Tópicos | HSBC

A CPI do HSBC instalada na terça-feira, 24, no Senado terá como ponto de partida a investigação de cerca de 130 pessoas que constam na lista de correntistas "secretos" de uma agência do banco em Genebra, compilada por um ex-funcionário e revelada por um consórcio internacional de jornalistas.

A comissão terá 180 dias para tentar avançar na apuração de eventual sonegação fiscal praticada pelos correntistas brasileiros com suporte do banco. Há suspeita de que mais de U$ 100 bilhões foram ocultados de órgãos fiscais de mais de 100 países.

##RECOMENDA##

Entre os correntistas há cerca de 8 mil brasileiros, que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões ocultados do Fisco.

"Vamos começar os trabalhos a partir da lista. Neste momento, ainda é difícil saber onde vai dar. A lista pode aumentar. Podemos também ter informações além do HSBC. Em princípio, não é proibido ter conta no exterior, mas tem de ter lastro e ter declarado", afirmou o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Ele foi escolhido ontem para ser o relator da CPI do HSBC.

A escolha dele teve resistência por parte da bancada do PT em razão de o peemedebista ter um perfil mais "independente" dentro da base aliada. "Fiquei sabendo disso. Mas vou conduzir com muito equilíbrio e firmeza", ressaltou Ferraço.

'Espetáculo'

Na sessão de ontem, também foi escolhido para presidir a CPI o senador Paulo Rocha (PT-PA). Absolvido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão em 2012, o petista assumiu o posto com o discurso de que o colegiado não será palco de "espetáculo".

"Tem de haver um equilíbrio nesse processo para não se transformar em um grande espetáculo, que pode ter condenações antecipadas", afirmou Rocha. "Tenho essa responsabilidade, até porque já vivi esse momento pessoalmente. Não quero que aconteça com prejulgamentos, que criem injustiças e atrapalhem a vida das pessoas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em sessão realizada nesta terça-feira, 24, no Senado, foi instalada a CPI do HSBC. A comissão será presidida pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) e terá como relator o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

"O assunto envolve um dos maiores bancos do mundo e também remete a operações suspeitas envolvendo governantes, celebridades, grandes empresários. Há especulações em torno de envolvimento de doleiros, que desde sempre estão envolvidos em atividades ilegais de grande dimensão na República brasileira, que precisarão ser apuradas", afirmou Ricardo Ferraço.

##RECOMENDA##

O pedido da instalação da comissão foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e terá, entre outros objetivos, investigar irregularidades praticadas pelo HSBC na abertura de contas irregulares, em que mais de U$ 100 bilhões foram potencialmente ocultados do Fisco de mais de 100 países. Entre os correntistas, há cerca de 8 mil brasileiros que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões ocultados da Receita Federal.

Na sessão, Randolfe apresentou uma série de requerimentos com pedidos de diligências e audiências públicas que deverão ser inseridos no plano de trabalho. O anúncio deverá ser feito por Paulo Rocha na próxima reunião do colegiado, prevista para acontecer nesta quinta-feira, 26.

Entre os requerimentos está o que prevê uma visita ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e às autoridades francesas que também investigam os supostos desvios, além de um encontro com Hervé Falciani, o especialista em informática que entregou às autoridades francesas a lista de milhares de pessoas que suspeitas de evadir impostos.

A recessão esperada para o Brasil será a mais forte em um quarto de século. Essa é a previsão do banco britânico HSBC. A instituição prevê contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% em 2015. "Se nossa previsão se confirmar, será o pior desempenho para a economia brasileira em 25 anos". O pessimismo é explicado pelo investimento "excepcionalmente fraco" em meio à falta de confiança empresarial e problemas dos setores de petróleo e gás e construção. Outro fator negativo é a contenção do consumo pela piora do mercado de trabalho e redução da renda disponível.

Em relatório sobre as perspectivas da economia global no segundo trimestre, a equipe de economistas do HSBC desenhou cenário bastante pessimista para o Brasil. Entre os 46 países e regiões econômicas com previsões no relatório, apenas três países devem amargar recessão em 2015: Brasil, Argentina (-2%) e Rússia (-3,5%). Nenhuma economia desenvolvida deve registrar contração. Para 2016, o banco espera que o PIB brasileiro deve se recuperar com crescimento de 2,3%.

##RECOMENDA##

"As expectativas para a economia brasileira continuam a deteriorar-se. Dois fatores ajudam a explicar o fraco desempenho da economia: investimento excepcionalmente fraco e contenção do consumo", diz o estudo divulgado na manhã desta sexta-feira, 20, na capital britânica. O trecho do documento dedicado ao Brasil é assinado pelo economista-chefe do HSBC em São Paulo, Constantin Jancsó.

Investimento

Entre as razões do pessimismo, o HSBC nota que há piora da confiança empresarial por uma série de fatores. Além da deterioração das perspectivas econômicas e das preocupações com o risco de racionamento elétrico - aspectos que já influenciavam em 2014, o relatório cita que a situação piorou com as dificuldades do setor de petróleo e gás e construção em meio às investigações sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras. Isso deve fazer com que o volume de investimento em ativos fixos caia 8% em 2015.

Apesar do pessimismo com as implicações imediatas do escândalo na Petrobras, o HSBC tem uma visão relativamente otimista sobre o efeito de longo prazo do caso. "As investigações podem ser muito benéficas se conduzirem a uma melhora da governança corporativa e uma interação mais transparente entre o setor público e privado", diz o trecho assinado por Jancsó.

Consumo

No lado do consumo, os prognósticos também não são bons. O banco fala em queda do consumo de 0,5% neste ano, o que seria o pior desempenho da componente do PIB desde 2003. "Esperamos que as famílias sejam afetadas negativamente pela fraqueza do mercado de trabalho - projetamos que o desemprego deverá subir 2 pontos porcentuais na média em 2015 - e haverá impacto das políticas austeras do governo - o aumento dos preços das eletricidade deve cortar a renda disponível entre 1% e 2%", diz o economista.

