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O casamento estava marcado para o dia em que Fabiana Cayres e seu noivo comemorariam um ano de namoro, 21 de agosto de 2012. Em seguida, o casal passaria um mês em Paris - e havia a ideia de começar a tentar engravidar na lua de mel. Faltando três semanas, Fabiana estava no trabalho quando teve uma cólica muito intensa.

Ela estava acostumada a sentir dor no período menstrual, mas naquele dia foi tanta que desmaiou. Levada às pressas a um hospital, recebeu, finalmente, um diagnóstico: endometriose profunda, já instalada em intestino, bexiga, apêndice, ureteres, ovários e útero. "Como acontece com a maioria das mulheres, meu diagnóstico foi tardio e precisei me submeter a uma cirurgia de grande porte, que incluiu a retirada de parte do intestino e da bexiga", diz Fabiana, que, por causa da doença, virou influenciadora digital.

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A história não é incomum. A banalização da dor feminina é considerada o maior empecilho ao diagnóstico. Mesmo com cólicas lancinantes, tendem a achar que é normal.

O resultado disso: um diagnóstico tecnicamente não muito complicado leva de sete a dez anos. E a doença está longe de ser rara: atinge 10% das mulheres em idade reprodutiva - taxa similar à da diabete. Estima-se que pelo menos 8 milhões sofram no País por causa da doença e boa parte não saiba.

Hoje, pela primeira vez, será celebrado o Dia Nacional de Luta Contra a Endometriose. "Há uma normalização da dor. Muitas mulheres têm cólicas incapacitantes e dores pélvicas e acham que isso é normal. E, em geral, a sociedade também considera normal, mesmo alguns colegas médicos", diz o especialista Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da USP e membro da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia. "O primeiro passo, e também o mais importante: fazer a população enxergar que sentir dor não é normal. Se compromete suas atividades, produtividade, relacionamento, não é normal. Sentir dor no sexo não é normal. Dores pélvicas também não são normais", diz ele. Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), 57% das pacientes com a doença sofrem com dores crônicas; e em 30% dos casos há infertilidade.

A doença

O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero. Essa película é sensível às alterações do ciclo menstrual, e recobre a região onde o óvulo se implanta depois de fertilizado. Se não houver fecundação, parte é eliminada durante a menstruação. O restante volta a crescer e o processo se repete a cada novo ciclo. A endometriose é uma alteração no funcionamento normal dessas células que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e sangrar.

As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma hipótese é que parte do sangue reflua através das trompas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos. Além disso, seria necessária alguma predisposição genética relacionada a deficiências no sistema imunológico. "Há várias formas de tratamento, mas, basicamente, podemos dizer que existem tratamentos clínicos, com hormônios e medicações analgésicas e anti-inflamatórias, e cirúrgicos, em que os focos são retirados", diz o ginecologista Maurício Abrão, da Faculdade de Medicina da USP.

O diagnóstico, segundo ele, está cada vez menos complicado, sobretudo após surgirem exames de ultrassom e ressonância magnética específicos. O ultrassom transvaginal normal não detecta o problema. "A dificuldade (do diagnóstico) é mundial. Inicialmente porque não havia exame específico, mas agora já temos ultrassom especializado, mapeamento, ressonância pélvica", diz a presidente da SBE, Helizabet Salomão Ayroza. "Mesmo assim, há esse atraso no mundo todo justamente porque o principal sintoma é a cólica menstrual, que é subvalorizada." Além disso, lembra, culturalmente as mulheres tendem a fazer muitas coisas ao mesmo tempo, se colocar em segundo plano, e priorizar os demais. "Um dos maiores problemas, que temos combatido firmemente, é o fenômeno do gaslighting médico, quando profissionais do sexo masculino e feminino menosprezam sintomas narrados pela paciente, têm dificuldade de ouvir, de valorizar", afirma Abrão.

