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O Senado aprovou em julho o projeto que regulamenta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas. Desde então, a proposta está em análise na Câmara dos Deputados. O relator da Comissão Mista de Consolidação da Legislação e de Regulamentação de Dispositivos da Constituição, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), assegurou que dará prioridade à proposta no início de 2014.

Jucá lembrou que a proposta é fundamental para viabilizar pontos importantes da PEC das Domésticas, como a jornada de trabalho e o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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"O projeto dá as condições também para os patrões poderem registrar os seus empregados, inclusive com banco de horas e com o Supersimples doméstico. Ou seja, facilita a vida do patrão, garante os direitos dos empregados e é bom para todo mundo. É um projeto que a Câmara deve votar rapidamente", disse Jucá.

Principais pontos

De acordo com o projeto (PLS 224/2013), o emprego doméstico é caracterizado quando o funcionário trabalhar por mais de dois dias por semana no mesmo local. A jornada é de 44 horas semanais, com a possibilidade de 12 horas de trabalho seguidas, desde que o descanso seja de pelo menos 36 horas. A parada para o almoço será de 30 minutos. O projeto prevê, ainda, a criação de um banco de horas. Assim, quando a jornada for excedida, as primeiras 40 horas extras devem ser pagas em dinheiro e as demais compensadas com folga em um período máximo de um ano.

Também de acordo com a proposta, os empregados podem viajar com os patrões, desde que as horas trabalhadas durante a viagem sejam compensadas e que haja o pagamento adicional de 25% no valor das horas. As férias podem ser divididas em dois períodos anuais, mas um deles deve ter no mínimo 14 dias.

FGTS

O projeto que regulamenta a PEC das Domésticas traz mudanças na contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e regras para o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Atualmente, a categoria não tem direito ao fundo e a contribuição para a Previdência Social é dividida entre patrão (12%) e empregado (8% a 11%). A regulamentação estabelece que o INSS e o FGTS serão pagos de forma conjunta: 8% de FGTS, 8% de INSS, 0,8% de seguro contra acidente e 3,2% relativo à rescisão contratual. No total, o empregador terá que recolher 20% do salário em encargos.

Como a regulamentação da PEC das Domésticas ainda tem que ser votada pelos deputados, pode haver mudanças no texto aprovado pelos senadores.

A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, participará da Conferência “PEC das Domésticas - Emenda Constitucional 72 – Conquistas e Desafios”, que ocorrerá no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), nesta quarta-feira (27), às 18h. Ela estará acompanhada da deputada Teresa Leitão (PT), que é membro da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres da Assembleia Legislativa.

A Emenda Constitucional 72 ampliou os direitos de diversas categorias de trabalhadores domésticos, dentre estes, o direito ao recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A conferência é promovida pela Secretaria Estadual de Mulheres do PT de Pernambuco e fará uma homenagem aos 25 anos de fundação do Sindicato das Domésticas do Estado de Pernambuco.

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A coordenadora geral da ONG SOS Corpo, Betânia Ávila, será a conferencista. O encontro também contará com a presença da fundadora do Sindicato das Domésticas em Pernambuco, Lenira Carvalho, de diretoras e mulheres dos movimentos sociais e do movimento de trabalhadoras domésticas.

Pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), por meio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLC), mostra modalidades de consumo cultural entre empregadas domésticas, as definindo por perfis. O estudo – que tem como realizadora a antropóloga Renata Mourão Macedo – também detalha os contextos socioeconômicos nos quais elas se movem e a possível atitude reflexiva provocada pelos produtos culturais.

“Românticas”, “descoladas” e “evangélicas”. Esses são os perfis definidos pela antropóloga. Renata também informa que é possível identificar um acesso maior a determinadas práticas, como viagens e cinema, por parte das empregadas. “Na prática, as diferenças culturais internas ao grupo pesquisado ainda são pequenas, já que mesmo as trabalhadoras com ensino médio completo apresentam um grande distanciamento em relação a qualquer produto da cultura dominante, como literatura, cinema de autor, músicos mais ‘sofisticados’, etc”, explica Renata, conforme informações da USP.

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Detalhamento dos perfis

De acordo com o estudo, empregadas domésticas classificadas como “românticas” são as mulheres que preferem bens culturais associados ao âmbito feminino e popular. “Ouvir músicas românticas, assistir a telenovelas açucaradas ou acompanhar no rádio programas de cartas são preferências comuns. Assim, ser fã do cantor Amado Batista e do radialista Eli Correa [do programa “A Hora da Saudade”, na rádio Capital AM, em São Paulo] seriam emblemáticos desse perfil”, explica a antropóloga, em depoimento à USP.

Outro perfil traçado é o “descoladas”. São consideradas assim as trabalhadoras que, como a maioria das pessoas de classes médias e altas, não querem se associar aos bens característicos do perfil das “românticas”. Segundo Renata, mesmo existindo gostos em comum entre os dois perfis, como assistir telenovelas e programas de auditório, as “descoladas” agregam às suas preferências músicas do contexto pop internacional ou seriados norte-americanos.

Trabalhadoras muito dedicadas à vida religiosa. Assim são definidas as empregadas domésticas “evangélicas”. “Participaram da pesquisa algumas trabalhadoras ligadas às religiões pentecostais (como Assembleia de Deus) que não assistiam ou ouviam qualquer programa profano, nem no rádio nem na televisão”, aponta a antropóloga. “Ao contrário, suas preferências culturais eram exclusivamente cantores gospel, programas religiosos e a leitura da Bíblia”, explica a antropóloga, de acordo com a USP. 

O Senado aprovou nesta quinta-feira, 11, a regulamentação do emprego doméstico, mais de 100 dias depois da emenda que ampliou os direitos do trabalhador da classe. A proposta vem preencher as lacunas deixadas pela legislação, como o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), do seguro desemprego, e a dinâmica da jornada de trabalho. A matéria ainda precisa ser apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, onde o governo, que tentou atrasar a tramitação, tentará fazer valer algumas de suas vontades, que não foram atacadas pelo relator no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Embora discutido com o Palácio do Planalto por mais de três meses - foi criado até mesmo um grupo interministerial, coordenado pela Casa Civil, para tratar da matéria -, o texto ainda carrega pontos sem consenso. É o caso da redução de 12% para 8% da alíquota mensal do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) que os patrões pagam sobre o salário. As ressalvas se devem aos temores de impacto nos cofres da Previdência Social.

