o efeito desse movimento, mas certamente haverá impacto e isso nos preocupa", complementou.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17) a segunda Medida Provisória do Plano Brasil Maior. As duas propostas do pacote de incentivo à indústria seguem agora para a avaliação do Senado. Se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) for aprovada ainda hoje, os senadores terão até o dia 15 de agosto para analisar as MPs. Mas se isso não ocorrer, a votação terá que ser realizada até 1º de agosto.

A segunda MP repassa recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O texto final aumenta, ainda, o capital dos bancos do Nordeste (BNB) e da Amazônia, em R$ 4 bilhões e R$ 1 bilhão, respectivamente.

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Outro benefício incluído no Congresso foi a possibilidade de os bancos oferecerem empréstimo a juros subvencionados pela União para frigoríficos, empresas de moagem e torrefação de café e aos produtores de castanha de caju e cera vegetal.

Em plenário, foi aprovado apenas um destaque, restringindo o foco de uma agência criada na MP para atuar na gestão de fundos e garantias. Pelo texto aprovado, a agência vai poder atuar apenas na área de fundos garantidores.

Na sequência, está prevista a realização de uma sessão do Congresso Nacional para analisar projetos de crédito extraordinário. O principal é o que abre mais de R$ 1 bilhão em crédito por meio do Programa de Financiamento à Exportação (Proex).

Em uma operação emergencial para salvar o Plano Brasil Maior, o governo prometeu abrir o cofre na liberação de verbas aos parlamentares e acabou por aceitar a aprovação de alguns itens de última hora, como a alíquota zero de alguns tributos para todos os alimentos da cesta básica. A proposta segue agora para o Senado e, nesta terça-feira (17), a Câmara vai analisar a segunda MP do plano, considerado fundamental para enfrentar os efeitos da crise mundial.

Após a base governista pôr cerca de 300 deputados em plenário, houve um acordo com a oposição. O entendimento inclui ainda uma negociação para tentar votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que colocaria o Congresso de férias a partir dessa quarta-feira.

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Para conseguir avançar, o governo prometeu mais recursos às emendas dos parlamentares. A presidente Dilma Rousseff se reuniu logo cedo com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e disse que o Plano Brasil Maior era prioritário. O Planalto reafirmou a promessa de liberar uma cota individual de R$ 4,5 milhões de emendas para os deputados da base aliada e aumentou a fatia da oposição. Com isso, a cota de cada deputado do DEM, PSDB e PPS deverá ficar em R$ 3 milhões.

O acordo foi costurado sem a presença do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que não apareceu para uma reunião com Ideli ontem a tarde. Ele viajou aos Estados Unidos para visitar uma filha. O líder do DEM, ACM Neto (BA), afirmou que o acordo foi feito por ser "conveniente". "Já demos muito trabalho fazendo eles mobilizarem a base para vir aqui".

A forma como a votação ocorreu fez com que muitas alterações de mérito fossem aprovadas na última hora. Uma delas prevê a alíquota zero de PIS/Cofins e IPI para os alimentos da cesta básica. A emenda foi apresentada pelo líder do PSDB usando um projeto elaborado por petistas, entre eles o líder, Jilmar Tatto (SP).

Constrangido, o PT acabou apoiando a proposta, que foi aprovada por unanimidade. Os produtos beneficiados pela isenção serão definidos por uma comissão interministerial com base em critérios técnicos. Outra mudança feita em plenário restringe aos notebooks fabricados no Brasil os benefícios da Lei do Bem, que dá vantagens tributárias ao setor. No texto já havia a previsão de incluir smartphones e roteadores nesta lei.

Brasília – Uma das medidas do Plano Brasil Maior, voltada para a defesa da indústria e do mercado interno, será a desoneração da folha de pagamento para os setores que empregam grande volume de mão de obra como os de confecção, calçados, móveis e programas de computadores. As desonerações serão feitas por meio de um projeto piloto até 2012, que terá as medidas avaliadas por um comitê formado pelo governo, por sindicatos e pelo setor privado.

As linhas gerais do plano que traz medidas para incentivar a indústria e será lançado no final desta manhã (2) pela presidenta Dilma Rousseff, foram divulgados na internet pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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Para o setor automotivo será criado um novo regime com incentivo tributário como contrapartida ao investimento, agregação de valor, emprego, inovação e eficiência. Serão assegurados os regimes regionais e o acordo do Mercosul.

Os fabricantes nacionais nas áreas de saúde, defesa, têxtil e confecção, calçados e tecnologia da informação e comunicação terão benefícios nas compras governamentais. Será regulamentada uma medida que permite ao governo aceitar preços até 25% maiores nos processos de licitação para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras.

O ministério divulgou, ainda, as margens que serão definidas levando em consideração: geração de emprego e renda e desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país.

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