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O promotor Marcio Nobre, que acompanha o inquérito policial sobre o estupro coletivo da adolescente de 16 anos, disse nesta terça-feira, 7, ao jornal O Estado de S. Paulo considerar que o caso está "praticamente concluído". Ele afirmou não acreditar que seja difícil individualizar a conduta de cada um dos envolvidos, como se supunha no começo das investigações, dada a possibilidade de haver muitas pessoas na cena do crime, e espera apresentar a denúncia nas próximas três semanas.

"É possível que não tenham sido 33 (a vítima disse à Polícia Civil que 33 homens a estupraram), mas não descarto haver mais gente. Provavelmente, isso vai ser objeto de novas investigações", disse Nobre, da Promotoria de Investigação Penal.

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O promotor planeja formular a cronologia exata dos fatos, desde que a adolescente saiu do baile funk, no Morro da Barão, zona oeste do Rio, na manhã de 21 de maio, sábado, até a gravação do vídeo na noite do dia seguinte. As imagens a mostram nua e desacordada. É humilhada e tem as partes íntimas tocadas.

A perícia das imagens já concluiu, segundo a Delegacia de Proteção à Criança e à Adolescente Vítima (DCAV), que havia pelo menos quatro homens no local, que devem ser indiciados por estupro. Os peritos se basearam nas diferentes vozes masculinas identificadas.

Os acusados de estupro seriam o lutador Raí de Souza, de 22 anos, já preso, que diz ter feito sexo consentido com a jovem; o dono de lava-jato Raphael Duarte Bello, de 41, também preso, que fez selfie junto ao corpo nu da vítima e a teria tocado; e o traficante conhecido como Jefinho ou Perninha, foragido.

A polícia suspeita que o quarto seja o traficante Moisés Lucena, o Canário, reconhecido pela jovem como o homem que a segurou durante o estupro. Também está foragido o traficante Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, que controla a venda de drogas na favela.

Os foragidos Michel Brasil da Silva e Marcelo Miranda da Cruz Correa são acusados terem divulgado o vídeo da menina desacordada nas redes sociais. Eles não moram no morro e não teriam participado do estupro.

A situação de Souza se agravou com a descoberta de que o chinelo preto usado por ele no dia 30, quando de sua prisão, pode ser o mesmo que aparece na filmagem, assim como uma bermuda vista no vídeo, que ele também vestia no dia 30, quando foi preso. A suspeita é de que Souza esteja mentindo quando se exime de responsabilidade pelo estupro coletivo. Peritos estão analisando o formato do pé dele e do que aparece na cena, assim como detalhes do chinelo.

Além do crime de estupro de menor de idade, que pode resultar em pena de até 12 anos de prisão, será incluído na denúncia do Ministério Público o de produção e divulgação de imagem pornográfica envolvendo adolescente, cuja pena é de até oito anos. A apologia ao estupro verificada em dezenas de vídeos e áudios depreciativos que se espalham pelo YouTube e as redes sociais ainda não está sendo investigada.

Redes sociais

A polícia está monitorando cerca de 2,7 mil perfis no Facebook, de pessoas que comentam o crime, compartilham fotos relacionadas ao caso e aos envolvidos e que podem fornecer involuntariamente alguma pista. Graças a esse rastreio os investigadores descobriram que o celular de Souza, que ele afirmara ter jogado fora, estava na casa de um amigo.

No aparelho foram recuperados dois vídeos que comprovam o estupro coletivo. A segunda gravação ainda está sob perícia. Com 12 segundos de duração, ela mostra a vítima tentando resistir à abordagem de um homem, que seria Bello. Ele diz: "Não o quê, pô?" A adolescente reclama de dor. A seguir, ele tenta introduzir um batom nas partes íntimas da vítima.

A Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, amanheceu com 420 calcinhas estendidas na areia. As peças de roupa representam a quantidade de mulheres estupradas no Brasil a cada 72 horas (por ano, são cerca de 50 mil). A ação faz parte de protesto da organização não governamental Rio de Paz contra a violência praticada contra as mulheres.

Além das calcinhas espalhadas, doadas pela Duloren, foram expostos painéis com imagens do fotógrafo Márcio Freitas com o tema "Nunca me calarei". As fotos retratam a angústia de mulheres vítimas de abuso. Os rostos têm a marca de uma mão, em vermelho, como se tivessem tentado calar as mulheres.

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Antônio Carlos Costa, fundador do Rio de Paz, defendeu ações preventivas do poder público em favelas e comunidades de baixa renda para evitar esse tipo de crime.

Na tarde desta segunda-feira (6) está marcada uma audiência pública para debater a cultura do estupro, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Foram convidados a delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Decav), que assumiu o caso da adolescente que sofreu estupro coletivo no Morro da Barão, na zona oeste, e o delegado Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, afastado das investigações.

Cinco homens foram declarados culpados nesta segunda-feira pelo estupro coletivo de uma turista dinamarquesa em Nova Délhi em 2014, um crime que trouxe à tona os muitos ataques sexuais ocorridos na Índia.