Além disso, o HSBC também nota que o consumo será afetado pelas condições mais restritas do mercado de crédito. Isso acontecerá pelo aumento do juro que continua em curso e também diante das condições mais rigorosas para concessão de crédito.

O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), informou nesta quinta-feira que o partido deve pleitear a relatoria da CPI da HSBC, prevista para ser instalada na próxima terça-feira, 24, na Casa. O pedido da instalação da comissão foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e terá, entre outros objetivos, investigar irregularidades praticadas pelo HSBC na abertura de contas irregulares, em que mais de U$ 100 bilhões foram potencialmente ocultados do Fisco de mais de 100 países. Entre os correntistas há cerca de 8 mil brasileiros, que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões ocultados da Receita Federal.

"Não importa quem recebeu, se existe algo ilegal, é papel do Congresso investigar", ressaltou o senador Eunício Oliveira. Na próxima terça-feira, o comissão deve escolher o presidente e o relator que conduzirão as atividades previstas para durar pelos próximos 180 dias. "Conversei com o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e cabendo a relatoria ao PMDB, vou indicá-lo para ser o relator dessa matéria", afirmou Eunício Oliveira. Em razão de ter a maior bancada do Senado, os peemedebistas, em tese, têm direito de fazer a primeira escolha dos principais cargos da CPI.

##RECOMENDA##

Cid

O senador Eunício Oliveira disse que a demissão do ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS-CE) também foi tema de conversas hoje entre ele e o vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O encontro dos três ocorreu no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente. Segundo Eunício, o partido não vai reivindicar o comando da Pasta.

"De repente um ministro mal educado, que agrediu um outro Poder da República, que é o Poder Legislativo, veio ontem para fazer o seu pedido de desculpas e justificar aquilo que ele tinha dito e terminou como todos vocês viram. Talvez tenha sido o pior momento que presenciei na minha vida pública, um ministro que ficou dando língua para os parlamentares. Foi um episódio lamentável e presenciamos aquilo tudo com muito tristeza", ressaltou.

Queda

Cid Gomes foi convocado pelos deputados para explicar sua afirmação, feita há três semanas, em um evento fechado em Belém. As explicações deveriam ter sido dadas na semana passada, mas Cid foi internado em um hospital de São Paulo e só atendeu à convocação ontem. À época da declaração, o ex-ministro foi chamado de "mal-educado" pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E foi no embate com o peemedebista que Cid explicitou o nível de tensão da tarde de ontem, ao dizer que prefere "ser acusado por ele de mal-educado do que ser como ele, acusado de achaque". Cunha disse que vai processar Cid.

Em tom de enfrentamento, Cid disse não concordar com a postura de quem, "mesmo estando no governo, os seus partidos participando do governo, têm uma postura de oportunismo". "Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo."

A sessão transformou-se em intenso bate-boca que culminou com o abandono da sessão pelo ex-ministro. O PMDB ameaçou retaliar o governo e Cid seguiu ao Palácio do Planalto, onde, segundo nota da Presidência, pediu demissão. A decisão foi anunciada por Cunha, a partir de informação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da Operação Lava jato, está na lista do HSBC entregue por um ex-funcionário do banco para autoridades e jornais de todo o mundo que resultou no escândalo Swissleaks. Entre as mais de 100 mil referências a personalidades de todo o mundo, uma das fichas trata do brasileiro que está no centro do escândalo envolvendo a estatal brasileira.

Nos próximos dias, uma força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federal irá a Paris buscar oficialmente os dados referentes a essa relação bancária entre o HSBC e Paulo Roberto com um juiz da capital francesa. A partir da investigação será possível saber se o ex-diretor teve um relacionamento bancário com o HSBC não informada em sua delação premiada ou se é a mesma delatada por ele aos investigadores da Lava Jato. Procurada, a Polícia Federal disse que aguarda instruções do Ministério Público para agir.

##RECOMENDA##

A decisão de pedir os dados para a França e não para a Suíça decorre do fato de que, em Paris, o ex-funcionário do HSBC que entregou os dados, Hervé Falciani, não é tido como um criminoso, enquanto para os suíços ele roubou dados protegidos do banco. Aos suíços, o Ministério Público vai pedir que considere que o País tem o direito de usar as provas recebidas da França porque a retirada da lista do HSBC não se tratou de um ato provocado pelo Brasil.

O Ministério Público Federal indicou que foi informado por fontes que tiveram acesso à lista que o nome de Costa aparecia no caso denominado como Swissleaks.

Internamente, a revelação não surpreendeu os procuradores. Mas a decisão do MP foi a de instruir a Polícia Federal e à Receita Federal a não usar por enquanto a documentação para "evitar viciar" as provas e "invalidar" a informação.

Delação

Em seu acordo de delação premiada, Costa indicou que, no dia 13 de setembro de 2012, ele possuía "na conta 1501054, em nome da empresa Quinus Services S.A, no HSBC Bank, o montante de US$ 9.584.302,89 (nove milhões, quinhentos e oitenta e quatro mil e trezentos e dois reais e oitenta e nove centavos de dólares americanos)". A empresa offshore, segundo ele, foi aberta pelo doleiro Bernardo Freiburghaus e, depois de 2012, o valor foi repartido a outros quatro bancos.

Em sua ficha do banco de Genebra, porém, não está designado se o ex-diretor da Petrobras mantinha uma conta em seu nome ou se era apenas beneficiário de um fundo, de outras empresas ou simplesmente transitou com dinheiro pelo banco. O documento está listado no grupo de pessoas com "relações bancárias" com o HSBC. As fichas fazem referência a dados bancários até 2007.

