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Uma aeronave de pequeno porte caiu em uma fazenda de Jequitaí, no Norte de Minas Gerais, na manhã desta segunda-feira (26). Quatro pessoas morreram, entre elas um empresário e pecuarista mineiro e sua mulher.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Pirapora, o acidente ocorreu por volta das 7h. A Polícia Militar (PM) informou que a aeronave foi parcialmente carbonizada.

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Os mortos, conforme os bombeiros, são Adolfo Geo, Margarida Giannetti Geo, o piloto Marco Aurélio e o copiloto identificado apenas como Oliver. Segundo o jornal Estado de Minas, Geo era sócio da empreiteira ARG e possuía fazendas de gado no norte do estado.

Conforme o Estado de Minas, há duas versões para o acidente que circulam nas redes sociais. Uma delas diz que o pneu da aeronave furou no pouso, uma das asas bateu no chão e causou a explosão. Outra versão diz que o piloto teve problemas na aterrissagem, tentou subir mas bateu no fim da pista e o avião explodiu.

Ainda lutando para cumprir seu plano de recuperação judicial, o grupo baiano OAS mudou de comando. A família Mata Pires decidiu substituir o engenheiro Elmar Varjão pelo advogado Josedir Barreto, que exercia o cargo de diretor jurídico e de relações com investidores da empresa.

Para cumprir sua reestruturação, a OAS precisa transferir a seus principais credores a fatia de 24,4% que possui na Invepar, empresa de concessões que administra o aeroporto de Guarulhos. A operação havia sido barrada na Justiça por credores insatisfeitos com o acordo.

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A companhia ganhou as ações judiciais sobre o caso, mas ainda não conseguiu fazer a transferência, pois aguarda a autorização do governo do Rio - a Invepar também é concessionária do metrô carioca.

A OAS confirmou a saída de Varjão, mas não quis explicar as motivações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Petrobrás decidiu abandonar de vez a plataforma P-71, que estava sendo construída no estaleiro Rio Grande (RS), e iniciar o projeto do zero na China. A licitação foi concluída na semana passada e a obra transferida para o estaleiro chinês CIMC Raffles. A decisão da estatal de exportar o projeto preocupa sindicatos e a prefeitura da cidade, que estão em Brasília para sensibilizar o Congresso e o Tribunal de Contas da União (TCU).

O Estado apurou que a plataforma já consumiu US$ 150 milhões e precisaria de mais US$ 200 milhões para ser concluída. Se as 38 mil toneladas de blocos forem vendidas como sucatas, a Petrobrás receberia apenas algo em torno de R$ 12 milhões e a Ecovix, dona do estaleiro Rio Grande, R$ 3,2 milhões. Questionada, a estatal não informou quanto gastou na P-71.

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A conclusão da concorrência para construir o casco da plataforma foi mais um capítulo de uma longa batalha entre a Ecovix, sindicalistas, políticos e a Petrobrás. O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), disse que apelou à direção da estatal diversas vezes e que, em todas, recebeu a resposta de que "conteúdo local não é uma política da empresa e que é mais barato construir plataforma na China do que no Brasil". Procurada, a Petrobrás apenas confirmou a contratação da CIMC Raffles.

Rio Grande entrou no mapa da indústria naval após a descoberta do pré-sal, em 2006, quando o governo federal, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, identificou a vocação de algumas regiões do País e incentivou a instalação de estaleiros para atender à crescente demanda da Petrobrás.

No auge, a indústria naval da região chegou a empregar 24 mil trabalhadores. Mas o plano de desenvolvimento local começou a ruir ainda na administração petista da Petrobrás, que demonstrou insatisfação com a qualidade da obra e prazos de entrega. Posteriormente, a Engevix foi citada na Operação Lava Jato. O grupo entrou em crise financeira e a Ecovix, em recuperação judicial.

Procurada, a empresa disse que lamenta a decisão da Petrobrás de, "sem explicação razoável, cancelar unilateralmente a construção da P-71 no estaleiro Rio Grande" quando a embarcação já tinha todos os blocos do casco concluídos. "É ainda mais estranho que a Petrobrás prefira comprar plataformas chinesas, acabando com os empregos no polo de Rio Grande e no estaleiro que criou."