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Entre as idas e vindas, esse foi um dos poucos itens do texto do qual o relator não abriu mão. A justificativa desde o início das discussões é a necessidade de assegurar a capacidade de pagamento dos empregadores, que a partir da emenda ficaram obrigados a arcar com outros custos. Para Jucá, isso permitiria o aumento da formalização do trabalho doméstico - atualmente apenas um terço dos 7,2 milhões de trabalhadores tem carteira assinada.

Contribuição

Da forma como o texto segue para a Câmara, o empregador vai pagar um adicional de 20% sobre o salário. Além dos 8% de INSS, ficará sujeito a 0,8% de seguro acidente de trabalho e 11,2% de FGTS.

Ao tratar do pagamento do fundo, Jucá determinou que 8% sigam para a contribuição, e o restante para uma conta separada que vai substituir a multa por demissão sem justa causa - os porcentuais estarão em contas diferentes. Quando o empregado for demitido, ele saca o valor. Em casos de pedidos de afastamento, demissão por justa causa, morte ou aposentadoria do trabalhador, o empregador poderá reaver o valor.

Para facilitar o pagamento das novas contribuições que a emenda constitucional previu, Jucá propôs a unificação com o chamado Simples da Doméstica. O cálculo será feito por um site do governo, onde o patrão poderá apenas imprimir o boleto todos os meses. O portal vai calcular, ainda, o Imposto de Renda retido na fonte. O governo tem 120 dias, a partir da publicação da matéria no Diário Oficial, para implementar o Simples. A Caixa Econômica Federal começou a estudar meios de possibilitá-lo.

Refis do INSS

O projeto de Jucá permite, ainda, que os patrões parcelem as dívidas previdenciárias com o que chamou de Redom (Recuperação Previdenciária dos Empregadores Domésticos), que reduz em 100% as multas e em 60% os juros.

Ao contrário do que ocorre com trabalhadores urbanos e rurais, que têm seguro-desemprego por até cinco meses, os empregados domésticos poderão sacar o valor pelo prazo máximo de três meses. Ficam proibida a recontratação no período de dois anos, para evitar demissões apenas para requerer a indenização.

Jucá regulou, ainda, os situações de fiscalização do trabalho doméstico. Auditores fiscais poderão entrar na casa das pessoas para analisar a situação em que se encontra o empregador, desde que tenham um horário marcado e consentimento, por escrito, do empregador.

Entre os dias 2 e 7 de julho, Goiás vai sediar a 15ª edição do FICA (Festival de cinema e vídeo ambiental), que traz como homenageada a escritora Cora Coralina. O evento conta com shows de Paulinho da Viola, Arnaldo Antunes e do grupo Quasar, além de filmes inéditos e sucessos recentes do cinema como os três filmes do diretor Fernando Meirelles, Domésticas, Cidade de Deus e Ensaio sobre a Cegueira.

Entre os convidados do evento, presenças confirmadas como o cineasta pernambucano Kléber Mendonça Filho, o presidente da Ancine Manoel Rangel, o professor de cinema da ECA-USP Rubens Machado Jr. e o diretor Fernando Meirelles.

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A Mostra Competitiva traz filmes do Brasil, Itália, França, Alemanha, Espanha e Estados Unidos, que disputam R$ 160 mil em prêmios. Na edição desse ano os brasileiros são maioria, com 14 produções vindas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco.

Além dos filmes e shows, o festival conta com palestras, debates, exposições, seminários e programas paralelos que envolvem cinema, meio ambiente, música e cultura. 

Serviço

15º FICA - Festival de cinema e vídeo ambiental

2 a 7 de julho

Goiás

Empregados domésticos vão receber em dinheiro até 40 horas mensais que fizerem além do período de trabalho. As que ultrapassarem isso, entrarão no banco de horas. Essa foi a última alteração significativa que o relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), fez no projeto de lei que vai regulamentar a profissão. O texto será apresentado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antes de ir à votação na Comissão Mista de Consolidação das Leis prevista para esta quarta-feira, 5.

"Pediram que todas as horas extras do mês não ficassem para um banco futuro, para que efetivamente durante o mês as duas horas regulamentares da CLT pudessem ser pagas", disse Jucá. A emenda constitucional prevê que o empregado trabalhe 44 horas por semana, ou seja, 176 horas por mês. As próximas 40 horas que ultrapassarem esse total deverão ser pagas em dinheiro. Ou seja, se trabalhar até 216 horas, o funcionário vai receber normalmente pelas horas já previstas e mais 50% sobre cada hora extra.

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Quando ultrapassar essa quantidade de horas trabalhadas, o saldo vai para um banco de horas que se reverterá em folgas. "A proposta seria de, no mês, pagar as primeiras duas horas extras diárias. No banco de horas, as primeiras 40 horas mensais seriam pagas como hora extra e o restante das horas seria compensado no banco de horas em um prazo trimestral", explicou o relator. A pedido das centrais sindicais, com as quais se reuniu, o senador vai deixar de chamar de banco de horas e substituir a nomenclatura por sistema de compensação de horas extras.

Na proposta apresentada anteriormente, Jucá colocava todas as horas que excediam as oito diárias no banco de horas. As centrais sindicais, contudo, reclamaram de não ter a garantia de pagamento, já que o projeto previa que se poderia, ao final de um ano, reverter as horas trabalhadas a mais em folgas ou pagá-las, o que ficaria cargo de um acordo pessoal entre patrão e funcionário.

Fundo de indenização

As centrais elogiaram a iniciativa do senador de fazer um fundo que se reverterá na indenização em casos de demissão sem justa causa. Jucá propôs que, além dos 8% de contribuição mensal que o patrão vai pagar para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), seja depositado, em uma conta separada, um porcentual de 3,2% sobre o salário, que vai substituir a multa de 40% nos afastamentos sem justificativa e evitar que o patrão desembolse o valor total da multa de uma vez só.