O nome de Costa foi identificado graças ao acesso à lista fornecido pelo jornal suíço Le Temps, um dos meios de comunicação no mundo com um acordo para a difusão dos nomes do HSBC. A investigação do caso, que ficou conhecido como Swissleaks, foi feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em inglês) em parceria com o jornal francês "Le Monde", que obteve os dados do HSBC em primeira mão. A reportagem não tem acesso à documentação e obteve informações repassadas pelo jornal Le Temps.

Na ficha em que consta o nome de Paulo Costa Costa há a indicação de seu ano de nascimento, 1954, e o endereço: "Rua Tvaldo de Azambuja, casa 30, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, Brazil". Trata-se da Rua Ivaldo de Azambuja, onde o ex-diretor da Petrobras possui um imóvel. O documento traz ainda um número, 5090192330, uma referência a seu registro no banco. Não há na ficha nem o número de uma conta e nem valores. A data da relação entre o brasileiro e o banco também não consta.

Barusco

Costa não é o único nome da Petrobras na lista do HSBC. O documento também traz o do ex-gerente Pedro Jose Barusco Filho, o que já era conhecido diante de sua própria declaração à Polícia federal. Segundo sua ficha, a conta foi mantida entre 1998 e 2005 e, em certo momento, chegou a ter US$ 992 mil.

Uma das informações que consta do documento é a ordem para que nenhuma correspondência seja enviada ao endereço de Barusco no Brasil, no Rio de Janeiro. Todas suas cartas, extratos, eventuais cartões e informações deveriam ser endereçadas à sede do próprio HSBC em Genebra. Uma pessoa de sua confiança ficaria responsável por recolher as correspondências.

Anos depois, o HSBC acabou com essa prática, admitindo que tais atitudes de impedir que uma correspondência fosse ao endereço do correntista seria um sinal claro de que o dono da conta quer esconder o fato de ter dinheiro no banco em Genebra.

Bancos suíços que mantiveram contas de Barusco, como o Lombard Odier, indicaram que foram as instituições financeiras quem alertaram às autoridades ainda em março de 2014 sobre as suspeitas em relação ao ex-funcionário da Petrobras.

Em sua delação premiada, Barusco admite que, a partir de março de 2014, teve problemas para transferir seu dinheiro ou fechar contas. Segundo ele, o dinheiro em vários dos bancos estavam sendo "bloqueados". Na quarta, o MP suíço confirmou por meio de nota que abriu uma investigação penal em abril de 2014, antes mesmo da delação premiada de Barusco.

Nos meses que se seguiram, o ex-gerente tentou "blindar" seu patrimônio, pedindo a ajuda do doleiro Bernardo Freiburghaus para que abrisse novas contas e criasse um "trust".

Quem também pedia ao HSBC não enviar qualquer tipo de correspondência ao Brasil era Paulo Roberto Buarque Carneiro, citado na lista do HSBC como "diretor da Petrobras". Por sua ficha, ele manteve uma conta entre 2003 e 2005. Os valores não foram revelados.

O Brasil deve formalizar junto à França e à Suíça um pedido de compartilhamento de informações financeiras de brasileiros flagrados como donos de contas secretas no HSBC de Genebra. A solicitação, que será feita nos próximos dias, teve seus detalhes acertados nesta quarta-feira, 4, pelo ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Cardozo e Rachid definiram, em reunião na sede do Ministério da Justiça, os desdobramentos do caso chamado de "Swissleaks" (vazamento suíço, em português), que terá como novo capítulo um pedido de cooperação jurídica internacional de informações junto aos governos francês e suíço. A Polícia Federal já identificou que a França detém documentos relacionados às contas de brasileiros envolvidos no Swissleaks. A lista com os nomes dos envolvidos na movimentação de contas secretas no HSBC de Genebra foi obtida pela Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês).

##RECOMENDA##

O ICIJ teve acesso a documentos mostrando que o HSBC recebeu cerca de R$ 100 bilhões em depósitos realizados entre 2006 e 2008, em contas de 106 mil clientes de 203 países na agência de Genebra. O número de brasileiros envolvidos pode chegar a 8.667 clientes, responsáveis por US$ 7 bilhões em depósitos realizados em 2006 e 2007.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) já identificou 342 destes brasileiros com contas no banco suíço, acusado de oferecer serviço de contras não rastreáveis a correntistas de todo o mundo. Os clientes brasileiros teriam movimentado suas contas sem notificar as autoridades. O caso veio a toda após o ex-técnico de informática do HSBC Hervé Falciani ter vazado a lista ao ICIJ. O ex-funcionário do banco fugiu para a França, levando o material recolhido por ele sobre as contas do banco em Genebra. O técnico de informático chamou os dados até agora divulgado por ele como "apenas a parte visível do iceberg"

A Polícia Federal investiga se a origem do dinheiro dos brasileiros é ilegal, o que ficou decidido após decisão do ministro da Justiça. Agora, Cardozo e Rachid acertaram também como será a atuação a Receita Federal junto com a PF. Os órgãos farão um "pente fino" na vida financeira de cada um dos brasileiros envolvidos, que já são alvo de apuração tocada pelo Ministério Público Federal e do Banco Central.

Na semana passada, a revista Época publicou os 15 primeiros nomes brasileiros da lista do Swissleaks e, na última segunda-feira, 2, o Coaf e o BC divulgaram nota condenado a publicação. Os órgãos afirmaram que a revelação dos nomes poderia conduzir a "conclusões precipitadas" e não contribuíam com as investigações.

A Revista Época teve acesso à lista de 342 correntistas brasileiros do banco HSBC na Suíça e ao relatório sigiloso da Receita Federal com o nome dos 15 primeiros brasileiros que estão sendo averiguados no caso que ficou conhecido como SwissLeaks. A revista destaca que também fazem parte dessa lista outros empresários, doleiros e, segundo o documento, gente suspeita de ligação com o tráfico de drogas. "Alguns podem ter sido relacionados só por ter conta na Suíça, o que não é ilegal", ressalta a reportagem.

