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O helicóptero espacial Ingenuity sobrevoou Marte nesta segunda-feira (19). Após ter a operação adiada em outras oportunidades, esta foi a primeira experiência de voo em outro planeta, indica a Nasa.

Ainda na sala de controle da agência espacial norte-americana, a responsável pelo desenvolvimento da aeronave celebrou o episódio histórico. "Sucesso! Podemos dizer que voamos pela primeira vez noutro planeta", festejou Mimi Aung, que dividiu aplausos com a equipe.

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O Ingenuity decolou na vertical até uma altura de três metros e manteve-se elevado por 30 segundos, até rodar no próprio eixo e pousar. As imagens do breve voo foram captadas pelo veículo não tripulado Perseverance, que foi posicionado para registrar a operação.

Parecido com um grande drone, o Ingenuity tem 1,21m de diâmetro e apenas 1.8kg. Ele é equipado com quatro pés e duas hélices, além de painéis solares, uma sonda e uma câmera.

A Nasa estuda realizar outros cinco voos e aumentar a dificuldade das operações.

Do pioneiro satélite soviético ao primeiro homem a pisar na lua há 50 anos, a seguir 10 datas-chave na exploração do espaço.

- 1957: Sputnik -

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Em 4 de outubro, 1957, Moscou lançou o primeiro satélite artificial ao espaço, o Sputnik 1, dando início à corrida espacial.

A esfera de alumínio leva 98 minutos para orbitar a Terra e traz de volta a primeira mensagem do espaço, um simples "beep-beep-beep", proveniente de sinais de rádio.

Em 3 de novembro, o Sputnik 2 leva o primeiro ser vivo a orbitar totalmente a Terra, uma cachorrinha de rua chamada Laika. Ela morreu após poucas horas no espaço.

- 1961: Gagarin, primeiro homem -

Em 12 de abril, 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin torna-se o primeiro homem a chegar ao espaço, completando uma única órbita de 108 minutos.

Vinte e três dias depois, Alan Shepard é o primeiro americano no espaço, ao fazer uma viagem de 15 minutos no dia 5 de maio.

Os adversários da Guerra Fria só chegaram juntos ao espaço através de um terceiro país em 2003, quando a China levou Yang Liwei à bordo do Shenzou V.

- 1969: na Lua -

Em 21 de julho, 1969, o astronauta americano Neil Armstrong torna-se o primeiro homem a pisar na Lua, ao lado de seu colega Edwin Aldrin, que juntou-se à ele 20 minutos depois.

Entre 1969 e 1972, 12 astronautas - todos americanos - pisaram na Lua como parte do programa Apollo, da NASA.

- 1971: estação espacial -

Em 19 de abril de 1971, a União Soviética lança a primeira estação espacial orbital, a Salyut 1.

A construção da ainda operante Estação Espacial Internacional (ISS) começa em 1998. É a maior estrutura feita pelo ser humano no espaço, e orbita a Terra 16 vezes ao dia.

A ISS, na qual 16 países associados participam, assumiu o protagonismo das operações no espaço a partir do momento em que estação espacial russa Mir foi levada de volta à Terra em 2001 após ficar 15 anos em órbita.

- 1976: Marte -

Em 20 de julho de 1976, a espaçonave americana Viking 1 se torna a primeira a pousar em Marte com êxito, e proporcionou imagens do Planeta Vermelho.

O robô Opportunity explorou Marte entre 2004 e 2018, junto ao rover da NASA Curiosity Rover, ainda ativo no local.

Aproximadamente 40 missões foram enviadas à Marte e mais da metade falharam.

- 1981: ônibus espacial -

Em 12 de abril, 1981, o ônibus espacial americano Columbia, a primeira espaçonave reutilizável, faz sua primeira viagem.

É seguida pelo Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour, os quais serviram a ISS até o fim do programa, em 2011.

Os Estados Unidos têm, desde então, dependido da Rússia para transportar seus astronautas até a ISS.

Dois ônibus espaciais americanos foram destruídos em pleno voo, com a perda de 14 astronautas: Challenger, em 1986, e Columbia, em 2003.

- 1990: Hubble -

Em 25 de abril, 1990, Hubble é o primeiro telescópio espacial a ser colocado em órbita, a 547 quilômetros da Terra.