Os cinco homens foram declarados culpados pelo roubo e estupro de uma dinamarquesa de 52 anos, atacada com uma faca quando se perdeu no centro da capital indiana. A pena aplicada aos cinco homens será pronunciada em 9 de junho, disse o juiz Ramesh Kumar, em uma sala na presença de muitos parentes dos acusados e jornalistas.

Três menores processados por este caso comparecerão a um tribunal para menores. Um nono acusado morreu antes do fim do julgamento. A turista dinamarquesa, que viajava sozinha e voltava de uma visita ao Taj Mahal em Agra, se aproximou de um grupo de homens para pedir informações para voltar ao seu hotel no centro de Délhi.

Esta agressão ocorrida em janeiro de 2014 representou mais uma da série de ataques cometidos contra mulheres estrangeiras, trazendo novamente à tona o debate sobre a segurança das mulheres na Índia.

Pouco antes da agressão contra a turista dinamarquesa, uma polonesa havia sido drogada e estuprada em um carro junto a sua irmã mais nova. O governo indiano endureceu a lei contra as agressões sexuais após o estupro coletivo em 2012 em um ônibus de uma estudante, um crime que comoveu o país.

Nesta segunda-feira, os cinco acusados se mostraram impassíveis ao ouvir o veredicto. Nem a vítima, nem seus familiares estavam presentes. Com as novas leis, o estupro coletivo pode ser punido com no mínimo 20 anos de prisão e uma multa, chegando à prisão perpétua.

A jovem de 16 anos que foi vítima de estupro coletivo na semana retrasada, em uma comunidade no Rio, ficou cerca de 30 horas em poder de seus estupradores. Este intervalo foi revelado pela Polícia com base na análise de um novo vídeo do celular de Raí de Souza, preso da última segunda por ter participado do crime. As duas oportunidade em que a vítima foi violentada teriam sido, portanto, em dias diferentes.

As informações foram reveladas pela Fantástico, da Rede Globo, na noite de domingo (5). Inicialmente, Souza havia dito à polícia que tinha destruído seu aparelho celular - mas na última sexta, investigadores localizaram o aparelho. No primeiro dos vídeos, a garota claramente é abusada e tenta reagir.

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"Já está provado o crime de estupro. O desafio da polícia é provar a extensão desse crime", afirmou a delegada Cristiana Onorato Bento à Rede Globo.

Com as novas provas, os investigadores já conseguem montar uma cronologia dos fatos. As evidências são de que a jovem saiu de um baile funk com Souza, o jogador de futebol Lucas Perdomo e mais uma garota às 7 horas do dia 21 de maio, um sábado. Eles teriam consumido bebidas alcoólicas e drogas - maconha e cheirinho da loló. Foram então a uma casa abandonada do Morro do Barão, na zona oeste do Rio.

Três horas mais tarde, Raí, Lucas e a outra jovem saíram do local. Às 11 horas, a jovem que ficou estaria desacordada e teria sido retirada da casa pelo traficante Moisés Camilo de Lucena, o Canário. Ele, que está foragido, teria sido o primeiro a estuprá-la. O estupro seguinte ocorreria na noite de domingo.

"A gente tem a prova material que o Raphael, o Raí (Souza), o chamado Jefinho e o Moisés Lucena, o Canário, abusaram sexualmente dessa menina", disse a delegada. Os policiais acreditam que outros possam estar envolvidos. Entretanto, as últimas investigações não indicam o número inicialmente divulgado - 30 os envolvidos. A polícia acredita que esse número era uma referência a uma letra de funk famosa na região.

Manifestações

Enquanto em todo o País ocorreram manifestações de apoio público à jovem violentada, na comunidade do Barão, moradores fizeram uma manifestação de apoio aos acusados. Pelo celular de Souza, a polícia descobriu áudios recebidos em que o chefe do tráfico da área mandava os moradores a participar. "Mano mandou ir no protesto. Se não for, é com eles mesmo. Mano mandou ir no protesto", dizia a mensagem.

Após o conhecimento do estupro coletivo a uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro, o questionamento sobre a cultura do estupro foi mote de inquietação de muitas mulheres em todo o país. No Recife não foi diferente e, por conta disso, um grupo delas se reuniu no início da tarde deste sábado (4) na Praça do Derby, área central do Recife, para promover o ato 'Por Todas Elas'.

Mesmo com as chuvas que caíram desde as primeiras horas do dia, algumas mulheres marcaram presença na manifestação que, inicialmente, pretendia tomar as ruas do Recife e seguir em direção ao Marco Zero. No entanto, com a baixa adesão por conta das chuvas, o ato teve modificações, passando a ocupar somente a via no sentido Boa Viagem da Avenida Agamenon Magalhães. 

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“Estamos aqui reunidas pelo fim da cultura do estupro. Para que nenhum corpo, por ser feminino, esteja sangrando”, apontavam as mulheres presentes em jogral. 

A jovem Yalle Araújo participou do ato com cartazes e frisou que a intenção do grupo é lutar contra o estupro, o machismo e a violência contra as mulheres.

Outra participante, Diandra Campos explicou como surgiu o intuito do evento. “Três meninas se reuniram no Facebook e resolveram criar o evento para esse ato. Na verdade, é uma manifestação que aconteceu no Brasil inteiro de forma natural, contra essa cultura da violência contra a mulher e, principalmente, após o estupro coletivo no Rio de Janeiro”. 

