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Os estupros de meninas e mulheres no Brasil chegaram a 34 mil casos, um crescimento de 14,9% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado. Isso significa que uma menina ou mulher sofreu violência sexual a cada 8 minutos no 1º semestre.

Os feminicídios e homicídios femininos também tiveram crescimento no mesmo período, com elevação de 2,6%. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Os estupros de meninas e mulheres no Brasil chegaram a 34 mil casos, um crescimento de 14,9% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado. Isso significa que uma menina ou mulher sofreu violência sexual a cada 8 minutos no 1º semestre.

Os feminicídios e homicídios femininos também tiveram crescimento no mesmo período, com elevação de 2,6%. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O aumento verificado em anos recentes, por sua vez, pode estar associado à maior compreensão do que é a violência sexual, inclusive com a maior visibilidade de casos, como o da influenciadora Mariana Ferrer, em 2018.

Todas as regiões apresentaram crescimento nos casos. A maior variação se deu na região Sul (32,4%), seguida da região Norte (25%) e do Nordeste (13,2%). No Centro-Oeste o aumento foi de 9,7% e no Sudeste a alta foi de 4,8%.

Os dados de perfil das vítimas de estupro do Brasil indicam que a maior parte das vítimas é de crianças, e os crimes acontecem dentro das próprias casas, com autoria de pessoas conhecidas, geralmente familiares. Em relação à tipificação, 74,5% dos casos foram de estupro de vulnerável (vítimas com menos de 14 anos ou eram incapazes de consentir, por enfermidade, deficiência mental ou qualquer outra causa.

Os pesquisadores ressaltam que os dados correspondem aos registros de boletins de ocorrência em delegacias de Polícia Civil e, portanto, podem ser ainda maiores por causa da subnotificação de casos de violência sexual.

Casos de feminicídio também aumentam

Nos primeiros seis meses do ano, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, superando as 704 mortes do mesmo período em 2022. Isso significa um aumento de 2,6%.

Também de acordo com o Fórum, os dados vêm crescendo nos últimos anos: entre o 1º semestre de 2019 e o 1º semestre de 2023, houve um aumento de 14,4% no número de vítimas de feminicídio.

A Região Sudeste, única que apresentou crescimento no País, registrou 273 vítimas, com variação de 16,2%. Três dos quatro estados da região apresentaram crescimento: o estado de São Paulo foi o principal responsável pela elevação, com crescimento de 33,7%, de 83 casos nos seis primeiros meses de 2022 para 111 casos em 2023.

Assim como os assassinatos motivados por razões de gênero, as demais formas de crimes contra mulheres também tiveram crescimento. Os homicídios femininos aumentaram 2,6% no primeiro semestre, chegando a 1.902 casos.

Especialistas opinam que, como a lei do feminicídio é relativamente nova (de 2015), os Estados ainda podem enfrentar desafios na tipificação correta do crime, seja no trabalho de investigação das Polícias Civis, quanto no Judiciário. Com isso, homicídios comuns podem ser, na verdade, feminicídios, ou seja, aqueles casos em que as mulheres morreram em razão de sua condição de gênero.

Os dados se baseiam nos boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos Estados e do Distrito Federal, e, portanto, podem ser alterados no curso da investigação.

Apesar do aumento da violência contra as mulheres, 12 Estados apresentaram redução dos feminicídios este ano: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe, Tocantins e Rio de Janeiro (o Estado teve aumento dos homicídios dolosos de mulheres apesar da redução dos feminicídios).

"Parece urgente que os poderes Executivo e Judiciário priorizem a adoção de medidas que sejam capazes de garantir proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, especialmente àquelas voltadas a melhoria do funcionamento da rede de acolhimento", diz o relatório do Fórum.

O empresário Thiago Brennand – que está preso preventivamente - foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão pelo crime de estupro, em regime fechado. Divulgada nesta quarta-feira (11), a sentença é a primeira condenação entre os vários processos que ele responde, em Porto Feliz, no interior de São Paulo, e na própria capital paulista.

O juiz do Fórum de Porto Feliz, Israel Salu, também decidiu que Brennand deverá indenizar a vítima – uma cidadã dos Estados Unidos - por danos morais, no valor de R$ 50 mil. Ainda cabe recurso.

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"Ante todo o exposto e considerando o mais que consta dos autos, JULGO PROCEDENTES os pedidos para o fim de CONDENAR o réu T. A. B. T. S. F. V. ao cumprimento da pena privativa de liberdade de 10 anos e 06 meses de reclusão, a ser cumprido inicialmente no regime fechado, em razão da prática do crime previsto no artigo 213, 'caput', do Código Penal; bem como a indenizar a vítima pelos danos morais sofridos, no valor mínimo de R$50.000,00", diz o juiz na setença do processo, que corre em segredo de Justiça.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público neste caso, a vítima foi estuprada por Thiago Brennand na mansão dele, em um condomínio de Porto Feliz.

Fuga deu errado

Thiago Brennand desembarcou no Brasil no dia 29 de abril deste ano. Ele estava preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, aguardando os últimos trâmites da sua extradição. Ele saiu do Brasil em direção ao país em setembro do ano passado, poucos dias antes de a juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, expedir a sua primeira ordem de prisão.

Ele possui cinco ordens de prisão preventiva contra si e é acusado dos crimes de estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça em ao menos oito ações na Justiça de São Paulo.

O número de estupros registrados pela Polícia Civil no Estado de São Paulo aumentou 13,7% de janeiro a agosto deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2022 foram 8.401 registros, enquanto que em 2023 o número subiu para 9.554.

Em agosto deste ano foram 1.306 casos, aumento de 10,7% em relação a agosto de 2022, quando foram registrados 1.180 casos.

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Os dados integram balanço divulgado na segunda-feira, 25, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP).

A pasta atribui o aumento dos registros à redução da subnotificação. "De acordo com a doutora Jamila Ferrari, coordenadora estadual Delegacias de Defesa da Mulher, o aumento de registros indica que agora as vítimas possuem mais confiança para procurar a polícia e denunciar os criminosos", afirma o texto.

Segundo a secretaria, os furtos também aumentaram, no acumulado de janeiro a agosto, comparado com o ano passado. Foram 382.966 casos registrados neste ano, número 3,2% maior do que no mesmo período do ano passado.

Apesar da alta no período de oito meses, no mês de agosto houve redução de 0,7% em comparação com agosto de 2023 - foram 49.681 casos em 2022 e 50.010 em 2023.

Os demais índices de criminalidade foram reduzidos. Os homicídios dolosos (intencionais) caíram 10% no acumulado de janeiro a agosto, comparado com o mesmo período de 2022. Foram 1.882 naquele ano e 1.693 casos neste. Segundo a secretaria, o número é o menor registrado para o período desde que a série histórica começou, em 2001.

No comparativo mensal, o recuo foi ainda maior, de 10,5%. Em agosto de 2022 foram 228 ocorrências e neste ano, 204. O total foi o segundo menor registrado em 23 anos, ficando atrás apenas de 2019, que teve um caso a menos.

Também houve queda em todas as modalidades de roubo. Os de carga foram os que mais recuaram, com 6,4% a menos no período de janeiro a agosto: de 4.229 em 2022 para 3.959 neste ano. No mês passado foram registrados 468 roubos de carga, 0,2% a menos do que os 469 contabilizados em agosto de 2022.

Os roubos de veículos diminuíram 18% em agosto: 3.448 em 2022 e 2.827 casos neste ano. O recuo foi de 5,4% no período acumulado de janeiro a agosto: 25.610 em 2022 e 24.235 ocorrências neste ano.