Apesar disso, os representantes dos trabalhadores justificaram que a possibilidade de os patrões reembolsarem esse saldo de 3,2% mensais quando demitirem o empregado por justa causa vai gerar uma onde de denúncias vazias, para que se possa reaver o valor do que lhes pareceu uma poupança forçada. O pedido é que o relator destine esse valor ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) ou Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Assim, compensaria a redução da contribuição do INSS, que caiu de 12% para 8% na proposta. "Tenho que ver se é tecnicamente possível, mas é bem difícil porque um fundo é do trabalhador, o outro, da Previdência", ressaltou Jucá, indicando que não deve acatar a sugestão.

A divisão das férias em até três etapas também foi alvo de críticas das centrais que pediram, e serão atendidas, a aplicação da regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que prevê apenas duas fatias no período de 30 dias de folga.

Centrais sindicais e governo unem-se contra o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que regulamenta os novos benefícios concedidos aos trabalhadores domésticos. "Não achamos que os empregados domésticos tenham de ser trabalhadores de segunda classe, como acontecia até agora. Mas não podemos concordar que esta categoria, agora, passe a ser privilegiada em relação às demais", afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, ao criticar a proposta de Jucá de pagar multa de 40% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), até mesmo para quem for demitido por justa causa.

"O Jucá está inventando coisas. Ele quer ficar surfando na onda quando deveria, apenas, fazer uma regulamentação com o que foi decidido pelo plenário: estender para os empregados domésticos o que os demais trabalhadores celetistas têm direito", afirmou. De acordo com Paulinho, o texto do relatório de Jucá deveria se restringir a assegurar aos domésticos o que existe na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Esta é também a posição da administração federal, que entregou a ele, na semana passada, um relatório com as propostas, que preveem até mesmo a criação de seguro-desemprego, salário-família e auxílio-acidente, benefícios que serão bancados pelo Poder Executivo.

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Na noite desta segunda-feira, representantes das centrais sindicais se reuniram no Palácio do Planalto com o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Após o encontro, Executivo e centrais decidiram pedir uma reunião com o deputado do PMDB de Roraima para levar a insatisfação com as mudanças que ele propõe no relatório, que deverá ser votado na comissão mista nesta quarta-feira, 29.

Mas o governo não discorda só do pagamento da multa de 40% para quem for demitido por justa causa. Na semana passada, a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, manifestou a preocupação com a intenção de Jucá de reduzir de 12% para 8% a contribuição dos patrões, sob a alegação de que isso causará um déficit na Previdência Social. O senador do PMDB quer ainda instituir uma cobrança de 3% para criar um fundo que substituiria a multa de 40% nos casos de demissão sem justa causa.

O Palácio do Planalto está preocupado com o relatório apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) na Comissão Mista que trata da regulamentação dos novos direitos para os trabalhadores domésticos, principalmente por causa do aumento de despesas para a Previdência que ocorrerá caso seja aprovada a redução da alíquota do INSS paga pelo empregador.

Mesmo reconhecendo que o senador tem direito de apresentar as propostas que considera "mais adequadas", a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que vê "com muita preocupação" a ideia de redução da alíquota de contribuição dos empregadores de 12% para 8%.

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A ministra citou que a redução, como está sendo proposta pela comissão, "irá onerar o sistema previdenciário e, em consequência, todos os contribuintes". A justificativa de Jucá é que a redução de alíquota ajudaria a estimular a assinatura de carteiras pelos patrões, então o governo ganharia com um número maior de contribuintes.

Benefícios

Ao comentar a iniciativa, a ministra Gleisi salientou que o governo já está assumindo o ônus de pagamentos de salário-família, auxílio-acidente e seguro-desemprego, benefícios previstos na CLT, agora estendidos aos domésticos.

"Isso tem um custo, mas é um direito que foi aprovado pela emenda constitucional e este impacto tem de ser assimilado pelo governo", observou Gleisi, explicando, no entanto, que não há como o governo, além de bancar estes gastos, arcar com mais o ônus proposto por Jucá.

"O governo não quer adicionar custo aos empregadores de domésticos, mas não pode abrir mão de receita porque esta redução causará um desequilíbrio às contas da Previdência ", ponderou a ministra, lembrando que hoje os empregadores já pagam 12% e uma redução, em qualquer proporção desta alíquota, causará um impacto negativo nas contas públicas, aprofundando o déficit previdenciário que o governo está tentando corrigir.

Gleisi fez questão de reconhecer, no entanto, o direito do senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da comissão mista que estuda a regulamentação dos novos direitos dos empregados domésticos, de apresentar propostas que considera mais adequadas e de o plenário dar a palavra final. Mas reiterou a preocupação do governo com o aumento dos gastos.

O governo fez um estudo de impacto dos novos benefícios - seguro-desemprego, auxílio-acidente e salário-família, com a extensão aos domésticos dos direitos hoje concedidos aos celetistas. De acordo com esta avaliação, se houver aumento de 30% da formalização dos empregados domésticos, o impacto será de R$ 2 bilhões por ano com o pagamento destes novos benefícios.

Multa de 40%

A ministra se mostrou contrária também à iniciativa de conceder aos trabalhadores domésticos mais benefícios do que aos demais celetistas. É o caso, por exemplo, do pagamento da indenização de 40% a quem for dispensado também por justa causa, e não apenas quem for sem justa causa, como diz a CLT.

A Maria Faz Tudo, empresa que presta serviços domésticos, está disponibilizando 40 vagas mensais para o curso gratuito de formação básica para domésticas e babás. As interessadas em participar da seleção têm até o dia 29 deste mês para se inscrever.

Durante o curso, as candidatas aprendem noções básicas de trabalho, noções de comportamento profissional, direitos das domésticas e diaristas, além de entender como deve cumprir seu desempenho com aulas de higiene e saúde.

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Para participar, é preciso comparecer no local e se cadastrar no banco de dados da empresa; levar documentos como RG, CPF, comprovante de residência e referências pessoais, além de foto 3x4 recente. Após o treinamento, as interessadas já estarão aptas a serem encaminhadas para trabalhos em residências ou empresas. Nesta segunda quinzena, estão disponíveis 20 vagas e as aulas acontecerão no dia 30, às 9h. Já para o mês de junho a previsão é de 20 vagas para a primeira quinzena e 20 vagas para a segunda.

