Nesta terça-feira à noite (15), 12 pré-candidatos democratas se reúnem para o debate presidencial, em meio à investigação que pode levar ao impeachment de Donald Trump e ao vendaval causado pelo caso ucraniano envolvendo o ex-vice-presidente Joe Biden.
Nesse contexto, a senadora Elizabeth Warren, que avança nas pesquisas, aproveitará para se distanciar de Biden? E como será o desempenho do senador Bernie Sanders, após o recente ataque do coração?
Estes três fazem parte de um grupo com número recorde de pré-candidatos à Casa Branca, que se enfrentam hoje a partir das 20h locais (21h em Brasília), em Ohio, um Estado-chave nas eleições presidenciais americanas de 2020.
Desde o último debate democrata, em setembro, a cena política americana tremeu, com a abertura na Câmara de Representantes, há três semanas, de uma investigação para um processo de impeachment de Trump.
As reações explosivas do presidente - em guerra aberta contra os democratas - e as reviravoltas da investigação têm ofuscado a corrida eleitoral, com pouco espaço para os democratas nos jornais, que se concentram no caso da Ucrânia.
Em tal cenário, a exceção é o ex-vice de Barack Obama, que se encontra no centro do escândalo. Foi depois da descoberta de que pediu a Kiev que investigasse Joe Biden e seu filho Hunter, que Donald Trump entrou na mira dos congressistas democratas, por suspeita de abuso de poder e de ter pedido a intervenção de uma potência estrangeira para obter ganhos políticos.
Membro do conselho de administração de um grande grupo de gás ucraniano, o Burisma, entre 2014 e 2019, Hunter Biden reconheceu nesta terça que cometeu um "erro" político, ao assumir estas funções no período em que seu pai foi vice. Garantiu, contudo, que nunca exerceu qualquer atividade ilegal.
- Avanço de Warren
Por um lado, o caso parece sinalizar que Trump vê Joe Biden como uma ameaça real, a ponto de pedir ajuda estrangeira para prejudicá-lo. Por outro, a situação é bastante constrangedora para o democrata, acusado publicamente, sem parar e sem provas, por parte do presidente, de corrupção.
Em meio ao escândalo, Elizabeth Warren segue no encalço de Biden. Na última média de pesquisa feita pelo site RealClearPolitics, o ex-vice-presidente aparece com 29,4% contra 23,4% da senadora.
Ex-professora de Direito em Harvard, ela ultrapassou com folga o também senador independente Bernie Sanders (15,6%), com quem divide o rótulo dos mais progressistas das primárias.
A senadora foi poupada por seus rivais nos três primeiros debates, com os ataques concentrados no grande favorito, Biden. Sua ascensão pode transformá-la em alvo hoje à noite e, neste caso, todas as atenções se voltarão para sua capacidade de resposta.
Bernie Sanders também será observado de perto durante as cerca de três horas deste longo debate. Aos 78 anos e depois de seu infarto em 1º de outubro, o senador garante que manterá uma "campanha dinâmica". Há muitas dúvidas, porém, quanto às suas condições de levar até o fim uma extenuante campanha presidencial.
O mais jovem dos candidatos, o prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, está em quarto, com 5,2%.
Completam a lista: a senadora Kamala Harris, o ex-representante da Câmara Beto O'Rourke, o jovem empresário Andrew Yang, o senador Cory Booker, a senadora Amy Klobuchar, o magnata californiano Tom Steyer, o ex-secretário da Habitação no governo Obama Julian Castro e a representante Tulsi Gabbard.