Tópicos | Edifício Holiday

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) autorizou o leilão do Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Uma das construções mais tradicionais da capital pernambucana, o arranha-céu, erguido em 1956, foi acumulando riscos gradualmente e, em 2019, foi completamente desocupado. Fiação irregular e alterações na estrutura fizeram o clássico edifício apresentar risco alto de explosão e desabamento. Mais de três mil pessoas moravam no local. 

Na decisão proferida pelo juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, o município também aparente como coautor. O magistrado entende que os proprietários abriram mão na função social de seus imóveis e que, como último recurso, cabe apenas a indenização pela perda dos bens. Também foram considerados os episódios de furto e depredação no local, que, após quatro anos, ainda não tinha destino definido. 

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Conforme a determinação, o primeiro leilão para a venda do Holiday deve ser realizado no dia 28 de março de 2024. O segundo deve ocorrer dia 25 de abril. 

O juiz Luiz Gomes também disse que há a "mais absoluta falta de condições para atender as demandas de reparos e retomada das condições de habitabilidade, com sucessivas discórdias e confrontos entre os interessados que terminaram até por afastar interessados numa composição direta com o condomínio para fins de aquisição do prédio" e que não há opção para o empreendimento, além de "uma solução que passe pela possibilidade de justa indenização aos proprietários que já se encontram indiscutivelmente privados de suas propriedades, sem quaisquer perspectivas de resolução". 

A decisão também pede que seja feita a requalificação do prédio "histórico e icônico do Recife", "devolvendo a sua beleza e magnitude ao coração do bairro de Boa Viagem, com a decorrente possibilidade de sua estrutura servir a novos negócios e moradias, com retomada da harmonização social e da paisagem urbana, e latente possibilidade da geração de emprego e renda". 

 

Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) são os responsáveis pela construção de projeto para restauração elétrica e estrutural do Edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

O trabalho dos alunos é realizado de forma voluntária e faz parte de um projeto de extensão da UFPE. O projeto ainda será apresentado para a Neoenergia.

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O Edifício Holiday está desocupado desde 2010, após interdição judicial por apresentar problemas estruturais e colocar em risco cerca de três mil moradores. O imóvel foi construído em 1956 e conta com 476 apartamentos e 17 andares.

Em audiência nesta quarta-feira (2), cujo objetivo foi discutir o futuro do Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul da capital, representante da Prefeitura do Recife esclareceu que o município não reconhece na sua competência a obrigação de recuperar ou desapropriar as instalações do condomínio. A declaração foi feita pelo procurador municipal e engenheiro Paulo Gesteira, que falou que não há, mesmo que remota, “nenhuma sinalização no sentido de desapropriação” do imóvel. Mesmo após três horas de diálogo, nenhuma das partes havia apresentado uma solução.

“Todas as informações que recebi apontam que (o Holiday) é uma habitação privada e que cada um é responsável pela manutenção da sua unidade e do condomínio como um todo. Não há interesse do município em recuperar este imóvel ou desapropriá-lo, seja para dá-lo a outras pessoas ou para devolver aos proprietários que não cumpriram com o dever de manter seu imóvel. O Recife sempre se colocou à disposição apenas em colaborar com uma solução que os proprietários e condôminos vislumbrem”, elucidou, ao iniciar sua fala.

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Gesteira também enfatizou que, na presença de uma solução e verdadeiro diálogo entre os proprietários, a PCR, através dos órgãos responsáveis, pode oferecer suporte. No entanto, nada que envolva os interesses de desapropriação ou recuperação, em qualquer âmbito; e completou: “estamos fazendo até mais do que costumamos fazer se tratando de uma habitação privada”.

“O município só não pode abrir mão de que o imóvel volte sem os aspectos de segurança, tanto sobre as instalações elétricas, quanto sobre o combate ao risco de incêndio, e em menor gravidade, pontos relacionados à estruturação. Se houver uma solução em que os proprietários estejam de acordo e queiram apresentar para ter ajuda do município, o município vai enviar a solicitação para os diversos órgãos municipais competentes, inclusive para o Legislativo e Executivo, e as propostas serão analisadas”, finalizou.

A audiência foi iniciativa do magistrado do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a fim de viabilizar uma solução interessante às partes prejudicadas. A sessão foi organizada pelo juiz Luiz Rocha, da 7ª Vara da Fazenda Pública do Recife. Após as falas de Paulo Gesteira, o magistrado teceu comentários indicando que a solução possivelmente viria da direção oposta.