O vazamento começou quando documentos com dados de 106 mil pessoas com contas no HSBC da Suíça foram entregues por um ex-funcionário do banco a autoridades francesas e chegaram a um grupo internacional de jornalistas investigativos, o International Consortium of Investigative Journalism (ICIJ). A estimativa é de que os depósitos dos brasileiros neste banco totalizariam um saldo de US$ 7 bilhões entre 2006 e 2007.

##RECOMENDA##

De acordo com a revista, o Fisco brasileiro recebeu uma relação de 342 investidores e analisou a lista, cruzando-a com dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Daí surgiu a lista dos primeiros 15 brasileiros, que a Época divulga com exclusividade em sua edição deste final de semana.

De acordo com a revista, a lista integra nomes como o do gaúcho Lirio Parisotto, diretor presidente da fabricante de plásticos Videolar, e Ricardo Steinbruch, empresário e presidente do Grupo Vicunha, que costumam figurar nas listas dos mais ricos do País. Em reposta à matéria, Lírio Parisotto disse que o valor que consta em sua conta no HSBC na Suíça é declarado e também é compatível com sua receita.

A família Steinbruch, que também é dona do Banco Fibra, declarou que todos os ativos no exterior pertencentes à família têm finalidades lícitas e estão de acordo com a lei. "Quanto às menções a pessoas de sobrenome Steinbruch constantes de dados que foram roubados do Banco HSBC e manipulados, reiteramos que não correspondem à verdade e, por sua origem criminosa, não merecem comentários", diz em resposta à reportagem.

Outros nomes que constam na reportagem, são: Arnaldo José Cavalcanti Marques, empresário pecuarista, que negou ter conta na Suíça. Conceição Aparecida Paciulli Abrahão, dona de casa, que também negou ter conta na Suíça, Dario Messer, doleiro, que por intermédio de seu advogado negou as informações de uma conta de seu cliente na Suíça e disse que todas as suas movimentações são legais, Elie Hamoui, empresário do ramo alimentício, que negou ter contas no exterior, Generoso Martins das Neves, empresário e administrador da empresa de ônibus Braso Lisboa, que negou ter conta no HSBC, Jacks Rabinovich, empresário com participações nos grupos Vicunha e Fibra, que segundo a Época não quis falar com a reportagem.

Constam também da lista publicada pela Época, Jacob Barata, empresário do grupo Guanabara, de transporte público no Rio de Janeiro, que negou a existência de contas no HSBC na Suíça, Jean Marc Schwartzenberg, consultor de mídia, que negou ter enviado dinheiro ao HSBC da Suíça, José Roberto Cury, engenheiro e fundador da Tricury Construções e Participações, que afirmou desconhecer essa investigação, Luiz Carlos Nalin Reis, arquiteto e ex-secretário de Planejamento do Acre, que segundo a revista não respondeu aos telefonemas da reportagem, Mário Manela, empresário, que negou que tenha tido conta no HSBC, Renato Plass, administrador, que de acordo com a Época não respondeu aos recados da reportagem e Samuel Chadrycki, empresário e advogado, que não foi localizado pela reportagem.

Foi lido no plenário do Senado nesta sexta-feira, 27, o pedido de criação de uma CPI para investigar supostas irregularidades cometidas por correntistas brasileiros na movimentação de recursos na filial do banco HSBC na Suíça. A proposta de comissão de inquérito foi apresentada nessa quinta, 26, pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) com 33 assinaturas, seis a mais do que o mínimo necessário pelo regimento interno da Casa.

A leitura do requerimento foi feita pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que presidia a sessão no plenário esta manhã. A partir da leitura, os parlamentares têm até a meia-noite para inclusão ou retirada de nomes. Caso mais de seis retirem as assinaturas, a comissão não será instalada. A expectativa inicial era que a leitura só fosse realizada na semana que vem, mas foi antecipada para hoje cedo.

##RECOMENDA##

De acordo com o requerimento de criação apresentado ontem por Randolfe Rodrigues, a comissão pretende ter acesso a uma lista de cerca de 8 mil brasileiros que teriam mantido US$ 7 bilhões em recursos na instituição de maneira irregular para a Receita Federal.

Na justificativa ao pedido de criação da CPI, o senador do PSOL defende a investigação de "potenciais crimes fiscais, evasão de divisas e atuação de organizações criminosas que agiam através de contas irregularmente abertas pelo banco HSBC, na Suíça, com a cooperação desta instituição financeira, entre os anos de 1998 a 2007".

Veículos internacionais e o blog do jornalista Fernando Rodrigues, no Uol, têm feito uma série de reportagens que tratam de supostas irregularidades no HSBC, no caso que foi batizado de "SwissLeaks".

Na semana passada, o Ministério Público Federal informou que vai investigar o caso. A Receita Federal também já anunciou que pretende analisar as operações realizadas por brasileiros em contas secretas mantidas pelo banco na Suíça.

O pedido de criação da CPI contou com o apoio de senadores da base aliada e da oposição, como o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Dois requerimentos de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPIs) foram lidos nesta sexta-feira (27), no plenário do Senado. O primeiro vai investigar denúncias de sonegação fiscal e evasão de divisas envolvendo o banco HSBC – que ficou conhecido como Swiss Leaks, e o segundo vai investigar denúncias sobre a existência de uma máfia para comercialização de próteses e órteses no país.

O primeiro requerimento teve 33 assinaturas de senadores – seis a mais que o mínimo necessário. Segundo as denúncias que motivaram o pedido de CPI pelo senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), a filial do banco HSBC na Suíça ajudou clientes a esconder recursos que poderiam ser de origem ilícita, além de possibilitar práticas de sonegação fiscal. Entre os correntistas envolvidos no esquema estão 8,7 mil brasieiros – o que não quer dizer que todos tenham praticado irregularidades.

