Petição exige nomes de quem compartilhou vídeo de estupro
Internautas querem expor identidade de quem visualizou e compartilhou registros da agressão contra adolescente
Um abaixo-assinado quer que o Twitter entregue à Polícia Civil a lista de pessoas que usaram a rede social para compartilhar o vídeo de uma jovem de 16 anos, vítima de estupro coletivo no Rio. A petição foi feita na plataforma Change.org e contava com 33.528 assinaturas virtuais às 16h15 desta terça-feira, 31 - 1.472 a menos do que o necessário para ser encaminhada a um diretor da empresa.
"Todas nós vimos as consequências das injustiças, do não-cumprimento das leis e todos os tipos de violência direcionadas às mulheres, incitadas por uma sociedade que cria e fetichiza uma cultura do estupro", escreve a autora do pedido, a produtora cultural Marta Carvalho, de Brasília. "Nasci preta e mulher. Durante toda a história de minha vida, vi e vivi abusos e violências imensuráveis para a minha alma feminina", afirma. "Não podemos nos calar."
Na petição, a produtora pede que "todos os perfis de quem compartilhou o vídeo dessa barbaridade sejam expostos pelo Twitter, publicamente e como dado oficial para a Polícia Civil", uma vez que, ao apagar as contas na rede, eles não podem ser identificados abertamente. Para ela, esses usuários "também são criminosos".
"Não foi apenas estupro. Pedimos ainda que a Justiça tipifique o crime como feminicídio tentado (tentativa de assassinato). No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Infelizmente este foi só mais um caso. Exigimos Justiça! #30ContraTodas", diz o texto do abaixo-assinado.
Em nota, a empresa afirma que existem limitações sobre os tipos de conteúdo e de comportamento permitidos na plataforma e que o intuito é "proteger a experiência e a segurança das pessoas que usam o Twitter". "Quando o Twitter determina que um conteúdo denunciado viola tais regras, nós tomamos as medidas necessárias", diz a nota.
"O Twitter também coopera com as autoridades competentes conforme descrito em suas diretrizes para autoridades policiais", afirma a empresa.