“Até o presente momento eu não vi, do radar de nenhum dos setores públicos, seja da União, do Estado ou do município, qualquer aceno com relação à possibilidade de desapropriação, o que me leva a crer que a solução possa vir da iniciativa privada, isso da perspectiva do processo”, adicionou Dr. Rocha.

Estiveram presentes também representantes legais e comissões dos moradores e proprietários do Holiday; da Guarda Civil de Pernambuco; da Polícia Militar de Pernambuco; da Secretaria de Defesa Social do Estado; da Defesa Civil do Estado; do Ministério Público de Pernambuco; do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado; Arquidiocese de Olinda e Recife; da Prefeitura do Recife; da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe); da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros; do Sindicato da Habitação de Pernambuco; e do Governo do Estado.

Além de todas as partes mencionadas, marcou presença o Corpo de Bombeiros de Pernambuco, através do tenente coronel Erick Aprigio, chefe de fiscalização da corporação e também o responsável pela apresentação do laudo que culminou na interdição do prédio. Em março de 2019, as 476 unidades habitacionais e comerciais do prédio foram desocupadas após uma ação judicial que constatou alto risco de incêndio e desabamento. Durante sua intervenção, o tenente relembrou os principais apontamentos do relatório.

“O Holiday iniciou em 2016 as ações e avaliações e muito me assusta ter articulado o laudo. Os mais de 400 apartamentos têm um grave problema de fuga de pessoas. As pessoas não conseguem sair do prédio, no sentido que não há condições de evacuação; há riscos altíssimos de incêndio, não só pelas instalações elétricas, mas pela existência de um comércio no primeiro, segundo e outros andares. Também há venda clandestina de gás de cozinha no edifício e o gradeamento dos corredores está em péssimas condições. O Holiday é uma tragédia anunciada”, informou o coronel.

Representantes de Rufino e dos proprietários também se manifestaram

A advogada Renê Patriota, uma das representantes legais do ex-síndico, Rufino Neto, parte das figuras mais importantes do processo e gestor à época das interdições, cobrou das autoridades um posicionamento quanto à capela presente nas dependências do edifício, além da relação de posse de propriedade para fins de esclarecer limites do processo.

“A moradia é obrigação do município. Concordamos que a interdição ocorreu em momento oportuno, em face do perigo de incêndio, para evitar mortes. Entretanto, entendemos também que faltou cuidado para resgatar essas pessoas. Nós insistimos, várias vezes, que os juízes liberassem o espaço da capela, espaço seguro com laudo de engenheiros. Ali seria um local de trabalho para os moradores, voltado à arrecadação de recursos, para congregar a todos, no sentido de evitar o que já ocorreu: a falta de segurança e a desarticulação dos proprietários. Desde setembro de 2019, pedimos as certidões que identifiquem quem são os proprietários”, apontou a defesa.

No entanto, ao mencionar a questão das certidões, foi interrompida pelo juiz Rocha, que afirmou que todas as partes já tinham acesso a essas documentações. A advogada alegou falta de clareza e inconsistência na relação.

Tomou fala também a líder Daniela Valadares, representante de grupos de proprietários do edifício Holiday. Segundo Valadares, é preciso “designar uma assembleia geral, para que se possa, na forma da lei, fazer uma representação que os condôminos e proprietários querem; além de uma votação do novo síndico, respeitando os votos dos proprietários”. A mandatária também solicitou à Celpe a instalação de uma torre de ponto de luz na habitação, o que já foi solicitado outras vezes, mas negado sob argumento da interdição, segundo ela.

Somando às falas de partes diretamente afetadas pela desocupação do Holiday, a comerciante e proprietária Suellen Pereira Lopes ratificou a opinião de outros proprietários, que é de que o problema não se concentrou na inadimplência dos condôminos e donos, mas também na má gestão do ex-síndico Rufino.

“Não foi somente inadimplência; havia muitos inadimplentes ali, mas também muitos pagantes. Além disso, entrava dinheiro dos outdoors, das carroças e barracas de praia. O condomínio arrecadava, sim, bastante dinheiro, e tinha como fazer (os reparos) aos poucos. Pagamos aluguel, a gente saiu das nossas casas. Queremos uma decisão final, tanto para venda quanto para recuperação. A gente é proprietário e não pode morar, não pode entrar e nem subir no prédio. E hoje já há muitas famílias morando ali embaixo, cada comércio e loja ali embaixo já está ocupado, há famílias morando. Vemos o nosso patrimônio sendo destruído e outras pessoas tomando conta”, concluiu.

Nesta quarta-feira (2), uma audiência pública na 7ª Vara da Fazenda Pública do Recife vai debater sobre a recuperação do Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul. Em março de 2019, as 476 unidades habitacionais e comerciais do prédio foram desocupadas após uma ação judicial que constatou alto risco de incêndio e desabamento.

