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O ex-candidato a presidente da República, Fernando Haddad (PT), questionou nesta segunda-feira (13), via Twitter, como o ministro da Educação, Abraham Weintraub, havia passado em um concurso público "com apenas título de mestre para uma universidade federal, sendo de extrema-direita e semianalfabeto?".

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O tuíte foi uma resposta a fala do ministro que, em um vídeo publicado nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro nesse domingo (12), disse que no processo seletivo dos concursos públicos, as pessoas são selecionadas já “com um viés de esquerda”. 

"Entre na internet e veja como foi o último concurso público da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Se você ver, é um concurso que tem praticamente nada de matemática e está lá falando do governo estado-unidense. Então você, na seleção, você já seleciona pessoas com viés de esquerda nos concursos, como é o Enem", afirmou o ministro.

Ainda de acordo com Weintraub, a “doutrinação ideológica” nos concursos não começou durante os governos do PT, mas sim, na gestão de Fernando Henrique Cardoso.

“A gente não está falando de 16 anos de PT. A gente está falando de mais de ¼ de século, de continuamente uma doutrinação que começa de uma forma suave e gradualmente você começando a achar o errado normal”, disse.

A publicação de Haddad também referenciou o erro de português cometido pelo ministro. Na semana passada, Weintraub escreveu 'imprecionante' no Twitter. Mesmo tendo excluído a publicação, a "escorregada” na ortografia rendeu vários memes nas redes sociais. 

Um mar de questionamentos invadiu as salas de aula nos últimos dias. Após a declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, enfatizando que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não terá questões de cunho ideológico, professores e estudantes passaram a se perguntar como deverão ser as questões da edição 2019 do processo seletivo?

“Não vai cair ideologia, a gente quer saber de conhecimento científico, técnico, de capacidade de leitura, de fazer contas, de conhecimentos objetivos”, afirmou o ministro da Educação. Muito além das questões objetivas, a declaração do Weintraub tem um peso significante para a redação, considerada um dos momentos mais importantes do Enem. Como é possível escrever um texto dissertativo-argumentativo sem ideologia?

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Em participação na live do Vai Cair No Enem produzida pelo LeiaJá, o professor de redação Diogo Xavier analisou a declaração do ministro. Para Diogo, toda redação tem aspectos ideológicos e, dessa forma, é impossível construir um texto sem incluir ideologias.

Xavier, em sua análise, afirmou que os candidatos podem sim citar pensadores ideológicos em seu texto, apesar da afirmação do ministro da Educação, desde que estejam em conformidade com o tema proposto. O professor alerta, porém, que é necessário ter equilíbrio no texto e evitar o que ele chama de “panfletário”.

“Você tem que argumentar seguindo um contexto ideológico que o próprio candidato vai levar. Use, mas não seja panfletário. Use de maneira consciente, com argumentação formal. Panfletário vai simplesmente atacar, levantar uma bandeira. Mas se ele argumentar que tal decisão, de tal governo, ou de governos em geral, pode prejudicar a sociedade de tal forma, ele está argumentando”, esclarece o professor de redação. Confira, no vídeo a seguir, os comentários de Xavier e de outros professores sobre como deverão ser as questões do Enem 2019:

Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp… São exemplos de plataformas digitais onde os argumentos populares têm sido intensificados nos últimos anos, diante do cenário político do país. Em 2018, com o advento das eleições para diversos cargos eletivos, entre eles presidente da República e governador, a tendência é de que os debates nas redes sociais ganhem um fôlego maior e mais acalorado, uma vez que os candidatos, com as reformas eleitorais que diminuem o tempo da campanha tradicional, passaram a utilizar as ferramentas com frequência para apresentar suas propostas. 

Maior ferramenta de interação social no mundo, o Facebook, por exemplo, tem no Brasil mais de 120 milhões de pessoas interligadas. A rede é a que comporta as principais discussões eleitorais, como aconteceu durante o pleito de 2016 e agora o investimento dos postulantes também tende a ser mais intenso, inclusive, por conta da permissão de que as publicações eleitorais sejam impulsionadas. 