Nos últimos oito meses, os roubos a banco caíram de 13 para 7 ocorrências, e em agosto, de 3 para 1. Já os roubos em geral tiveram queda de 3,1% de janeiro a agosto - foram 153.702 registros em 2023 - e de 7% no oitavo mês do ano, com 18.886 casos.

Os latrocínios também recuaram, alcançando o menor número para o período acumulado desde 2001, quando a série histórica começou. A queda foi de 1,9% de janeiro a agosto, de 105 para 103. No mês, porém, houve dois casos a mais, com 9 registros.

Os furtos de veículos diminuíram 9,4% no mês de agosto (8.724 em 2022 e 7.903 neste ano), mas no acumulado de oito meses houve alta de 1,3%, com 62.972 casos.

Um estudante de Psicologia de 26 anos foi preso na manhã desta quarta-feira, 9, em Foz do Iguaçu, no Paraná, acusado de estuprar mais de 300 crianças, além de alguns adolescentes. O rapaz, cujo nome não foi divulgado, armazenava mais de 1.700 vídeos de pornografia infantil - mais de 350 foram produzidos por ele, enquanto praticava os estupros, afirma a Polícia Civil do Paraná, que prendeu o rapaz com apoio da Polícia Federal.

Segundo o delegado-chefe do Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Paraná, José Barreto, o universitário aliciava as crianças por meio de jogos na internet. "Ele oferecia moedas virtuais, prêmios e presentes para a criança em troca de mandar fotos ou fazer atos sexuais. A partir do momento em que uma criança faz qualquer ato sexual ou aparece nua, já configura crime", diz Barreto.

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Ele contou ainda que o indivíduo usava um perfil feminino falso para ganhar a confiança das crianças.

Além dos estupros reais, o homem cometia estupros virtuais de vulneráveis. Por videochamada, ele convencia as vítimas a praticarem atos sexuais sozinhas e com objetos. Tudo era gravado, inclusive mostrando o rosto do abusador e suas reações.

Segundo a polícia, o acusado usava os conhecimentos adquiridos na faculdade de Psicologia para induzir e manipular crianças. "O homem tinha livros de como entender o comportamento verbal de crianças. Com o conhecimento de psicólogo, ele teria facilidade de aliciar crianças para a prática de atos libidinosos", afirma Barreto.

O rapaz praticava os crimes pelo menos desde 2016, diz a polícia, e será acusado de estupro de vulnerável, estupro de vulnerável virtual, produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil e aliciamento de criança para a prática de atos libidinosos.

A investigação começou a partir do monitoramento de crimes online, disse o delegado da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, Marco Smith. "O material que foi recolhido é extremamente importante, vai nos fornecer informações para que se possa dar continuidade nas diligências e descobrir o tamanho efetivo do caso", afirmou.

Segundo a delegada-chefe da Divisão de Polícia Especializada da Polícia Civil, Luciana Novaes, as investigações continuam e o próximo passo é identificar as vítimas. "A prisão foi o primeiro passo. Agora é importante identificar as crianças que são vítimas, porque todas elas precisam ser tratadas. É possível que o homem tenha violentado a mesma criança várias vezes. A partir do momento em que consegue cativar a criança, ele se sente seguro e provavelmente vai repetir a conduta", disse.

O número de casos de estupros, estupros de vulnerável, furtos, e de tentativas de homicídio tiveram alta no primeiro semestre de 2023 no estado de São Paulo, com relação ao mesmo período de 2022. Já os crimes de homicídio, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e roubos tiveram queda. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e foram divulgados nesta terça-feira (25). 

A quantidade de estupros subiu de 1.425, no primeiro semestre de 2022, para 1.692, no mesmo período de 2023, uma alta de 18,7%. Na mesma comparação, as ocorrências de estupro de vulnerável aumentaram de 4.725 para 5.397, uma elevação de 14,2%.  

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“O crime de estupro é o que tem o mais alto índice de subnotificação. De acordo com especialistas no tema, o número real de casos pode ser até quatro vezes maior do que o registrado atualmente, já que grande parte dos crimes acontece no ambiente familiar, que dificulta o flagrante e as denúncias”, destacou a SSP em nota.  

Segundo a secretaria, o Estado de São Paulo conta com 140 Delegacias de Defesa de Mulher, sendo que 11 delas funcionam 24 horas por dia. Há ainda 77 salas, também disponíveis 24 horas por dia, anexas aos plantões policiais, onde as vítimas são atendidas por videoconferência. 

Demais crimes

O Estado de São Paulo registrou 1.327 homicídios dolosos nos seis primeiros meses de 2023 – a menor quantidade para um primeiro semestre em 23 anos. A quantidade é 4,9% menor que o registrado no mesmo período de 2022. Já a quantidade de tentativas de homicídio subiu, na mesma comparação, de 1.581 casos para 1.786, um crescimento de 12,9%. 

O número de furtos registrados no primeiro semestre de 2023 cresceu também: foram 278.634 nos primeiros seis meses de 2022 e 286.673 no mesmo período de 2023, uma alta de 2,8%. Na mesma comparação, o furto de veículos aumentou de 45.139 para 47.196 casos, uma elevação de 4,5%. 

Já os latrocínios recuaram 8,2% no primeiro semestre de 2023, de 85 (nos seis primeiros meses de 2022) para 78 ocorrências, menor número desde 2001. Na mesma comparação, a quantidade de roubos caiu de 116.760 para 113.559, ou seja, 2,7% a menos.

No mês de maio, o estado de São Paulo registrou queda no número de homicídios dolosos [intencionais], latrocínios [roubo seguido de morte] e de roubos. No entanto, houve aumento no número de estupros e de furtos no estado.

Os dados estatísticos de criminalidade referentes ao mês de maio foram divulgados nesta segunda-feira (26) pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

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No caso dos homicídios, foram contabilizados 195 casos no mês passado, queda de 14,5% em relação a maio de 2022, quando foram registrados 228 casos. Segundo a secretaria, trata-se do menor número de homicídios registrados para um mês de maio dos últimos 23 anos.

Considerando-se o acumulado dos cinco meses do ano, o número também é o menor da série histórica, iniciada em 2001. Foram 1.136 homicídios em 2023 e 1.168 em 2022, queda de 2,7%.

Em relação aos latrocínios, eles passaram de 13 registros em maio do ano passado para 12 neste ano. Já os roubos passaram de 19.749 registros em maio do ano passado para 19.254 em 2023, redução de 2,5%.

No mês passado, a SSP-SP anunciou a criação de um grupo de trabalho para revisar as estatísticas criminais referentes a 2022. Segundo a pasta, o Sistema de Informação e Prevenção de Crimes contra a Vida (SPVida) foi criado para disponibilizar os casos no formato de mapa e pelos boletins de ocorrência, “possibilitando também que a população faça uma auditoria no que está sendo publicado, ampliando a transparência”.

Estupros e furtos

Por outro lado, o estado de São Paulo continua registrando uma tendência de aumento nos casos de estupro. A alta foi de 18,5% em maio deste ano, com 1.299 casos registrados.

Uma das razões que explicariam esse aumento, disse a secretaria, foi uma modificação na lei. Antes de 2018, a ação penal era pública condicionada à representação. “A polícia só podia agir com autorização das vítimas maiores. Agora, a ação ficou pública incondicionada: a polícia tem que agir independentemente da vontade das vítimas”, informou a pasta.