Agendada às 15h, com transmissão pelo canal do YouTube do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a sessão convocada pelo juiz Luiz Rocha vai contar com a participação das seguintes entidades:

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Corpo de Bombeiros;

Guarda Civil de Pernambuco;

Polícia Militar de Pernambuco;

Secretaria de Defesa Social do Estado;

Defesa Civil do Estado;

Ministério Público de Pernambuco; 

Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado; Arquidiocese de Olinda e Recife;

 Prefeitura do Recife;

Companhia Energética de Pernambuco;

Associação de Defesa dos Usuários de Seguros;

Planos e Sistemas de Saúde;

Sindicato da Habitação de Pernambuco;

Advogados dos moradores do Edifício Holiday;

Comissão dos Moradores do Holiday;

Governo do Estado.

O magistrado destacou que a audiência pública tem “o intuito de que a prestação jurisdicional não se distancie de um olhar sobre a problemática social decorrente, de forma que as partes possam encontrar uma solução de viabilidade para as famílias afetadas pela interdição”.

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 Neste domingo (5), às 14h, será realizado um evento gratuito em prol do Edifício Holiday, localizado na Zona Sul do Recife. Promovido por ex-moradores do prédio, a ação reivindica o direito à moradia digna. Entre as apresentações está o cantor Conde Só Brega.

A programação, que acontece em frente ao imóvel, ainda conta com sarau e venda de camisas do movimento ‘Salve o Edifício Holiday’, a fim de arrecadar verba para que o prédio volte a ser considerado seguro para moradia. Mais informações podem ser adquiridas na página do evento no Facebook.

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O Edifício Holiday foi totalmente desocupado no dia 23 de março, por apresentar condições inadequadas para moradia. O prédio histórico, que fica numa área nobre da cidade, era lar de famílias de baixa renda. Ele foi construído em 1956 e tem 476 apartamentos distribuídos em 17 andares.

Serviço

Show em Pró do Holiday

Domingo (5) | 14h

R. Salgueiro, 73 - Boa Viagem, Recife

Gratuito

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“Me desculpa, Holiday”, pede Jeane da Silva, ex-moradora do edifício e a penúltima a deixar o prédio no dia 23 de março, quando o imóvel foi totalmente desocupado. Nesta terça-feira (23) completa um mês da data. Jeane está dormindo com três filhos no chão da cozinha de sua lanchonete na comunidade Entra Apulso, na Zona Sul do Recife. “Me desculpa, Holiday, por não ter olhado para você e ter já usufruído tanto de você’, ela continua, ‘porque cada um da gente usufruiu muito, minha gente. Cada um que trabalhou aqui, cada um que teve essa comodidade, de você fazer tudo, cada um teve seu fruto, cada um ganhou dinheiro, teve sossego, teve uma boa moradia, teve o prazer de abrir a janela todos os dias e ver o mar. Cada um teve o seu lucro dado pelo Holiday. Mas cada um de nós esqueceu um pouquinho de olhar pelo Holiday. Então não adianta culpar um. São todos culpados”.

Foi traumática a saída dos moradores do Edifício Holiday, construção modernista erguida no final da década de 50 quando o bairro de Boa Viagem era dominado por imóveis baixos, distante da área nobre a qual se tornou. O Corpo de Bombeiros e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) identificaram no local um elevado risco de incêndio devido às más condições das instalações elétricas. Em março, houve uma queda de energia no local e a Celpe não promoveu a religação, amparada em uma determinação judicial da 2ª Vara Cível da Capital. “A decisão foi tomada em função das condições precárias das instalações elétricas do prédio, que apresentam risco iminente de incêndio e acidentes envolvendo energia elétrica”, respondeu a companhia na ocasião. Sem eletricidade e também sem água, os residentes receberam um terceiro baque: a Justiça determinou a interdição do Holiday em cinco dias úteis.

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"Imagine que você está com um filho na UTI e o médico fala assim 'eu vou desligar os aparelhos amanhã de cinco horas da tarde'. Eu olhava para aquilo ali e queria tanto mudar isso. 'Meu deus me dá mais um tempo, dá um tempo para eu correr, me dá um tempo para eu tentar corrigir todo o esquecimento que foi feito'”, recorda Jeane. Além de fazer almoço no local onde agora mora, Jeane vende empada na praia, a poucos metros do edifício onde era locatária e com o qual tanto se identificou.