Segundo fontes, apesar de a licitação com os chineses ter sido concluída, a Ecovix ainda tenta mais uma saída para salvar a estrutura já construída. Uma proposta em estudo seria a empresa se unir a outro estaleiro para concluir o projeto e vender para afretadores do pré-sal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A filha do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, consta como uma das advogadas das empresas OAS e Braskem, investigadas na Lava Jato, em ações junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Justiça Federal. Letícia Ladeira Monteiro de Barros é advogada da área concorrencial.

As informações sobre a atuação de Letícia vieram à tona um dia após Janot encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de impedimento do ministro Gilmar Mendes, sob argumento de que o ministro não pode atuar em casos envolvendo o empresário Eike Batista. O argumento do procurador-geral é de que Eike tem causas defendidas pelo escritório de Sérgio Bermudes, no qual a mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, é sócia e responsável pela filial de Brasília.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Janot já alegou suspeição em casos anteriores e que o órgão "observa de maneira inflexível" a aplicação das regras de impedimento e suspeição dos Códigos de Processos Penal e Civil.

A PGR alega ainda que não há conflito de interesses neste caso, visto que Janot não atua nas negociações envolvendo pessoa jurídica - que ficam a cargo da Justiça em primeira instância. "O que está entre as atribuições dos procuradores da República é negociar acordos de colaboração que envolvem pessoas com prerrogativa de foro. Neste caso, os executivos propõem os termos de colaboração a serem prestados, e não a empresa", diz a nota da PGR.

Atualmente, a OAS negocia acordo de delação de seus executivos com o Ministério Público Federal. A negociação foi suspensa no ano passado, por decisão de Janot, depois do vazamento de supostas informações que fizeram parte das conversas entre executivos da empresa e o MPF. A Braskem - braço petrolífero da Odebrecht - já firmou acordos de delação e de leniência.

Advogado

Nesta terça-feira, 9, após a notícia de que a filha de Janot atuava para empresas investigadas na Lava Jato, Bermudes fez críticas ao procurador-geral da República pela ação movida contra Gilmar e disse que ele própria deveria se declarar impedidos em casos em que Letícia defendia.

"Ele (Janot) desmerece a função que exerce. Leviano, inescrupuloso e irresponsável, não pode chefiar o nobre Ministério Público, hoje atuando corajosa e eficazmente contra a corrupção que tenta destruir o Brasil", disse o advogado em nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conhecido por não medir palavras, o senador Magno Malta (PR) falou, nesta segunda-feira (17), sobre os políticos envolvidos nas delações dos executivos e ex-executivos da Odebrecht. “Estou feliz em não ver o meu nome na lista da Odebrecht e não verá. Não sujei as minhas mãos na corrupção e na indignidade”, disparou. 

Sem minimizar nas ironias, Malta chamou o patriarca da empreiteira e o seu filho, respectivamente, Emílio e Marcelo Odebrecht, de “rei” e “príncipe regente” ressaltando que a empresa queria dominar o país. 

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“O rei Emílio e o príncipe regente Marcelo tomaram conta do Brasil. Nós vamos colocar esses canalhas no lugar deles. Esses canalhas tinham uma trupe no Senado e na Câmara, que eram matadores de aluguel, que comiam as migalhas. Eles arquitetavam o roubo, botavam os senadores e deputados para roubarem e depois dava um cala boca para cada um. Vocês roubaram o Brasil e dividiuram o roubo. Davam uma parte do roubo, do suor de vocês nunca deram nada”, criticou. 

Magno Malta também disse que o país espera uma reviravolta. “Nós temos que viver dignamente na vida pública e é isso que eu quero continuar fazendo. Comer peixe ou carne não muda a vida de ninguém. A salvação é pelo arrependimento. Quero continuar honrando ao meu Deus e ao meu país lutando com dignidade para não decepcionar o Brasil nem o povo do meu estado do Espírito Santo. Tenho compromisso com o meu país e é assim que eu quero continuar servindo e respeitando o povo que confiou em mim”, concluiu. 

A delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho relata a atuação dos presidentes das duas Casas do Congresso em favor da empreiteira. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, presidente da Câmara e do Senado, são citados na proposta de delação enviada à Procuradoria.