Exemplo

Por muitos anos, Fabiana teve cólicas intensas mensalmente, sem nunca receber diagnóstico. "Nenhum médico que me acompanhou sugeriu qualquer investigação. Eu, por total desconhecimento, tampouco busquei ajuda especializada", conta a influenciadora. A história é similar à da psicóloga Ana Viggiano, de 45 anos. "Diferentemente de muitas mulheres, só fui ter os primeiros sintomas depois dos 30 anos, quando comecei a ter cólicas insuportáveis", diz. "Fui a sete médicos diferentes para conseguir diagnóstico. Muitos disseram que eu não tinha nada. Sentia dores insuportáveis e tinha de ouvir comentários muito desagradáveis desses médicos, como 'isso é vontade de casar', 'isso é vontade de ter neném'. Eram pouco objetivos, pouco científicos."

Quando finalmente foi diagnosticada, a endometriose já estava avançada e Ana teve de se submeter a uma cirurgia grande para retirar parte do intestino. Outras quatro se seguiram para eliminar os focos em outros órgãos. "Nunca me conformei com a negativa dos médicos, mas a maioria das mulheres passa anos com sintomas negligenciados", disse. Por isso, a psicóloga decidiu se especializar no atendimento a mulheres com endometriose. "Muitas (pacientes) desenvolvem quadros de ansiedade e depressão. A dor altera os processos neuroquímicos", afirma. "A mulher está passando por um sofrimento físico terrível, busca ajuda profissional e, além de não ser cuidada, é maltratada, considerada desequilibrada. Muitas começam a duvidar da própria sanidade mental, a achar que aquela dor não faz sentido. Ainda tem os aspectos conjugais, pois a doença pode provocar dor na relação sexual e gerar dificuldades para engravidar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diagnosticada há um ano com endometriose, a atriz Larissa Manoela, de 21 anos, lamentou nas redes sociais nesta terça-feira (20) ter descoberto que também tem a Síndrome do Ovário Policístico (SOP). "Não é fácil ser mulher. O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada. Mas estou certa de que vou encontrar o melhor tratamento pra ambas as doenças", afirmou a atriz.

Tanto a endometriose como a Síndrome do Ovário Policístico são problemas comuns entre as brasileiras. Estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas tenham o diagnóstico de SOP no País, e em torno de 7 milhões de mulheres (10 a 15% das que estão em idade fértil) convivam com a endometriose, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endometriose. As duas doenças podem ter impacto na fertilidade.

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Entenda os sintomas:

O que é a endometriose?

A endometriose ocorre quando células do endométrio - o tecido que reveste o útero - que deveriam ser expelidas durante a menstruação se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, provocando o crescimento do tecido endometrial fora do útero. O ultrassom pélvico e transvaginal e a ressonância magnética são os principais métodos por imagem para detecção da endometriose.

As pacientes relatam cólicas fortes, alterações intestinais na menstruação, dores durante a relação sexual e problemas para engravidar. Além da dor física, há também o fator emocional, porque muitas vezes as mulheres não têm seus sintomas reconhecidos pelos médicos ou pelos parceiros.

O tratamento para a endometriose pode ser clínico, para aliviar os sintomas de dor e melhorar a qualidade de vida da paciente. Também podem ser indicados medicamentos para bloqueio da ovulação. O problema costuma regredir espontaneamente com a menopausa.

Cirurgias são uma alternativa quando o tratamento clínico for ineficaz ou em situações específicas, como lesões maiores. O procedimento cirúrgico foi a opção para a cantora Anitta em julho deste ano.

O que é a Síndrome do Ovário Policístico?

A Síndrome do Ovário Policístico é um distúrbio hormonal em que pequenas bolsas, os cistos, se formam dentro dos ovários, que, posicionados um de cada lado do útero, são os órgãos responsáveis por produzir os hormônios sexuais femininos. O quadro, considerado crônico, pode causar desde sintomas como menstruações irregulares e acne até obesidade e infertilidade.