##RECOMENDA##

A maior parte dos senadores que assinaram o requerimento para criação dessa comissão é da base governista, mas há também assinaturas dos chamados independentes, como o PSB. Pelo requerimento, 11 titulares e seis suplentes vão integrar o grupo.

A outra CPI foi proposta pelo senador Magno Malta (PR-ES) e vai investigar denúncias de que existe uma máfia atuando no país para a prescrição e colocação de próteses e órteses sem necessidade por médicos. A CPI das próteses vai ser composta por sete senadores titulares e cinco suplentes.

A partir de agora, com base nas indicações que já podem ser feitas pelos partidos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) fará as designações dos integrantes. As CPIs terão prazo de 180 dias para apresentar o resultado dos trabalhos.

O pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC foi lido, nesta sexta-feira (27). O colegiado pretende investigar denúncias abertura de contas irregulares feita pela instituição financeira. A iniciativa partiu do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que conseguiu 33 assinaturas, seis a mais que o mínimo necessário para a criação de uma comissão de inquérito.

Conforme o requerimento, a CPI terá 11 integrantes titulares e seis suplentes e terá 180 dias de duração. A partir desta leitura em Plenário, os parlamentares até a meia-noite para inclusão ou retirada de nomes.

##RECOMENDA##

Dono da segunda maior bancada do Senado Federal, o Partido dos Trabalhadores apoia integralmente a criação da CPI.  Os 14 senadores petistas assinaram o requerimento para a implantação do colegiado. Líder do PT na Casa, o senador Humberto Costa afirmou ter articulado a viabilidade da comissão, que investigará o envio de mais de U$ 7 bilhões do Brasil para o exterior de maneira irregular. 

"Esta CPI será extremamente importante para elucidar fatos que, até agora, têm sido colocados em segundo plano no Brasil, até mesmo pela mídia. Eles representam um processo de sonegação de dezenas de bilhões de dólares em todo o mundo e, no Brasil, estima-se que mais de 8 mil pessoas estejam envolvidas com remessas de divisas irregulares para o exterior", explicou Humberto. "Precisamos investigar", acrescentou.

Irregularidades

Segundo noticiado pela imprensa internacional, o banco HSBC na Suíça atuou de forma fraudulenta para acobertar recursos de clientes, blindando-os das obrigações fiscais e da comprovação da origem dos recursos — práticas que poderiam indicar atividades criminosas. Mais de US$ 100 bilhões teriam sido ocultados do Fisco de mais de 100 países, inclusive do Brasil.

O escândalo, conhecido como Swissleaks, tem como fonte original um especialista em informática do HSBC, o franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão 8.667 brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões, que em grande parte podem ter sido ocultados do fisco brasileiro.

Na justificativa do pedido de CPI, Randolfe diz se tratar de “um arrojado esquema de acobertamento da instituição financeira, operacionalizado na Suíça, que beneficiou mais de 106 mil correntistas”, de mais de 100 nacionalidades.

Com 32 assinaturas, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apresentou nesta quinta-feira, 26, um pedido de abertura da CPI para investigar supostas irregularidades cometidas por correntistas brasileiros na movimentação de recursos na filial do banco HSBC na Suíça. A comissão pretende ter acesso a uma lista de cerca de 8 mil brasileiros que teriam mantido US$ 7 bilhões em recursos na instituição de maneira irregular para a Receita Federal.

Na justificativa ao pedido de criação da CPI, o senador do PSOL defende a investigação de "potenciais crimes fiscais, evasão de divisas e atuação de organizações criminosas que agiam através da abertura de contas irregularmente (abertas) pelo banco HSBC, na Suíça, com a cooperação desta instituição financeira, entre os anos de 1998 a 2007".

##RECOMENDA##

O pedido foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa do Senado. O órgão administrativo da Casa fará a conferência das assinaturas de apoio e se o pedido de criação da comissão de inquérito têm fato determinado, dois requisitos previstos no regimento para a colegiado vingar.

Caso a Secretaria Geral concorde com essas duas avaliações, o requerimento é lido em plenário pelo presidente em exercício do Senado e os senadores terão até a meia-noite do dia para retirarem as assinaturas. São necessários pelo menos 27 apoios e, se ao menos seis assinaturas forem retiradas, a CPI não será instalada. A previsão é que a leitura do requerimento da CPI em plenário ocorra apenas na próxima semana.

O pedido de criação da CPI contou com o apoio de senadores da base aliada e da oposição, como o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Rodrigues pretendia instalar uma CPI mista, mas preferiu garantir o andamento da CPI no Senado que já tinha as assinaturas necessárias. A coleta de assinaturas na Câmara, no entanto, será mantida.

Veículos internacionais e o blog do jornalista Fernando Rodrigues, no Uol, têm feito uma série de reportagens que tratam de supostas irregularidades no HSBC, batizando-o de "SwissLeaks".

Na semana passada, o Ministério Público Federal informou que vai investigar o caso. A Receita Federal também já anunciou que pretende analisar as operações realizadas por brasileiros em contas secretas mantidas pelo banco na Suíça.

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados anunciou na tarde desta quinta-feira, 26, que iniciou coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os brasileiros que têm contas no HSBC da Suíça.

Segundo o líder da bancada na Casa, Chico Alencar (RJ), já foram alcançadas as 27 assinaturas necessárias entre os senadores para a apresentação do requerimento. O partido busca agora o apoio de pelo menos 171 deputados para protocolar o pedido no Congresso.

##RECOMENDA##

A Receita Federal informou nesta quarta-feira (25), que teve acesso a uma lista com 342 nomes de supostos contribuintes brasileiros que possuem contas bancárias na subsidiária do HSBC na Suíça. Em nota, o Fisco afirma que a lista traz informações relevantes para a identificação de eventuais indícios da prática de ilícitos tributários. "A Receita Federal busca agora a obtenção de mais elementos que comprovem integralmente a autenticidade das informações. As ações em andamento estão articuladas com outros órgãos de prevenção e combate aos crimes de lavagem de dinheiro, como o Coaf e o Banco Central", diz a Receita.