Uma das organizadoras do ato, Maria Eduarda Melo, explicou que durante o momento em que a via era fechada, foi visto pouco apoio ao nosso ato por parte dos homens, em forma de recriminação e xingamentos. Apesar disso, no local era possível ver a presença de homens demonstrando apoio à manifestação.

O ato foi encerrado por volta das 16h10 já com um novo encontro programado para o próximo sábado (11), também na Praça do Derby. 

Veja mais sobre a manifestação:

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A jovem de 16 anos vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro foi violentada em dois momentos diferentes no dia do crime, segundo a polícia. De dez a doze homens podem ter participado da ação. A informação foi divulgada neste sábado (4), pelo jornal O Globo. Nesta sexta-feira (3), a delegada responsável pelas investigações, Cristiana Onorato Bento, contou ao jornal O Estado de S. Paulo que a vítima foi levada desacordada para o local do crime, a casa conhecida como "abatedouro", no Morro da Barão, na zona oeste.

Segundo a delegada, a jovem lhe contou que foi com um casal de amigos e um outro homem para uma casa depois de um baile funk. No local, ela teve relação sexual com Raí de Souza, preso na segunda-feira (30). Lucas Perdomo fez sexo com a outra jovem. Segundo Raí, a relação foi consensual.

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A jovem contou que, quando acordou, estava em um segundo lugar, no "abatedouro". Um homem a segurava, outros estavam ao seu redor. Os locais ficam próximos, segundo a delegada. As duas violências contra a adolescente teriam acontecido nessa segunda casa, com ela já desacordada.

Na primeira vez, à tarde, a jovem teria sido violentada por traficantes do local que carregaram a menina até o "abatedouro". Um deles seria o traficante Moisés de Lucena, que está sendo procurado pela polícia.

A segunda violência contra a jovem aconteceu já à noite, por Raí de Souza, que voltou ao local acompanhado pelo ex-cinegrafista Raphael Belo (ele aparece numa foto com a boca aberta e a língua de fora, ao lado da adolescente nua), e um terceiro homem de apelido "Jefinho". Belo está preso desde a última terça-feira (31). Jefinho é procurado pela polícia assim como mais três suspeitos.

O celular de Raí, usado para gravar o vídeo da jovem sendo manipulada nua e desacordada, foi recuperado pela polícia e passa por perícia. Raí diz que foi ao "abatedouro" porque estaria "preocupado com a adolescente". Belo, numa carta à imprensa, negou ter violentado a jovem e pediu desculpas pelas imagens.

Na quinta feira (2) a delegada pediu a libertação de Lucas Perdomo, porque não haveria provas de que ele estaria na cena do crime. Ele deixou a prisão na noite de sexta-feira, mas continua sob investigação.

O jogador de futebol Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, preso desde a última segunda-feira (30) sob acusação de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos em uma favela da zona oeste do Rio, foi libertado às 18h20 desta sexta, 3, um dia após a Polícia Civil recomendar sua soltura alegando que não há necessidade de mantê-lo preso. Dois suspeitos continuam presos e cinco homens estão foragidos. Na quinta, a polícia encontrou e apreendeu um aparelho celular que teria sido usado para filmar a vítima durante o estupro. Mais três pessoas passaram a ser investigadas pelo crime.

Lucas estava desde terça em um dos presídios do complexo de Gericinó, na zona oeste. Antes havia ficado preso na Cidade da Polícia, no Jacaré (zona norte).

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Ao sair do presídio, Lucas chegou a falar com os jornalistas, mas não explicou o que ocorreu no dia 21, quando a adolescente sofreu a agressão sexual. "Só quero retomar a minha carreira agora. Está provado que sou inocente. Quero retomar a minha vida, ficar com minha família e esquecer o que aconteceu", afirmou.

Lucas disse que, antes do crime, só esteve uma vez com a vítima, mas não detalhou o relacionamento entre eles. "Não tenho relação com ela. Não sei de nada, não. Deus sabe de tudo", limitou-se a dizer. Segundo a Polícia Civil, Lucas - que atualmente namora uma adolescente de 17 anos - já manteve um relacionamento amoroso com a vítima do estupro.

Um dos advogados de Lucas, Eduardo Antunes, contou à polícia que, horas antes do estupro, seu cliente esteve em um baile funk na favela Morro da Barão, na Praça Seca), com a vítima, uma amiga dela chamada Joyce, de 18 anos, e o colega Raí de Souza. Ao final do baile, os quatro saíram juntos rumo a um imóvel próximo.

Raí disse que manteve relações sexuais - segundo ele, consentidas - com a vítima, enquanto Lucas fazia sexo - também consentido, de acordo com ele - com Joyce. O jogador do Boavista afirmou à polícia que foi embora em seguida, levando sua acompanhante, e não presenciou nenhum estupro.