Maia aparece atrelado a pagamentos indevidos por atuação em favor da empresa na aprovação de uma medida provisória. Já Calheiros seria um dos interlocutores da empresa no Senado e teria recebido para legislar a favor da Odebrecht. As citações estão no anexo entregue por Melo Filho no âmbito das tratativas do acordo de delação.

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Apelidado de "Justiça" no chamado departamento de propina da Odebrecht, Calheiros é dono de um capítulo específico na delação de Melo Filho. O ex-executivo narra ter conhecido o peemedebista em maio de 2005, quando foi solicitar uma reunião com o presidente de Angola em uma audiência. Além de relatar pagamentos diretos ao senador, o executivo conta como os negócios com o senador eram intermediados por Romero Jucá (PMDB-RR), que centralizava as tratativas entre os alguns senadores do PMDB e a empresa.

Melo Filho diz que, em 2010, houve uma primeira contribuição financeira para Calheiros efetuadas, segundo uma planilha entregue pela empresa, em duas parcelas de R$ 250 mil em agosto e setembro daquele ano.

Em outra ocasião, no ano de 2014, conta o ex-executivo, em um reunião entre ele e Calheiros, em um determinado momento, o senador disse que seu filho seria candidato ao governo de Alagoas e "pediu que verificasse se a empresa poderia contribuir".

Para o delator, o pedido deu-se em momento de edição de uma MP de interesse da Odebrecht e "esses pagamentos, caso não fossem realizados, poderiam vir a prejudicar a empresa de alguma forma." Após relatar o receio em não efetuar os pagamentos, o executivo elenca os repasses da Braskem de R$ 320 mil e de R$ 1,2 milhão da Odebrecht para a campanha de Renan Filho (PMDB). Segundo eles, os pagamentos estariam atrelados à atuação do senador na aprovação das medidas provisórias. "Participei da realização de pagamentos de campanha ao grupo político do Senador Renan Calheiros que giram em torno de R$ 22 milhões de reais."

Botafogo

Segundo Melo Filho, em relação a Maia, apelidado de "Botafogo", foi acordado o pagamento de R$ 7 milhões para diversos políticos para facilitar a tramitação de uma MP de interesse da Odebrecht. Segundo o ex-executivo, na fase final da aprovação da MP, Maia o procurou para pedir apoio no pagamento de pendências da campanha para a prefeitura do Rio, em 2012. "Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início do mês de outubro de 2013. Referido parlamentar era visto por mim como ponto de interlocução dentro da Câmara dos Deputados na defesa dos interesses da empresa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato, sequestrou R$ 163 milhões da empreiteira Queiroz Galvão. A medida é relativa a um crédito de precatório da empreiteira junto ao Estado de Alagoas - não tem relação com o cartel de empreiteiras que assumiram o controle de contratos bilionários na Petrobras.

O precatório ainda não foi pago à Queiroz Galvão. Perante a Justiça de Alagoas a empreiteira alegou não ter recebido o valor relativo a uma obra. A decisão é do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato. Ele ressaltou que como o valor ainda não está no caixa da construtora, o bloqueio não atingirá a liquidez da empresa.

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Quando deflagrou a Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato, em novembro de 2014, o juiz Moro mandou confiscar valores dos executivos de todas as empreiteiras alvo da investigação no limite de R$ 20 milhões de cada um. A decisão, naquela ocasião, não alcançou os ativos das empresas.

Moro destacou que, além das confissões de investigados, como o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, "há outras provas, inclusive documental, contra as empreiteiras envolvidas no esquema fraudulento".

"Entre as empreiteiras envolvidas no esquema criminoso, encontrar-se-ia a Construtora Queiroz Galvão S/A e os respectivos dirigentes Ildefonso Colares Filho e Othon Zanóide de Moraes Filho", anotou o magistrado na decisão em que manda sequestrar R$ 163 milhões da empreiteira.

O juiz Moro anota que a Polícia Federal informou nos autos da Lava Jato que, entre os anos de 2006 a 2014, as empresas do grupo e inclusive consórcios dos quais teria feito parte, teriam celebrado contratos com a Petrobras de R$ 8,9 bilhões e mais US$ 233,79 milhões.