Segundo a nota, já estão em andamento as medidas de cooperação internacional necessárias para obter junto a autoridades europeias a lista oficial e integral dos supostos contribuintes brasileiros que possuiriam contas bancárias na subsidiária do banco.

##RECOMENDA##

No último dia 13 de fevereiro, o Fisco já havia informado que iria investigar contribuintes brasileiros com indícios de movimentação financeira com o HSBC na Suíça. Análises preliminares já revelavam hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas ao Fisco brasileiro. A investigação foi motivada pelas informações divulgadas pelo ICIJ - International Consortium of Investigative Journalism (Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo), apontando a existência de 6,6 mil contas bancárias abertas no HSBC na Suíça, no período de 1988 a 2006, supostamente relacionadas a 4,8 mil cidadãos brasileiros. O saldo em 2006 e 2007 totalizaria US$ 7 bilhões.

Questionado no início desta semana pelo jornal "O Estado de S. Paulo" sobre o procedimento na abertura das contas, o banco enviou uma resposta oficial indicando reconhecer problemas nos controles sobre a origem do dinheiro no passado. Mas garante que, desde 2007, o banco "tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC". Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

Sócios, diretores e parentes de donos de empresas de ônibus municipais do Rio de Janeiro mantinham contas milionárias no banco HSBC da Suíça entre 2006 e 2007, segundo informações obtidas por meio do vazamento de dados bancários da instituição financeira e divulgadas hoje pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. Ao todo, 31 pessoas tiveram seu nome listado, entre elas Jacob Barata, de 83 anos, conhecido como "Rei dos Ônibus".

Junto com seus familiares, Barata teria participação em 16 empresas de ônibus municipal no Rio. De acordo com o blog, entre 2006 e 2007 os registros do HSBC "private bank" de Genebra, na Suíça, indicavam que Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com sua mulher, Glória, e seus filhos Jacob, David e Rosane.

##RECOMENDA##

A família Barata abriu sua conta secreta na Suíça em 6 de maio de 1990, segundo registros do HSBC divulgados pelo jornalista. Eles estão entre os 106 mil que tiveram seus sigilos revelados, graças à ação de um ex-funcionário do HSBC, Hervé Falcianie.

A partir de 2004, de acordo com a reportagem, os valores passaram a ser movimentados pela empresa Bacchus Assets Limited, uma offshore acrescentada à conta com autorização para realizar depósitos e retiradas. A empresa tem sede no paraíso fiscal de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, território ultramarino do Reino Unido.

Os dados, porém, não dão pistas de como os recursos desses 31 empresários, parentes e diretores de empresas de ônibus do Rio foram parar no exterior. A reportagem mostra, contudo, que 23 das 31 pessoas relacionadas tiveram as contas no HSBC de Genebra abertas num intervalo de 34 dias, concentrado em maio e junho de 1990. O período é cerca de dois meses após o então presidente Fernando Collor de Mello determinar o confisco de contas, poupanças e investimentos dos brasileiros.

A reportagem mostra ainda que, além da família Barata, a lista do HSBC traz nomes como o de Generoso Martins das Neves, administrador da empresa Braso Lisboa. Em 2006 e 2007, ele mantinha US$ 3,3 milhões em uma conta conjunta com parentes, aberta de 3 de agosto de 1989.

Ernesto e Elza Ribeiro Martins, sócios da empresa Rodoviária A. Matias, também eram clientes do HSBC na Suíça, segundo a reportagem. Ele atua como diretor da Auto Viação Tijuca. Na época do extrato, ambos compartilhavam US$ 5,4 milhões.

Outros sócios da Rodoviária A. Matias também mantinham dinheiro na Suíça. Leonel Neves Barbosa, Amelia Raquel Neves de Noronha Barbosa e Claudia Neves Barbosa tinham, em 2006 e 2007, US$ 4,8 milhões, divulgou o blog do jornalista.

Segundo a reportagem, a família Barata nega a existência das referidas contas, mas os demais sócios e diretores não responderam.

Em meio ao prejuízo de mais de meio bilhão de reais no ano passado, o HSBC Brasil continua com o esforço para reposicionar as atividades do banco no País. Em um trabalho que já leva vários trimestres, a filial tenta migrar negócios para segmentos com maior potencial de crescimento. Nesse esforço, o banco com sede em Curitiba anuncia o fechamento de 21 agências.

Balanço divulgado na manhã desta segunda-feira, 23, em Londres cita que o HSBC Brasil fechou agências "em áreas com menor potencial de crescimento". O documento não cita quais unidades foram ou serão fechadas. O documento explica apenas que o objetivo do banco é concentrar esforços em áreas urbanas que ofereçam melhores perspectivas e cita "esforço nos centros urbanos com potencial de rápido crescimento das receitas".

##RECOMENDA##

Ao mesmo tempo em que fecha 21 agências tradicionais, o HSBC Brasil anuncia o lançamento de 60 pontos para vendas e atendimento automático dos clientes. Também não há detalhes sobre essa iniciativa no balanço.

Entre outras ações para o reposicionamento do banco, o HSBC cita que "no banco de varejo e gestão de ativos, estamos atualizando nosso modelo de negócios nos concentrando em segmentos específicos de clientes". Na pessoa física, o banco tem adotado mudanças nas linhas de crédito, como a ampliação dos prazos de empréstimos pessoais. Na pessoa jurídica, houve avanço entre as empresas de médio porte. "No Brasil, fizemos progressos para transformar nosso negócio a fim de garantir a sustentabilidade de longo prazo", diz o balanço.

Despesas

 

Além de estar em um ambiente econômico menos favorável e com o reposicionamento das atividades, o HSBC registrou aumento das despesas operacionais no Brasil. O balanço cita que esses gastos cresceram US$ 796 milhões na América Latina, especialmente "no Brasil e Argentina em grande parte pelas renegociações salariais e pressões inflacionárias".

