Homens armados mataram nesta sexta-feira 18 suspeitos de espionar para Israel na Faixa de Gaz. As ações foram uma resposta à morte de importantes líderes do Hamas após ataques aéreos israelenses.
Duas das vítimas eram mulheres, segundo o Centro Palestino pelos Direitos Humanos, que pediu a imediata interrupção do que chamou de "execuções extrajudiciais".
##RECOMENDA##
Meios de comunicação do Hamas retrataram os assassinatos como o início de uma nova repressão, sob o slogan "quebrar os pescoços dos colaboradores".
O site Al Majd, que é próximo das forças de segurança do Hamas, disse que os suspeitos serão agora tratados "em campo" em vez de terem seus casos levados aos tribunais com o objetivo de dissuadir as pessoas a colaborar com Israel. Já o site Al Rai, pertencente ao Hamas, diz que o mesmo tipo de punição será em breve imposta a outras pessoas.
O Hamas disse que não vai divulgar os nomes dos mortos porque quer proteger a reputação de suas famílias. Os assassinatos aconteceram um dia depois de um ataque israelense ter atingido uma casa no sul de Gaza e matado três importantes líderes do Hamas.
No início da semana, outro bombardeio matou a mulher e dois filhos de Mohammed Deif, responsável pelo braço militar do Hamas. O destino de Deif ainda é desconhecido.
Os acontecimentos desta sexta-feira começaram com o fuzilamento de 11 supostos informantes na sede da polícia da Cidade de Gaza, no período da manhã. Duas das vítimas eram mulheres.
Horas mais tarde, sete homens foram mortos do lado de fora da mesquita al-Omari, centro da Cidade de Gaza, enquanto fiéis encerravam as orações do meio-dia. Dezenas de pessoas estavam nas proximidades do templo, afirmou uma das testemunhas, Ayman Sharif, de 42 anos.
Outra testemunha, que falou em condição de anonimato, disse que os rostos dos acusados foram cobertos
Segundo Sharif, homens usando máscaras alinharam sete pessoas contra a parede. Um pedaço de papel foi afixado acima da cabeça de cada um com suas iniciais e seus supostos crimes. O comandante do grupo então deu a ordem aos demais para abrir fogo com rifles automáticos. De acordo com Sharif, os corpos foram levados por uma ambulância e os atiradores foram embora.
Trata-se da terceira vez desde o início dos conflitos entre Israel e o Hamas, que começaram seis semanas atrás, que o grupo islâmico anuncia o assassinato de supostos colaboradores. Na quinta-feira, o site Al Majd informou que sete pessoas foram detidas sob suspeita de trabalhar para Israel e que três delas foram mortas.
Para localizar o paradeiro de comandantes do Hamas, Israel provavelmente conta com informantes locais. Israel mantém uma rede de informantes no território costeiro mesmo depois de sua retirada de Gaza, em 2005, usando muitas vezes de chantagem da oferta de permissões de saída do território para conquistar a cooperação dos palestinos. Fonte: Associated Press.