“O crime de estupro é um dos mais subnotificados, tese comprovada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e vários outros institutos que estudam o tema. Portanto, o número de estupros pode ser até quatro vezes maior do que o que temos registrado. Porém, a constante divulgação de informações sobre esses crimes, como denunciar, sobre direitos e possibilidades das vítimas, aumentam os registros, pois as vítimas entendem e se fortalecem em denunciar”, disse a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher, por meio de nota.

“Os dois anos da pandemia e as escolas fechadas também represaram, de alguma forma, os dados, já que as escolas são muito importantes na detecção desses crimes”, complementou.

Os dados estatísticos divulgados nesta segunda também mostraram alta de 1,7% nos registros de furto em maio, com 50.171 casos registrados.

Depois da noite na sede de Superintendência da Polícia Federal, na Lapa (zona oeste de São Paulo), o empresário Thiago Brennand tem seu primeiro encontro com a Justiça brasileira neste domingo, 30, no fórum criminal da Barra Funda, onde passa por audiência de custódia.

O magistrado que conduzir a audiência questionará Brennand sobre as condições da sua prisão, para garantir que houve respeito às garantias constitucionais do acusado. Ao fim da audiência, ele será levado para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. As cinco ordens de prisão preventiva deverão ser cumpridas em um estabelecimento penal estadual.

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Depois de um processo de extradição que durou mais de seis meses, Brennand chegou ao Brasil no começo da noite de sábado, 29, em um vôo da Air France. Desde setembro do ano passado, às vésperas da primeira ordem de prisão ser expedida, o empresário deixou o País com destino a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes.

Preso no exterior no último dia 17, seu processo de extradição teve fim neste sábado. Usando boné, máscara de proteção facial e sentado no banco de trás de uma das quatro viaturas da PF que integraram o comboio, o empresário deixou o aeroporto de Guarulhos em direção à sede da PF.

No sábado, Brennand foi visitado pelo filho, um adolescente de 17 anos. Em um dos oito processos aos quais ele responde na Justiça de São Paulo, o empresário é acusado de corrupção de menores por questões envolvendo o rapaz.

Além do advogado Eduardo César Leite, que já vinha o acompanhando nas últimas semanas, mais três advogados de Recife vieram a São Paulo acompanhar os primeiros trâmites da custódia de Thiago Brennand. No sábado, eles não deram entrevista.

Algemado, o empresário Thiago Brennand desembarcou no Brasil neste sábado, 29, e chegou às 19 horas na sede da Superintendência da Polícia Federal na Lapa, zona oeste de São Paulo. Ele chegou em um comboio de quatro viaturas, sentado no banco de trás, com agentes armados. O empresário vai passar a noite no prédio e a audiência de custódia está prevista para a tarde de domingo, 30.

Ele chegou ao Brasil em um voo da Air France e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, usando boné e máscara de proteção.

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A previsão é de que Brennand seja transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.

Ele possui cinco ordens de prisão preventiva contra si e é acusado dos crimes de estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça em ao menos oito ações na Justiça de São Paulo.

Cinco advogados o acompanham na sede da Polícia Federal. Eduardo César Leite chegou com um assistente e, antes dele, mais três advogados aguardavam Brennand, que será submetido a exame de corpo de delito na própria sede da PF.

Além deles, um perito e um membro do consulado acompanham a chegada do acusado na sede da PF.

Os processos contra o empresário tramitam na Justiça Estadual e um dos juízes que emitiu uma das cinco ordens de prisão deverá fazer a audiência de custódia. A atuação da Polícia Federal foi apenas para o processo de extradição de Brennand.

Ele estava preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, desde o último dia 17, aguardando os últimos trâmites da sua extradição. Ele saiu do Brasil em direção ao país em setembro do ano passado, poucos dias antes de a juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, expedir a sua primeira ordem de prisão.

O caso do empresário ganhou grande repercussão depois que a modelo Helena Gomes veio a público denunciá-lo. Brennand foi flagrado por câmeras de segurança agredindo-a dentro de uma academia em São Paulo em agosto do ano passado.

Depois da denúncia de Helena, outras mulheres se sentiram encorajadas a denunciar o empresário. Há relatos de ameaças, agressões físicas e verbais e estupro. Uma das vítimas teria sido tatuada à força com o sobrenome do empresário.

Há também ações criminais nas quais Brennand é acusado por um garçom e um caseiro do condomínio onde o empresário vive em Porto Feliz, interior de São Paulo. Eles teriam sido agredidos e ameaçados por Brennand. A Polícia também apreendeu armas e munições em uma das suas propriedades.

Uma equipe da Polícia Federal brasileira desembarca na tarde desta quinta-feira, 27, em Dubai, nos Emirados Árabes, para realizar a etapa final do processo de extradição do empresário Thiago Brennand. Acusado de violência física e sexual contra mulheres e com cinco mandados de prisão expedidos pela Justiça paulista, o empresário deve chegar ao Brasil ainda esta semana. Por conta do histórico de violência, Brennand pode viajar algemado.

Fontes da Polícia Federal confirmaram a viagem de um delegado e dois agentes da corporação, além de um agente com treinamento de jiu-jítsu para escoltar Brennand até o Brasil. Normalmente, a escolta de cidadão brasileiro extraditado é feita por dois agentes da PF. O reforço na equipe deve-se ao histórico de violência do detento, que também responde a processos por agressão. Em redes sociais, Brennand apregoava ser lutador e professor de jiu-jítsu.

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Desde o dia 17, o brasileiro está preso em Abu Dhabi, para onde a equipe da PF viajará após o desembarque no país. Brennand estava em liberdade condicional, após pagamento de fiança, mas o serviço de inteligência da polícia local descobriu um suposto plano de fuga dele para a Rússia, onde já morou e tem amigos. Nesta quarta-feira, 26, a Embaixada do Brasil nos Emirados Árabes recebeu oficialmente a autorização para a extradição do brasileiro.

Chegando ao Brasil, Brennand deve ser levado à presença de um juiz para audiência de custódia, sendo em seguida encaminhado para um Centro de Detenção Provisória (CDP), provavelmente na capital, para iniciar o cumprimento das prisões preventivas. Antes, deve passar pelo chamado exame médico cautelar em unidade oficial. Pedidos da defesa do réu para que responda aos processos em liberdade já foram negados pela justiça.

Oficialmente, a PF informou que, por questões de segurança, informações sobre extradição não são reveladas até a sua efetiva realização, ou seja, até que o extraditado seja recolhido ao sistema prisional.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou que, com a presença do acusado em solo brasileiro, o andamento das ações penais abertas contra ele será acelerado, "bem como as demais investigações que estão em andamento no âmbito do Ministério Público".

Procurada, a defesa de Brennand não se manifestou. A reportagem procurou também a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo para saber os procedimentos para inclusão do detento no sistema prisional e ainda aguarda retorno.

O empresário passou a ser alvo da justiça depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia, no interior de um shopping, em São Paulo. Após a repercussão do caso, várias mulheres procuraram a justiça para denunciá-lo por estupros e outros abusos. Em vídeo postado em rede social, Brennand negou esses crimes.

O empresário Thiago Brennand, acusado dos crimes de ameaça, estupro, lesão corporal e cárcere privado em oito ações penais no Estado de São Paulo, divulgou um novo vídeo no Youtube na última terça-feira (4), no qual nega as acusações - "obviamente não estuprei ninguém" - e diz que irá voltar ao Brasil. Ele também fez um pedido de desculpas ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, e às advogadas Gabriela Manssur e Dora Cavalcanti.