Ao recuar da proposta de regulamentação do trabalho doméstico apresentada nesta quarta-feira, 22, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) acrescentará um dispositivo que impede trabalhadores que praticarem atos criminosos de sacar a indenização. A alteração vai deixar claro que a babá que bater em crianças ou o cuidador que maltratar idosos não terá acesso ao fundo formado pelo adicional de 3,2% pagos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), conforme proposta apresentada na Comissão Mista de Consolidação das Leis ontem. Para evitar o acesso à indenização, no entanto, o patrão terá que comprovar o delito.

A alteração refere-se à redação de um artigo que previa o pagamento do benefício ao empregador "qualquer que seja a causa de extinção do contrato de trabalho", de acordo com o texto apresentado na quarta-feira. A proposta manterá a indenização, contudo, para outros casos que a legislação trabalhista configura como justa causa, como trabalhar embriagado, quebrar patrimônio ou abandonar emprego. Para esses casos e os demais - afastamentos voluntários ou acordos entre as partes - o empregado poderá sacar o fundo que Jucá criou.

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"Não haverá liberação da indenização nos casos comprovados onde haja violência contra crianças, contra idosos, roubo, crimes cometidos comprovadamente contra membros da família. Nesse caso, teremos um dispositivo que vai bloquear os recursos da indenização", disse o senador, relator da regulamentação dos pontos ainda obscuros da emenda constitucional que ampliou os direitos dos empregados domésticos.

Justa causa

Segundo Jucá, não se pode falar em justa causa quando se trata de emprego doméstico, já que é impossível configurar e comprovar a motivação. "Nessa relação de trabalho, é temerário dizer o que é justa causa. Queimar o arroz ou uma blusa? É difícil, inclusive, encontrar uma testemunha que possa assegurar o que de fato houve, já que em uma casa, estão todos muito envolvidos", assinalou.

A ideia do senador é que o patrão recorra à Justiça para reaver o dinheiro já depositado no fundo do trabalhador antecipadamente, conforme prevê sua proposta, nos casos que configurarem demissões por atos criminosos. "Não queremos criar a instituição da denúncia vazia contra o empregado. Temos que ter a efetiva comprovação, por isso a justiça é que vai determinar o reembolso do FGTS para o empregador", destacou.

Essas alterações ocorreram após a reunião da Comissão Mista de Consolidação das Leis que, entre outras coisas, analisa pontos da Constituição que precisam ser regulados. O texto inicial previa que, ainda que o patrão tivesse uma gravação com o empregado batendo em seu filho ou não comprovasse o roubo de um bem da sua casa, o trabalhador teria direito à indenização. Esse ponto, porém, recebeu inúmeras críticas dos parlamentares. A decisão de alterar a redação deu-se em menos de cinco minutos, enquanto o senador conversava com jornalistas e era questionado sobre o fato.

Para justificar sua primeira alternativa, Jucá afirmou a necessidade de proteger o empregado, a parte mais fraca da relação. "Na minha visão, entre 'precarizar' a relação e criar um benefício diferenciado por conta de um trabalho e de uma relação diferenciada, eu fiquei do lado do empregado doméstico. Entre o empregador e o governo, eu preferi ficar do lado do empregador.", disse, reiterando sua intenção de reduzir as alíquotas patronais que passaram a ser obrigatórias com a emenda.

A indenização de que trata o senador será fruto de um porcentual sobre o salário pago mensalmente pelo empregador. No texto, Jucá acrescenta 3,2% aos 8% de FGTS já previstos em lei. Assim, quando sair do emprego, o patrão não terá que desembolsar o valor de uma só vez - hoje, quem demite sem justa causa paga a multa de 40% sobre o saldo do FGTS. Em benefício dos empregadores, o relator diminuiu, ainda, a alíquota patronal do INSS de 12% para 8%.

A proposta de regulamentação do trabalho doméstico que vai à votação no Congresso Nacional acaba com a multa de 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em casos de demissão sem justa causa. A medida é um esforço do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para tirar do ombro dos patrões o peso da emenda constitucional que garantiu novos direitos aos empregados domésticos. Em vez de ter de desembolar de uma só vez uma indenização no caso de demissão sem justa causa, a proposta aumenta os encargos de FGTS de forma a compensar a extinção da multa.

A previsão é que patrões passem a desembolsar 11% de FGTS mensalmente, e não 8%, como determina a legislação trabalhista em vigor. Desse total, o porcentual da contribuição permanece o mesmo, mas os três pontos porcentuais de diferença serão revertidos a um fundo e constituirá a indenização por dispensa.

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Essa indenização será garantida ao empregado que se desvincular do trabalho, independentemente se sair por conta própria ou se for demitido. O valor só não é assegurado em casos de demissão comprovadamente por justa causa, como maus tratos, roubo, entre outros. Nos casos de demissão sem justa causa, empregados poderão sacar 100% do seu FGTS. "Com isso, evitamos que se force uma demissão para receber a multa", justificou o senador.

Previdência

O projeto que Jucá apresenta nesta quinta-feira, 23, na Comissão Mista de Consolidação das Leis prevê ainda uma alíquota menor ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A alíquota mensal que cabe ao empregador cai de 12% para 8%. Assim, o patrão vai pagar 20% na alíquota incidente sobre o salário pago. Isso inclui 8% de INSS patronal, 11% de FGTS mais 1% de seguro de acidentes de trabalho.

Embora as ideias tenham o aval da presidente Dilma Rousseff, a reação do governo à desoneração da contribuição patronal ao INSS foi imediata. Segundo o ministro Garibaldi Alves, acabar com a multa e reduzir o porcentual pago pelos patrões vai sobrecarregar as contas da Previdência. "Quem apresentou isso está certamente bem intencionado, mas pode não estar bem informado sobre o impacto financeiro", disse o ministro. Em resposta, o senador Romero Jucá afirma que, embora tenha diminuído as alíquotas, estabeleceu uma situação que permite o aumento da formalização do trabalho doméstico.