Com treze metros de comprimento, Hubble revoluciona a astronomia, permitindo aos cientistas observar planetas e estrelas mais distantes e até galáxias.

- 2001: turista espacial -

Em 28 de abril, 2001, o ítalo-americano multimilionário Dennis Tito, 60 anos, se torna o primeiro turista espacial do mundo. Pagou à Rússia 20 milhões de dólares para ficar na ISS por oito dias.

Ao todo, sete turistas espaciais foram levados em voos russos até a ISS.

- 2008: a privada SpaceX -

Em 29 de setembro, 2008, a companhia americana SpaceX é o primeiro empreendimento privado a lançar um foguete com êxito na órbita da Terra, o Falcon 1.

A nave de carga Dragon, da Space X, torna-se em 22 de maio de 2012 a primeira espaçonave comercial a visitar a ISS.

- 2014: pouso no cometa -

Em 12 de novembro, 2014, a Agência Espacial Europeia coloca um pequeno robô, o Philae, num cometa a mais de 500 quilômetros da Terra. Este primeiro artefato a pousar em um cometa é parte de uma missão que visa a explorar as origens do Sistema Solar.

O objeto feito pelo homem que está mais longe da Terra é a espaçonave americana não tripulada Voyager 1, lançada em setembro de 1977 e até hoje em viagem. Em agosto de 2012, chegou ao espaço interestelar, a aproximadamente 13 bilhões de milhas da Terra.

A empresa europeia Vodafone, em parceria com a Nokia, anunciou que vai instalar uma rede móvel 4G na Lua no próximo ano. A conexão permitirá que os veículos de exploração lunar da Audi se comuniquem entre si e com uma estação base. A missão, organizada pela empresa espacial PTScientists, será o primeiro pouso financiado por empresas privadas.

As torres da Nokia serão levadas à Lua em um lançamento programado para 2019, que partirá de Cabo Canaveral, nos EUA, em um foguete SpaceX Falcon 9. O sinal 4G, fornecido pela Vodafone, também será capaz de realizar transmissões de vídeo de alta definição da superfície lunar.

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Segundo a Vodafone, a Nokia criará uma rede ultra compacta de nível espacial que será a mais leve já desenvolvida - pesando menos de um quilo, o mesmo que um saco de açúcar.

A introdução do 4G pode ser o primeiro passo para a criação de uma infraestrutura de comunicações para futuras missões lunares. A rede também ajudará a economizar energia, pois o sinal móvel é mais eficiente do que o de rádio analógico que é usado atualmente.

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A missão da sonda europeia Rosetta, que termina nesta sexta-feira, é uma aventura espacial aprovada há 23 anos.

Esta viagem de 7,9 bilhões de km, repleta de obstáculos e surpresas, mobilizou 14 países europeus e os Estados Unidos por mais de duas décadas.

- Novembro de 1993: luz verde à Rosetta -

A missão Rosetta foi aprovada em novembro de 1993 pela Agência Espacial Europeia (ESA), que busca compreender as origens da vida na Terra analisando a poeira cometária. Decide-se fazê-lo 'in situ' através de um robô de exploração, batizado Philae.

- Março de 2004: objetivo 67P -

Mais de 10 anos depois do início do projeto, a sonda Rosetta é lançada no espaço a bordo de um foguete Ariane 5. Seu objetivo: o cometa 67P/Churiumov-Guerasimenko.

- 2005-2009: bilhar cósmico -

Para acelerar sua viagem, a Rosetta utilizará os campos de gravidade da Terra e de Marte. Realizará um verdadeiro jogo de "bilhar cósmico", propulsando-se graças ao efeito de "estilingue" da gravidade da Terra e de Marte. Se aproxima da Terra em março de 2005 e novembro de 2009, e de Marte em fevereiro de 2007.

- 2010: entre os asteroides -

Após roçar o asteroide Steins em 2008, a Rosetta sobrevoa em julho de 2010 o Lutetia, e registra mais de 400 imagens deste asteroide de cerca de 100 km de diâmetro, situado entre as órbitas de Marte e Júpiter.