Além dos salários, o HSBC registrou custos extraordinários no Brasil no ano passado, com a aceleração de depreciação e a baixa em ativos intangíveis no segmento de varejo e gestão de ativos. "Apesar desses fatos, nossa política de controle de gastos continua e nós avançamos com nosso foco e tivemos economia com custos acima de US$ 155 milhões", diz o documento.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) - que protocolou junto à Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido para que seja instaurada uma investigação, no Brasil, sobre o suposto esquema da lavagem de dinheiro envolvendo o HSBC - enxerga uma relação direta entre o escândalo bancário e a operação Lava Jato. "Não será nenhuma surpresa que o HSBC tenha conta de doleiros envolvidos na Lava Jato", disse em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Pimenta lembrou que o ex-gerente executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco admitiu ter usado o HSBC para receber propinas. Em depoimento na delação premiada, o executivo contou que abriu um total de 19 contas em nove bancos na Suíça para este fim. Só no HSBC ele teria cerca de US$ 6 milhões. "Esse caminho do HSBC é o utilizado por vários atores envolvidos em casos de corrupção e desvio de dinheiro", afirmou Pimenta.

##RECOMENDA##

O parlamentar gaúcho entrou com a representação nesta quarta-feira, 18, depois de ficar alguns dias estudando o assunto e de cobrar do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, providências por parte do governo federal. Pimenta também se reuniu com o líder da bancada do PT na Câmara, Sibá Machado, que lhe garantiu respaldo. "Tenho apoio total do partido. Nesse momento, está todo mundo sintonizado comigo nesse negócio", disse o deputado.

Na representação protocolada junto à PGR, Pimenta pede apuração sobre supostos atos de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal que teriam sido praticados por clientes brasileiros por meio de contas abertas no HSBC na Suíça. Segundo ele, na próxima segunda-feira, dia 23, o assunto será discutido pela bancada petista, que deverá encaminhar, no dia seguinte, um pedido de criação de uma comissão de representação externa na Câmara para acompanhar o desdobramento da investigação.

Jornalista de formação, Pimenta contou que estava acompanhando o tema antes mesmo de chegar "com tanta força" no Brasil. A suspeita de que o HSBC facilitaria a lavagem na Suíça de dinheiro vindo do exterior veio a público após a divulgação de documentos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ). Esta semana, a Justiça suíça fez uma operação de busca e apreensão de dados nos escritórios do HSBC no país.

Para Pimenta, as autoridades já esperaram demais para dar início à investigação do caso no Brasil - considerando o indício de que o HSBC na Suíça teria 8,8 mil contas bancárias secretas de brasileiros. "É uma questão de tempo.

Obrigatoriamente o Brasil terá que dar consequência a essas informações que surgiram. Se não o fizer, seria prevaricação", afirmou. "O primeiro objetivo é obter a lista dos nomes dos correntistas oficialmente. Tem que fazer uma triagem do que é legal e o que é ilegal."

Ele acredita que a análise das contas do HSBC sob suspeita trará à tona outros casos de corrupção além da operação Lava Jato, e lembra que as contas que estão sendo investigadas no exterior foram abertas do final da década de 1990 até 2007. Segundo ele, é do interesse do PT investigar quem quer que seja. "Não há nenhuma resistência do partido. Eventualmente, se tiver alguém do partido envolvido, temos que punir exemplarmente, para dar o exemplo para nossa militância e para a sociedade", disse.

Em uma resposta oficial divulgada na semana passada, quando o escândalo ganhou repercussão mundial, o HSBC indicou reconhecer que os controles sobre a origem do dinheiro no passado nem sempre foram corretos, mas garantiu que desde 2007 "tomou passos significativos para implementar reformas e expulsar clientes que não atendiam aos padrões HSBC". Segundo o banco, como resultado disso, a instituição na Suíça perdeu quase 70% de seus clientes desde 2007.

O HSBC, alvo de escândalos envolvendo possíveis casos de evasão de divisas, divulgou neste domingo um pedido público de perdão. No documento, a instituição afirma que a tempestade de críticas midiáticas que se seguiram às acusações de que o banco teria ajudado clientes ricos a burlarem o pagamento de impostos tem sido uma "experiência dolorosa".

O diretor-presidente da empresa, Stuart Gulliver, disse que as alegações se referem a práticas históricas que não são mais usadas pelo HSBC. Em uma página publicitária divulgada por jornais britânicos, ele garantiu que a instituição "não tem mais vontade" de ajudar clientes que tentam escapar do pagamento de impostos.

##RECOMENDA##

Na carta, endereçada a clientes e funcionários, Gulliver afirma que o banco "precisa entender que as sociedades que serve esperam mais de nós. Nós, portanto, pedimos desculpas sinceras."

A popularidade do HSBC ficou abalada no começo da semana passada, quando documentos vazados de processos entre 2005 e 2007 mostraram que o banco teria ajudado clientes a evitarem o pagamento de impostos. Fonte: Associated Press.

A Receita Federal abriu investigações para apurar "hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações" prestadas ao Fisco Brasileiro por brasileiros correntistas do Banco HSBC na Suíça após vazamento de dados que indicariam evasão de divisas.

Essas "hipóteses", se confirmadas, seriam passíveis de autuação fiscal e de representação fiscal por ocorrência de crime contra ordem tributária, além de responsabilização por eventuais crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro.

##RECOMENDA##

Entre os investigados, estão nomes de pessoas ligadas à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura desvios de verba da Petrobras. O banco HSBC teria ajudado mais de 8,7 mil brasileiros a depositar US$ 7 bilhões em contas secretas na Suíça.

Os dados fazem parte de documentos bancários que revelariam como a instituição teve um papel ativo em facilitar a abertura de contas, sem perguntar a origem do dinheiro e que, em muitos casos, teria ajudado a evadir impostos.

