Segundo dia do Cine PE é melhor que o primeiro

Noite do domingo (27) foi marcada pela exibição de documentário sobre jornalismo, sessão de 'Getúlio' e reclamação sobre o volume do áudio

por Maria Eduarda Barbosa seg, 28/04/2014 - 00:27

As poltronas do Teatro Guararapes, neste domingo (27), não ficaram tão ocupadas como na abertura do Cine PE 2014, que ocorreu neste sábado (26). Embora o público estivesse em menor número, o segundo dia do festival foi melhor que o primeiro em relação a seleção dos filmes. Enquanto na abertura, foram exibidos mais de 10 curtas e O Grande Hotel Budapeste- destaque do sábado-, neste domingo foram seis filmes, sendo dois curtas, dois documentários e o longa sobre Getúlio Vargas.

O filme que abriu o segundo dia do Cine PE foi Frascos. O curta fechou a programação da Mostra Pernambuco, que terá seus vencedores anunciados na terça-feira (29).  O segundo filme foi Ecce Homo, que pertence à Mostra Curta Nacional. A produção mostra e critica a triste realidade dos animais que são maltratados. Algumas cenas desse curta são reais e chocantes, o que deixou o público bastante impressionado. 

Ao final da exibição de Ecce Homo, uma mulher da plateia fez um pedido para que o volume do áudio fosse diminuído. A resposta ao comentário da espectadora foi de aplausos vindos do público. Isso porque o volume do som dos filmes, este ano, vem causando certos incômodos durante alguns momentos das sessões.

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Em seguida, foi a vez do documentário de Jorge Furtado, O Mercado de Notícias. O filme abre a mostra Doc Internacional e traz uma reflexão bastante atual sobre o jornalismo. O roteiro também foi feito pelo diretor e é baseado na peça escrita pelo inglês Ben Jonson em 1625, The Stample of News.

Antes das sessões começarem, Furtado subiu ao palco do teatro para apresentar seu filme. “É um documentário que discute o jornalismo e é dedicado ao jornalista Janio de Freitas”, destaca o diretor, que finaliza com uma das frases emblemáticas do filme: “Falem bem ou falem mal, mas falem”.

Para compor o documentário, Furtado convidou 13 jornalistas de todo o Brasil exporem sua opinião sobre essa profissão que passa por momentos de mudança com o advento da internet. É uma verdadeira aula sobre o jornalismo. Rafael Mello, 18, é estudante da área e assistiu ao documentário. Ele contou ao LeiaJá que gostou do filme e se identificou com o mesmo. “O documentário levanta questionamentos que são importantes para mim, mas que servem também para toda sociedade”, comenta Rafael.

Já Igor Travassos é estudante de publicidade e integra o júri popular do Cine PE. Em conversa com o LeiaJá, ele opina sobre a seleção de filmes deste domingo (27). “Achei os filmes do segundo dia melhores que o do primeiro. Também gostei da distribuição de horário que foi feita hoje. Ontem foram exibidos muitos curtas sem intervalo, o que cansou um pouco”, conta Igor.

Getúlio

Depois de O Mercado de Notícias, foi a vez de o público assistir a Tony Ramos incorporando um dos personagens mais emblemáticos do Brasil, em Getúlio. O filme, que faz parte da sessão especial BNDES, traz os últimos 19 dias de vida do ex-presidente Vargas. 

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Antes de Getúlio começar, o diretor João Jardim subiu ao palco juntamente com um dos atores do filme, Thiago Faustino. Ele interpreta Gregório Fortunato, motorista do então presidente da república e peça importante para desvendar o atentado sofrido pelo jornalista Carlos Lacerda, que ganha interpretação de Alexandre Borges.

Ao LeiaJá, Jardim conta que o processo para escrever a história do filme foi demorado. “A pesquisa sobre a história de Getúlio durou anos e houve muito tempo para fazer o roteiro, de autoria de Jorge Moura”, comenta o diretor, que também falou a escolha de Tony Ramos para viver o presidente. “Tony é um grande ator, parece com Getúlio e era isso que a gente precisava. Um ator carismático, talentoso e forte, assim como Getúlio”, finaliza.

A sessão de Getúlio começou por volta das 22h. Assim que terminou a exibição do longa, grande parte do público deixou o Teatro Guararapes e não viu o último filme da noite, 1960, um home movie de Portugal. 

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