A mulher é otimista e espera comemorar o próximo réveillon já na construção reformada. “Eu creio que agora vai ficar melhor do que nunca. Essa obra para mim é agradecer por todo bem que esse lugar me causou”. A obra que Jeane cita ainda está em planejamento. Engenheiros e técnicos solidários à causa ainda precisam conhecer melhor as condições do imóvel para iniciarem o projeto.  No dia 12 de abril, o síndico recebeu de volta a chave do local. O juiz determinou a apresentação de um documento listando todas as pessoas envolvidas na obra para haver a autorização de entrada no terreno. Enquanto a reforma não começa, o síndico aguarda bem próximo dali.

*

É início da tarde e um Palio Fire preto está, como de costume, estacionado na Rua Salgueiro, a via do Edifício Holiday. Dentro do veículo, Rufino Neto dorme no banco reclinado do motorista. É no carro que o síndico mora agora.

Na importante posição de síndico do prédio, Rufino foi um dos mais envolvidos nas tentativas de reverter a decisão judicial de desocupação. Distanciou-se do trabalho informal que tinha em um escritório de advocacia e foi demitido - mas não pelo distanciamento, segundo ele. “Ela [chefe] me ajudou no primeiro, segundo, terceiro mês, depois falou 'olha, quando melhorar você retorna porque o escritório está em crise agora', foi isso que aconteceu”, ele resume.

Rufino tem dois filhos, uma menina de 12 anos e um garoto de 11. Separou-se da mãe deles na metade de 2018; deixou o apartamento 1601 e foi para o 12º andar. Atualmente, todo o dinheiro obtido é voltado para os filhos, que dividem um apartamento com a mãe, uma vizinha e duas cachorras. “É muito apertado. Até para uma cachorra passar a outra tem que subir no sofá. Eles não estão morando bem”, resume o síndico.

O homem explica sua nova rotina: “Eu fico me virando no meu carro. O pessoal da feira me ajuda muito. Eu vivo assim: durmo na casa de um amigo, de uma amiga, de pessoas que cedem”, explica. Mesmo recebendo convites, ele prefere não dar trabalho e continua passando os dias em seu automóvel. “Não gosto de extrapolar muito porque um dia a gente acaba sendo um abuso”, completa. O síndico diz estar enfrentando dificuldades para dormir.

Rufino também denuncia sumiço de pertences de moradores durante as mudanças - inclusive os dele. “O videogame do meu filho sumiu durante a mudança. Eu não estou generalizando toda a turma que veio fazer a mudança, mas ali tinham pessoas de má índole. Levaram notebook de pessoas, minhas lâmpadas foram saqueadas”, cita.

Por fim, o ex-morador do Holiday clama: “Eu peço a sociedade que nos ajude, com doação de materiais elétricos, de construção, o que puder. Alguém que queira patrocinar aqui, colocar sua marca, divulgar seu nome. Eu digo: a gente vai voltar. A gente está na mídia e seu nome aqui vai valer muito tanto para a gente quanto para vocês divulgarem aqui em Boa Viagem. Isso aqui é um outdoor imenso, um painel para vocês. E enquanto der para eu me virar, eu estou me virando. Eu peço ajuda para a minha família, um aluguel mais barato para que meus filhos possam morar bem. Peço isso, um aluguel que eu possa pagar”.

Apesar da sugestão, eles ainda não receberam uma proposta para usar o imóvel como outdoor. De fato, o prédio se destaca e é visível a uma boa distância. Uma idosa que conhece bem aqueles andares agora abandonados teria uma visão privilegiada desses tais anúncios esperados por Rufino.

*

Da janela da sua sala abafada, contemplando a fachada do Edifício Holiday logo à frente, Neide Santos, de 74 anos, conclui que precisa voltar a trabalhar. Ela é mãe de Fernando Santos, outro morador que assumiu um papel de liderança no período pré-desocupação e foi o último a se mudar. Ela teve outros sete filhos, dois já morreram. Chegou ao Holiday aos 14 anos.

Na época de sua chegada, os arredores do prédio de 17 andares eram mato e lama, ela lembra. Neide viu de perto Boa Viagem virar uma terra de espigões. Mesmo tendo uma família bem estruturada, formada por uma mãe funcionária pública e pai e avô oficiais do Exército, a mulher sempre fez o que dava na telha. Antes da maioridade, foi toda maquiada e bem vestida em busca de um emprego em uma fábrica de cigarros. Ao chegar lá se deparou com um aviso de que não havia mais vagas - saiu de lá empregada.

Neide confessa nunca ter precisado se preocupar financeiramente. “Eu não sabia o que era responsabilidade, nunca me preocupei com as coisas. Fui mimada”, admite. O marido que morreu em 1998 lhe dava dinheiro o tempo todo, entretanto, não permitia que trabalhasse.