Em nota, a Receita informou nesta sexta-feira, 13, que "as análises preliminares de alguns contribuintes já revelam hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas ao Fisco Brasileiro, entre outros casos".

A Receita afirmou que sua unidade de inteligência teve acesso a parte da lista contendo o nome de pessoas que "supostamente possuíam relacionamento financeiro com aquela instituição financeira na Suíça".

O Fisco fez menção a "indícios de movimentação financeira" reveladas nesta semana pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês) que publicou a informação da existência de 6,6 mil contas bancárias abertas no Banco HSBC na Suíça, no período de 1988 a 2006, "supostamente relacionadas" a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, que totalizariam saldo em 2006/2007 no valor de U$ 7 bilhões.

A Receita Federal informou, ainda, que "segue aprofundando as pesquisas sobre o tema, com o intuito de obter mais informações", inclusive mediante cooperação internacional para a "correta identificação do maior número possível de contribuintes relacionados" e o levantamento de possíveis valores não declarados.

"É relevante notar que alguns desses contribuintes já haviam sido investigados anteriormente pela Receita Federal, a partir de outros elementos constantes em suas bases de dados.

A queda do PMI Industrial do Brasil em novembro para o nível mais baixo dos últimos 16 meses sugere que, após sair da "recessão" no terceiro trimestre deste ano, o quarto trimestre também deve ser "decepcionante", afirma a Capital Economics em relatório assinado pelo economista para mercados emergentes, David Rees. Em novembro, o PMI Industrial do Brasil caiu para 48,7, ante 49,1 em outubro. Segundo a consultoria britânica, apesar de a relação com os dados da produção industrial calculados pelo IBGE não ser tão forte, uma leitura de PMI abaixo de 50 sinaliza uma queda na produção nos próximos meses.

A Capital Economics destaca que as quedas foram espalhadas uniformemente entre a maioria dos subíndices que compõem o PMI: a produção caiu para 46,9, de 48,8, e as novas encomendas de exportação, para 48,8 (de 49,7). "Nesta base, não há nenhum sinal de que um real mais fraco está ajudando a estimular uma recuperação da produção", pondera. A consultoria acrescenta que a queda no índice de emprego, para 48,6 em novembro, ante 49,6 em outubro, é outro sinal de que o crescimento econômico mais fraco está começando a pesar sobre o mercado de trabalho brasileiro.

##RECOMENDA##

"Finalmente, tanto os preços de insumos pagos pelos produtores quanto os preços dos produtos vendidos aumentaram, sugerindo que as pressões sobre a inflação permanecem altas", afirma. Diante disso, a Capital Economics diz no relatório que espera uma nova alta de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa nesta terça-feira, fazendo com que a Selic chegue a 11,5% ao ano. "Em suma, não há nada aqui que sugira que a combinação de fraco crescimento e inflação alta está sendo deixada para trás", conclui.

Diferente do Brasil, a Capital Economics destaca no relatório que o PMI Industrial do México subiu para 54,3 em novembro, de 53,3 em outubro, configurando a leitura mais alta desde janeiro de 2013 e deixando o índice bem acima de 50, patamar que marca a divisão entre expansão e contração. A consultoria ressalta que há sólidos aumentos em vários componentes do indicador referente ao México, o que aponta para uma aceleração sustentada no crescimento da produção mexicana nos próximos meses.

O banco britânico HSBC anunciou que a filial da América Latina registrou lucro antes dos impostos de US$ 96 milhões no terceiro trimestre de 2014. A cifra mostra queda de 56,3% na comparação com igual período do ano passado. O diretor financeiro do grupo, Iain Mackay, explica que o resultado anual na região ainda tem influência da reestruturação dos procedimentos usados no mercado crédito adotada em 2013.

De acordo com balanço divulgado esta manhã, as receitas do banco na região caíram 8,2% na comparação anual e somaram US$ 2,11 bilhões no terceiro trimestre. Além dessa contração nas receitas, também houve aumento das despesas operacionais que cresceram 4,5% em dólar, para US$ 1,53 bilhão no período. Entre as grandes cifras, a notícia positiva foi a redução das provisões contra risco de crédito, valor que caiu 21% em um ano, para US$ 486 milhões no trimestre.

##RECOMENDA##

Apesar da queda anual, o lucro do terceiro trimestre mostra aumento de 50% na comparação com os três meses anteriores, quando o banco reportou resultado antes de impostos de US$ 64 milhões. No acumulado dos nove primeiros meses de 2014, o lucro antes de impostos soma US$ 470 milhões na América Latina, queda de 31,5% na comparação com igual período de 2013.

Durante teleconferência com analistas para divulgar os dados, o diretor financeiro comentou que as cifras da região ainda refletem a reestruturação das operações de crédito do banco britânico adotadas em 2013. Essa mudança afetou especialmente o Brasil. "O principal fator (de influência no resultado) na América Latina é a reorganização das nossas operações, especialmente o portfólio do Brasil. Definitivamente, isso não é um item recorrente", disse.

Essa reestruturação afetou, por exemplo, a geração de receitas. "Na América do Norte e na América Latina, notadamente no Brasil, nós também fomos afetados pela mudança na composição das nossas carteiras para empréstimos mais seguros, o que gera retorno menor para uma proporção maior da nossa carteira", explica o balanço. "No Brasil, esse impacto foi maior que o efeito (positivo) do aumento das taxas de juros".

Essa reestruturação das operações de crédito revisou e alterou procedimentos usados nos empréstimos e financiamentos no Brasil. Uma avaliação mais conservadora do HSBC fez com que as provisões, por exemplo, crescessem US$ 242 milhões no ano passado na filial da América Latina. Essa atitude mais cautelosa foi direcionada especialmente aos empréstimos das pessoas físicas no banco de varejo e para pequenas empresas no País.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando