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Há mais de uma semana, Sidney Lopes de Brito, de 45 anos, está acomodado em um dos corredores do Hospital Getúlio Vargas, no Recife, com uma infecção bacteriana. O paciente, que também sofre de diabetes, tenta se recuperar de um procedimento cirúrgico e já enfrentou uma tentativa malsucedida de transferência para um hospital em Jaboatão dos Guararapes. Sem respostas da administração do Getúlio Vargas sobre a acomodação de Sidney em ambiente adequado, a família foi apenas orientada a denunciar a situação na ouvidoria da Secretaria de Saúde do Estado, que demora cerca de trinta dias para dar retorno.

“Outros pacientes estão no mesmo corredor, correndo sério risco. A equipe médica não se pronuncia. Ele está com muita dor no local da cirurgia e febre”, afirma Jeovane Cipriano, sobrinho de Sidney. Através de imagens enviadas pela família ao LeiaJá, é possível ver que o paciente precisa dividir o espaço da maca com sacolas. 

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Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde declarou: “O Hospital Getúlio Vargas (HGV) reconhece a alta demanda de pacientes na unidade, referência para diversas especialidades, como traumato-ortopedia, cirurgias geral, bucomaxilofacial e vascular e que recebe a população de todo o Estado. É oportuno lembrar que o hospital está funcionando em sua plena capacidade e não recusa atendimento, garantindo a assistência a todos que dão entrada nas emergências, com prioridade para os casos mais graves, com risco de morte, conforme avaliação médica”.

A instituição, contudo, não respondeu se possui leitos suficientes para atender à sua demanda, mas informou que “tem trabalhado para qualificar a assistência aos pacientes, agilizando atendimentos, exames e procedimentos para dar maior rotatividades aos seus leitos". "Diariamente, pacientes são transferidos para hospitais de convênio e para os leitos de enfermaria do próprio hospital de acordo com a disponibilidade de leito, perfil clínico do paciente, gravidade e tempo da admissão”, informou a Secretaria de Saúde. Sobre o caso de Sidney, a pasta afirmou apenas que “o paciente está sendo acompanhado diariamente pela equipe de cirurgia geral, realizando os exames necessários para o monitoramento do quadro clínico e fazendo o uso de medicamentos”.

As inscrições para o vestibular dos cursos de graduação à distância da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estão abertas até o dia 7 de novembro. O processo seletivo é relativo a 6 mil vagas em cinco especialidades: Gestão Comercial (1.200); Gestão Financeira (1.200); Gestão Pública (1.200); Marketing (1.200) e Processos Gerenciais (1.200). As provas serão aplicadas no dia 26 e são porta de entrada para o próximo período letivo da instituição de ensino, no primeiro semestre de 2018.

Os cursos superiores de Tecnologia em Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão Pública e Marketing possuem duração mínima de dois anos e máxima de quatro anos. Por sua vez, o curso superior de Tecnologia em Processos Gerenciais tem duração mínima de três anos e máxima de seis anos.

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O Programa FGV Online oferece diploma, conferido pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE). O local de prova (polo presencial) escolhido no ato de inscrição servirá, ao término do processo seletivo, para determinar a alocação dos aprovados. As vagas estão distribuídas entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba e Londrina.

 

Quem assiste a Getúlio e se surpreende com a beleza das imagens do filme - mesmo que sejam assinadas por um fotógrafo tão grande como Walter Carvalho -, não imagina as dificuldades que ele enfrentou. Numa visita ao set de filmagem, o Palácio do Catete, em que o ex-presidente Getúlio Vargas viveu confinado seus últimos dias, o repórter ouviu de Carvalho o desabafo. "Nunca enfrentei tantas restrições. Isso aqui (o Catete) é um museu. Não se pode tocar em nada. Não podia pregar um prego nas paredes para sustentar um cabo. Não podia arredar os móveis nem carregar na luz."

A produtora Carla Camurati acrescenta, numa entrevista por telefone: "Ajudou muito na negociação o fato de eu ser diretora do Teatro Municipal (do Rio). Há toda uma burocracia para se filmar em lugares públicos. No caso do Catete, que é um museu, somam-se as dificuldades que todo mundo que já foi a museu sabe. Veja na tela - se algum ator se apoia num móvel, usa uma cadeira, nenhum desses objetos é do acervo. É da produção." A exceção é justamente a cama em que Getúlio Vargas se suicidou, bem como o revólver com o qual disparou o tiro fatal.

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Tony Ramos contou ao repórter que foi a cena mais difícil de fazer. "A gente podia sentir a carga do gesto trágico, como se a ficção estivesse virando realidade." Carla conta: "Tive de convencê-los (os administradores do museu) que era fundamental o acesso à cama, ao revólver. Além de muito conhecidos, por fazer parte da história do Brasil, havia essa coisa da solenidade, que eu sabia que ia ajudar o João." Carla refere-se ao marido, o cineasta João Jardim. Documentarista - Janela da Alma, em parceria com Walter Carvalho, Pro Dia Nascer Feliz e Amor?, esse último nas bordas da ficção -, Jardim trabalhou sempre no registro autoral, e vinculado ao real.

Para sua primeira ficção, ele não se desligou do real, e ainda pegou um tema polêmico. Getúlio, o pai dos pobres, é um fantasma que assombra a política brasileira. Ditador nos anos 1930 e 40, conduziu com mão de ferro um Estado totalitário. Mas, em 1954, ele está no Catete como presidente constitucional, eleito pelo voto do povo. Em 5 de agosto, há um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda. As investigações conduzem ao segurança do presidente. A oposição exige a renúncia ou a deposição. O presidente mata-se em 24 de agosto. É o recorte de João Jardim e de seu roteirista, George Moura.

O filme é um thriller poderoso, centrado nos 19 dias em que Getúlio sai da vida para entrar na história, como diz a carta-testamento. O suicídio, se é uma punição, também é uma saída honrosa. Foi difícil negociar com instituições como Exército, a Aeronáutica e os herdeiros de tantas figuras conhecidas. Jardim chegou a chorar durante a coletiva no Recife, ao lembrar tantas dificuldades. "Nenhuma empresa ligada a governo queria investir. Salvou-nos a iniciativa privada. Foi quem nos deu o dinheiro para iniciarmos a produção", resume Carla. O tempo terminou agindo a favor. "O João maturou o roteiro com o George, o tipo de thriller que queria fazer." Quando finalmente ia sair, o filme foi retardado por mais um ano. Tony Ramos, que ia fazer o papel, foi recrutado para uma novela. "Esse ano foi fundamental na decantação do projeto."

Produtora e mulher do diretor, Carla, que é atriz e diretora, ajudou na escalação do elenco. "Mas o João já sabia quem queria, na maioria dos papéis." Tony Ramos é um assombro. "Quando ele faz, parece bom, mas depois, quando se vê o resultado, é melhor. Ele só cresce. A Drica (Morais, que faz a filha, Alzira), também." Carla está num momento especial. Será a diretora dos eventos culturais da Olimpíada do Rio. "Não vou fazer o show de abertura nem de encerramento. Isso é coisa de outra equipe. Será uma oportunidade rara para mostrarmos aos estrangeiros que virão ao Rio e ao mundo, que vai ver pela TV, a nossa diversidade." O anúncio da programação será feito no primeiro semestre de 2015. Até lá, terá muito trabalho. Também se despede do Teatro Municipal, cuja direção exerce há sete anos. Sofreu duras críticas no começo.

"Há uma incompreensão muito grande sobre o papel do gestor público no País", lamenta. "A imprensa tem de criticar, mas muitas vezes só ataca." A restauração do teatro deixou o Municipal fechado por um bom tempo, mas foi um trabalho completo. "Aprendi muito com todos aqueles especialistas. E, se já havia dirigido ópera e conhecia a parte musical, aprendi mais ainda com os artistas e técnicos. Descobri o corpo de baile, maravilhoso." O saldo, ela avalia como positivo. "Criei programas como Imagem e Música, baseado no diálogo com o cinema, multipliquei a receita. O Municipal que vou entregar está melhor."

É inusitado constatar que o cinema brasileiro ainda estava em débito com figura de Getúlio Vargas. O homem é um mito, que embora já desmontado pela historiografia, permanece nas nébulas memória popular. Recentemente houve uma retomada da sua imagem conectada à do ex-presidente Lula, fruto de um direcionamento político do governo orientado por marqueteiros diante do fortalecimento (artificial) do discurso da oposição na época do escândalo do mensalão. Getúlio, filme de João Jardim, é uma mistura de thriller e cinebiografia, voltado para contar uma história inspirada nos últimos 19 dias de governo e vida do Estadista.