Assim como na endometriose, a causa dessa síndrome não é inteiramente conhecida pela medicina. Mas especialistas relatam que grande parte das pacientes apresenta problemas hormonais, como excesso de produção de insulina pelo pâncreas e produção de hormônios masculinos por problemas nas glândulas adrenais, na hipófise e no hipotálamo.

Conheça alguns dos sintomas que podem indicar a SOP:

- Ciclos menstruais irregulares, com menstruações espaçadas, ausência delas ou fluxo muito intenso;

- Casos acentuados de acne, já que as glândulas sebáceas produzem mais oleosidade;

- Aumento dos pelos em regiões do corpo como o rosto, seios e abdômen (hirsutismo);

- Quadros de infertilidade;

- Possível tendência ao ganho de peso;

- Queda de cabelo;

- Depressão.

Para diagnosticar essa síndrome, os ginecologistas avaliam os sintomas relatados e resultados de exames de sangue que medem os hormônios e de imagem, como o ultrassom transvaginal.

O tratamento busca atenuar os sintomas e pode ser realizado com o controle de hormônios e medicamentos que ajudam a regular a menstruação, a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e o crescimento de pelos. Exercitar-se e manter uma boa alimentação ajudam.

Também pode ser feito tratamento para infertilidade ou prevenir diabete e colesterol alto, se esses fizerem parte dos sinais clínicos apresentados.

Larissa Manoela revelou que foi diagnosticada com endometriose e síndrome do ovário policístico. Fazendo jus à reputação, André Luiz Frambach realizou uma publicação declarando apoio à amada após o diagnóstico.

Em resposta ao anúncio de Larissa no Twitter, o famoso declarou que a artista poderá sempre contar com ele.

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"Papai do céu só dá um fardo para quem é forte o suficiente para carregá-lo. Você além de incrível, forte, tem uma família linda, um parceiro que está sempre do seu lado, e uma grande família que temos juntos! Vamos todos juntos que tudo fica mais fácil. Te amo e te admiro MUITO", disse.

Após passar por uma cirurgia para tratar complicações relacionadas à endometriose, Anitta recebe alta médica nesta segunda-feira (25/7), por volta do meio-dia. A cantora está internada desde a última semana no hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

Segundo informações emitidas em boletins médicos, a cirurgia foi bem sucedida e - apesar das reclamações da artista no Twitter - seu pós-operatório vem sendo satisfatório. No entanto, ela ainda deve permanecer por um período em repouso e só retoma a agenda de shows no final do mês de agosto. As recomendações médicas incluem apenas pequenas caminhadas e cuidados com a alimentação.

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Pelas redes sociais, Anitta vem mantendo contato com seus fãs. As interações são poucas, mas, apesar de reclamar do pós, ela já disse estar indo bem. “Sei que vocês estão esperando eu aparecer mas tá difícil viu. Esse pós é insuportável. Correu tudo certo na cirurgia, agora é passar por essa fase extremamente ruim”.

Anitta assustou o público quando surgiu em um leito de hospital logo após voltar de sua frenética turnê pela Europa. A cantora veio da tour direto para a internação para se submeter à cirurgia que resolveria seu problema com endometriose. Nesta sexta (22), ela própria falou sobre seu estado de saúde, pelas redes sociais, após o procedimento. 

A estrela brasileira está internada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, e passou pela cirurgia na última quarta (20). Na ocasião, um boletim médico informou que tudo correu bem e que seu quadro era estável. A evolução do quadro clínico da artista após a cirurgia é considerada satisfatória. Anitta está sob cuidados médicos da equipe chefiada pela professora doutora Ludhmila Hajjar e pelo diretor geral do hospital, Pedro Loretti. Até o momento, não há previsão de alta".

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Já nesta sexta (22), a própria Anitta falou sobre sua saúde pelo Twitter. Com uma mensagem breve, ela tranquilizou os fãs, mas disse que está sofrendo um pouco nessa recuperação. “Sei que vocês estão esperando eu aparecer mas tá difícil viu. Esse pós é insuportável. Correu tudo certo na cirurgia, agora é passar por essa fase extremamente ruim”.