Apreensão

A PF encontrou elos da Queiroz Galvão com a MO Consultoria, empresa de fachada do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato. A PF apreendeu nota fiscal de R$ 386 mil emitida pela MO Consultoria contra o Consórcio Ipojuca Interligações, integrado pela IESA e pela Queiroz Galvão. Também foram apreendidas notas fiscais da R$ 386 mil, da R$ 321,13 mil e de R$ 250 mil emitidas pela Empreiteira Rigidez Ltda - outra empresa do doleiro - . contra o Consórcio Ipojuca Interligações. Das notas, foi identificado o pagamento apenas da segunda.

A PF apreendeu ainda contrato de consultoria celebrado entre a Queiroz Galvão e a empresa Costa Global Consultoria e Participações Ltda., controlada por Paulo Roberto Costa, com data de 4 de março de 2013, no montante de R$ 600 mil e as respectivas notas fiscais.

"Como visto anteriormente, o próprio Paulo Roberto reconheceu que esses contratos destinavam-se a disfarçar o repasse a ele de propinas cujo pagamento havia ficado pendente e que os serviços não teriam, total ou parcialmente, sido prestados", observou o juiz Moro.

"Segundo depoimentos já citados de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, (os executivos da empreiteira) Ildefonso Colares Filho e Othon Zanóide de Moraes Filho seriam os principais responsáveis pelo esquema fraudulento na Queiroz Galvão", acrescentou o juiz.

Ao abordar o pedido de sequestro de valores, o juiz ressaltou que "a carga probatória existente já é suficiente".

"Há o depoimento dos criminosos colaboradores a respeito do envolvimento da Queiroz Galvão no cartel das empreiteiras e no esquema de propina e lavagem. Há alguma prova documental, como alguns pagamentos efetuados por Consórcio do qual a Queiroz Galvão fazia parte a contas controladas por Alberto Youssef e há o próprio contrato de consultoria acima referido que o próprio Paulo Roberto Costa afirma ser fraudulento, sendo utilizado apenas como subterfúgio para pagamento de propinas."

Juízo final

 

Quando estourou a Juízo Final, etapa da Lava Jato que mirou exclusivamente o braço empresarial do esquema de corrupção na Petrobras, o juiz Moro rejeitou o bloqueio das contas das empreiteiras. Na ocasião, ele anotou que a recuperação dos valores provenientes do crime deveria ser feita de outra maneira do que a pretendida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

Moro decidiu, assim, em novembro de 2014. "Considerando a magnitude dos crimes e o tempo pelo qual se estenderam, não há condições de bloquear de imediato 5% ou 10% do montante dos contratos celebrados com a Petrobras ou mesmo sobre estimado ganho ilícito da empresa, sob pena de imediatos problemas de liquidez e de possível quebra das empresas, sendo de se lembrar que tratam-se da maiores empreiteiras do País e ainda envolvidas em diversas obras públicas espalhadas no território nacional, com o que a medida teria impactos significativos também para terceiros. Melhor focar, no presente momento, a recuperação dos ativos sobre os dirigentes responsáveis pelos crimes, sem prejuízo de futuras medidas contra as empresas."

Agora, o juiz vê um cenário distinto. "O quadro é diferente, pois os valores do precatório não estão ainda disponíveis à Construtora. O sequestro então de valores a receber não afetará a liquidez já existente da empresa."

"Por outro lado, no processo criminal, o montante pago a título de propina a agentes públicos constitui produto do crime que deve ser recuperado. Respondem por esses valores tanto o agente público como o corruptor", assinalou o juiz. "O sequestro pode recair sobre bens de valores equivalentes ao produto do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior, conforme previsão dos parágrafos 1º e 2º do artigo 91 do Código Penal."

Moro decidiu "sem oitiva da parte contrária pela iminência afirmada da liberação do precatório". Ele mandou oficiar com urgência à Presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas comunicando sua decisão e solicitando a formalização do sequestro do precatório.

Defesa

A empreiteira, por meio de sua assessoria de imprensa, ressaltou que "os precatórios junto ao governo de Alagoas existem, de fato". A Queiroz Galvão sustenta que os créditos "são absolutamente legítimos, reconhecidos pelos Tribunais Superiores".