Getúlio, de João Jardim, é um filme concentrado. Em mais de um sentido. Resume uma vida, das mais controversas da política brasileira, a seus 19 dias finais. E o faz com um sentido de seriedade, precisão e economia de recursos que transforma cada fala e cada gesto dos personagens em algo de muito significativo. Exige do espectador concentração semelhante.

Afinal, foram anos e anos de pesquisas, livros, locações e elenco para chegar a esse resultado ótimo num gênero (o drama político) em que o cinema brasileiro parece particularmente deficiente. Aqui, em geral, tende-se à hagiografia ou a demonização. Jardim prefere tons intermediários. Tudo é sombra e matizes de luz nas etapas da trajetória final de Vargas, acossado e cada vez mais prisioneiro de um palácio, o Catete, sede do governo. As cenas foram filmadas no atual Museu da República, no Rio, que preserva os móveis, o último pijama marcado de sangue do presidente, e o revólver do ato final.

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As sombras vêm de toda parte. Das más notícias acumuladas que dão conta do envolvimento da guarda pessoal do presidente no atentado ao opositor Carlos Lacerda, e que terminou no ferimento deste e na morte do major Vaz, da Aeronáutica. O escândalo é pretexto para uma campanha civil-militar, que deveria levar ou à renúncia do presidente ou a um golpe - que seria aplicado apenas dez anos depois.

As (poucas) luzes no fim de vida do presidente vêm de sua filha Alzira (Drica Moraes), seu braço direito, apoio solitário e única figura a emprestar humanidade a um palácio que, pouco a pouco, vai se tornando prisão para seu habitante. Vargas bem que tenta se desvencilhar, mas os cordéis se atam de maneira implacável com a falência do seu dispositivo militar (Zenóbio da Costa, vivido por Adriano Garib) e o envolvimento da família no escândalo, como seu irmão Benjamim (Fernando Luis).

Todo esse drama ganha expressão na presença contida e ao mesmo tempo forte de Tony Ramos como Getúlio Vargas. No de Drica, que compõe uma Alzira comovente em sua impotente solidariedade ao pai. Em todo o resto do elenco, bastante homogêneo e congruente. Assim como na fotografia de tons escuros de Walter Carvalho, com travelings delicados que realçam a gravidade do momento. Tudo é sutil sem deixar de ser intenso. Mesmo o Carlos Lacerda de Alexandre Borges é contido, dois tons abaixo do original. Getúlio é, em seu todo, um drama de câmera, pontuado por uma trilha sonora estupenda, de Frederico Jusid.

Como dizia Marc Ferro, só se faz história a partir do presente. Com sutileza, Getúlio não refaz apenas a trajetória pessoal de um homem político, mas desvenda a tradição golpista brasileira, que iria aflorar em 1964, e não se extingue com a redemocratização. Faz parte dos usos e costumes, e talvez do DNA da política à brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As poltronas do Teatro Guararapes, neste domingo (27), não ficaram tão ocupadas como na abertura do Cine PE 2014, que ocorreu neste sábado (26). Embora o público estivesse em menor número, o segundo dia do festival foi melhor que o primeiro em relação a seleção dos filmes. Enquanto na abertura, foram exibidos mais de 10 curtas e O Grande Hotel Budapeste- destaque do sábado-, neste domingo foram seis filmes, sendo dois curtas, dois documentários e o longa sobre Getúlio Vargas.

O filme que abriu o segundo dia do Cine PE foi Frascos. O curta fechou a programação da Mostra Pernambuco, que terá seus vencedores anunciados na terça-feira (29).  O segundo filme foi Ecce Homo, que pertence à Mostra Curta Nacional. A produção mostra e critica a triste realidade dos animais que são maltratados. Algumas cenas desse curta são reais e chocantes, o que deixou o público bastante impressionado. 

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Ao final da exibição de Ecce Homo, uma mulher da plateia fez um pedido para que o volume do áudio fosse diminuído. A resposta ao comentário da espectadora foi de aplausos vindos do público. Isso porque o volume do som dos filmes, este ano, vem causando certos incômodos durante alguns momentos das sessões.