A presidente Dilma Rousseff propôs nesta terça-feira ao Congresso a criação de três alternativas de jornada para trabalhadores domésticos, além de incluir maus-tratos a crianças, idosos, enfermos e deficientes entre os motivos para demissão por justa causa. O governo quer manter ainda os mesmos direitos de outros empregados com carteira assinada: a multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e as mesmas alíquotas de contribuição à Previdência.

Dilma preferiu não editar medida provisória (MP) ou enviar projeto de lei, e caberá ao Congresso definir o texto. Na sugestão do Planalto, os domésticos poderão negociar com os patrões três possibilidades de horário. A primeira, de oito horas diárias e 44 horas semanais, com até quatro horas extras. A segunda, um regime de revezamento com 12 horas de trabalho por 36 de descanso e a terceira, um banco de horas, em que as partes definem a carga horária, compensando as horas trabalhadas no período de até um ano.

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Em relação ao descanso, a proposta é de que o intervalo seja de uma hora, podendo ser reduzido para 30 minutos, por acordo entre as partes. Ainda conforme a proposta, é preciso haver um intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas, respeitando o que diz a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), além de um dia de descanso semanal, preferencialmente aos domingos.

Ficam assegurados Previdência Social, seguro-desemprego, auxílio-acidente e salário-família. A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, não quis especificar, no entanto, quanto isso custará ao Orçamento. Em relação ao FGTS, que só passa a ser obrigatório quando o texto for aprovado pelo Congresso, a proposta do Planalto fala em manutenção das regras existentes para todas as demais categorias profissionais - o empregador deverá recolher 8% do salário (hoje o recolhimento é opcional). Fica mantido o direito à multa rescisória de 40% do saldo do FGTS nos casos de demissão involuntária. O texto esclarece ainda que a inscrição no FGTS não implica obrigações retroativas.

O trabalho em feriados é facultativo, desde que haja folga compensatória ou remuneração em dobro. A hora extra tem adicional de 50% e empregado que trabalhar das 22 horas às 5 horas da manhã precisa receber adicional de 20%. Em relação às férias, elas podem ser divididas em até três períodos, e um deles não pode ser inferior a 14 dias. Haverá ainda um sistema simplificado de recolhimento de tributos incluindo a contribuição previdenciária (do patrão e do empregado), o FGTS e o Imposto de Renda retido na fonte.

 

Executivo e Legislativo selaram nesta terça-feira, 21, um acordo para assegurar aos empregados domésticos todos os direitos já garantidos pela Emenda Constitucional aprovada há quase dois meses. Apesar disso, ainda que saiba da preferência do governo em manter a multa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) por demissão sem justa causa em 40% e a alíquota patronal mensal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 12%, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deixou claro que ainda vai buscar alternativas para não pesar no bolso dos empregadores.

As equações financeiras continuam os maiores desafios da regulamentação das questões que a emenda deixou em aberto, segundo afirmou o senador após a reunião com a presidente Dilma Rousseff, quando recebeu a posição do governo em forma de relatório. Ficou a cargo do Congresso o projeto de lei que tratará das questões. Hoje, o patrão ficou sobrecarregado com o pagamento mensal de 8% de FGTS, 12% de INSS, além do seguro acidente de trabalho.

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Inicialmente, Jucá havia proposto a redução dessa multa para 10% ou 5%, em casos de acordo entre as partes. Ao notar a falta de disposição do governo em reduzir a multa - pressionado por entidades da classe, o Executivo assumiu o discurso de que não é possível tratar empregados domésticos de forma diferenciada, já que isso manteria as desigualdades que o projeto tenta sanar - o ex-líder do governo Dilma no Senado tentou uma via alternativa: acabar com a multa, mas aumentar a contribuição mensal em um ponto porcentual, que viraria uma espécie de poupança para o empregado.

Essa deve ser uma das vias que Jucá vai tentar trabalhar. "Os 40% serão mantidos de alguma forma, mas não necessariamente na multa." Questionado sobre a alíquota patronal do INSS, cuja intenção era diminuir de 12% para 8%, o parlamentar se esquivou e disse "estar analisando".

Além dessas questões, o projeto que Romero Jucá encaminhou ao Executivo há mais de um mês, com propostas de regulamentação de pontos polêmicos, como horas extras e adicional noturno, deve se manter praticamente igual. Um pedido da presidente, destacou, é ampliar as possibilidades de jornadas de trabalho sugeridas para todas as categorias.

Dessa forma, os empregados domésticos poderão trabalhar 44 horas semanais, com quatro horas extras diárias, em regime de revezamento de 12 horas trabalhadas por 36 horas de descanso, ou de acordo com um banco de horas, que terá validade de um ano. Neste último, patrão e empregado poderão decidir se essas horas serão pagas em folgas ou descanso.

A presidente Dilma Rousseff desistiu de mandar para o Congresso projeto de lei ou medida provisória regulamentando os novos direitos das domésticas aprovados pelo Congresso. A presidente se reuniu por quase duas horas com ministros e parlamentares e, ao final, defendeu que todos os direitos dados aos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como pagamento de multa de 40% no caso de dispensa sem justa causa, sejam mantidos e estendidos aos trabalhadores domésticos.

Ao se limitar a mandar um documento com sugestões para o Legislativo, entregue aos líderes, o Palácio do Planalto se eximirá de qualquer ônus político caso o Congresso não conceda algum tipo de benefício devido aos trabalhadores regidos pela CLT aos domésticos. "O Congresso é a casa onde os novos direitos terão de ser regulamentados", disse a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, após anunciar a entrega da proposta do Planalto ao senador Romero Jucá, relator do assunto em comissão especial do Congresso.

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O texto enviado por Dilma e a ser discutido pelos parlamentares também incluirá que o pagamento do INSS será de 12% para o empregador e 8% para o empregado, podendo chegar a 11%, dependendo da faixa salarial, mantendo, assim, a regra atual. Em entrevista, a ministra Gleisi disse que este é um "momento histórico" para o País, com a garantia de todos os direitos dos demais trabalhadores aos domésticos. Ela disse ainda que não haverá precarização dos direitos trabalhistas dos domésticos.