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Apesar disso e da popularização das plataformas, na avaliação do doutor em Ciência Política e professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Juliano Domingues, a tendência é de que elas sejam determinantes apenas em cenários mais acirrados. 

“Outras variáveis tendem a interferir mais nesse processo [eleitoral], como o ambiente familiar e as relações clientelistas entre candidatos e eleitores. Somente em cenários muito disputados, em que qualquer voto pode ser decisivo, elas podem fazer alguma diferença. Entretanto, como as redes sociais acabam criando bolhas de percepção, seu potencial está muito mais atrelado ao reforço de opiniões previamente adotadas”, salientou. 

As ferramentas podem ainda não ser determinantes para o resultado do pleito, mas uma pesquisa recente feita pelo Ibope registrou que 36% dos eleitores entrevistados acreditam que as redes sociais vão influenciar muito na escolha do candidato, 20% disseram que terá pouca influência e 40% pontuaram que as plataformas não vão interferir no pleito. 

Para Domingues, os políticos devem “conhecer bem seu eleitorado potencial e trabalhar formato e conteúdo da mensagem sob medida, sem medo da interação” para que possa se beneficiar de alguma forma com o uso das redes sociais, mas não investir apenas nelas. 

“A variável mais importante quando se fala em rede social digital é a escala. Portanto, a depender da repercussão, um erro pode ser fatal. Ao mesmo tempo, um acerto pode render uma boa quantidade de votos. Entretanto, não há fórmula pronta. Além disso, o uso de redes sociais digitais deve ser visto como reforço a estratégias que não se restrinjam ao mundo virtual. A internet, por si só, está longe de garantir a eleição de um candidato”, disse.

Grupos e ideologias vão acentuar o debate

Quanto a inserção do eleitor nas redes sociais, o estudioso acredita ainda que os debates mais intensificados nas plataformas são protagonizados por grupos específicos. “De modo geral, o que há é uma discussão entre pessoas e grupos convictos das suas verdades absolutas. Além disso, as redes sociais são marcadas pela efemeridade e pela superficialidade argumentativa. Essas características incentivam mais a discussão do que propriamente o debate”, observou, salientando que é comum, inclusive, observar troca de ofensas entre os internautas que discordam de alguma tese. 

Coordenador da pesquisa Robôs, Redes Sociais e Política no Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ruediger afirmou recentemente, ao avaliar as chamas fake news - notícias falsas que podem surgir na disputa, disse que as redes sociais serão um campo de batalha durante a campanha. 

“Não tenho dúvida de que [o peso da redes sociais] será muito maior. Mais pessoas utilizam redes sociais do que há quatro anos. As campanhas de rua ficaram muito caras e com poucos financiadores. Então, as redes se tornam atraentes porque o custo, em geral, é mais baixo. O problema é que será um "tiroteio" de vários lados, porque é frequente o uso das mídias sociais para deformar o debate público e todos os campos ideológicos usam esse tipo de instrumento. É disseminado no mundo da política e agora vai ser potencializado”, cravou.

A Esplanada das Mesquitas de Jerusalém Oriental foi cenário neste domingo (13) de confrontos entre palestinos e a polícia israelense, depois que foi autorizado aos muçulmanos visitar o lugar, na importante data católica do Domingo de Ramos. Palestinos começaram a jogar coquetéis molotov e pedras contra polícia que abriu uma das portas da esplanada a visitantes não muçulmanos, declarou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, que insistiu que o horário para este tipo de visita havia sido respeitado.

"Os policiais responderam jogando granadas de efeito moral e entraram no Monte do Templo", afirmou, utilizando o termo com que os judeus denominam o lugar. Uma mulher foi detida e dois policiais ficaram feridos levemente.