O advogado Eduardo Cesar Leite, que defende o empresário, afirma que ele "não está fazendo exigências" e voltará ao Brasil assim que forem finalizados os trâmites imigratórios.

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O vídeo foi divulgado na mesma semana em que Brennand fez um pedido à Justiça para que as ordens de prisão fossem revogadas. "Vão me prender injustamente", lamentou no vídeo da terça.

Desde o começo de setembro do ano passado Brennand está em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Sua ida para o exterior motivou a expedição da sua primeira ordem prisional, assinada pela juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

De acordo com o Tribunal de Justiça, atualmente, cinco ordens de prisão pairam sobre o empresário.

"Tenho desculpas a pedir, ao próprio procurador Mário Sarrubo. Ele sendo autoridade, eu deveria ter deixado a parte pessoal de lado. A Gabriela (Manssur) também", disse o acusado. Ele estendeu os pedidos de desculpa à advogada Dora Cavalcanti. "Tenho que pedir desculpas também aos advogados. Eu fiquei muito chateado com a Dora e a maneira como ela me tratava."

Em outubro do ano passado, já em Abu Dhabi, o empresário divulgou outro vídeo no YouTube dirigindo impropérios aos três. Na época, Brennand afirmou ser vítima de uma perseguição praticada por um conluio entre a ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur - a quem se referiu como "uma maloqueira que usa Loubotin" -, a Rede Globo e o procurador-geral de Justiça Mário Sarrubbo.

"É um dos maiores vagabundos que já conheci na vida", afirmou Thiago Brennand sobre o chefe do Ministério Público paulista.

Nessa mesma ocasião, ele disse que estava preparando uma representação na OAB contra a advogada Dora Cavalcanti, por ela ter supostamente cobrado R$ 4 milhões para patrocinar seus processos.

No vídeo publicado esta semana, ele se justificou: "Fiquei chateado."

Perto do final do vídeo, Brennand traz a figura de Jair Bolsonaro (PL), a quem elogiou em outras oportunidades. "Encontrei com uma pessoa da família do ex-presidente e falei que estou extenuado. Minha vontade agora é voltar para o Brasil."

A família também foi um dos assuntos do vídeo. "Me dou super bem com o meu filho, me dou super bem com o meu pai. Sei que nossa relação está meio desgastada. Sempre aparece gente para pisar."

O caso do empresário ganhou repercussão depois que ele foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Depois desse caso, outras mulheres decidiram denunciá-lo.

Stephanie Cohen, modelo e estudante, afirma que foi estuprada por Brennand. Uma outra mulher, que não revelou sua identidade, acusa o empresário de tatuar suas iniciais nela à força.

Além dos casos de violência de gênero, Brennand responde a duas ações criminais por causa de episódios que protagonizou dentro do condomínio em que residia, em Porto Feliz. Ele teria agredido um garçom do restaurante Fasano e o caseiro do empreendimento.

Há um outro processo por corrupção de menores, envolvendo supostos episódios com seu filho.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO DO EMPRESÁRIO THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Eduardo Cesar Leite, que representa o empresário no Thiago Brennand. Ele enviou a seguinte nota ao Estadão:

Nota de esclarecimento

Que fique claro que nosso cliente não está 'fazendo exigências', como noticiaram alguns veículos. Em verdade, ele está imbuído do propósito de respeitar e cumprir as determinações da Justiça, para responder com serenidade às acusações e demonstrar a sua inocência!

No tocante às prisões preventivas, se for entendido pela manutenção dos decretos preventivos, ainda que, ao nosso ver, desnecessários e injustos, isso não afetará o seu propósito de retornar ao Brasil e cumprir todo o rito legal.

A data exata do retorno está dependendo dos trâmites imigratórios.

A Justiça inglesa condenou nesta terça-feira (7) à prisão perpétua o ex-policial de Londres David Carrick, que cometeu dezenas de estupros e agressões ao longo de quase duas décadas, em um novo escândalo que agrava a crise de confiança na polícia britânica.

David Carrick, de 48 anos, que trabalhou para uma unidade especial da Scotland Yard dedicada à proteção de parlamentares e diplomatas estrangeiros, reconheceu em audiências anteriores 24 acusações de estupro contra 12 mulheres entre 2003 e 2020, além de acusações de agressões e detenções ilegais.

Mas algumas estão relacionadas a crimes múltiplos, totalizando quase cinquenta estupros.

É um dos "casos mais chocantes que já tive que lidar envolvendo um policial em serviço", reconheceu a promotora-chefe, Jaswant Narwal, em janeiro.

De acordo com os investigadores, Carrick conheceu algumas de suas vítimas por meio de aplicativos de namoro e eventos sociais e usou sua posição para ganhar a confiança delas.

O policial reconheceu ter estuprado suas vítimas por meses, em alguns casos anos. Ele as trancava em um pequeno armário embaixo da escada de sua casa por horas, sem comida. Chamava as mulheres de "escravas", controlava sua vida financeira e isolou-as das pessoas próximas a elas.

"Ele gostava de humilhá-las e usava sua posição profissional para deixar claro para elas que era inútil procurar ajuda porque ninguém acreditaria nelas", disse o inspetor-chefe da polícia, Iain Moor.

Durante uma audiência na segunda-feira, a Promotoria fez um discurso angustiante sobre suas agressões "sistemáticas" a partir dos relatos de mulheres "presas" que "não confiam mais na polícia".

Ele conheceu uma delas em um bar em 2003, garantiu que ela estaria segura com ele, antes de apontar uma arma para sua cabeça e estuprá-la repetidamente.

Outra, que conheceu em um site de namoro, descreveu um "monstro" quando estava bêbado, na maioria das vezes, obrigando-a a fazer tarefas domésticas nua.

Uma terceira relatou que ele batia nela com um chicote, assobiava para ela como um cachorro e a tratava como um objeto que "pertencia a ele e devia obedecê-lo".

Carrick, afastado da polícia, admitiu "total responsabilidade pelo que fez", disse seu advogado, Alisdair Williamson.

O caso gerou um novo choque no Reino Unido dois anos após o assassinato da executiva londrina Sarah Everard, de 33 anos, também por um policial que foi condenado à prisão perpétua, e abalou seriamente a confiança na polícia britânica.

O Estado de São Paulo registrou alta nos crimes de homicídio no ano de 2022, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pela Secretaria da Segurança Pública. Os assassinatos tiveram alta de 7,2% em relação a 2021 e superaram a quantidade registrada em 2019 (+4,7%), último ano que não sofreu efeitos do período da pandemia.

São Paulo teve 2.909 casos de homicídios dolosos registrados ao longo do ano passado, o equivalente a oito crimes por dia. Essas ocorrências resultaram nas mortes de 3.044 pessoas, já que um caso pode ter mais de uma vítima. É o maior número observado no Estado desde o ano de 2018, quando houve 2.949 casos com 3.106 vítimas.

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A maioria das pessoas assassinadas no Estado ao longo do ano passado era do sexo masculino (84,8%), branca (45,4%) ou parda (43,3%) e tinha entre 20 e 44 anos (51,4%). Os crimes aconteceram majoritariamente em uma via pública (57,2%) ou na residência da vítima (21,4%).