- 2011-2014: longa hibernação -

A radiação solar é insuficiente para alimentar as baterias de seus equipamentos. Em junho de 2011, Rosetta, que se encontra a 800 milhões de km do Sol, é colocada em "coma artificial", uma hibernação de 957 dias que lhe permitirá poupar energia.

- Agosto de 2014: encontro com o cometa -

Em janeiro de 2014, a sonda desperta e retoma seu périplo em direção ao cometa. Graças aos seus 11 instrumentos de medida e de observação, começa a escanear sua superfície. Em 6 de agosto, a Rosetta, que percorreu um total de 7,9 bilhões de km, se coloca em órbita em volta do 67P para escoltá-lo no seu périplo em direção ao Sol.

- Novembro de 2014: Philae no cometa -

Após dez anos de viagem como passageiro da Rosetta, o pequeno módulo Philae pousa em novembro de 2014 no núcleo do cometa 67P, um marco na história da conquista espacial. Equipado com uma dezena de instrumentos de observação científica, o robô consegue trabalhar durante cerca de 60 horas, antes de desligar por falta de luz solar suficiente para carregar suas baterias.

- Junho de 2015: missão prolongada -

A ESA prolonga em junho de 2015 a missão Rosetta por nove meses, até o final de setembro de 2016.

O Philae desperta após sete meses de hibernação e se comunica várias vezes com a Rosetta. O oitavo e último contato é registrado em 9 de julho. Desde então, o robô laboratório permaneceu em silêncio.

- Agosto de 2015: perto do Sol -

Em agosto de 2015, quando o cometa 67P alcança seu periélio, ou seja, o ponto de sua órbita mais próximo ao Sol (186 milhões de km), a sonda se encontra na primeira fileira para observar os jorros de gás e poeira projetados pelo cometa.

- 2016: últimos contatos com Philae -

A sonda europeia, cujos painéis solares recebem cada vez menos luz, corta sua última comunicação com o pequeno robô com o objetivo de economizar potência. Em 2 de setembro de 2016, a menos de um mês do fim da sua missão, a Rosetta consegue, graças a sua câmera Osiris, localizar o Philae, cujo rastro tinha sido perdido desde a aterrizagem.

Neste domingo, a China anunciou a recuperação de uma sonda experimental lançada a bordo de um foguete de nova geração, marcando mais um marco no seu programa espacial cada vez mais ambicioso, que prevê uma missão a Marte até o final da década.

Autoridades do programa espacial chinês disseram que o pouso da nave espacial, no interior da Mongólia, mantém a China dentro do cronograma para colocar sua segunda estação espacial em órbita até o final deste ano. O lançamento da nave a bordo do foguete Long March 7, no sábado, foi saudado como um avanço no uso de combustíveis mais seguros e mais amigáveis ao meio ambiente. O lançamento também marcou o primeiro uso da nova plataforma Wenchang Satellite Launch Center, na província de Hainan, uma ilha ao sul da China.

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Desde o lançamento de sua primeira missão tripulada em 2003, a China enviou uma estação espacial experimental, o Tiangong 1, promoveu uma caminhada espacial e pousou seu veículo Yutu na lua. Sua segunda estação espacial, o Tiangong 2, deverá chegar ao espaço em setembro.

Depois disso, está programado o lançamento da nave espacial Shenzhou 11, com dois astronautas a bordo, para atracar com a estação e permanecerem por vários dias no local. Administradores sugerem ainda que um pouso tripulado na Lua também pode acontecer no futuro.

Fonte de enorme orgulho nacional, o programa espacial apoiado pelas forças armadas da China planeja um total de 20 missões espaciais este ano, em um momento quando os programas dos Estados Unidos e de outros países estão buscando novos papéis.

A China também está desenvolvendo o foguete Long March 5, mais pesado, que terá a função de lançar o Tiangong 2 e outras cargas de maior volume. O país planeja lançar uma missão para pousar um robô em Marte em 2020, na tentativa de recriar o sucesso da missão norte-americana Viking 1, que conseguiu pousar um veículo no planeta há quatro décadas. Fonte: Associated Press

O robô Philae, pousado em um cometa, entrou em "hibernação permanente" e deixará de receber instruções operacionais por serem quase nulas as probabilidades de restabelecer contato, anunciaram nesta sexta-feira (12) os responsáveis espaciais europeus.

