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Prima do presidenciável Eduardo Campos (PSB), a vereadora do Recife, Marília Arraes (PSB), declarou apoio às candidaturas da presidente Dilma Rousseff (PT), do senador e postulante ao Governo do Estado, Armando Monteiro (PTB), e do deputado João Paulo, que concorre ao Senado. A adesão foi confirmada nesta sexta-feira (18), durante coletiva com a imprensa, no Recife Praia Hotel e contou com a presença de vários petistas, entre eles o senador Humberto Costa (PT), o vice-presidente do PT no Estado, Bruno Ribeiro, dos vereadores Jurandir Liberal (PT) e Marcelo Santa Cruz (PT), do postulante à Câmara Federal, Dilson Peixoto (PT) e outros parlamentares e militantes do Partido dos Trabalhadores.
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Em seu discurso, Marília justificou o seu apoio aos principais adversários do PSB no pleito deste ano e teceu várias críticas ao modelo de gestão do seu partido. Ela confessou que tentou conversar várias vezes com o líder da legenda, Eduardo Campos, mas que não obteve sucesso. “Vejo a candidatura de Eduardo Campos como legítima. (...) Mas não é a melhor opção para o país, principalmente pela incoerência aqui (em Pernambuco), encabeçada por ele. (...) Tomei a decisão há uns meses atrás, depois que ouvi os discursos que: ‘O Brasil precisa de um líder e não de um gerente’. E por que Pernambuco não precisa de um líder?”, questionou a pessebista.
“Tentei falar com ele (Eduardo Campos) algumas vezes, mas não fui recebida. Pedi várias vezes, telefonei, tentei ligar. Fui à Brasília pedir intervenção do partido para que conversasse”, completou.
Segundo a parlamentar a aliança com ex- senadora Marina Silva (PSB) não está fazendo bem ao PSB. “Tem causado mais divergências do que convergências”, ressaltou a vereadora.
Apesar das críticas, Marília afirmou que as relações familiares não serão afetadas. “Nossa relação na política é completamente separada da relação familiar. Nossa relação familiar é muito boa, a família é muito unida”, disse.
Paulo Câmara
Outra crítica feita pela vereadora é a coligação da Frente Popular no Estado. “Eu acredito que passou do limite da incoerência. Ao começar pela coligação que a gente está. Não é por uma adesão ou outra que a gente pensa diferente. (...) Nós nunca tivemos uma coligação dessa maneira. (...) Uma coisa é ter um ou outro cumprindo seu projeto, outra coisa é a grande massa (de partidos) apoiando esse projeto”, explicou a parlamentar.
Marília também revelou que não participou de nenhuma discussão interna do partido para o lançamento da candidatura de Paulo Câmara (PSB), que concorre ao Governo do Estado. “Eu não poderia apoiar à candidatura de Paulo Câmara, pois não participei de nenhuma discussão interna do partido. Eu não acredito que essa prática seja boa para a política”, relatou.
“A única semelhança dele (Paulo Câmara) para os outros é que ele usa branco”, completou.
Em sua opinião, o discurso do candidato do PSB contra as “raposas” políticas é desnecessário; “A gente já ganhou a eleição em 2012 com Inocêncio Oliveira (deputado federal pelo PR) e com Severino Cavalcanti (ex-presidente da Câmara dos Deputados). O discurso de Paulo (Câmara) precisa ser melhorado”, criticou a pessebista.
Candidatura
De acordo com Marília, a tentativa de se candidatar a Câmara Federal era independente a decisão de Eduardo Campos – a vereadora acabou desistindo da postulação. Ela também criticou a “velha política” dita pelo líder do PSB. “Na política que eu fui criada eu posso buscar apoio para depois me tornar candidata. Ficava surpresa quando chegava nos locais, disposta a me colocar como candidata a deputada federal e as pessoas diziam: “mas você pediu a Eduardo (Campos)?”. Eu acho que eu faço a velha política. Na nova política se agir assim parece que é subversiva. É fora do contexto. A forma que está sendo conduzida aqui, não é uma forma que um estadista deveria fazer (...) ”, disparou.
“A política do PSB está diferente. Está de candidatos biônicos. Você tem que ser escolhido candidatos a vereador, a deputado, as pessoas tem que ser escolhidas, por isso desistir da candidatura, iria ser candidata sim. Para perder. Por que não? A gente está ali para ganhar e para perder, eu tenho certeza que tem gente aplaudindo por debaixo da mesa o que eu estou fazendo. E tem gente esperando a roda girar para tomar essa decisão publicamente”, completou.
Campanha
Se depender de Marília Arraes, ela fará campanha para Dilma, Armando e João Paulo no Estado. “Desde já me coloco a disposição para o coordenador da campanha de Dilma no Estado, o senador Humberto Costa (PT). Faço campanha para a velha política, não para nova. Levanto até bandeira (na rua) se precisar”, disse a vereadora.
Questionada sobre uma possível retaliação do partido, a vereadora disse que não “tem medo de cara feia”.