Ainda segundo os dados divulgados pela SSP, a maioria dos homicídios teve como motivação algum conflito interpessoal entre pessoas conhecidas ou desconhecidas (34,9%). "Quando a gente fala de conflitos interpessoais é o que chamamos de 'morte banal', que pode ser no bar, em casa, no trânsito… Mas se há indício de execução, já é diferente, porque foi um crime encomendado e foi premeditado", afirma Carolina Ricardo, diretora executiva do Instituto Sou da Paz.

"É possível que as armas estejam mais presentes nesses crimes. Vimos casos recentes dos CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores), que acabam atirando sem querer e causando uma tragédia maior. Não é um índice causado única e exclusivamente por isso, mas ele torna os conflitos mais letais", diz.

Professor de Gestão em Segurança Pública na FGV, Rafael Alcadipani afirma que outro fator contribuinte para o aumento desse índice no Estado é o crime organizado: "Houve uma alteração nas dinâmicas de facções criminosas, que hoje têm visto disputas internas como não se via antes. É preciso que a polícia esteja empenhada em tirar essas armas, principalmente as ilegais, das ruas", diz.

Na capital, entretanto, a tendência foi inversa, mesmo que por pouco: foram 560 homicídios dolosos e 583 vítimas desses crimes, uma diferença de apenas três casos e 20 mortes a menos do que no ano passado. Assim, 2022 tornou-se o ano com menor índice dessas ocorrências ao longo da última década.

Resposta

"É muito importante investir na capacidade de investigação e solução desses crimes. Essa variação com pouca explicação sobre os índices abre um chamado para São Paulo. É preciso reduzir ainda mais e esclarecer um por um. Nenhum homicídio pode ficar sem resposta."

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que ampliou o policiamento no Estado com a Operação Impacto, lançada no último dia 11 "a fim de potencializar a percepção de segurança". Segundo a pasta, as forças policiais "utilizaram o reforço operacional de forma direcionada, com planejamento estratégico baseado no uso de inteligência policial e geoprocessamento de dados".

Roubos sobem, mas se mantêm abaixo do patamar pré-pandemia

O Estado de São Paulo registrou 245.900 casos de roubo ao longo do ano passado, segundo as estatísticas da Secretaria da Segurança. A quantidade representa uma elevação em relação a 2021, quando 225,7 mil roubos aconteceram nas cidades paulistas, mas fica abaixo dos 255,4 mil de 2019 (ano que não sofreu interferência das dinâmicas impostas pelo período da pandemia de covid-19).

Ao longo do ano passado, os roubos atraíram a atenção das autoridades de segurança pública após casos emblemáticos. Um jovem foi vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte) no Jabaquara durante um assalto. O caso desencadeou uma reforço no policiamento, medida adotada pelo então governador Rodrigo Garcia (PSDB).

A maioria dos roubos do Estado aconteceu na rua (22,53%) ou a veículos (15,16%). Os objetos roubados com mais frequência foram documentos, como cartão bancário e registro de identidade, ou celulares, presentes em 42,12% e 67,29% das ocorrências, respectivamente.

Os furtos, crime que se diferencia do roubo por não ser cometido com violência ou grave ameaça, dispararam. Foram 564.940 ocorrências, atingindo o maior patamar desde 2005, quando houve apenas 20 registros a mais. Os dados do ano passado indicam que houve mais de um furto por minuto no Estado ao longo de 2022. Em 2019, o número de furtos tinha ficado em 522,1 mil.

Crise

"Essa 'volta ao normal' faz os crimes voltarem ao 'normal' também. Acrescida ao momento econômico complexo e complicado que vivemos no Brasil, acredito que é o que leva esse índice (de furtos) ter chegado ao topo", diz o cientista político André Zanetic, associado do Fórum de Segurança Pública.

Ele afirma, entretanto, que esse movimento foi diferente entre áreas nobres e aquelas de maior vulnerabilidade social, principalmente na capital paulista. "Nos bairros mais pobres, houve queda menor (de ocorrências) e número maior de crimes ocorrendo, provavelmente porque as pessoas tiveram menos oportunidade de fazer isolamento social. Enquanto nos bairros ricos, como os Jardins, e nas áreas comerciais, a queda foi mais abrupta."

Na contramão desses aumentos, os registros de crimes como tentativa de homicídio e homicídio culposo, lesão dolosa e latrocínio foram maiores que os dos dois anos anteriores, mas ainda estão abaixo do patamar visto em anos pré-pandêmicos.

Nº de estupros atinge maior patamar desde 2001

O registro de estupros chegou em 2022 ao maior patamar da série histórica iniciada em 2001 no Estado de São Paulo. De acordo com dados divulgados ontem pela Secretaria da Segurança Pública, foram 12.615 casos, o equivalente a mais de um por hora nas cidades paulistas ao longo do ano passado.

O número de 2022 é 7,3% maior na comparação com o dado do ano retrasado, e 1,9% maior que os registros de 2019, último ano a não sofrer os impactos das dinâmicas da pandemia de covid-19.

Do total de estupros registrados em 2022, 77% foram contra vítimas vulneráveis, formadas por crianças menores de 14 anos ou qualquer pessoa incapacitada de consentir ou discernir o ato sexual por condição mental ou física. Em 2022, os registros desses crimes foram os maiores desde que o perfil das vítimas passou a ser detalhado pela Secretaria, em 2016.

Na capital, o padrão de alta se repetiu. Foram 2.448 casos no ano passado, crescimento de 4,7% em relação a 2021. Na comparação com 2019, o dado apresentou queda na cidade, com redução de 8.1%. Segundo dados da SSP, aconteceram 1.803 estupros de vulnerável nos bairros paulistanos ao longo do ano passado.

Nível de violência contra as vítimas tem sido maior, aponta especialista

"O que mais tem nos deixado assustados é a quantidade de mulheres que chegam com nível de violência maior. A gravidade agora é muito alta. Recebemos mulheres desde 2004, mas agora as agressões mais violentas", afirma Heloisa Melillo, coordenadora-geral do programa Bem Querer Mulher, que oferece acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica direto nas delegacias.

Heloísa diz que "a pandemia passou, mas a população além de doente está empobrecida", o que contribui para a violência doméstica. "Não dá para separar isso da questão com a mulher", afirma.

Apesar de admitir que os números de São Paulo são dramáticos e ainda há subnotificação, ela afirma que o contexto nacional é mais preocupante. "Em termos proporcionais, São Paulo é o Estado mais seguro para a mulher viver. A situação nacional é ainda pior", diz.

Esse movimento se refletiu no crescimento das denúncias de lesão corporal dolosa (casos de agressão, por exemplo), que chegaram a 52.672 no ano passado, maior que nos dois anos anteriores, mas ainda inferior aos períodos de pré-pandemia. O total de ameaças contra as mulheres, entretanto, atingiu o maior patamar da década com 75.248 ocorrências: mais de oito por hora.

A Secretaria da Segurança Pública foi questionada sobre os dados, mas informou que o secretário, Guilherme Derrite, vai se posicionar em entrevista coletiva hoje. Em seu site oficial, a pasta destacou "o compromisso em combater à criminalidade e iniciou os trabalhos para reduzir os índices criminais que estão em alta".

Apesar do aumento de crimes contra a mulher, Heloisa é categórica em afirmar que há uma mudança social em curso: "Vejo uma parcela maior da sociedade indignada com esses números, formada principalmente por uma parte considerável de mulheres. Elas estão mais informadas e denunciam mais do que antes."

Nacional

Os dados nacionais também estão em alta. No primeiro semestre do ano passado, o País registrou 29.285 vítimas de estupro, de acordo com levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Desse total, 74,7% foram cometidos contra vulneráveis. No acumulado de quatro anos, considerando apenas os primeiros semestres, 112 mil mulheres foram estupradas no País.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ditador da Guiné, Moussa Dadis Camara, negou, em um aguardado julgamento nesta terça-feira (13), ter dado a ordem para um massacre em 2009 que deixou centenas de vítimas.

Camara está sendo julgado junto com outros dez oficiais que fizeram parte de seu governo por um massacre no qual 156 pessoas morreram e um total de 109 mulheres foram estupradas, durante a repressão de um comício da oposição.

O militar voltou a depor na terça-feira pelo segundo dia consecutivo no processo iniciado em 28 de setembro, 13 anos após o massacre perpetrado por agentes do regime.

"Eu não dei nenhuma ordem a ninguém, senhor imperador da Promotoria", respondeu Camara com sarcasmo.

Camara afirmou no entanto que membros dos Boinas Vermelhas, uma unidade de elite das forças armadas, participaram do massacre.

O ex-ditador negou na segunda-feira qualquer responsabilidade pelos eventos e disse ser vítima de uma conspiração, em um longo monólogo que incluiu referências a filósofos como Heráclito e Immanuel Kant e aos faraós egípcios.

Camara, que era um capitão desconhecido, chegou ao poder em dezembro de 2008, logo após a morte de Lansana Conte, o segundo líder do país desde a independência, que governou durante 24 anos.

A Justiça de Goiás condenou o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, de 80 anos, a mais 109 anos e 11 meses de reclusão por oito crimes de estupro de vulnerável e 26 infrações penais de violação sexual mediante fraude. A decisão se refere a três ações penais, de acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) na tarde de quarta-feira, 7. Somadas, já são oito condenações por crimes sexuais com penas que superam os 220 anos. Defesa de João de Jesus afirma que irá recorrer das sentenças. Veja abaixo a nota na íntegra.

Conforme o MPGO, os promotores de Justiça Luciano Miranda Meireles e Izabella Artiaga Dias Maciel levaram em consideração os relatos de 42 vítimas. Em 25 situações os crimes, que teriam acontecido entre 1985 e 2018, estavam prescritos. A sentença foi proferida pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho.

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A Justiça já recebeu 15 denúncias contra João de Deus por crimes sexuais cometidos durante atendimentos espirituais. Em oito delas, já houve a condenação.

As penas impostas ao médium já somam 223 anos e 3 meses de reclusão:

- 19 anos e quatro meses de reclusão por violação sexual mediante fraude, na modalidade tentada; violação sexual mediante fraude; e dois estupros de vulneráveis.

- 40 anos de reclusão por cinco estupros de vulneráveis.

- 2 anos e seis meses de reclusão por violação sexual mediante fraude contra uma vítima.

- 44 anos e seis meses de reclusão por estupro contra duas vítimas e estupro de vulnerável em relação a outras duas vítimas.

- 4 anos de reclusão por violação sexual mediante fraude.

- 41 anos e quatro meses de reclusão por três crimes de estupro de vulnerável e por 21 crimes de violação sexual mediante fraude.

- 16 anos e 10 meses de reclusão por um estupro de vulnerável, uma violação sexual mediante fraude e uma violação sexual mediante fraude na modalidade tentada.

- 51 anos e nove meses de reclusão por quatro crimes de estupro de vulnerável e três crimes de violação sexual mediante fraude.

- Também foi condenado a 3 anos de reclusão por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e por posse irregular de arma de fogo de uso restrito.

Andamento das investigações

No fim do ano de 2018, o programa Conversa com Bial, da Rede Globo, veiculou reportagem com relatos de vítimas de João de Deus. As mulheres contaram que sofreram crimes sexuais enquanto faziam tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).

Em 10 de dezembro do mesmo ano, o MPGO instituiu uma força-tarefa para apurar os crimes. Foram ouvidas testemunhas e formados núcleos específicos para tratar da questão.

Ele ficou preso entre dezembro de 2018 e março de 2020 no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, mas deixou o presídio para cumprir pena em regime domiciliar por pertencer ao grupo de risco em caso de contágio pela covid-19. Desde então, é obrigado a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com testemunhas e vítimas.

Veja a nota da defesa na íntegra:

"Concernente às sentenças proferidas nos autos no 5644/2020 - A denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás apontou para a suposta prática de 7 (sete) crimes sexuais, sendo que desse total João de Deus foi absolvido de 4 acusações e condenado em 3 (três) acusações a um pena de 16 anos e 10 meses de reclusão.

Referente aos processos 4084/2019 e 022752/2019 João de Deus foi acusado de praticar crimes sexuais contra 5 vítimas em cada processo, sobrevindo condenação que impôs a pena de 51 anos e nove meses e 41 anos e quatro meses, respectivamente, a ser cumprida em regime fechado.

A defesa irá recorrer das sentenças perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás uma vez que desconsideraram aspectos relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de 06 (seis) meses para a representação da vítima, requisito exigível pela legislação penal vigente à época dos fatos, como condição de procedibilidade da Ação Penal e também, e não menos relevante, reforçar a fragilidade dos argumentos da acusação quanto a condição de vulnerabilidade das supostas vítimas, especialmente porque todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes."

Anderson Van Gualberto de Mendonça

OAB/GO 31.076

Marcos Maciel Lara

OAB/GO 45.730

 

O Brasil contabilizou, ao todo, 66.020 estupros em 2021, uma alta de 4,9% em relação ao ano anterior (62.917 registros). Desse total, a violência sexual contra vulneráveis, cujas vítimas são meninas de até 14 anos, são a maioria (45.994 casos). Especialistas apontam ainda que esse tipo de crime tem alto nível de subnotificação, diante do constrangimento das vítimas em expor a agressão, em grande parte das vezes cometida por alguém próximo, ou receio de falta de acolhimento pelas autoridades.

"É uma realidade com a qual a gente já vem se assustando há alguns anos e mais uma vez não foi diferente", disse ao Estadão Juliana Martins, coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ela reforçou que, historicamente, o estupro de vulneráveis é predominante no País e que, na maioria das vezes, acontece dentro de casa, o que dificulta a investigação. Mas cobrou mais políticas públicas para enfrentar o problema.

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Segundo Juliana, estudos da área apontam que a violência sexual é o tipo de violência mais subnotificada no mundo. As estimativas, contou, são de que haveria até 10 vezes mais casos do que os registros. "Conforme temos repercussão de alguns casos, mais informação à população, a gente espera que os números de registros aumentem", disse a coordenadora do Fórum, explicando que esse é um fenômeno especialmente comum em países que intensificam as campanhas para incentivar as denúncias.

No Brasil, porém, ela reforçou que a alta no número de estupros observada no levantamento do Fórum não pode ser atribuída de forma completa a uma possível intensificação no fluxo de registros, uma vez que as políticas de conscientização são pouco estruturadas. "É preciso ter políticas públicas que também possam dar uma resposta preventiva (aos estupros)", disse ela, cobrando mais ação do poder público.

Neste mês, o Brasil teve dois casos de estupro com repercussão nacional. Em um deles, mais recente, a atriz Klara Castanho, de 21 anos, revelou em carta aberta que gerou um bebê após um estupro. No relato, a jovem explicou que a gravidez aconteceu após um crime e que ela só descobriu que esperava uma criança no final da gestação. No outro caso, uma menina de apenas 11 anos teve o aborto negado pela Justiça catarinense. Após a repercussão da história, a gestação foi interrompida na última semana.