A endometriose, doença que acomete 6,5 milhões de mulheres no Brasil, ganhou repercussão nos últimos dias depois que a cantora Anitta revelou ter recebido um diagnóstico e que passará por cirurgia. O dado sobre a ocorrência entre brasileiras faz parte de um levantamento feito em 2020 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). No mundo, são 176 milhões de casos.

Ao se manifestar em uma rede social, a artista disse querer que mais pessoas falem sobre o tema e que mulheres recebam o apoio necessário. “[Que] Mulheres que precisam da saúde pública possam ter mais recursos e melhorias de vida. E também para que as mulheres que trabalham tenham direitos no sentido de não serem obrigadas a trabalhar em condições de tremenda dor simplesmente pelo fato de que a doença não é entendida”, escreveu.

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O ginecologista e obstetra Mario Martinez, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), descreve a endometriose como o fenômeno em que o tecido interno do útero, chamado endométrio, fica fora da cavidade uterina. O crescimento desse tecido pode atingir regiões como o “ligamento uterossacro, septo reto-vaginal, pode caminhar em direção ao intestino e, às vezes, também pegar a parte anterior do útero, atingindo a bexiga".

Dores fortes em cólica no período menstrual (dismenorreia), até mesmo com dores incapacitantes, são alguns dos sintomas mais comuns. Também são comuns dores nas relações sexuais (dispareunia). “Pode levar ainda a quadros de infertilidade feminina. A mulher não consegue engravidar porque, quando ela tem endometriose profunda no compartimento posterior do útero, leva a fatores peritoneais que provocam uma falha de implantação do embrião no endométrio”, acrescenta Martinez.

O médico defende que a doença seja sempre investigada quando relatos como este chegarem aos consultórios. “Se não for, você vai tratar como cólica menstrual, mas se ela relata cólica, na minha opinião, já merece uma investigação. Se você não pensar em endometriose, você não faz diagnóstico, uma vez que o ultrassom comum não pega”, explica. Segundo Martinez, isso ocorre porque a endometriose é uma lesão plana. Os exames para o diagnóstico são ultrassom transvaginal com preparo intestinal ou ressonância magnética.

Uma parte do tratamento envolve o bloqueio hormonal dos ovários, fazendo com que a mulher pare de menstruar. “Quando você tira o fator de produção de hormônio da mulher, que seria estrogênio, com medicações anti-estrogênicas, você acaba fazendo com que a endometriose diminua e, às vezes, até suma, em algumas situações”, aponta. 

Se a doença estiver muito avançada, o tratamento é inicialmente cirúrgico e depois hormonal. “Você faz a cirurgia de retirada dos tecidos endometrióticos e depois promove um bloqueio para que não retorne. A doença pode se tornar crônica, então se você não bloqueia ela pode voltar.”

“Pesquisem, galera. A endometriose é muito comum entre as mulheres. Tem vários efeitos colaterais, em cada corpo de um jeito. Podem se estender até a bexiga e causar dores terríveis ao urinar. Existem vários tratamentos. O meu terá que ser cirurgia”, aconselhou Anitta no Twitter. 

A cantora Anitta concedeu uma entrevista ao Fantástico e falou abertamente sobre o recente diagnóstico de endometriose, que foi revelado em suas redes sociais.

Durante a entrevista ao jornalista Felipe Santana, Anitta contou que a primeira crise de dor aconteceu durante a gravação do clipe Show das Poderosas, lançado no ano de 2013.

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"A primeira vez que eu tive essa crise na minha vida foi gravando o clipe do Show das Poderosas. Foi a primeira vez que eu senti essa dor na vida. Parecia que eu ia morrer. E no making of, eu meio que paro assim respiro, penso, meu Deus, eu vou conseguir gravar, dançar? E aí eu fui. Gravei até o fim, mas logo de lá da gravação do clipe eu fui direto para o hospital, com dor", contou.