Por ter estado com a vítima nos momentos anteriores ao estupro, o atleta do Boavista (RJ) teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça e foi preso. Ele contou sua versão à delegada Cristiana Onorato Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que investiga o caso. Anteontem, ela concordou com o pedido de relaxamento da prisão apresentado à Justiça pelo advogado de Lucas. "Até agora não temos provas suficientes da participação dele. Isso não quer dizer que Lucas seja inocente ou não tenha nenhuma participação no crime, mas se tornou desnecessário mantê-lo preso", afirmou a delegada.

A jovem de 16 vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro foi levada desacordada para o local do crime, segundo a delegada responsável pelas investigações, Cristiana Onorato Bento. A garota relatou ter acordado em uma casa no Morro da Barão classificada como "abatedouro", cercada por homens.

Segundo a delegada, a jovem lhe relatou que ela foi com um casal de amigos e um outro homem para uma casa depois de um baile funk. Porém, acordou em outro lugar. Um homem a segurava, outros estavam ao seu redor.

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"Os dois locais ficam próximos. O que estamos investigando é como ela foi carregada de um local para o outro e levada por quem", disse a delegada, nesta sexta-feira (3).

Nesta quinta feira (2) a delegada pediu a libertação de Lucas Perdomo, um dos suspeitos de participação no crime, preso desde segunda feira (30), com outro acusado, Raí de Souza. De acordo com a delegada, a segunda jovem, que teve relações sexuais com Lucas afirmou que os dois saíram juntos do primeiro local e por isso não estavam na cena do crime. Já Rai, que disse ter feito sexo consentido com a jovem, continua preso. É dele o celular em que foi gravado vídeo no qual a jovem aparece nua e sendo tocada por um dos suspeitos.

Na quinta-feira, a delegada pediu a prisão de mais duas pessoas acusadas de envolvimento no crime, Moisés de Lucena e um homem de apelido Jefinho. Eles seriam ligados ao tráfico de drogas da região. Moisés seria o homem que segurava a jovem quando ela despertou, e Jefinho teria feito a gravação, com o celular de Rai. A polícia ainda não sabe o nome completo de Jefinho, apenas as características físicas relatadas pelas testemunhas.

A saída do Rio da adolescente de 16 anos, vítima de um estupro coletivo há 12 dias, está prejudicando a apuração do caso. A delegada Cristiana Bento, que investiga o crime ocorrido em uma favela carioca, lamentou a decisão dos governos federal e estadual de retirá-la do Estado. Por identificar contradições nos dois depoimentos prestados pela jovem, a delegada pretendia reinterrogá-la e acareá-la com os três suspeitos presos. Sem ela, ao menos um dos acusados pode ser solto.

"As versões (da vítima e dos acusados) são muito desencontradas. Não posso mais ouvir a jovem. Isso dificulta as coisas. Novas informações chegaram e eu não tenho como esclarecê-las com ela", afirmou. Segundo a delegada, nos depoimentos, a vítima não se refere a alguns suspeitos como estupradores. Entre eles, Lucas Perdomo Duarte dos Santos, o Luquinhas, de 20 anos, e Raí de Souza, de 22, presos desde segunda-feira.

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Luquinhas, jogador de futebol, foi preso porque estaria perto do local do crime, no Morro da Barão, e acompanhou a vítima em um baile funk antes da agressão sexual. Sem a acareação, ele pode ser solto hoje. Raí está preso porque as imagens divulgadas nas redes sociais foram filmadas por seu celular.

As diferentes versões apresentadas por Luquinhas, Raí e Raphael Duarte Belo, de 41 anos, suspeito que se apresentou ontem à polícia, levaram a delegada a decidir acareá-los. "Quero esclarecer isso. Vou botar um de frente para o outro. As versões estão desencontradas. Mas ninguém admite o estupro", afirmou Cristiana.

O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, afirmou que a jovem estava ameaçada de morte e correria risco se ficasse no Rio. "Não há garantia de que conseguiríamos dar a proteção adequada se ficasse no Rio. A menina estava ameaçada, com medo. A ida (para fora do Estado) não quer dizer que ela não possa colaborar com as investigações", afirmou Melo, para quem a Defensoria Pública, que atende a vítima, tem como fazer o contato entre ela e os investigadores. A jovem foi incluída no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte.

Antes de se entregar à polícia, Belo publicou no Facebook texto em que nega o estupro, mas admite ter feito uma foto ao lado da jovem nua. Ele diz que foi ao morro com Raí de Souza. Segundo ele, havia um rapaz no local, conhecido como Jefinho, que disse: "Tem uma mulher aí que não quer ir embora, está desde o dia do baile (funk)". "Entramos os três. Ela estava deitada, nua, dormindo. O Raí puxou o celular e começou a gravar. Foi mais uma zoação, brincadeira, não machucamos ela."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Munidas de cartazes contra o machismo e a violência sexual, cerca de cinco mil pessoas, segundo os organizadores, protestam na tarde desta quarta-feira, 1º, na Avenida Paulista, região central de São Paulo. O ato foi convocado após o estupro coletivo de uma adolescente no Rio de Janeiro na semana passada. A Polícia Militar não quis divulgar estimativa de público.