"A Queiroz Galvão informa que não foi comunicada oficialmente sobre o bloqueio de precatórios. De fato, os precatórios junto ao Governo do Estado de Alagoas existem. São créditos absolutamente legítimos, reconhecidos pelos Tribunais Superiores. A Queiroz Galvão reitera que sempre pautou suas atividades pela ética e pelo estrito cumprimento da legislação."

A empreiteira Mendes Júnior passou a ser alvo de processos administrativos movidos pelo Ministério da Integração Nacional por atrasos na execução de obras da transposição do Rio São Francisco. A companhia está com o seu vice-presidente, Sérgio Cunha Mendes, preso em Curitiba desde novembro do ano passado, envolvido com as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O ministério também quer aplicar multas sobre a construtora nesse novo episódio de complicações enfrentadas pela construtora. Dona de dois contratos do projeto da transposição, que somam mais de R$ 1,2 bilhão, a Mendes Júnior tem feito demissões em massa na obra desde o fim de 2014. As paralisações teriam relação direta com as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa. Para resolver a situação, a empreiteira negociou um empréstimo com o Banco Mercantil do Brasil para retomar as obras.

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Questionada sobre o financiamento e as causas da paralisação, a Mendes Júnior limitou-se a dizer que "as obras encontram-se em andamento dentro do previsto". Em nota, o Ministério da Integração confirmou haver um processo administrativo para apurar possíveis falhas: "A empresa apresentou defesa que está em análise pela área jurídica do ministério. Após a conclusão desta análise poderá ser definida a penalidade".

A atuação da Mendes Júnior no São Francisco acaba de ser alvo de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). O levantamento revela que, de setembro de 2014 até agora, o número de trabalhadores da empresa nos dois lotes caiu de 2,6 mil para quase 1,8 mil funcionários. O corte se concentrou no principal lote tocado pela empresa, cujo investimento total soma R$ 926,9 milhões.

A preocupação do governo é adiar novamente a conclusão da obra. Até dezembro, a execução física no lote principal tocado pela Mendes Júnior só havia atingido 50,3% do total contratado. No lote menor, de R$ 321,8 milhões, os trabalhos chegavam a 86,9% de execução física.

Água

A Mendes Júnior atua em dois lotes no chamado "Eixo Norte" da transposição, uma calha de concreto prevista para alcançar 260 quilômetros de extensão, com início no município de Cabrobó, em Pernambuco. A segunda adutora que compõe o projeto é o "Eixo Leste", que captará água na barragem de Itaparica, em Floresta (PE), e avançará mais 217 quilômetros. A promessa é de que essa rede levará água a 12 milhões de habitantes em 390 municípios do agreste e do sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Inicialmente estimada em R$ 4,7 bilhões e prevista para ser concluída em 2012, a transposição já se tornou uma das obras mais caras e atrasadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). São R$ 8,8 bilhões. Pelo cronograma atual, a meta é entregar o Eixo Norte até maio de 2016. Em novembro de 2016 seria entregue o Eixo Leste. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa responsável pelas obras no aeroporto de Cláudio, Vilasa Construções Ltda., doou recursos para a campanha de Aécio Neves ao governo de Minas em 2006. Além do atual senador, seu sucessor no Executivo estadual, o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), também recebeu doação da construtora para a campanha ao governo em 2010.

Segundo as prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral, Aécio recebeu três doações da empresa em 2006, totalizando R$ 67 mil. Já na disputa seguinte pelo governo mineiro, a campanha de Anastasia - que deixou o cargo em abril para disputar uma vaga no Senado, além de coordenar a elaboração do programa de governo do presidenciável tucano -, recebeu doação oficial de R$ 20 mil da construtora.

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Nesta segunda-feira, 21, a reportagem tentou falar com algum representante da empresa, mas ninguém atendeu o telefone na sede da construtora no início da noite. A assessoria da coligação Muda Brasil, da candidatura de Aécio à Presidência, informou que as doações foram feitas de forma legal e declaradas à Justiça, como exige a legislação eleitoral. "Nunca houve qualquer tipo de favorecimento ou discriminação em razão de doações eleitorais", afirmou a coligação por meio de nota. "Registre-se também que, em outras eleições, a mesma empresa fez doações a candidatos de outros partidos, inclusive o PT", acrescenta o documento.