Sem saber o motivo da dor, Anitta chegou a pensar que era falta de higiene "Eu não sei. Pensavam que era falta de higiene, aí eu virei uma paranoica da higiene. E não melhorava. Já cheguei a tomar antibiótico por 6 meses sem parar. Já tomei de tudo quanto foi remédio, já fiz tudo quanto foi coisa que as pessoas falavam e médicos. Não sei o quê? E nada", completou a cantora.

Vale pontuar que Anitta sofreu com as dores durante nove anos até a sua amiga ajudar no diagnóstico: "Me botou numa ressonância, viu a endometriose lá".

A cantora também explicou o motivo de ter falado sobre o assunto publicamente: "É sempre uma culpa na gente, é sempre a gente está fazendo alguma coisa errada. Aí eu falei: Vou falar isso publicamente, porque hoje tudo que eu falo tem um alcance muito grande. Se eu puder de alguma maneira alcançar mulheres que estão na mesma situação que eu ou no início. E depois que falei veio um monte de gente, falar comigo. Então, a minha vontade era só de trazer uma melhoria para as mulheres no geral, entendeu? Mais informação para que as coisas mudem."

Anitta na Itália

No último domingo (10), Anitta conferiu mais um dia de desfile na Itália e chamou atenção ao usar um vestido transparente. Além desse modelo ousadíssimo, a artista também apostou em um vestido na cor prata e deu o que falar.

 

Nove anos, foi o tempo que Anitta passou sentindo fortes dores até descobrir que sofre de endometriose. Na última quinta (8), a cantora revelou seu diagnóstica nas redes sociais e falou um pouco sobre o que passou durante quase uma década. Ela também aproveitou par explicar um pouco sobre a doença, falar sobre a importância do autocuidado e avisar que vai se afastar por um mês pois vai se submeter a uma cirurgia para tratar o problema. 

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No Twitter, Anitta relatou que sempre sofreu muito com dores após o ato sexual e durante o período menstrual. A artista disse que procurou vários médicos e fez inúmeros tratamentos, todos sem sucesso até que, após quase uma década de sofrimento, passou por uma ressonância magnética, indicada pela sua médica pessoal, Dra. Ludmila Daher, e recebeu o diagnóstico de endometriose. “Fizemos os outros exames necessários pra ter certeza e aí está", contou.

Anitta aproveitou o ensejo para explicar um pouco sobre a endometriose, doença provocada por células do endométrio (o tecido que reveste o útero), e reforçou a importância de um bom acompanhamento médico. Ela ainda disse que vai se submeter a uma cirurgia para resolver o problema e, por isso, se afastará do trabalho. “Não pode fazer muito esforço por um mês. Tive que cancelar muita coisa mas era isso ou morrer de dor não só depois do ato mas também quando menstrua. Precisávamos agir rápido”.

Diz respeito a quase 200 milhões de mulheres no mundo, mas é tabu há muito tempo. A endometriose, doença crônica relacionada à menstruação, está começando a ser levada a sério pelas autoridades, graças às vozes de muitas das afetadas.

Deambulação médica, medo e desamparo. Foi o que sentiu por muito tempo Lorena García, uma espanhola de 30 anos com endometriose, doença que atinge uma em cada dez mulheres no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tudo começou há mais de dez anos, quando, de repente, García sentiu fortes dores durante a menstruação. Aí começou a jornada que a levou a visitar uma dúzia de médicos, muitos dos quais disseram que era normal.

"Os médicos olham para você de cima, tratam você como louca e às vezes até dizem que você está histérica... Foi um inferno. Eu me senti muito sozinha", explicou à AFP.

Essa doença é causada pela migração de células do endométrio, uma mucosa que reveste o interior do útero, para o exterior da cavidade uterina. Mas, ao se mover, essas células geram lesões, ou até cistos, que podem ser muito dolorosos e causar esterilidade.

- Começar "do zero" -

Até o momento, não existe um tratamento definitivo, por falta de pesquisas científicas, dizem vários especialistas à AFP.