Em determinada época de sua vida, Neide chegou a abrir uma sorveteria em Barreiros, Mata Sul de Pernambuco. Ouvia dos clientes que seu sorvete era melhor que o da própria cidade. Ela nunca contou para eles, porém, que comprava o sorvete de Barreiros e apenas os enfeitava. Uma cheia, certo dia, atingiu a sorveteria dela, destruindo seus freezers.

Na esperança de alguma doação, Neide mais de uma vez em uma conversa curta pede dois freezers para voltar a vender sorvete. No Edifício Holiday, ela era proprietária de apartamentos. Hoje volta a se preocupar com o pagamento de aluguel. Não consegue tirar da cabeça o prédio onde morou por tanto tempo. Até porque ele está logo ali. Virou a paisagem da sua janela, uma estrutura gigante de pedra a mirar suas costas com olhos vazios como em eterna vigilância.

Enquanto o prazo para a desocupação se esgotava, a idosa precisou correr. O residencial onde vive agora pediu adiantamento de três meses de aluguel. Foi preciso implorar para conseguir um empréstimo. Além da sua própria mudança, auxiliou na dos filhos, como Fernando, atualmente desempregado. Ela sustenta um neto criado desde recém-nascido e outro filho que não morava no Holiday. Neide está com pressão alta e não consegue mais fazer a tradicional feira, que repartia com os filhos. Ela pede mais uma vez freezers para voltar a trabalhar.

A aposentada não nega que não voltaria ao Holiday se tivesse condições de se mudar para um lugar melhor. Ela também sabe o lado positivo de viver no histórico prédio. “A gente mora em um ambiente que de pobre só tem a gente mesmo. Holiday é maravilhoso. Perto de Bompreço, tem de tudo que a gente procura, perto de comércio, praia… nós como pobres temos a mordomia que o rico tem”, avalia.

*

Em nota, a Defesa Civil informa que, entre os dias 14 e 30 de março, a prefeitura realizou 296 mudanças a pedido dos moradores. No último dia 12, após a Defesa Civil finalizar a remoção de entulhos ordenada pela Justiça, a chave do prédio foi entregue ao síndico. “A Prefeitura do Recife reforça que todas as mudanças foram acompanhadas pelos próprios moradores, pela Secretaria de Defesa Social e pela Justiça de Pernambuco”, informa a nota do órgão.

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Foi encerrado, na terça-feira (26), o prazo para os moradores retirarem seus móveis e pertences do Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Nenhum residente pode mais entrar no prédio e as mudanças agora vão ser levadas para um depósito da prefeitura.

Segundo a Defesa Civil, 76 apartamentos ainda possuem materiais para mudança. O número pode ser maior, pois quatro pavimentos ainda não haviam sido inspecionados.

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Os materiais estão sendo catalogados para que os proprietários tenham acesso. Antes de recuperar os pertences, é preciso ligar para a Defesa Civil, no 3355-2115, para agendar uma visita ao depósito.

O Edifício Holiday está totalmente desocupado desde o último sábado (23). Apesar da grande presença de policiais na operação, não houve confronto com moradores.

O imóvel foi interditado judicialmente após ser identificado um grande risco de incêndio no local. Cerca de três mil moradores residiam no prédio. O edifício modernista foi construído em 1957, tem 476 apartamentos e 17 andares.

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Neste sábado (23), os últimos ocupantes do Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife, deixaram o local e agora o prédio está totalmente desabitado, informou a Secretaria de Defesa Social (SDS). As últimas seis famílias deixaram o local sem resistência.

A SDS agora reforça que aqueles que saíram do local mas deixaram os móveis, façam a mudança. O prazo para retirada de pertences e objetos vai até as 17h da próxima terça-feira (26). A partir de quarta feira (27), os pertences encontrados em cada apartamento irão para um depósito da Prefeitura do Recife, onde serão catalogados e ficarão à disposição dos proprietário.

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Neste sábado, a Defesa Civil do Recife realizou 37 mudanças. Ao todo, foram 252 mudanças de moradores e comerciantes do Edifício Holiday. Faltam 21 mudanças de mobílias e a expectativa é finalizá-las no domingo (24), entretanto, a perspectiva é que outros moradores procurem ajuda da prefeitura para se mudar.

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Uma megaoperação foi montada no Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para a saída dos moradores nesta quinta-feira (21). Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), 180 profissionais ligados à pasta participam da operação, que conta com policiais civis, militares, bombeiros e peritos, além de órgãos da Prefeitura do Recife, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). O tenente-coronel Ivanildo Torres, coordenador do gabinete de crise da SDS, destacou que tem início hoje a etapa de convencimento e o objetivo é evitar que os residentes sejam retirados à força.