"Infelizmente, as probabilidades de restabelecer contato com nossa equipe do centro de operações é quase nula e deixaremos de enviar instruções, razão pela qual será muito surpreendente se recebermos um sinal a partir de agora", disse Stephan Ulamec, responsável pelo centro aeroespacial alemão.

O pequeno robô Philae se separou nesta quarta-feira (12) da sonda espacial europeia Rosetta e seguia para tentar pousar sobre um cometa, o que representaria um marco na história da exploração espacial.

O robô científico de observação desacoplou da Rosetta como estava previsto às 8H35 GMT (6h35 horário de Brasília) e iniciou a viagem de quase sete horas para pousar sobre o cometa 67P/Churyumov-Geramisenko.

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"Funcionou bem, estamos muito contentes, não aconteceram problemas", declarou Andrea Accomazzo, diretor de voo do centro de operações da Agência Espacial Europeia (ESA) em Darmstadt (Alemanha).

Desde 6 de agosto, a sonda não tripulada Rosetta se desloca a poucos quilômetros do corpo celeste a mais de 450 milhões de quilômetros da Terra, acompanhando o cometa em sua viagem à medida que se aproxima do Sol.

O módulo Philae permitirá explorar diretamente o núcleo do cometa, ou seja, a parte sólida que, com o efeito da radiação solar, gera a "coma" ou cabeleira e deixa uma cauda visível de gases e poeira.

O cometa está atualmente viajando entre as órbitas de Júpiter de Marte. Tem quatro quilômetros de diâmetro e formato irregular, que lembra um patinho de borracha.

O lançamento do primeiro foguete brasileiro com motor a propelente líquido foi feito na noite da segunda-feira (1º) no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. Todos os requisitos técnicos de sucesso da missão foram atingidos, segundo o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, coordenador da operação.

O experimento funcionou durante o período previsto de 90 segundos. A carga útil embarcada, denominada Estágio Propulsivo a Propelente Líquido, consiste em um motor que utiliza etanol e oxigênio líquido. O sistema foi desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com o IAE.

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O lançamento do foguete ocorreu às 23h02. Durante o teste, que durou três minutos e 34 segundos, houve a coleta de dados para estudos de um sistema de posicionamento global (GPS) de aplicação espacial, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e de um dispositivo de segurança para veículos espaciais, desenvolvido pelo instituto de aeronáutica.

A operação serviu também para o treinamento das equipes na operação e lançamento de motores a propelente líquido, visando à aplicação no desenvolvimento de futuros veículos suborbitais e lançadores de satélites.

O bom desempenho do motor possibilitará a retomada de lançamento dos foguetes brasileiros, por parte da Agência Espacial Alemã, a partir da Europa. Os alemães participaram da operação com trabalho de coleta de dados em voo, por meio de uma estação móvel de telemetria.

Quem tem interesse sobre astronomia agora possui mais uma ferramenta para observar o espaço. É que a Nasa disponibilizou na internet imagens da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), com uma vista privilegiada da Terra. No total, quatro câmeras filmam o planeta em alta definição durante 24h por dia. Para acessar as imagens, basta acessar o Ustream, que além de exibir o streaming, oferece função de bate-papo para que os interessados debatam sobre a vida no espaço.

Vale lembrar que a ISS leva 90 minutos para dar uma volta na Terra. Por isso, a cada 45 minutos ela deve passar por territórios onde já é noite e não há iluminação, onde o vídeo deverá exibir uma tela preta. Já quando a imagem exibida é cinza, significa que a está acontecendo a alternação entre as quatro câmeras ou que as comunicações da Nasa com a estação estão passando por interferência.

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O streaming faz parte de um experimento que tem como objetivo avaliar o funcionamento das câmeras e guiar as escolhas de equipamentos eletrônicos para futuras missões. Estudantes do ensino médio ajudaram na concepção do projeto. Além disso, as equipes de alunos também colaboram na operação da experiência. 

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As equipes que vão para Estação Espacial Internacional estão acostumadas com tecnologia, mais não é todo dia que conseguem se comunicar por voz com as máquinas. Por isso, uma conversa chamou a atenção essa semana no espaço. O primeiro android astronauta bateu papo com o comandante da missão, situação considerada inédita.