"Durante séculos, pensou-se que era normal que as mulheres sofressem durante a menstruação, o que explica o atraso considerável que temos nessa doença", explicou à AFP a diretora-geral da World Endometriosis Society (WES), Lone Hummelshoj.

Em 1997, essa consultora fundou a Sociedade Dinamarquesa de Endometriose, projeto que permitiu ao país nórdico adotar, cinco anos depois e de forma pioneira, medidas de combate à enfermidade.

A iniciativa teve eco em outros países. A Austrália lançou um plano nacional em 2017, e a França lançou uma estratégia dois anos depois.

No Reino Unido, os casos graves de endometriose são tratados em centros especializados desde 2013.

Esses planos nacionais são a resposta para a libertação da voz das mulheres.

Na França, a ginecologista Chrysoula Zacharopoulou lançou uma primeira campanha de conscientização em 2016.

"Foi uma tarefa difícil porque partimos do zero. Tudo tinha que ser feito", recordou Zacharopoulou, agora responsável pela estratégia nacional.

Paralelamente, várias mulheres famosas começaram a falar sobre o assunto, como a estilista e autora de "It" Alexa Chung, ou a modelo Chrissy Teigen. Em março de 2018, a atriz de "Girls" Lena Dunham revelou que fez uma ablação do útero na esperança de acabar com anos de endometriose.

- "Sem trégua" -

O que a torna difícil de detectar e tratar é que existem várias formas de endometriose, desde as assintomáticas e relativamente dolorosas, até as extremamente graves.

É o caso de Anne (cujo nome foi alterado), uma francesa de 43 anos que, após oito operações, uma delas de ablação do útero, ainda não consegue ver o fim do túnel.

Enxaqueca, cansaço, dores pélvicas... A mulher, que se apoia em uma bengala, teve de desistir da carreira acadêmica e tem uma vida pessoal "quebrada" pela doença.

"A endometriose me destruiu. Desde o início da doença, não tenho tido trégua, tem sido ininterrupta. E os médicos ainda não sabem o que é, nem como me ajudar a melhorar", lamentou.

Nos piores momentos de crise, ela tem ideias suicidas. Um caso que não é único, segundo Caroline Law, pesquisadora da Universidade de Montfort (Leicester), que junto com outros cientistas dirigiu um estudo de referência sobre o impacto da doença na saúde mental das mulheres.

"Depressão, impotência, culpa pela ideia de não poder dar à luz... A doença tem consequências dramáticas na saúde mental da mulher", garante a especialista.

A estrela pop Halsey, de 23 anos, revelou que está congelando seus óvulos porque sofre endometriose, e relatou que sofreu um aborto espontâneo no meio de um show quando nem sabia que estava grávida.

A cantora - conhecida por sua participação no hit "Closer" da banda The Chainsmokers - disse que os médicos ignoraram várias vezes seus sintomas de endometriose, que ocorre quando o endométrio, o tecido que cobre o interior do útero, cresce fora deste e pode causar lesões, aderências pélvicas e cistos de ovário.

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Halsey contou que está congelando seus óvulos apesar de ser tão jovem devido a preocupações com sua futura fertilidade.

"Ter uma reserva de óvulos é importante para mim porque sou sortuda o bastante para ter isso como opção", declarou ao programa televisivo médico "The Doctors".

Halsey contou anteriormente aos seus fãs sobre sua luta contra a doença, inclusive quando sofreu um aborto no meio do palco.

No programa, falou da "sensação de olhar na cara de centenas de adolescentes enquanto você está sangrando pela roupa e ter que continuar fazendo o show".

As autoridades de saúde americanas estimam que uma em cada 10 mulheres sofrem endometriose. Mas Halsey disse que os médicos tendem a minimizar a dor feminina, e inicialmente lhe disseram que estava exagerando seus sintomas ou que era sensível demais.