Logo na linha de frente do ato, manifestantes fizeram um cordão de isolamento para mulheres com bebês e crianças, presentes em grande número no evento. "Fui vítima de abuso sexual na infância e na idade adulta e quero que meu filho veja a mãe lutar contra esse abuso. Acho que essa participação dele desde cedo vai fazer com que ele crie empatia pelo que passamos", diz a educadora Natasha Orestes, de 30 anos, que foi ao ato com o filho Théo, de 3 anos.

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"Mexeu com uma, mexeu com todas" e "pelo fim da cultura do estupro" são algumas das frases defendidas pelas mulheres em cartazes e gritos durante o ato. O grupo saiu do vão livre do Masp às 17h40 e segue em passeata para a Praça Roosevelt.

A estimativa inicial era de que o percurso fosse feito pela Rua da Consolação, mas com o confronto ocorrido mais cedo entre PMs e integrantes do movimento sem-teto na região, o trajeto foi transferido para a Rua Augusta.

O presidente em exercício, Michel Temer, também é alvo do protesto com cartazes que o chamam de "golpista, machista e fascista". Recebe crítica ainda a nomeação de Fátima Pelaes para a Secretaria das Mulheres da gestão PMDB. Religiosa, ela se declarou contrária ao aborto até em casos de estupro.

"É no mínimo contraditório o governo nomear para um órgão tão importante uma pessoa que não considera todas as opiniões sobre o tema, já se mostra fechada ao diálogo ao omitir essa posição e fecha os olhos também para um problema que é de saúde pública", diz a relações públicas Carolina Araújo, de 25 anos.

Autor de projeto que dificulta o aborto em casos de violência sexual, o deputado Eduardo Cunha também foi lembrado no protesto das manifestantes.

Mesmo com a presença majoritária de crianças e mulheres no ato, a PM levou policiais munidos de escudo e bombas de gás. Questionado pela reportagem, o aspirante a oficial responsável pela operação, que não se identificou, disse que não pretendia usar os artefatos.

Rio

Cerca de mil pessoas - mulheres, em sua maioria - se reúnem ao redor da igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, desde as 16h30 desta quarta-feira, 1, para denunciar a violência contra a mulher no Brasil e cobrar providências do poder público.

O ato também reagiu a escolha de Fátima Pelaes para a Secretária das Mulheres. "Essa escolha indica mais um retrocesso do governo federal. Dilma já encaminhava muito pouca verba para essa secretaria, e agora a situação deve piorar", avalia a universitária Mariana Nolte, de 24 anos. Líder do coletivo "Juventude Vamos à Luta", ela é uma das organizadoras do ato.

Ao longo do ato, representantes de entidades da sociedade civil fizeram discursos contra o machismo e a falta de programas de combate à violência contra a mulher. O grupo planejava seguir em passeata pela Avenida Presidente Vargas rumo à Central do Brasil.

O advogado Eduardo Antunes, que defende o jogador do Boavista Lucas Perdomo Duarte dos Santos, preso na segunda-feira, 30, como suspeito de participar do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro, levou à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) nesta quarta-feira, 1º de junho, uma nova testemunha.

Segundo o advogado, Bruna Dias, de 20 anos, é amiga da vítima e conversou com ela pelo Facebook sobre o estupro. A vítima teria então afirmado que o atleta não estava no local do crime, na hora em que houve o estupro. O advogado afirma que ambas são vizinhas na Taquara, na zona oeste do Rio.

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A conversa teria ocorrido entre 6h08 e 6h12 de sexta-feira, 27, seis dias após o estupro. Em um trecho divulgado pelo advogado, Bruna envia à amiga o link de uma reportagem que se referia ao estupro e afirmava que Lucas estava sendo procurado pela polícia.

Em seguida, Bruna escreveu "Bagulho tá alto de verdade. Ele tá sendo procurado já. Quem foi que falou isso?" A vítima responde: "Eu não sei. Sei que eu não falei nem nome dele". Neste trecho, não há referência sobre a presença ou ausência de Lucas no local do crime.

Bruna continua: "Se você não sabe, imagina eu... Não vou te ver nem tão cedo, né?" A vítima afirma "vai sim", e a conversa termina.

O ex-cinegrafista Raphael Duarte Belo, de 41 anos, acusado de ter participado do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio, entregou-se na manhã desta quarta-feira (1°), à polícia. Em carta encaminhada ao perfil Jacarepaguá Notícias RJ, no Facebook, ele nega participação no estupro e pede desculpas por ter feito a foto ao lado da jovem nua.

Na carta, ele disse que foi à boca de fumo no domingo, 22, pedir autorização para realizar uma matinê na Quadra do Francão, local onde ocorrem bailes funks. Estava acompanhado por Raí de Souza, de 22 anos, outro acusado do crime e já preso.

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"Ao chegar a um beco, à direita, estava a casa abandonada, aberta, toda suja, fedendo a fezes e com uma mulher nua", escreveu Belo, que trabalhou na Rede Globo, de onde foi demitido em 2015. Ele hoje é dono de um lava jato.

De acordo com Belo, havia um rapaz no local, conhecido como Jefinho (identificado por Raí de Souza como traficante). Ele teria dito: "Tem uma mulher aí que não quer ir embora, está desde o dia do baile". "Entramos os três. Ela estava deitada, nua, dormindo, muito suja, e com os cabelos embolados. Parecia uma 'cracuda' ou mendiga. O Raí puxou o celular e começou a gravar, ela começou a se mexer e acordar. Aí paramos e fomos embora." O ex-cinegrafista escreveu que "foi mais uma zoação, brincadeira" e que eles não a machucaram.

