Empresa é o foco central da Operação Fratelli
Uma empreiteira que centralizou o maior montante de verbas originárias de emendas parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) é o principal foco da Operação Fratelli, realizada na manhã desta terça-feira pelos Ministérios Públicos do Estado (MPSP) e Federal (MPF) e Polícia Federal (PF).
A operação é realizada em 80 cidades da região noroeste paulista. A ação faz parte de uma série de atos do MPF feia em 12 Estados para investigar denúncias de corrupção. Até o início da tarde, agentes da PF prenderam quatro diretores da empresa Demop, entre eles três irmãos. Os agentes entraram na empresa e apreenderam documentos e computadores. Os diretores são acusados de manipular licitações para superfaturar obras, contando com a ajuda de funcionários públicos municipais e prefeitos.
No total, foram cumpridos 13 mandados de prisão. Entre os políticos presos, estão ex-prefeitos de Urupês, Ubarana e Mendonça, três cidades da região de São José do Rio Preto. Pelo menos 20 prefeituras foram fechadas de manhã e os funcionários públicos impedidos de entrar para trabalhar. A Demop é suspeita de usar empresas "parceiras" para fraudar concorrências em trabalhos de recapeamento e pavimentação em 80 administrações municipais da região, cujos contratos superariam R$ 1 bilhão. Policiais federais e 80 promotores atuam na operação, fazendo apreensões de papéis, máquinas e arquivos que contenham informações de processos de concorrência pública envolvendo a Demop ou companhias "parceiras". Eles também visitam casas de empresários e de prefeitos e ex-chefes de Executivos municipais para cumprir mandados de prisão. A prefeitura de Potirendaba amanheceu cercada por policiais militares (PMs) e federais.
Estabelecida em Votuporanga, a Demop pertence ao Grupo Scamatti. De acordo com o MPSP, desde 2007, a empresa praticava as fraudes para vencer as licitações de obras na região. O deputado Gilmaci Santos (PRB-SP) foi um dos que apresentaram emendas que beneficiaram a Demop. No total, Santos destinou R$ 1,2 milhão para sete municípios da região onde não teve nenhum voto em 2010.