Cine PE chega aos 18 anos mais maduro e repaginado

Em seguida, foi a vez do documentário de Jorge Furtado, O Mercado de Notícias. O filme abre a mostra Doc Internacional e traz uma reflexão bastante atual sobre o jornalismo. O roteiro também foi feito pelo diretor e é baseado na peça escrita pelo inglês Ben Jonson em 1625, The Stample of News.

Antes das sessões começarem, Furtado subiu ao palco do teatro para apresentar seu filme. “É um documentário que discute o jornalismo e é dedicado ao jornalista Janio de Freitas”, destaca o diretor, que finaliza com uma das frases emblemáticas do filme: “Falem bem ou falem mal, mas falem”.

Para compor o documentário, Furtado convidou 13 jornalistas de todo o Brasil exporem sua opinião sobre essa profissão que passa por momentos de mudança com o advento da internet. É uma verdadeira aula sobre o jornalismo. Rafael Mello, 18, é estudante da área e assistiu ao documentário. Ele contou ao LeiaJá que gostou do filme e se identificou com o mesmo. “O documentário levanta questionamentos que são importantes para mim, mas que servem também para toda sociedade”, comenta Rafael.

Já Igor Travassos é estudante de publicidade e integra o júri popular do Cine PE. Em conversa com o LeiaJá, ele opina sobre a seleção de filmes deste domingo (27). “Achei os filmes do segundo dia melhores que o do primeiro. Também gostei da distribuição de horário que foi feita hoje. Ontem foram exibidos muitos curtas sem intervalo, o que cansou um pouco”, conta Igor.

Getúlio

Depois de O Mercado de Notícias, foi a vez de o público assistir a Tony Ramos incorporando um dos personagens mais emblemáticos do Brasil, em Getúlio. O filme, que faz parte da sessão especial BNDES, traz os últimos 19 dias de vida do ex-presidente Vargas. 

Estrelado por Tony Ramos, 'Getúlio' ganha sessão no Cine PE

Antes de Getúlio começar, o diretor João Jardim subiu ao palco juntamente com um dos atores do filme, Thiago Faustino. Ele interpreta Gregório Fortunato, motorista do então presidente da república e peça importante para desvendar o atentado sofrido pelo jornalista Carlos Lacerda, que ganha interpretação de Alexandre Borges.

Ao LeiaJá, Jardim conta que o processo para escrever a história do filme foi demorado. “A pesquisa sobre a história de Getúlio durou anos e houve muito tempo para fazer o roteiro, de autoria de Jorge Moura”, comenta o diretor, que também falou a escolha de Tony Ramos para viver o presidente. “Tony é um grande ator, parece com Getúlio e era isso que a gente precisava. Um ator carismático, talentoso e forte, assim como Getúlio”, finaliza.

A sessão de Getúlio começou por volta das 22h. Assim que terminou a exibição do longa, grande parte do público deixou o Teatro Guararapes e não viu o último filme da noite, 1960, um home movie de Portugal. 

A partir desta semana, espectadores de todo o Brasil poderão conferir os últimos 19 dias de um dos presidentes mais carismático e importantes que o país já teve, Getúlio Vargas. O filme estreia nos cinemas na quinta (1º), mas terá uma sessão especial neste domingo (27), no Cine PE, que ocorre no Teatro Guararapes, Centro de Convenções de Olinda.

Para representar o filme Getúlio, o diretor João Jardim veio ao segundo dia do Cine PE. Em conversa com o LeiaJá, João conta que o maior desafio do filme foi fazer uma produção que retrate verdadeiramente um período importante da história do Brasil e, ao mesmo tempo, colocar entretenimento e diversão. 

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Jardim também fala o que o público pode esperar do filme. “Getúlio é um longa com muita emoção, que representa um personagem carismático com uma grande bagagem histórica. Além disso, o filme traz uma discussão política importante”, comenta o diretor.

‘Getúlio’ será o quarto filme a ser exibido no segundo dia do Cine PE. Antes, terá exibição de curtas da Mostra Pernambuco, Mostra Curta Brasil e a estreia do primeiro filme da Mostra Doc Internacional: O Mercado de Notícias,de Jorge Furtado.

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