Nas eleições ao governo de Minas em 2006 e 2010, Aécio e Anastasia foram, respectivamente, os únicos candidatos que receberam doações da Vilasa. Aécio declarou gastos de R$ 19,4 milhões na sua disputa à reeleição ao Executivo estadual, enquanto a campanha de Anastasia declarou à Justiça Eleitoral gastos de R$ 38 milhões em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma empreiteira que centralizou o maior montante de verbas originárias de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) é o principal foco da Operação Fratelli, realizada na manhã desta terça-feira pelos Ministérios Públicos do Estado (MPSP) e Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).

A operação é realizada em 80 cidades da região noroeste paulista. A ação faz parte de uma série de atos do MPF feia em 12 Estados para investigar denúncias de corrupção. Até o início da tarde, agentes da PF prenderam quatro diretores da empresa Demop, entre eles três irmãos. Os agentes entraram na empresa e apreenderam documentos e computadores. Os diretores são acusados de manipular licitações para superfaturar obras, contando com a ajuda de funcionários públicos municipais e prefeitos.

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No total, foram cumpridos 13 mandados de prisão. Entre os políticos presos, estão ex-prefeitos de Urupês, Ubarana e Mendonça, três cidades da região de São José do Rio Preto. Pelo menos 20 prefeituras foram fechadas de manhã e os funcionários públicos impedidos de entrar para trabalhar. A Demop é suspeita de usar empresas "parceiras" para fraudar concorrências em trabalhos de recapeamento e pavimentação em 80 administrações municipais da região, cujos contratos superariam R$ 1 bilhão. Policiais federais e 80 promotores atuam na operação, fazendo apreensões de papéis, máquinas e arquivos que contenham informações de processos de concorrência pública envolvendo a Demop ou companhias "parceiras". Eles também visitam casas de empresários e de prefeitos e ex-chefes de Executivos municipais para cumprir mandados de prisão. A prefeitura de Potirendaba amanheceu cercada por policiais militares (PMs) e federais.

Estabelecida em Votuporanga, a Demop pertence ao Grupo Scamatti. De acordo com o MPSP, desde 2007, a empresa praticava as fraudes para vencer as licitações de obras na região. O deputado Gilmaci Santos (PRB-SP) foi um dos que apresentaram emendas que beneficiaram a Demop. No total, Santos destinou R$ 1,2 milhão para sete municípios da região onde não teve nenhum voto em 2010.

Relatório da Polícia Federal em poder da CPI aponta a proximidade entre Fernando Cavendish, dono da Delta, e o contraventor Carlinhos Cachoeira. Elaborado pela Operação Monte Carlo, o documento que trata exclusivamente dos negócios da empreiteira diz que Cachoeira era sócio oculto da empresa e mantinha relações próximas com diretores da Delta.

"Observa-se que este vínculo Cachoeira-Delta não é feito apenas por meio de Cláudio Abreu (diretor da empresa no Centro-Oeste). Cachoeira tem, também, relação muito próxima com outros diretores regionais da Delta, e até com o seu presidente Fernando Cavendish", afirma a PF.

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Desde que a Monte Carlo foi deflagrada, em 29 de fevereiro, a Delta sustenta que as suspeitas da PF recaem exclusivamente sobre Abreu. Contudo, dados obtidos pela CPI indicam operações financeiras envolvendo a matriz, no Rio. Cavendish tem depoimento marcado para o dia 28.

O relatório afirma que os contratos da Delta estão marcados por suspeitas de irregularidades. A PF também faz referência ao "estreito vínculo de amizade" entre Cavendish e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Em nota, a Delta diz desconhecer o relatório e nega ligações entre Cavendish e Cachoeira. "A empresa vem sendo auditada, investigada e é objeto de diversas ações de questionamento em pelo menos três CPIs e ninguém, em tempo nenhum, demonstrou ter qualquer argumento ou provas plausíveis destinados a sustentar essa tese de parte da PF." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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