Tópicos | Garantia da Lei e da Ordem

A Polícia Federal (PF) encontrou uma minuta para decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid prestou depoimento na última terça-feira (6), na Diretoria de Inteligência, em Brasília, mas ficou em silêncio quando foi questionado sobre o assunto.

A GLO, quando assinada pelo presidente da República, concede poderes às Forças Armadas em casos graves de desordem pública. Os investigadores também tiveram acesso a trocas de mensagens de Cid com outras pessoas ligadas a Bolsonaro, e o conteúdo das conversas aponta para uma tentativa de golpe de Estado que estava sendo planejado após a derrota do então presidente nas eleições de 2022.

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Mauro Cid já prestou outros três depoimentos à PF, relacionados à falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro e à entrada de joias ilegais vindas da Arábia Saudita. O tenente-coronel está preso sob custódia do órgão desde o dia 3 de maio.

Outros militares já foram identificados como cúmplices da operação, como o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros e o sargento Luis Marcos dos Reis, que também está preso.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (20), que deve enviar ainda hoje um projeto ao Congresso Nacional sobre excludente de ilicitude a agentes que atuam em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

O excludente alivia pena ou até isenta agentes que matam em serviço. Bolsonaro disse que a ideia é dar "meios ao policial poder agir".

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O presidente afirmou que pode deixar de autorizar ações de GLO, caso o Legislativo não aprove o texto. "Exceto em casos que interessem particularmente ao governo, por exemplo a GLO do Brics", declarou. Uma ação deste tipo foi autorizada para garantir a segurança dos líderes de países emergentes, que participaram da 11ª reunião da cúpula do grupo na última semana, em Brasília.

Bolsonaro disse que não é justo submeter um agente a um julgamento por uma ação tomada após um "imprevisto". "Tem um major (ajudante de ordens) aqui do meu lado. Se ele estivesse no Rio de Janeiro, poderia estar numa GLO. Há um imprevisto. É justo submetê-lo a uma auditoria militar... 12 a 30 anos de cadeia. É justo? Ele ou um recruta, soldado, com 20 anos de idade. É justo? Tem de ter um responsável. O responsável sou eu. Eu assumo minha responsabilidades", disse.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse no último dia 6 que Bolsonaro encomendou ao Ministério da Defesa estudo para elaboração deste projeto. Segundo Bolsonaro, a ideia não é apenas beneficiar militares, mas todos os agentes que atuem de segurança em ações de GLO.

Aplicar a regra a policiais em serviço é uma bandeira de campanha de Bolsonaro. O dispositivo foi inserido no pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, ao Congresso em fevereiro, mas não tratava exclusivamente de agentes em GLO. O texto, porém, foi desidratado e enviado ao plenário da Casa sem o excludente.

O que é GLO?

As operações de GLO são realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República e ocorrem nos casos em que há esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em situações graves de perturbação da ordem. A GLO é regulada pela Constituição Federal e concede aos militares a faculdade de atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.

Um exemplo de uso da GLO foi na ocupação de algumas comunidades dominadas pelo tráfico no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, com a greve da Polícia Militar. A medida também foi usada para grandes eventos, como na Copa do Mundo de 2014. Neste ano, o governo Bolsonaro autorizou o emprego das Forças Armadas para ajudar Estados da região amazônica durante a crise por queimadas e desmatamento.

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta sexta-feira (13) que a operação de combate aos incêndios na floresta amazônica, coodenada pelas Forças Armadas, deverá ser prorrogada por mais 30 dias.

O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), editado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 24 de agosto, é válido por 30 dias e expira no próximo dia 24.

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"A operação está prevista até o dia 24 de setembro e a nossa ideia, depois que o presidente voltar [de viagem aos Estados Unidos], é solicitar a prorrogação dela", afirmou Mourão a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto na tarde desta sexta-feira. 

Mais cedo, Mourão se reuniu com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que apresentou um balanço das ações na Amazônia. O presidente em exercício classificou como "muito bom" o resultado da operação até agora" e citou dados repassados pelo ministro, como a aplicação de mais de R$ 25 milhões em multas, além da apreensão de 12 mil metros cúbicos de madeira, veículos, embarcações, motosserras e outros equipamentos.

"O ministro da Defesa me apresentou os resultados da operação de combate às queimadas, que está bem eficiente. Já tem em torno de R$ 25 milhões em multa aplicada, 12 mil metros cúbicos de madeira apreendidos, embarcação, veículo etc. Em torno de 350 ataques a focos de queimadas terrestres, mais umas 350 incursões aéreas, de aeronaves, então, um resultado muito bom", disse. Segundo Mourão, o foco das ações tem sido a região do sul do Pará e o sul do Amazonas.

Mourão disse ter visto fotos aéreas de áreas de floresta onde foi possível constatar "diminuição acentuada" das áreas de queimada. Questionado se o governo federal poderia apoiar o estado de Mato Grosso, que tenta debelar um grande incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, próximo de Cuiabá, o presidente em exercício disse que não houve ainda um pedido formal, mas ressaltou que esse tipo de operação, como a que está sendo realizada na Amazônia, custa cerca de R$ 1,5 milhão por dia, por causa do uso intensivo de aeronaves.