Além disso, Torres reforçou que quem está deixando o local continua tendo a posse do seu imóvel. “Não estamos diante de uma ação de reintegração, estamos diante de uma ação de interdição e desocupação. As pessoas que estão saindo daqui hoje terão seu imóvel preservado. A posse indireta permanecerá com eles, os reais proprietários. Não há especulação imobiliária. A questão aqui é de preservação de vidas humanas, então essa discussão [especulação imobiliária] não vem à pauta”, comentou.

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O coordenador também informou que cerca de 30 apartamentos ainda continuam ocupados, um número considerado mínimo. “A partir de hoje é a etapa de convencimento. É a etapa de chegar, conversar, abordar, ir de apartamento em apartamento ver as necessidades daquelas pessoas e ajudar a convencê-las. Até aqueles que resistiam estão procurando conversar”, resumiu.

Torres não informou o prazo máximo para a fase de convencimento. Extraoficialmente, a informação é que as retiradas à força ocorreriam na próxima terça-feira (26). Na etapa coercitiva, os residentes seriam retirados no primeiro dia. Nos seguintes 18 dias, haveria a retirada da mobília e demais pertences. 

“As pessoas estão desesperadas’, disse Fernando Santos, integrante do conselho de moradores. ‘Eles têm dificuldade para saber aonde vão, as empresas estão pedindo fiadores e as pessoas não têm quem colocar, pedem três meses de carência… essa saída está ferindo a moral do cidadão”, destacou. “A gente vai sentar, fazer reuniões para ver o que pode ser feito”, concluiu.

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A manhã foi melancólica no Edifício Holiday, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Esta quarta-feira (20) é o prazo final para que os moradores desocupem o imóvel. O tempo todo caminhões de mudança entram e deixam o local. Segundo a Defesa Civil, 77 mudanças estão agendadas para ocorrer hoje em caminhões cedidos pela Prefeitura do Recife, sem contar as pessoas que deixam o prédio por conta própria.

Aqueles que ainda não decidiram sair continuam esperando uma nova decisão judicial que permita que permaneçam. “A gente está aguardando decisão judicial. Engenheiros vão entrar com recurso, a peça já está pronta. O documento mostra o que já foi feito, o que está sendo feito e o que vamos fazer. O processo vai ser feito como o bombeiro quer, mas a gente quer que seja feito com o povo morando”, explica o morador e comerciante Fernando Santos, que também cuida da administração do Holiday. O síndico Rufino Neto completa: “Esse laudo diz que foi minimizado o risco de incêndio por eletricidade, por causa do lixo e das cozinhas industriais. Estamos provando que o risco de incêndio é mínimo”.

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A inquilina Jeane da Silva, que vende empada na Praia de Boa Viagem, mais de uma vez vê e exibe as fotos do nascer do sol que tirou da sua janela no 15º andar com o celular. Ela ainda não empacotou seus pertences. “Meu plano é correr atrás, ir até o último minuto. Eu não corri atrás de casa, não fiz nada. Eu não vou sair me rendendo, vou lutar até o fim, se tiver que esperar a polícia, eu vou esperar”, ela comenta.

Segundo Jeane, é preciso ter moradores no local para que o prédio não seja esquecido. “Se fechar aqui a gente vai cair no esquecimento, que nem Brumadinho, que ninguém lembra mais. Lá foi uma tragédia, nem se compara a isso aqui e já caiu no esquecimento. Então aqui não vai ser diferente”, reflete. E acrescenta: "Aqui é o único local que o pobre mora tão bem quanto o rico. Pode não ser a mesma estrutura de prédio, mas tem a mesma visão, mesma praticidade, mesmo local. Tudo é favorável aqui, para pegar ônibus, pegar táxi, comer. É a única oportunidade que pobre tem de morar bem”.

Encostada do lado de fora do prédio, Vanusa Barbosa não conseguia conter as lágrimas. Ela se mudou há oito dias, mas tem acompanhado de perto a situação. “É triste ver as pessoas saindo desse jeito. Dois filhos meus nasceram e cresceram aqui. Todos se conheciam. Era um local seguro, que ninguém fazia o mal ao outro, e, de repente, se desfaz”, lamenta.