"Enfrentar a violência sexual contra crianças especialmente é uma tarefa muito difícil, porque acontece no contexto privado, dentro de casa. As violências de gênero, em geral, são difíceis de enfrentar, mas a violência sexual contra criança mais ainda." Juliana apontou que só as forças policiais e a Justiça não conseguem lidar sozinhas com o avanço dos estupros, mas defendeu que aumentar a discussão do tema nas escolas seria importante.

"E esse é um tema (educação sexual) que nos últimos anos tem sido quase que interditado nas escolas", destacou a coordenadora do Fórum. "A escola também é um ótimo local para que outros adultos possam perceber o que está acontecendo e tirar as crianças da situação de violência."

Feminicídios

Além dos registros de estupro, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam ainda que os homicídios de mulheres e os feminicídios (quando ocorre o assassinato pelo fato de a vítima ser mulher) tiveram pouca variação entre 2020 e 2021. Durante o período de um ano, os crimes registrados como homicídio caíram de 3.999 para 3.878 no País, enquanto os notificados como feminicídio foram de 1.354 para 1.341. Ainda assim, ambos seguem em patamares como pontos de atenção.

"Se olhar para outros crimes contra mulher - como agressão e lesão corporal dolosa contra mulher, ou seja, as violências de gênero em geral - todas sobem. Apenas a violência letal tem pequena queda", explicou ela, reforçando ainda que os chamados de 190 (número de socorro da polícia) subiram no País. "Então, não dá para dizer que a violência contra a mulher diminuiu em 2021."

A pressão aumentou nesta segunda-feira (23) na França sobre Damien Abad, recém-nomeado ministro pelo presidente Emmanuel Macron, depois que duas mulheres o acusaram no fim de semana de tê-las estuprado, fatos que o político nega.

"Se eu fosse primeiro-ministro, diria a Damien Abad: 'Não tenho motivos para pensar que as mulheres mentem (...) à espera de uma decisão judicial, quero que você não esteja no governo'", comentou à rádio France Inter o líder do Partido Socialista (PS), Olivier Faure.

O site de notícias Mediapart publicou no sábado (21) uma investigação em que duas mulheres acusam o político de 42 anos de tê-las estuprado em 2010 e 2011. A Promotoria de Paris arquivou em 2012 e 2017 duas denúncias de uma das denunciantes.

O escândalo acontece quando Macron tenta dar impulso ao seu novo mandato após reeleição em 24 de abril, com a primeira reunião de seu novo governo nesta segunda-feira, e com o objetivo de alcançar uma maioria absoluta nas eleições legislativas de junho.

As acusações contra Abad também colocam em questão o envolvimento do presidente centrista na luta contra a violência sexista, especialmente quando em 2020 ele nomeou Gérald Darmanin como ministro do Interior, apesar de o mesmo enfrentar uma denúncia de estupro.

"O governo está com as mulheres que, após um ataque ou assédio, têm a grande coragem de se manifestar", mas cabe à justiça "estabelecer a verdade", reagiu a porta-voz do governo, Olivia Grégoire, expressando o ponto de vista de Macron.

O Observatório da Violência Sexual e Sexista na Política, criado em novembro por ativistas, afirma ter alertado o partido no poder e a antiga formação do ministro (Os Republicanos, à direita) antes de sua nomeação.

"Nosso objetivo era que ele não fosse ministro", comentou Mathilde Viot, cofundadora do Observatório, ao jornal Libération, para quem "ele não poderá realizar tranquilamente" seu trabalho no ministério da Solidariedade, Autonomia e Pessoas com Deficiência.

Embora o Observatório indique ter alertado o partido de Macron em 16 de maio, seu delegado geral, Stanislas Guerini, assegurou que viu o e-mail um dia após a nomeação.

A primeira acusação de estupro remonta a 2010. Segundo o Mediapart, o político teria proposto uma taça de champanhe num bar de Paris à suposta vítima, que tem atualmente 41 anos e que assegura que foi "drogada".

"E depois, 'apagão' total, até a manhã seguinte", testemunha a mulher, que diz ter acordado ao lado dele "num quarto de hotel perto do bar", em "profundo estado de choque e desgosto".

A outra mulher o acusa de tê-la estuprado no início de 2011. Abad, que conheceu dois anos antes, teve uma relação sexual com ela uma noite, primeiro consensual e depois forçada, marcada "pela falta de respeito, exigência e insistência". Ela foi a uma delegacia em 2012 e o denunciou por "estupro" em 2017.

As denúncias foram arquivadas: a primeira por inação da denunciante, que não deu continuidade ao processo, e a segunda por não dar todas as informações do crime, disse a Promotoria de Paris.

"Rejeito veementemente as acusações, que se referem a atos ou gestos que são simplesmente impossíveis para mim por causa da minha deficiência", disse Abad à AFP, que sofre de artrogripose, uma doença rara que bloqueia suas articulações e reduz sua mobilidade.

burs-tjc/zm/mr

Acusado de estupros, assédios moral e sexual e manipulação de vídeos divulgados nas redes sociais, o vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) só fez negativas genéricas e não arrolou nenhuma testemunha na defesa prévia que apresentou na última segunda-feira, 9, ao Conselho de Ética da Câmara Municipal, afirmou vereador Chico Alencar (PSOL), relator do processo que pode culminar com sua cassação.

"A defesa dele é um ataque ao Conselho, apontando supostas irregularidades no processo, sem tratar do mérito de nenhuma das acusações", disse Alencar em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 12, logo após os sete vereadores titulares do Conselho se reunirem para debater a defesa apresentada por Monteiro.

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Em nota, Alencar afirma que "quanto ao mérito da representação, há apenas uma negativa geral, abordando exclusivamente aspetos de supostas irregularidades procedimentais. Inexiste defesa em relação aos quatro fatos objetivos imputados, limitando-se o documento a dizer que o fato 1 (menor induzida a depoimento em um shopping) ‘não tipifica condutas incompatíveis com o decoro parlamentar’, no fato 2 (uso e agressão de morador em situação de rua), o vídeo editado ‘transforma o trabalho da defesa numa verdadeira caça ao tesouro’; no fato 3 (filmagem de sexo explícito com adolescente, denunciada pelo Ministério Público estadual), alega-se, genericamente, que ‘os fatos não são verdadeiros’; no fato 4 (da menor exposta com piolhos e acariciada abusivamente), reclama-se que o link do vídeo não abriu e que o constrangimento da menina é apreciação ‘subjetiva’".

O relator prossegue: "O que se pleiteia é a anulação de todo o feito até aqui. Em caso negativo, afirma-se que ‘o representado provará a realidade dos fatos através de todas as provas admitidas em direito’".

As argumentações da defesa do vereador foram encaminhadas à Procuradoria da Câmara, que vai se manifestar sobre elas na próxima terça-feira, 17, quando o Conselho vai se reunir novamente. Caso a Procuradoria se posicione pela continuidade do processo, o que é considerado muito provável pelos vereadores que integram o grupo, o Conselho vai decidir também durante a reunião da próxima terça-feira quais serão as primeiras pessoas convocadas para prestar depoimento. O grupo tem 30 dias úteis, extensíveis por mais 15, para essa fase de instrução do processo. Para que o mandato de Monteiro seja cassado, serão necessários votos favoráveis de ao menos 34 dos 51 vereadores.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (23) um pedido da defesa do médico Roger Abdelmassih para colocá-lo em prisão domiciliar.