Segundo o senador Romero Jucá, que participou da reunião no Planalto, as sugestões do Executivo serão entregues na comissão esta semana para serem discutidas, possivelmente, na semana que vem. "A ideia é garantir o trabalho doméstico, valorizar o emprego doméstico, garantir a igualdade, e o governo marcou posição com o documento que a presidente Dilma entregou" , disse Jucá, acrescentando que a disposição da presidente Dilma é de trabalhar em conjunto com o Congresso. "O governo poderia ter encaminhado um projeto isolado à Câmara, mas preferiu o entendimento, para construção coletiva. E nós vamos trabalhar a quatro mãos, no sentido de dotar o País de uma legislação moderna, simplificada", prosseguiu.

O texto do Planalto não entra em detalhes em relação a cuidadoras e babás, mas prevê três possibilidades de jornadas de trabalho, a serem estipuladas entre empregador e empregado. Oito horas diárias e jornada de 44 horas semanais, com possibilidade de o empregado trabalhar até mais quatro horas extras. A segunda possibilidade é de criação de um regime de revezamento com jornada de 12 horas trabalhadas por 36 de descanso e a terceira, um banco horas, em que as duas partes definem a carga horária de trabalho, com compensação das horas trabalhadas no período de até um ano.

Em relação ao descanso, a proposta é de que o intervalo será de uma hora, podendo ser reduzido para 30 minutos, por acordo entre as partes. Ainda conforme a proposta, é preciso que haja um intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas, respeitando o que diz a CLT, além de um dia de descanso semanal, preferencialmente aos domingos.

A proposta diz que ficam assegurados aos trabalhadores domésticos previdência social, seguro-desemprego, auxílio-acidente e salário-família. Durante a entrevista, a ministra Gleisi não quis especificar, no entanto, quanto isso custará ao País. O governo estava preocupado com o impacto disso sobre o Orçamento.

Em relação ao FGTS, que só passa a ser obrigatório quando o texto for aprovado pelo Congresso, a proposta do Planalto fala em manutenção das regras existentes para todas as demais categorias profissionais. Ou seja, o empregador deverá recolher 8% do salário pago - hoje o recolhimento do FGTS é opcional. Fica mantido o direito à multa rescisória de 40% do saldo da conta do FGTS nos casos de demissão involuntária. O texto esclarece ainda que a inscrição no FGTS não implica obrigações retroativas.

Quanto à possibilidade de trabalho aos feriados, ela é facultativa, desde que haja folga compensatória ou remuneração em dobro. A hora extra tem o adicional de 50% e empregado que trabalhar das 22 às 5 da manhã, precisa receber adicional de 20%. Em relação às férias, elas podem ser divididas em até três períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 14 dias.

No caso de demissão por justa causa, além das regras previstas na CLT, poderão ocorrer demissões nessa modalidade em caso de maus-tratos a crianças, idosos, enfermos e pessoas com deficiências. Pelo texto, haverá um sistema unificado e simplificado de recolhimento incluindo a contribuição previdenciária (do patrão e do empregado), o FGTS e o imposto de renda retido na fonte. A data de recolhimento unificado para o empregador doméstico será no dia 7 de cada mês. Segundo Jucá, as simplificações darão tranquilidade às famílias brasileiras para a preservação do emprego doméstico.

A proposta ainda diz que o governo criará um portal na internet para o empregador doméstico. O site vai permitir o controle de todas as obrigações trabalhistas e fiscais, o cálculo automático dos valores e emissão de guia de recolhimento com código de barras. Com isso, o governo espera facilitar o trabalho do empregador, dar transparência para o empregado e permitir o controle por parte da Receita e do INSS. Já o pagamento do auxílio-creche deverá ser definido pelo Congresso.

Participaram da reunião com Dilma, além da ministra Gleisi e do senador Romero Jucá, os ministros da Previdência, Garibaldi Alves, do Trabalho, Manoel Dias, de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e os deputados Benedita da Silva e Cândido Vaccarezza, que preside a comissão mista responsável pela regulamentação da Emenda Constitucional das Domésticas.

A aprovação da Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013, conhecida como a PEC das Domésticas, deve consolidar mudanças em um cenário que já tem se transformado nos últimos anos. Segundo estudo da Fundação Seade - Dieese, divulgado nesta quarta-feira, a proporção de mensalistas sem carteira assinada diminuiu de 43,2% em 1992 para 26,1% em 2012. "A aprovação da emenda chegou em um momento que algumas mudanças profundas estão sendo alcançadas", avaliou Leila Luiza Gonzaga, analista de mercado de trabalho da Fundação Seade.

Segundo o levantamento, no ano passado, a participação dos serviços domésticos no total dos ocupados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) era de 7% (682 mil pessoas), sendo que as mulheres eram 95,8% deste universo. Os 4,2% de homens na categoria se ocupam, principalmente, como motoristas e jardineiros. Do total de mulheres ocupadas em 2012, 14,7% eram empregadas domésticas, das quais 38,8% mensalistas com carteira de trabalho assinada, 26,1% mensalistas sem carteira e 35,1% diaristas.

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Para Leila, a PEC das domésticas deve mudar esse cenário ampliando, por exemplo, a tendência de migração de mensalistas (com ou sem carteira) para o trabalho de diarista. "Pode acontecer, mas precisamos esperar a regulamentação para conseguir avaliar efetivamente o impacto que a medida trará", afirma. A emenda prevê a ampliação dos direitos dos empregados domésticos - como proteção do salário, jornada máxima de trabalho, horas extras, segurança do trabalho, FGTS obrigatório, entre outros.

Ela destaca que os dados da pesquisa mostram um processo de formalização atualmente. "O número de empregadas domésticas com carteira assinada tem crescido acompanhando o movimento dos ocupados em geral", explica. Isso tem ocorrido também com a valorização dos salários. "Elas têm os seus salários vinculados ao mínimo. A valorização do mínimo nos últimos anos afeta principalmente esse tipo de ocupação de menores salários, como é o caso dos empregados domésticos."