285. Essa é a quantidade de degraus que Fernando Cândido, de 87 anos, tinha que subir até o seu apartamento no 13º andar, após o imóvel ficar sem energia e, consequentemente, sem elevadores. O idoso demorou mais de meia hora contando os lances de escada, levado pela curiosidade. Mudou-se há dois dias para um local próximo. “Morar aqui era ótimo, era uma beleza. Perto de tudo. Vou voltar para cá se Deus quiser”, torce o aposentado.

Outra idosa, de 63 anos, precisou ser retirada pelo Corpo de Bombeiros de seu apartamento no 16º andar. Regina Pires mora só, tem dificuldade de locomoção, sendo hipertensa e diabética, além de já ter sofrido dois AVCs. Ela estava de saída, porém a contragosto. Antes, quando questionada se cogitava deixar o endereço, exclamava: “não diga nem isso!”. Foi convencida de que era necessário deixar o local. Com a glicose elevada, saiu direto para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira. De lá, será encaminhada para um abrigo da prefeitura.

A Justiça determinou que os moradores deixassem o local até esta quarta-feira, mas não há um horário específico. O juiz Luiz Rocha, autor da decisão, tem pontuado que a saída dos residentes deve ser feita com diálogo, para evitar o uso da força.

O comerciante Hélio Gomes, que tem um depósito de água na parte de trás do Holiday, havia recebido técnicos da Defesa Civil que afirmaram que ele deveria deixar o local. “Eu fiquei sem dormir, sem comer…”, recorda. Hélio conseguiu decisão favorável da Justiça ao defender que jamais foi condômino do edifício, que não está em débito com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), além de estar regular com o Corpo de Bombeiros e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). Apesar de Hélio dizer que seu imóvel não faz parte do terreno, moradores têm esperança de que a decisão seja um indício de que a ordem de desocupação possa ser suspensa.

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Moradores do Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, realizam um protesto nesta sexta-feira (8). Eles interditaram o cruzamento da Avenida Conselheiro Aguiar com a Rua Ribeiro de Brito. O grupo protesta contra a falta de energia do prédio, que perdura desde a quarta-feira (6).

Com cartazes, o grupo cobra que a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) normalize a situação do imóvel. A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) montou um desvio na Rua Ernesto de Paula Santos e técnicos orientam o trânsito no local.

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Por meio de nota, a Celpe informou que não realizou corte no edifício. “A análise preliminar constatou um problema nas instalações internas do prédio que também afetou parte da rede elétrica”, informou a companhia por meio de nota.

As condições das ligações elétricas do Edifício Holiday têm motivado discussões do poder público. Já houve uma audiência pública para discutir os rumos do edifício, que pode acabar sendo interditado.

A Celpe já havia identificado risco iminente de incêndio por causa das ligações clandestinas do local. Durante tentativa de desligamento em fevereiro, os técnicos foram impedidos pelos próprios moradores e o caso acabou na delegacia.

Uma operação conjunta das Polícias Federal de Pernambuco e da Paraíba resultou na prisão de Hilton Dias de Araújo, conhecido pelas alcunhas de Gordo do Parage, Gordo Ito e Histonas, de 38 anos, que era procurado pela Justiça paraibana. Hilton foi preso no famoso Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na sexta-feira (22).

O suspeito é apontado como participante de uma explosão de terminal eletrônico da Caixa Econômica Federal (CEF) e assalto a uma joalheria em shopping de Campina Grande-PB. Durante o crime no shopping, os criminosos chegaram a fazer reféns. Quatro pessoas envolvidas na ação já foram presas anteriormente.

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A PF deu voz de prisão a Hilton no apartamento em que estava residindo no Edifício Holiday. Ele não esboçou reação. Na ocasião, o procurado estava usando identidade falsa no nome de Silvino Gomes da Silva Neto. Com o homem, a polícia apreendeu celular, relógio e roupas que podem ter sido utilizadas no assalto.

Ele foi encaminhado para audiência de custódia, onde teve a prisão preventiva decretada. Em seguida, Hilton foi transferido ao estado da Paraíba.

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar as condições estruturais do Edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A medida ocorre após o Corpo de Bombeiros enviar documentação apontando uma série de irregularidades nas instalações do imóvel. A postura dos órgãos públicos também será investigada em razão dos riscos aos quais os moradores estão submetidos.

Não é de hoje que as condições de habitação do edifício, erguido em 1957, são questionadas. Entretanto, a situação tem se agravado. A Prefeitura do Recife, Corpo de Bombeiros e Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) têm discutido em reuniões possíveis saídas para a situação. Uma interdição do prédio não é descartada pela gestão municipal. Na última segunda-feira (18), a Celpe esteve no prédio para fazer o corte de energia, mas foi impedida pelos moradores. A companhia acabou prestando queixa na polícia.