A esplanada, chamada pelos muçulmanos de "Nobre Santuário" e pelos judeus de "Monte do Templo", é um lugar sagrado tanto para o Islã como para o judaísmo, e fonte de tensão quase diárias entre as duas comunidades. Ao pé da esplanada se encontra o Muro das Lamentações, outro lugar sagrado para o judaísmo.

Os não muçulmanos podem ir à esplanada, mas os judeus não estão autorizados a rezar nela. Os judeus nacionalistas exigem o direito de orar e com frequência tentam entrar na área.

Rosenfeld desconhece se havia judeus entre os visitantes deste domingo. Em março, a União Europeia advertiu para um risco significativo de distúrbios no Oriente Médio devido às crescentes tensões na Esplanada das Mesquitas.

Israel considera Jerusalém sua capital "unificada e indivisível". A comunidade internacional não reconhece a anexação em 1967 da parte oriental ocupada da cidade, que os palestinos querem converter em capital de seu futuro Estado.

A falta de identificação das ideologias partidárias reveladas pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), nesta quarta-feira (9), foi comentada por deputados estaduais por Pernambuco. Elencando justificativas, os políticos apontaram o crescimento dos números de partidos, a falta de lembrança dos eleitores e ainda, o vencimento dos rótulos partidários.

Segundo o deputado estadual Sílvio Costa Filho (PTB), um dos principais problemas da sociedade em relação à identificação das doutrinas partidárias é a quantidade de legendas no Brasil. “Nós identificamos a preocupação do grande número de partido que há no Brasil. Hoje são 32 e vimos que a cada dia a população está mais distante da agenda legislativa nacional, dos estados e dos municípios, ou seja, há uma preocupação porque 72% dos eleitores que votaram em 2010, não lembram mais em quem votaram. Então, você não pode ter uma representação forte”, argumentou.

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O petebista citou ainda o fato das pessoas escolherem atualmente seus candidatos muito mais pela pessoa de que pelo partido. Fora isso, o deputado criticou o comportamento das siglas no país. “Infelizmente os partidos políticos no Brasil discutem muito mais a próxima eleição no lugar de estar discutindo permanentemente educação, saúde e segurança. Quando tivermos partidos que debatam os temas e ouçam a sociedade, a população vai passar a dar mais credibilidade aos partidos”, disparou Costa.

Para o líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Daniel Coelho (PSDB), é necessário que haja uma identificação nos partidos para que a população saiba definir suas ideias, fato não existente em virtude da polarização das legendas. “Vimos que partidos tidos como de esquerda assumiram o governo e esse debate de esquerda e de direita é um debate vencido no país”, avalia.

Assim como Sílvio Costa, o tucano relembra o número de siglas partidárias como outro fator complicador para distinção. “Temos 32 partidos e essa salada é a grande dificuldade. A maioria tem origem de esquerda, mas na prática isso faz com que as pessoas fiquem confusas”, opinou.

Diferente dos dois parlamentares, o líder do governo na Casa Joaquim Nabuco, deputado Waldemar Borges (PSB), defende a existência da ideologia, porém, ligada a valores. “Eu acho que ideologia continua existindo, porque isso é um conjunto de valores que se tem, como por exemplo, ter na democracia um valor universal, ter na elevação e universalização da qualidade dos serviços públicos a prestação dos serviços, ter na postura de respeito da coisa pública outro valor”, justificou.

Mesmo afirmando a existência das ideologias, Borges explica que as doutrinas não representam rótulos, como nos tempos da Ditadura Militar. “A ideologia não pode ser reduzido a estes rótulos, isso é meio simplista. Agora, o conjunto de valores determinam a colocação ideológica de um partido ou de um grupo. As ideologias existem, mas não mas naquele sistema que é a favor ou é contra a ditadura, este é um valor da etapa histórica do pais que foi vencido pela reformação da democracia”, pontuou o socialista.

IPMN- Na pesquisa do IPMN os maiores percentuais dos participantes foram para as pessoas que não responderam ou não sabia identificar a ideologia dos partidos. A mostra apurou informações de 626 pessoas no Recife, entre os dias 26 e 27 de setembro.

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