Raí deu outra versão à polícia. Contou que manteve relações sexuais com a adolescente e teria voltado à favela por estar preocupado com ela. Segundo a sua versão, Jefinho teria feito as imagens e não ele.

Na carta encaminhada ao Jacarepaguá Notícias RJ, Belo relata ainda que, na quarta-feira, 25, ele almoçava na porta de um serralheiro, quando um carro HB20 deixou uma mulher desacordada na calçada. Ele teria comprado garrafa de água e tentado fazer com que a ela despertasse. Moradores teriam dito que a jovem já havia desmaiado outras duas vezes e que seria a mesma pessoa que estava na casa conhecida como "abatedouro".

Belo contou, então, que a deixou descansando em seu carro. Depois, levou-a para seu apartamento onde a deixou dormindo, com a recomendação de que não deixasse a porta aberta para que seus gatos não fugissem.

"Quando voltei da rua um tempo depois, estava tudo vomitado", declarou. "Botei ela para tomar banho. Espremi xampu na cabeça dela, fechei a porta do box e a do banheiro também". Belo disse, no texto, que a jovem tomou banho sozinha.

O acusado voltou a sair do apartamento. E na rua soube que as imagens e o vídeo sobre o estupro tinham sido compartilhados. "Um amigo falou que eu estava em vários sites como bandido e estuprador", disse. "Me deu uma tremedeira. Total desespero."

Ele, então, levou a jovem até a casa da família. Teria conversado com os pais e a avó da menina e pedido desculpas pelas imagens. Ele deixou seu endereço e telefone e contou ter fugido para uma cidade a "2.600 quilômetros do Rio". "Me tornei um monstro", escreveu.

Belo encerrou a carta dizendo que vai se entregar. "Não ia conseguir viver fugindo, ainda mais por algo que não fiz, não transei com ela, não fiz sexo oral com ela", afirmou. A veracidade da carta não foi confirmada pela polícia. O texto foi encaminhado ao portal pela ex-cunhada de Belo, que fotografou a tela do computador e enviou as imagens por WhatsApp.

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Um abaixo-assinado quer que o Twitter entregue à Polícia Civil a lista de pessoas que usaram a rede social para compartilhar o vídeo de uma jovem de 16 anos, vítima de estupro coletivo no Rio. A petição foi feita na plataforma Change.org e contava com 33.528 assinaturas virtuais às 16h15 desta terça-feira, 31 - 1.472 a menos do que o necessário para ser encaminhada a um diretor da empresa.

"Todas nós vimos as consequências das injustiças, do não-cumprimento das leis e todos os tipos de violência direcionadas às mulheres, incitadas por uma sociedade que cria e fetichiza uma cultura do estupro", escreve a autora do pedido, a produtora cultural Marta Carvalho, de Brasília. "Nasci preta e mulher. Durante toda a história de minha vida, vi e vivi abusos e violências imensuráveis para a minha alma feminina", afirma. "Não podemos nos calar."

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Na petição, a produtora pede que "todos os perfis de quem compartilhou o vídeo dessa barbaridade sejam expostos pelo Twitter, publicamente e como dado oficial para a Polícia Civil", uma vez que, ao apagar as contas na rede, eles não podem ser identificados abertamente. Para ela, esses usuários "também são criminosos".

"Não foi apenas estupro. Pedimos ainda que a Justiça tipifique o crime como feminicídio tentado (tentativa de assassinato). No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Infelizmente este foi só mais um caso. Exigimos Justiça! #30ContraTodas", diz o texto do abaixo-assinado.

Em nota, a empresa afirma que existem limitações sobre os tipos de conteúdo e de comportamento permitidos na plataforma e que o intuito é "proteger a experiência e a segurança das pessoas que usam o Twitter". "Quando o Twitter determina que um conteúdo denunciado viola tais regras, nós tomamos as medidas necessárias", diz a nota.

"O Twitter também coopera com as autoridades competentes conforme descrito em suas diretrizes para autoridades policiais", afirma a empresa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu urgência para votação do projeto que aumenta a pena para casos de estupro coletivo e divulgação de estupro em redes sociais. "É uma resposta do Senado a essa coisa brutal que aconteceu no Rio de Janeiro e que agrava a pena de estupro coletivo", disse em relação ao caso da última semana em que uma adolescente foi estuprada por um grupo de homens.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou um projeto que endurece a pena para os casos. O projeto foi aprovado nesta terça-feira, 31, na Comissão Mista de Defesa da Mulher. O objetivo de Renan é votar no plenário uma urgência para que o projeto seja apreciado ainda hoje pelo Senado e, em seguida, votar o mérito da matéria.

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Nesta tarde, deputadas e senadoras fizeram protestos na porta do plenário do Senado, pedindo que a matéria fosse apreciada com urgência.