Hamilton Mourão passa o fim de semana em Brasília, sem compromissos oficiais e embarca na tarde de domingo (15) para Natal, onde cumpre extensa agenda de compromissos no dia seguinte. Ele participará da abertura de um evento que reúne mais de mil empresários brasileiros e alemães e deve se reunir com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, para tratar de um plano estadual de segurança pública.

 

A Operação Verde Brasil, que reuniu várias agências em torno do combate aos incêndios na Amazônia Legal, registrou diminuição nos focos de incêndio nos últimos dias. Embora ainda não haja confirmação de tendência de extinção do fogo nos próximos dias, a avaliação do governo até o momento é positiva.

“A avaliação é positiva. Com os parâmetros do Censipam [Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia], vimos que os focos de incêndio diminuíram bastante”, disse o vice-almirante Ralph Dias da Silveira, subchefe de operações do Estado-Maior das Forças Armadas, em coletiva de imprensa, realizada na tarde de hoje (28).

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Segundo os dados do Censipam, havia focos de incêndio espalhados e mais intensos, principalmente, em Rondônia, Amapá, Pará e Maranhão entre os dias 25 e 26 de agosto. Na medição realizada entre os dias 26 e 27 de agosto, o mapa de focos de calor mostrou redução, principalmente em Rondônia, onde houve emprego de reforço no efetivo para combate ao fogo.

Em Rondônia, o número de focos de incêndio foi reduzido de 400, quando a Operação começou, para 24. Mas o chefe do Centro Especializado Prevfogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Gabriel Zacharia, alerta que os esforços precisam continuar. Zacharia explicou que os focos de incêndio diminuíram, mas não estão extintos, e que é necessário mais tempo para confirmar uma tendência. “Vai ter dia com um pouco mais, outro dia com um pouco menos, e isso é o normal de acontecer”.

Operação Verde Brasil

Na última sexta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro autorizou o uso das Forças Armadas no combate aos incêndios na região. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) vale para áreas de fronteira, terras indígenas, em unidades federais de conservação ambiental e outras áreas da Amazônia Legal.

O efetivo empregado na Amazônia Legal, entre militares e brigadistas, é de 3.912 pessoas, além de 205 viaturas. O Brasil também recebeu ofertas de ajuda internacional. Dentre elas, o Chile ofereceu equipes especializadas e três aviões com capacidade de armazenar 3 mil litros de água e os Estados Unidos duas aeronaves para combate a incêndio.

Israel ofereceu 100 metros cúbicos (m³) de agente químico retardante de chamas e o Equador disponibilizou três brigadas com especialistas em combate a incêndios florestais. A ajuda internacional ainda não foi posta em prática, o que deve ocorrer, segundo Ralph Dias da Silveira, em breve.

 

Após suspender o decreto que levou as Forças Armadas para às ruas de Brasília, o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), anunciou, na manhã desta quinta-feira (25), que o presidente Michel Temer (PMDB) acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para que sejam feitas perícias nas sedes dos ministérios alvos de vandalismo nessa quarta (24). 

Alguns prédios tiveram vidraças quebradas e foram incendiados por um grupo de pessoas que participava da manifestação que pedia o adiantamento das eleições gerais e a renúncia do peemedebista.  

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“O senhor presidente da República decidiu acionar AGU para que sejam feitas perícias onde ocorreram atos de vandalismo e barbárie para que seja levado à Justiça e passe a responder penal e criminalmente todos aqueles que resolveram agir de tal forma”, declarou Jungmann. 

Justificando a necessidade do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o ministro também leu um artigo da Constituição Federal que, segundo ele, baseou a medida e listou que de 2010 a 2017 foram decretadas 29 ações de GLO no país, uma delas em Pernambuco quando aconteceu a operação padrão da Polícia Militar estadual. “Todas na defesa de populações indefesas”, cravou Jungmann. 

O decreto gerou polêmicas e foi alvo de críticas do Congresso Nacional e do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). “Algumas vozes ontem, equivocadamente, arguiram que os decretos da Garantia da Lei e da Ordem não poderiam ser feitos em caso de manifestações, mas no governo anterior a atitude foi tomada durante manifestações contra os leilões do pré-sal”, comparou, acrescentando que não houve críticas na ocasião porque assim como ontem “a atitude tomada naquele momento era condizente ao que se vivia”. 

O ministro disse ainda que a orientação dada pelo governo foi de que “as Forças se colocassem defensivamente e em momento algum se envolvessem com a repressão ou com ação acometida à Polícia Militar do Distrito Federal”. 

O PSOL quer que os ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, expliquem na Câmara determinações da portaria 186/2014, que aprovou a publicação "Garantia da Lei e da Ordem", disciplinando a atuação das Forças Armadas em manifestações populares, e sobre o projeto de lei, com regime de urgência, que deve ser enviado em breve ao Congresso, que possibilita o endurecimento de penas aos participantes das manifestações populares.

Na busca dessa convocação, o líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), protocolou nesta terça-feira (11) requerimento que deve ser votado nesta quarta-feira (12) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, para que sejam chamados Amorim e Cardozo. O PSOL avalia que tanto o projeto como a portaria têm por objetivo constranger a população a não se manifestar. "Tratam-se de tentativas de criminalizar os movimentos sociais", diz Ivan Valente.

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