De acordo com o estudo, o rendimento médio real das mensalistas com carteira de trabalho assinada foi de R$ 952 no ano passado, acima do das diaristas (R$ 711) e do das mensalistas sem carteira assinada (R$ 684). Segundo a Fundação, no entanto, como as jornadas de trabalho são diferentes, o rendimento médio por hora é o mais apropriado para comparações. Sob esta ótica, aponta o estudo, as diaristas passam a ter a melhor remuneração (R$ 6,59), seguidas pelas mensalistas com carteira (R$ 5,41) e sem carteira (R$ 4,27).

A pesquisa da Fundação Seade avalia ainda que as mudanças previstas pela emenda, que incluem limite de jornada de trabalho em até 44 horas por semana e pagamento pelas horas extras, atingiriam, se tivessem passado a vigorar em 2012, apenas as trabalhadoras com carteira assinada (29,7%), estimadas em 79 mil mulheres na RMSP. "O fato de essas trabalhadoras continuarem em seus empregos e a fazer horas extras, certamente, dependerá do acerto com os empregadores, o que já as beneficiaria pelo direito de não fazer horas extras, ou receber por isso, aproximando seus direitos aos dos demais trabalhadores formais." De qualquer forma, ficariam excluídas desses direitos as domésticas mensalistas que não possuíam carteira de trabalho assinada, que representavam 26,4% (47 mil) das que cumpriam jornada superior às 44 horas semanais, conforme previsto na legislação.

A analista pondera, no entanto, que mesmo com as melhorias ocorridas no período analisado (1992-2012), como maior formalização, menores jornadas e maiores remunerações - associadas à valorização do salário mínimo nacional e regional -, chama atenção a situação das mensalistas sem carteira assinada, que, além de não serem beneficiadas pela ampliação dos direitos trabalhistas, são as que recebem menor remuneração.

O trabalho mostra que a jornada das empregadas domésticas diminuiu no período analisado. "O maior decréscimo ocorreu entre as mensalistas com carteira de trabalho assinada, que cumprem a maior jornada, apesar da redução de 49 para 41 horas por semana entre 1992 e 2012. O tempo médio trabalhado pelas mensalistas sem carteira de trabalho assinada reduziu-se de 43 para 37 horas semanais, enquanto o das diaristas manteve-se em 25 horas semanais", aponta o estudo.

Houve ainda, no período analisado, a redução da proporção de trabalhadores domésticos que dormem na residência em que trabalham. Em 1992, elas representavam quase um quarto (22,8%) do total de empregadas domésticas. Já no ano passado, esse porcentual caiu para apenas 2,3%.

À espera de um consenso com o governo sobre a regulamentação da Emenda Constitucional que ampliou os direitos das empregadas domésticas no País, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator do projeto no Congresso Nacional, fez uma nova proposta de mudança relacionada à multa de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Antes a favor de reduzir esse porcentual para 10% ou 5%, em caso de acordo entre as partes, Jucá agora sugere ampliar em um ponto porcentual o valor pago mensalmente pelos patrões. O dinheiro formaria um fundo que o empregado receberia ao final da prestação do serviço.

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Ou seja, o senador quer que, em vez de 8% mensais, que continuariam destinados ao FGTS do empregado, o patrão pague 9%. Esse 1 ponto porcentual adicional seria correspondente a uma poupança recebida no ato da demissão. Por exemplo, uma doméstica que ganha R$ 1 mil por mês, teria um banco mensal de R$ 10. Caso fosse demitida 20 meses após começar a prestação de serviço, receberia R$ 200 adicionais de FGTS, em vez da multa de 40% sobre a contribuição do FGTS.

Jucá tem afirmado que a ideia é garantir aos patrões a possibilidade de arcar com os gastos extras que a emenda das domésticas trouxe. Sobre questões financeiras, ele já propôs também unificar as contribuições que passaram a ser obrigatórias - FGTS, INSS, seguro acidente de trabalho - em um único boleto, o Simples, proposta vista com bons olhos pelo governo.

O senador sugeriu, ainda, a redução da contribuição patronal do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) de 12% para 8% e um refinanciamento das dívidas patronais com a Previdência Social, o Refis. Sobre esses pontos, contudo, ainda não há conclusão por parte do Executivo. Uma reunião marcada para ontem para discutir esses assuntos acabou sendo adiada. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Polícia Civil vai investigar possível crime de indução ao racismo praticado por uma empresa de empregos domésticos de Sorocaba (SP). A empresa Lar&Cia Consultoria de Empregos Domésticos mantinha em seu site um formulário de busca de profissionais em que perguntava ao interessado na contratação de domésticos se tinha "preconceito de cor". À pergunta seguiam-se as opções "sim" e "não". O formulário foi parar na internet e mobilizou internautas. O Sindicato das Empregadas Domésticas de Sorocaba e Região quer que o caso seja investigado.

A internauta Luanna Teofillo chamou a atenção da imprensa para o conteúdo do formulário que, segundo ela, mostra que a aparência ainda é requisito para a contratação. O internauta Carlos Silva teve acesso ao formulário e postou sua opinião: "A empresa está simplesmente induzindo o racismo dentro do Brasil. E a lei que proíbe tal procedimento?" Outro internauta que se identificou apenas como Deivid considera que o caso é de liberdade de expressão. "Se não gosta, não é obrigado a gostar e tem o direito de falar que não gosta", escreveu. A empresa havia retirado o formulário de seu site na internet na segunda-feira, 29.

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Na manhã desta terça-feira, 30, a página da Lar&Cia informava que o site está em manutenção. A advogada do sindicato das domésticas, Juliana Maria Martins, considerou a prática absurda. "Repudiamos totalmente qualquer tipo de preconceito. Se o formulário for recolocado, vamos pedir judicialmente a retirada." Segundo ela, como o formulário destinava-se a contratantes, provavelmente as domésticas não tinham conhecimento da referência ao preconceito.

A sócia-proprietária da empresa, Liege Diaz, informou que o formulário foi colocado na página por uma empresa terceirizada que reformulou o site e ninguém se deu conta do conteúdo. Segundo ela, a empresa atua há mais de dez anos na cidade e jamais discriminou qualquer trabalhadora. "Esse problema já foi resolvido e não temos mais nada a declarar", disse.