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Já tramitou pelo MPPE um inquérito civil para investigar a situação do Holiday. Em 2014, o inquérito acabou sendo arquivado após a Prefeitura do Recife propor aos proprietários ações de recuperação do imóvel.

Desta vez, o MPPE pede à Prefeitura do Recife que, no prazo de dez dias, seja encaminhado um cadastro socioeconômico dos moradores do Edifício Holiday. Também no prazo de dez dias, a Defesa Civil do Recife, Vigilância Sanitária Municipal, Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano deverão realizar vistoria para informar o grau de risco das instalações, as irregularidades identificadas e as providências adotadas.

Por volta das 21h da sexta-feira (31), o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater um incêndio no 1º andar do edifício Holiday, na Avenida Conselheiro Aguiar, Zona Sul do Recife. Quatro viaturas de combate a incêndio e resgate foram enviadas ao local.

Segundo os bombeiros, as chamas destruíram móveis e eletrodomésticos no local. Ninguém ficou ferido.

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Ao todo, foram utilizados 10 mil litros de água para a extinção do fogo. Não há informações sobre as causas do incêndio. 

Um homem foi preso e dois adolescentes apreendidos em flagrante no Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na madrugada desta terça-feira (28). Com o trio foram encontrados uma espingarda calibre 12 , 350 pacotes de maconha prontos para a venda e mais um tablete da droga pesando 700 gramas.

Segundo a Polícia Militar, o apartamento era utilizado pelo grupo para o armazenamento de material usado para o tráfico de drogas. Eles foram localizados após denúncia anônima.

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Como dois adolescentes estavam entre os envolvidos, o caso foi registrado na Gerência de Proteção à Criança e ao Adolescente (GPCA). 

No fim da década de 50 foi inaugurado, no bairro de Boa Viagem, o edifício Holiday. O suntuoso prédio, primeiro arranha-céu da região, abrigava moradores de maior poder aquisitivo e classe social. Muitos anos depois, o Holiday mudou de condição e transformou-se num local sombrio, com ares de abandono, habitado por trabalhadores de baixa renda, traficantes de drogas, prostitutas e criminosos. 

O jornalista Giba Carvalheira, fascinado pelo edifício tão distoante do resto da paisagem de Boa Viagem, resolveu morar em seu entorno e passou uma temporada de três meses convivendo com moradores e frequentadores. Desta experiência nasceu o livro Uma temporada no Holiday (Confraria do Vento), lançado no Recife na última segunda (7).

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A obra mostra, através do diário de um homem mergulhado no cotidiano do Holiday, um submundo envolto em drogas, crimes e até amor, quando narra a paixão por uma garota de programa. Com um discurso direto e cru o autor escancara uma realidade que parte da população recifense desconhece. 

O Corpo de Bombeiros encerrou o plantão desta terça-feira (21) registrando um incêndio de médias proporções, por volta das 4h30 da manhã, em um apartamento do Edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Segundo os Bombeiros, foram utilizadas duas viaturas, por cerca de cinquenta minutos, para conter as chamas. Todo o apartamento 103 foi destruído, mas ninguém ficou ferido. Ainda de acordo com a corporação, não se sabe o motivo do incidente.

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PRF - A Polícia Rodoviária Federal não registrou ocorrências graves nas últimas 24 horas. Segundo a PRF, foram notificados 21 acidentes nas rodovias federais que cortam Pernambuco com 36 veículos envolvidos e 11 feridos. Ao todo, mil veículos e 862 pessoas foram fiscalizados e 188 testes do bafômetro aplicados.

O autor de um homicídio, ocorrido nessa segunda-feira (2), foi preso em flagrante no início da noite de ontem. O jovem Robson Gonçalves de Lavor, de 19 anos, é suspeito de assassinar Sérgio Roberto Lima Padrilha, 51. A vítima foi encontrada morta no próprio apartamento no Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

De acordo com o delegado Erivaldo Guerra, o crime teria sido motivado por uma discussão entre vítima e acusado. “Os dois passaram a madrugada bebendo no apartamento de Sérgio em companhia de mais uma pessoa. Robson, que havia recebido dinheiro para comprar maconha, retornou com crack, o que culminou numa briga entre eles”, disse. Na confusão, o suspeito teria efetuado um golpe de faca peixeira no peito de Sérgio que faleceu no local.

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Segundo a polícia, o suspeito tem antecedentes criminais por roubo e havia sido solto há cerca de duas semanas. A prisão ocorreu a partir de denúncias de vizinhos. Após ser capturado, Robson foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado e será encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, onde ficará a disposição da justiça.

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