A cantora de electropop teve uma carreira meteórica nos últimos anos pelo êxito de "Closer", assim, como por seus próprios hits como "Bad at Love" e o hino da geração millennial "New Americana".

Uma linda história de vida vai encantar e deixar a noite da tua segunda-feira cheia de fofura. Uma mulher chamada Marília Pontual deu luz a três meninas, após quase 5 anos tentando engravidar. A empresária, que sofria com endometriose, fez fertilização in Vitro. “Depois de 4 transferências, veio meu positivo. Deus triplicou a minha felicidade. Como foi bom chegar até aqui”, declarou.

Ela, que já é mãe de uma garotinha de 6 anos, contou que por pouco não desistiu. “Confesso que quase desisti por várias vezes, mas a fé e a ajuda das pessoas me fazia seguir em frente”. A nova mamãe contou, em outras postagens em sua rede social, que sentia uma frustração todas as vezes que o resultado dava negativo. “Escutava muita coisa do tipo quando você esquecer, engravida, que isso é psicológico, mas como esquecer de um sonho? Não acredito que quem tenha um sonho consiga simplesmente esquecer. Alguém que quer ser músico não esquece, alguém que sonha em pilotar um avião não esquece. Alguém que quer ser mãe também não. Temos que lidar com a dor mesmo e que dor”.

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“Quem faz fertilização sabe o trabalhinho de formiguinha que é ate chegar no dia da transferência de embriões e quando chega tudo precisa estar perfeito para acontecer e que ansiedade. Peguei três betas negativos, fora os outros tantos que fiz achando que podia vir normalmente”, contou. 

Marília falou que chegou a se desesperar no terceiro negativo e que passou um ano todo sem querer fazer mais o tratamento. “Para mim tinha dado, meu psicológico estava abalado demais. Procurei cuidar de mim, da minha filha e das minhas coisas. Comecei a malhar intensamente, fazer aula de dança, cuida da minha alimentação e comecei uma terapia. Precisava cuidar da mente de do corpo. Quando tudo começou a entrar em harmonia, veio”.

Por meio de outra publicação, no Dia das Mães passado, quando ainda estava grávida, ela deixou um recado para quem luta. “Sei que é muito difícil, mas não percam a fé e o melhor para você sempre irá acontecer. Não posso esquecer também daquelas que ainda estão na luta para engravidar ou perderam suas mamães ou até mesmo sofrem com a perda de um filho. Sei como esse dia pode ser doloroso. Que Deus ilumine todas nos mulheres guerreiras que não desistem, que não fogem da luta”, encorajou. 

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As mulheres de hoje devem ficar mais atenta ao seu útero. Devido ao ciclo menstrual iniciar mais cedo, a opção por poucos filhos e o curto período de amamentação, a probabilidade da mulher apresentar sintomas da endometriose é maior, principalmente na idade reprodutiva. 

Apesar de ser classificada como benigna, a doença pode trazer muitos incômodos. Os sintomas são cólicas muito fortes, dores durante a relação sexual, excesso de sangue na menstruação, diarreia, fadiga e dor lombar.

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Existem três tipos da endometriose: a ovariana, peritoneal e profunda. A ovariana atinge a parte externa do ovário e desenvolve cistos. A peritoneal acontece no lado interno do abdome e a profunda, também a mais perigosa, atinge áreas próximas ao útero, como a bexiga e o intestino. A doença é a principal causa de infertilidade entre as mulheres.

“Ao suspeitar da doença, o exame ginecológico é o primeiro passo para o diagnóstico da doença, que pode ser identificada através da ultrassonografia endovaginal, da laparoscopia e ressonância magnética”, disse o ginecologista Waldemy Carvalho.

A endometriose também pode atingir outros órgãos. “Se a endometriose está localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina. Caso ela esteja presente no intestino, pode haver sangue nas fezes”. O tratamento pode ser feito com medicamentos, mas se o caso for muito grave, a cirurgia é recomendada. Se o útero tiver muito danificado, a retirada do órgão deve ser realizada.

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