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Em um ambiente sem gravidade, o robozinho equipado com inteligência artificial, falou sobre seu treinamento para conversar com as pessoas e a rotina na estação.

A China deve enviar a primeira sonda espacial para a lua até o final do ano, disse o órgão responsável pelas missões espaciais, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.

O planejamento e a construção da missão não-tripulada Chang'e-3 foram completados e a missão entrou "oficialmente em sua fase de implementação de lançamento", disse a Administração de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional, segundo a Xinhua.

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A sonda será lançada "no final deste ano", afirmou a agência, acrescentando que o equipamento será o primeiro a pousar na lua em toda a história chinesa. Na mitologia da China, Chang'e é uma mulher que vive em um palácio na lua. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo federal anunciou hoje (24) o Programa Ciência sem Fronteiras Espacial, voltado para o intercâmbio de alunos e especialistas em questões espaciais nas áreas de engenharia, pesquisa e indústria. A previsão inicial é conceder 300 bolsas de estudos em graduação, doutorado, pós-doutorado e desenvolvimento de pesquisas. Além de estudantes brasileiros, o programa dará a 150 pesquisadores visitantes oportunidade de atuar no país.

A iniciativa é uma parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Científico e Tecnológico (CNPq) e Agência Espacial Brasileira (AEB) para ampliar a formação de estudantes na área espacial, pouco atrativa para os profissionais brasileiros.

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“A medida é fruto de uma necessidade de integração, de formação de recursos humanos. O número de pessoas que atuam nessa área é muito pequeno”, disse o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho. “Não nos preocupamos somente em mandar o estudante para fora, mas para lugares adequados, em que eles passem pela universidade e também pela indústria [espacial]”, completou.

O programa foi lançado durante a 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Antes do anúncio, ex-bolsistas do Ciência sem Fronteiras relataram suas experiências no exterior.

O estudante Bruno Koff, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, passou um ano estudando engenharia mecânica no Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, o Kaist (apelidado de "MIT coreano"). “No começo a gente se choca. Assusta ir para Ásia e pensar em comer carne de cachorro, mas é preciso se adaptar e falar outros idiomas, se comunicar com outros países, e o Ciência sem Fronteiras é a chave para tal oportunidade”, disse Bruno.

Já o estudante Pedro Doria Nehme, da Universidade de Brasília (UnB), estagiou na Agência Espacial Americana (Nasa), no Goddard Space Flight Center, em Greenbelt, após o período letivo na Universidade Católica da América (UCA), em Washington. Depois dessa experiência, Nehme será o segundo brasileiro no espaço, ao ganhar uma promoção mundial realizada pela companhia aérea holandesa KLM. Em 2014, Nehme fará uma viagem suborbital, que deve atingir altitude de até 100 quilômetros.

“É uma filosofia diferente de ensinamentos [no exterior]. Nesse tempo [estudando fora], percebi uma aproximação maior do que se estuda na universidade e o que se usa, de fato, na pesquisa”, descreveu.

Entre as barreiras destacadas pelos alunos, estão a dificuldade em aproveitar os créditos das matérias que fizeram em outros países e as limitações ainda impostas pelo idioma. No entanto, dez dos 11 ex-bolsistas que apresentaram suas experiências na reunião da SBPC afirmaram que seria impossível, financeiramente, fazer intercâmbio sem o suporte do programa.

“É um desafio o idioma, ter aula todos os dias em outra língua, mas nos acostumamos rápido. A maior dificuldade mesmo é ficar longe da família”, ressaltou Lídia Mesquisa, estudante de biologia da UFPE. Lídia passou um ano em Melborne, na Austrália.

A presidenta da SBPC, Helena Nader, criticou a falta de regras para aproveitamento, pelas universidades brasileiras, das matérias cursadas durante o intercâmbio. “A universidade tem que aprender a valorizar os cursos feitos fora do país”, disse Helena. Para a pesquisadora, o programa é ousado, pois "não é trivial enviar 101 mil estudantes para o exterior”.

 

Ela aposta que a ciência brasileira poderá ver resultados práticos já nos próximos anos.

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