Lewandowski entendeu que o habeas corpus não poderia ser analisado no STF, sob risco de supressão de instância, uma vez que existe um pedido semelhante pendente no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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"Nego seguimento a este writ (art. 21, § 1°, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Prejudicado o pleito cautelar, caso tenha sido requerido", escreveu.

Condenado a mais de 170 anos de prisão pelo estupro de pacientes, Abdelmassih voltou em julho para a penitenciária em Tremembé, no interior paulista, após a Justiça de São Paulo revogar a prisão domiciliar a pedido Ministério Público do Estado.

Em habeas corpus enviado ao STF na semana passada, a defesa do médico afirma que ele tem insuficiência cardíaca e outras comorbidades que o colocam em ‘elevado risco de complicações letais’. Os advogados disseram que o quadro é ‘grave, irreversível e incapacitante’ e que a penitenciária não tem estrutura para oferecer o tratamento necessário.

"É inequívoco que o status dignitatis do Paciente está sendo vilipendiado tão somente pelo fato de estar custodiado no estabelecimento prisional quando, na verdade, deveria estar recebendo o tratamento médico adequado e necessário em prisão domiciliar humanitária, mormente porque houve piora do seu quadro de saúde, quando comparado ao de 2019", diz um trecho do pedido.

No entanto, na avaliação de Lewandowski, não há ilegalidade flagrante ou abuso de poder que justifiquem a concessão do pedido antes do término da análise do caso no STJ.

Uma operação integrada entre a Polícia Civil e Militar do Maranhão, resultou na manhã da última quarta-feira (21) no cumprimento a um mandado de prisão contra um homem conhecido como “Maníaco de Colinas” , suspeito de cometer uma série de estupros .

A Polícia Civil informou que o homem se encontrava foragido do sistema penitenciário desde outubro de 2018 quando foi beneficiado com a saída temporária do Dia das Crianças.

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O indivíduo é considerado o principal suspeito de praticar mais de 15 estupros nas cidades de Colinas e Buriti Bravo no ano de 2012, sendo condenado pela justiça por estupro e roubo.

O suspeito foi localizado e preso na zona rural de Buriti Bravo em um local de difícil acesso, posteriormente encaminhado à sede da Delegacia.

Da assessoria da PC-MA

Eles formavam fila "como se fossem buscar água".

Todos os dias, em frente à cela de Tirhas, em um acampamento militar na região do Tigré, soldados etíopes esperavam sua vez para estuprá-la.

O sofrimento da mulher de 40 anos durou duas semanas. Tudo começou no dia em que soldados a levaram de uma rua de Mekele, capital do Tigré, mergulhada em combates desde novembro, até que a trouxeram de volta para casa.

Duas noites depois, um soldado invadiu sua casa após o toque de recolher e a estuprou enquanto seus três filhos, de 11, 7 e 3 anos, morriam de medo no quarto ao lado.

"Não me sinto mais segura no Tigré. O simples fato de ver soldados uniformizados me angustia", diz Tirhas, cujo nome foi alterado para esta entrevista à AFP em um abrigo para mulheres vítimas de violência sexual.

"Ainda estou em choque e me pergunto: o que as mulheres do Tigré fizeram para merecer isso?"

Em 4 de novembro, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2019, lançou uma operação militar para derrubar o partido no poder na região, a Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF), a quem acusa de ter atacado bases do Exército.

Ele proclamou vitória em 28 de novembro, após a tomada de Mekele, mas tem havido combates desde então.

Quatro meses após o início da operação, aumentam os relatos de estupros, muitos deles atribuídos a soldados, dizem médicos e enfermeiras desta região do norte da Etiópia, na fronteira com a Eritreia.

- "Humilhar e desumanizar" -

No maior hospital de Mekele, várias mulheres procuraram tratamento após estupros cometidos por soldados etíopes e eritreus. Addis Abeba e Asmara negam que existam militares eritreus no Tigré, mas a sua presença foi comprovada.

Segundo os profissionais de saúde, este número é apenas uma pequena parte das violações perpetradas, uma vez que os combates impediram as vítimas de acessar os centros de saúde e muitas permanecem caladas por medo de serem socialmente discriminadas.

Embora não haja números, a violência sexual é uma realidade nesta guerra, diz Saba Gebremedhin, uma ativista dos direitos das mulheres no Tigré. “É usada como arma para humilhar e desumanizar as mulheres e também o povo do Tigré”, afirma.

As violações demoraram a ser conhecidas porque as comunicações foram interrompidas desde o início dos combates e o acesso a trabalhadores humanitários e jornalistas foi restringido. O exército etíope não respondeu às perguntas da AFP.

No momento, vários líderes reconhecem que houve violações, mas evitam dizer quantas e designar os autores.

A Ministra da Mulher da Etiópia, Filsan Abdullahi Ahmed, anunciou no mês passado a criação de um grupo de trabalho sobre violência sexual no Tigré, porque “infelizmente é claro e sem dúvida conhecido que houve estupros”.

- "Choramos, gritamos" -

A presidente da Etiópia, Sahle-Work Zewde, comoveu-se durante uma visita ao abrigo onde Tirhas e outras mulheres recebem cuidados. “Falei com quem teve a coragem de falar e li em seus olhos muitas coisas que eles não foram capazes de fazer”, declarou.

"O que elas vivenciaram é horrível." Essa visita também trouxe à luz a profundidade do trauma.

Quando os soldados que cuidavam da segurança da presidente chegaram para inspecionar o local, as mulheres na sala de televisão gritaram de horror, temendo serem atacadas novamente, disseram membros da equipe à AFP.

A maioria das mulheres se recusou a se encontrar com a presidente. "Quando ela chegou, choramos, gritamos, não queríamos falar com ela", relembra Abrehet, que disse à AFP que soldados etíopes e eritreus a estupraram por oito dias em um acampamento militar depois de fazê-la descer de um ônibus perto do cidade de Wukro, no Tigré.

Para Saba Gebremedhin, esta violência corre o risco de minar ainda mais a frágil unidade nacional da Etiópia. “Esta guerra criou um abismo entre os habitantes do Tigré e o resto do país. As pessoas dizem que já não se sentem etíopes”, explica.

“As violações são consideradas uma forma de desonrar os habitantes do Tigré (...) ou de mostrar que não têm dignidade, que são inferiores”.

- Vingança -

Os relatos de estupro mais brutais apontam para soldados da Eritreia.

A Etiópia e a Eritreia entraram em confronto durante duas décadas em um conflito de fronteira, quando o TPLF (sigla em inglês) estava no poder na Etiópia.

Várias vítimas de estupro com quem a AFP falou afirmam ter percebido a vingança durante o ataque.

Eyerusalem, 40 anos, afirma que os soldados que a estupraram em grupo após sequestrá-la na cidade de Adigrat disseram a ela que haviam recebido ordens de "ir atrás das mulheres". Segundo ela, acrescentaram: “Chegou a hora. É hora de os habitantes do Tigré chorarem”.

Na cidade de Wukro, as histórias sobre o Exército da Eritreia são sórdidas. Uma mulher disse que quatro soldados a estupraram em dezembro, enquanto um quinto obrigou seu marido a assistir, apontando uma arma para sua cabeça.

Outra explica em prantos que soldados da Eritreia e da Etiópia a sodomizaram em sua sala de estar, na frente de seu bebê de seis meses que chorava.

Hoje em dia, algumas mulheres de Mekele saem às ruas com saias longas e com a cabeça tapada para "não se destacar", explica Saba Gebremedhin.

"Há uma sensação de insegurança. Os autores (dos estupros) queriam isso e conseguiram."

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