Ela lava, passa, dá banho e alimenta seus filhos. Ainda oferece atividades didáticas que envolvem coordenação motora, criatividade e autonomia das crianças. Com a aprovação em março da Emenda Constitucional 66, a famosa PEC das Domésticas, mães têm trocado as funcionárias por escolas de tempo integral, que assumiram parte das atividades antes desempenhadas dentro de casa.

Assim que a lei foi aprovada, a psicóloga Fabiana Dias Cardoso, de 37 anos, sentou com o marido e fez as contas: o acréscimo de R$ 1,3 mil no orçamento para deixar Isabela, de 5 anos, o dia todo na escola seria menor que a soma de salário, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), férias, 13º salário, auxílio-creche e hora extra que seriam pagos a Neide, que trabalha em sua casa.

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Ela diminuiu a quantidade de dias trabalhados por semana de três para dois e a menina, que antes ficava até meio-dia na escola, passou a ser buscada pelo pai na volta do trabalho, às 18h30. "Achamos que, mesmo tendo boa parte do orçamento comprometido, seria melhor gastar com a escola. É uma mudança radical, mas fiquei feliz: o desenvolvimento é muito maior", diz Fabiana.

A economista Bianca Iecker, de 36 anos, não teve muita opção. A empregada que a ajudava a cuidar da filha Luiza, de 1 ano e 8 meses, queria mais que a hora extra proposta por ela e pediu demissão. Em vez de contratar outra pessoa, resolveu deixá-la em tempo integral na escola. "Já tinha vontade de colocá-la o dia todo, mas imaginava fazer isso apenas no próximo ano", explica. "Na escola, ela está mais bem assistida do que em casa."

Para o pesquisador do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia (CCE/ Ibre-FGV), Fernando de Holanda Barbosa Filho, essa procura é uma demanda natural, que já era esperada. "As pessoas buscaram alternativas mais baratas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tempo não apagou a importância de profissionais que atuam em muitos lares brasileiros. Não é de hoje que as empregadas domésticas são figuras importantes que mantém organizadas as casas ou empresas da sociedade. Neste sábado (27), é comemorado o Dia da Empregada Doméstica, e, em 2013, há um motivo especial para festejar, uma vez que neste ano foi aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das domésticas.

De acordo com a cartilha “Trabalho Doméstico”, divulgada recentemente Ministério do Trabalho e Emprego, considera-se empregado doméstico o trabalhador maior de 18 anos que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas.

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Segundo o documento, o que diferencia o emprego doméstico é o caráter não econômico da atividade desempenhada no âmbito residencial do empregador. Fazem parte da categoria empregados, cozinheiros, governantas, babás, lavadeiras, faxineiros, vigias, motoristas particulares, jardineiros, acompanhantes de idosos, entre outras. Ainda de acordo com a cartilha, o caseiro é considerado trabalhador doméstico quando o sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa.





A menos de uma semana do feriado de 1.º de maio, Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff não tem sequer um rascunho do projeto de regulamentação dos direitos trabalhistas dos empregados domésticos. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, avisou ao ministro do Trabalho, Manoel Dias, e também ao relator da questão no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que o Palácio do Planalto não tomou nenhuma decisão sobre o assunto.

Garantiu ainda que a definição será costurada em um projeto único, do governo com o Legislativo. Até a quarta-feira, 24, porém, nenhuma reunião entre os ministros e o parlamentar estava acertada. Jucá chegou a dizer que a ideia era finalizar a votação do relatório até o dia 1.º de maio, meta que, aparentemente, não deve ser cumprida.

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A ideia do Planalto é não concorrer com os projetos em estudo no Congresso, mas negociar um texto único. Ontem, porém, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, repreendeu Dias, que declarara publicamente, sem o consentimento do Planalto, ser contrário ao projeto de Romero Jucá. O senador ia apresentar ontem seu relatório, propondo estabelecer em 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a multa ao empregador que demitir doméstico sem justa causa. Esse valor seria reduzido para 5% em caso de acordo entre as partes. Na terça-feira, 23, o ministro do Trabalho disse que o governo iria garantir os mesmos direitos dos demais trabalhadores formais - cuja multa é de 40% do FGTS. Estabelecida a confusão pública, Gleisi pediu a Jucá para suspender a apresentação do relatório e dar mais tempo ao governo.

Cálculos

Procurada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a ministra Gleisi Hoffmann confirmou os planos do governo. De acordo com ela, "muitos cálculos" ainda estão sendo feitos porque é preciso saber qual será o impacto nas contas públicas. A ministra negou, no entanto, que o Palácio do Planalto esteja "disputando protagonismo com o Congresso pela elaboração do texto", já que o senador Romero Jucá também possui uma proposta de regulamentação pronta.

De acordo com a ministra, a presidente Dilma Rousseff pediu um "compromisso com o curto prazo" para a preparação do texto. A presidente ressalvou que quer que toda a legislação seja feita "de maneira responsável", de forma a "assegurar todos os direitos" do trabalhador doméstico.

A ministra acrescentou ainda que o governo está preocupado em não onerar demais o empregador, para evitar que ele "fuja para a informalidade". Gleisi avisou que não há intenção de anunciar um texto final no dia do trabalhador, na semana que vem.

Atraso. Quase um mês depois da aprovação da emenda constitucional - o Senado ampliou os direitos dos empregados domésticos, garantindo-lhes 16 novos direitos, em 26 de abril -, o governo está atrasado na discussão.

Há três semanas à frente da relatoria da regulamentação, o senador Romero Jucá já está com seus dois projetos elaborados - um deles vai tratar dos assuntos trabalhistas, em que se prevê situações vivenciadas na relação de trabalho doméstico; o outro, por sua vez, se refere, somente a questões de ordem financeira e deve regular o pagamento do seguro de acidente de trabalho, INSS e FGTS, além de abordar o refinanciamento das dívidas dos patrões com a Previdência Social, o chamado Refis.

Uma das propostas de Jucá é a criação de um banco de horas para as domésticas, de forma que se possa compensar dias trabalhados a mais ou a menos em determinados dias. O senador também quer definir o que será a justa causa na relação de trabalho doméstico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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