Três homens foram autuados em flagrante por estupro coletivo de uma adolescente de 17 anos no município de Juruti, região oeste do Pará. Um professor, um pintor e um estudante são acusados de embriagar a menor em uma festa. De acordo com informações da Polícia Civil, exames médicos atestaram o abuso sexual. 

O crime teria acontecido na madrugada de sexta-feira (27), por volta das 4 horas da manhã, após uma festa. Um grupo de amigos, entre eles os acusados do estupro e a adolescente, foram para a casa do professor. Em depoimento à polícia, a menor disse ter sido violentada depois que a maioria das pessoas deixou o local.

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O professor e dono da casa citada pela adolescente, Douglas Corrêa Lima, de 28 anos, o pintor Weliton Vieira dos Santos, 28, e o estudante Fabrício Pereira Almeida, de 19, estão presos em Juruti, enquanto aguardam posicionamento da Justiça sobre o caso. À polícia, eles negaram o crime.

Socorro - A menor foi socorrida por um homem que estava na casa, mas saiu antes de o crime ocorrer. Quando retornou ao local, teria presenciado o estupro coletivo. A adolescente disse que conseguiu deixar a casa com a ajuda da testemunha. Depois de acionada, a Polícia Militar levou dois dos acusados e a testemunha para a delegacia municipal. O terceiro acusado foi preso horas depois. 

A adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo em Jacarepaguá, na zona oeste, está deixando nesta terça-feira, 31, o Estado do Rio com a família. Ela foi incluída no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do governo federal, e executado pelo governo estadual. Foi orientada a cortar qualquer tipo de contato com antigos amigos e não terá à disposição celular nem computador com internet.

O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, recebeu a menina por uma hora nesta segunda-feira, 30. Melo contou que ela relatou estar recebendo ameaças de traficantes. "Ela está assustada e quer mudar de vida, mas fiquei impressionada com a sua tranquilidade. É uma menina inteligente, articulada e amadurecida pela vida."

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O lugar para onde ela foi levada com a mãe, o pai, a avó, o irmão e o filho não será divulgado.

A adolescente foi vítima na semana passada, após sair de uma festa. Ela contou que acordou em uma casa que não conhecia, cerca de homens. A cena foi filmada e viralizou na internet.

Indignada com comentários nas redes sociais que buscam culpar e justificar o estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio na semana passada, a empreendedora e ativista social Sabrina Bittencourt, de 35 anos, decidiu compartilhar nas redes sociais o abuso sexual que sofreu há 19 anos, quando também tinha 16 anos. Ao trazer seu relato pessoal, Sabrina estimulou outras mulheres a fazerem o mesmo em uma campanha espontânea com a hashtag #eusousobrevivente.

Em três dias, a publicação de Sabrina teve mais de 50 mil compartilhamentos nas redes sociais, além de ter incentivado o relato de outras mulheres. A ativista contou já ter recebido mais de 5 mil mensagens de vítimas de violência sexual pedindo sua ajuda ou conselhos sobre como denunciar ou lidar com a dor da violência sofrida.

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"Eu gostaria que todas as pessoas tivessem uma resposta para sua dor, mas eu não sou especialista, demoraria a vida inteira tentando responder a cada uma. Mas sinto sua dor. É muito triste. Gente que está tentando o suicídio por não ter apoio na própria família, comunidade, universidade, igreja", disse Sabrina.

Segundo ela, foi a indignação com comentários sobre o caso da jovem do Rio que a encorajou a tornar pública uma história tão dolorida. "[Queria com o relato] mostrar que independentemente da situação da vítima ou sobrevivente, no meu caso, os abusos em vários extratos da sociedade são normalizados. Policiais, psiquiatras, religiosos, professores, familiares se acham no direito de culpabilizar a pessoa que sofre crimes assim. O que dificulta e muito que crianças, jovens e mulheres sintam confiança para denunciar", contou.

A jovem vítima de estupro coletivo e sua família ingressaram no Programa de Proteção à Criança e Adolescente Ameaçados de Morte (PPCAAM), do governo federal. A adolescente vinha sofrendo ameaças e desde sexta-feira, 27, estava sob acompanhamento de escolta da Polícia Militar.

"Havia um risco potencial à segurança da jovem, por isso achamos providencial a sua entrada no programa de proteção. A ameaça de morte era real", afirmou o secretário de Estado de Assistência e Direitos Humanos, Paulo Melo, que desde de quinta-feira monitorava o esquema de proteção à adolescente.

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Depois que ela ingressa no programa de proteção, nenhuma autoridade é informada da localização da vítima. A adolescente pode, inclusive, ter sua identidade mudada. A jovem já havia apagado suas contas nas redes sociais.

Em nota, a secretaria de Estado de Assistência e Direitos Humanos informou que o PPCAAM é mantido com recursos do Governo Federal com contrapartida do Governo do Estado e é gerenciado por conselho ligado ao Ministério da Justiça.

"Não há período previsto para a manutenção da família no programa, que depende da avaliação dos profissionais de Segurança, e dos técnicos do programa e do desejo da vítima em continuar", diz o texto.

Nesta segunda-feira, 30, a jovem e família foram atendidas por psicólogas e assistentes sociais do Centro Integrado de Atendimento à Mulher.

O Ministério Público Federal abriu procedimento para investigar o compartilhamento de imagens da adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo na Praça Seca, zona oeste do Rio. Para os procuradores Daniel Prazeres e Paulo Gomes Ferreira Filho, do Grupo de Combate aos Crimes de Divulgação de Pornografia Infanto-juvenil e Racismo na Internet, o crime tem "caráter transnacional", já que o vídeo foi transmitido por redes sociais como Twitter e Facebook.

Mesmo aqueles que não participaram do estupro, mas compartilharam as imagens, podem responder pelo crime.

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"Esse é um crime de competência federal. O Brasil assinou a Convenção sobre os Direitos da Criança, que prevê o combate à pornografia infantil. A lei pune com pena de 3 a 6 anos de reclusão aquele que oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente", afirmou o procurador Daniel Prazeres.

De acordo com o procurador, o procedimento de investigação pode dar origem a "inquéritos filhotes" para apurar a conduta das pessoas que transmitiram as imagens. "Esse procedimento pode gerar inquérito para punir quem compartilhou, mesmo que não tenha nada a ver com estupro.

A transmissão, por mera curiosidade, é crime. "Armazenar essas imagens também é crime. Se a pessoa receber, tem que apagar inclusive do 'lixo'", alertou. A pena para o armazenamento de pornografia infantil varia de um a quatro anos de prisão.

Os procuradores requisitaram cópia do inquérito à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), no Centro do Rio. Somente quando receberem os documentos, os procuradores vão definir quem serão as pessoas intimadas para prestar depoimento.

O chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, e a titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Cristiana Bento, disseram hoje (30) à imprensa que já há elementos que permitem afirmar que a adolescente de 16 anos, que teve um vídeo em que aparece nua e desacordada divulgado nas redes sociais, foi vítima de estupro coletivo.

"A gente não tem mais o que falar sobre isso. Essa menina foi vítima de violência sexual, ela foi vítima, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, da divulgação das imagens e está sendo vitimizada pela população, que fica julgando o que ela foi ou deixou de ser. Essa menina precisa de proteção, de cuidado", disse a delegada. "Houve estupro, sim. Agora, o que pretendo fazer é descobrir a extensão desse estupro, quantas pessoas estupraram essa jovem", acrescentou Cristiana.

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Segundo a Polícia Civil, o vídeo que circulou nas redes sociais já é prova suficiente de estupro coletivo. Nas imagens, um homem manipula o corpo da jovem, aparentemente desacordada, na presença de mais duas pessoas. "Se um abusa, e o outro está olhando, ele é partícipe e vai responder pelo mesmo crime", disse a delegada.

O grupo, segundo a polícia, menciona no vídeo que 30 pessoas teriam violentado a jovem, versão que é confirmada pela vítima. No entanto, disse Veloso, essa informação ainda precisa de maior "robustez", para que se defina quantas pessoas participaram do crime.

Seis pessoas já são consideradas suspeitas dos crimes de estupro de vulnerável e produção e divulgação de material pornográfico com menores de idade. Cinco estão foragidas e uma se apresentou à polícia na tarde de hoje.

Entre os foragidos, há suspeitos que já haviam comparecido à polícia para prestar depoimento, quando o caso ainda estava com a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. De acordo com o chefe da Polícia Civil, a avaliação de que eles deveriam ter sido presos antes, ou não, é subjetiva, e as prisões decretadas hoje são resultado do trabalho realizado antes.

Laudo

Sem citar detalhes, a Polícia Civil disse que o laudo que o Instituto Médico-Legal produziu após examinar a jovem não foi capaz de apontar provas materiais do crime. Para os delegados, tal resultado já era esperado pelo fato de o material ter sido colhido cinco dias após o crime.

A perita Adriane Rego explicou que o corpo humano destrói os vestígios de espermatozoides a partir de 72 horas depois da ejaculação. 

A ausência dessa prova material, no entanto, não muda a convicção da delegada responsável pelo caso. "Nos crimes sexuais, o exame de corpo de delito é importante, mas não é determinante do fato. Às vezes, há lesão, e a vítima quis, e pode ocorrer que não tenha lesão e tenha sido forçado. Se ela estava desacordada, não vai ter lesao, porque ela não ofereceu resistência."

O inquérito corre em segredo de Justiça, por envolver uma vítima adolescente.

Mudança de delegacia

Veloso explicou por que a investigação do caso passou da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática e para a da Criança e Adolescente Vítima porque esta é especializada em lidar com crianças e adolescentes vítimas de crimes. Ele mencionou ainda que o "estresse" entre o delegado Alessandro Thiers e a advogada Eloisa Samy, que deixou ontem (29) a defesa da jovem, poderia prejudicar a investigação.

A advogada tinha dito ue Thiers tentou culpabilizar a vítima pelo estupro em depoimento prestado na última sexta-feira (27) e chegou a afirmar que iria fazer uma representação contra ele na corregedoria.

De acordo com Veloso, ainda será avaliada a atuação de Thiers à frente da investigação. "Não vamos deixar de responsabilizar, caso seja essa a situação", disse o chefe de Polícia. Veloso ressaltou que o delegado já mostrou competência ao conduzir outros casos.

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