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Os elementos do Candomblé, religião de matriz africana, vão ganhar um espaço no universo dos super-heróis da Warner Bros. Pictures no filme ‘Iemanjá – Deusa do Oceano’. O longa é uma produção nacional independente resultante da parceria entre a Warner e a Ventre Studio. A direção é assinada por Carlos Saldanha, de ‘Cidade Invisível’ e franquias como ‘A Era do Gelo’ e 'Rio'; já a produção executiva do projeto leva assinatura de Camila Pitanga. 

O filme vai contar a história de Iemanjá, orixá bastante popular no Brasil, também conhecida como a Rainha do Mar. Com Ogum, o Deus da Guerra, como mentor, Iemanjá tentará entender seus poderes ao enfrentar Iansã, orixá cultuada como Deusa das Tempestades. O longa ainda não tem previsão de estreia. 

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Para dar corpo ao roteiro, o projeto escalou Renato Noguera, professor na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e pesquisador no Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas, como consultor. O time criativo conta ainda com Ivan Reis, que atua no mercado de quadrinhos há mais de 25 anos, sendo 18 deles na DC Comics. É ele  o responsável pela identidade visual dos personagens do filme. 

 

Desde fevereiro, a série "Cidade Invisível" (Netflix), que mescla investigação policial e elementos do folclore brasileiro, tem depertado o interesse do público. A produção alcançou o top 10 das produções mais assistidas na plataforma em mais de 40 países. Após o feedback positivo do espectador e da crítica, demorou menos de um mês para a atração ter uma segunda temporada confirmada.

Muitos tiveram uma experiência única ao assististir a série e puderam, de alguma maneira, reconhecer parte da identidade nacional. Foi o caso da universitária Thayse Gandra, 21 anos. "Foi diferente porque ela [a série] trata o folclore como ponto principal e não como pano de fundo. É muito legal saber que o estrangeiro aceitou bem a série, porque nossa cultura é muito rica. Isso mostra um lado artístico, um lado humano. Nossa história agora está sendo contada", comenta.

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A estudante se sentiu nostálgica em alguns momentos da série. "Os episódios me lembraram as produções brasileiras que eu assistia quando criança, como 'Sítio do Picapau Amarelo' [Globo, 2001-2007]. Também me lembrei das histórias que meus avós me contavam. Eu gostava e achava que alguns seres, como a Mula sem Cabeça, viriam atrás de mim se eu ficasse esperando de noite no portão. Essas e outras lembranças foram revividas por causa da série", conta.

Para a professora de antropologia cultural Rachel Panke, "Cidade Invisícel" é uma grande oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo suas belezas naturais e a riqueza cultural. "Muitos twitte’s revelam que várias pessoas ficaram com vontade de aprender a língua portuguesa por causa da série. A repercussão é interessante porque mostra globalmente a diversidade cultural brasileira, para além de vários estereótipos", comenta. A antropóloga afirma que a série pode contribuir no sentido de publicizar as riquezas culturais brasileiras para além da visão parcializada e fragmentada do Brasil sobre Carnaval e futebol.

Segundo a especialista, além de revisitar o folclore, "Cidade Invisível" propõe um novo caminho para as produções nacionais no mercado audiovisual. "Percebeu-se que os reflexos na mídia internacional, utilizando nossas riquezas, aquilo que é genuinamente brasileiro, tem um apelo lá fora. Talvez até as pessoas do exterior valorizem mais do que nós mesmo. Nossa riqueza, nosso quintal", explica.

De olho nas lendas

De acordo com Rachel, todos as lendas e mitos apresentados em "Cidade Invisível" ajudaram a construir o imaginário popular, passado pelas gerações por meio de histórias. Todos eles, auxiliaram de alguma forma a mostrar uma relação com a natureza. "O Brasil é reconhecido por ter essa riqueza. Mas que riqueza é essa? Sabe-se que é rico. Desta forma, através da série, é possível materializar essa riqueza", afirma.

Os personagens apresentados na atração, como Saci, Cuca e Boto-Cor-De-Rosa são, segundo a antropóloga, pautados na cultura indígena e trazem um debate sobre os espaços culturais e a preservação. "Isso mostra uma fluidez dos conteúdos que foram relacionados. Quanto mais conhecedores da nossa rica cultura tivermos, mais pessoas passarão a valorizar e por consequência, uma pretensão maior para proteger", aponta.

A forma como a produção abordou as lendas e mitos folclóricos, como pessoas disfarçadas no ambiente urbano carioca, traz uma visão mais modernizada desses personagens. "A série é uma luz no fim do túnel, para a ressignificação do nosso folclore. Para o público internacional, é um novo olhar sobre as riquezas naturais de nosso país. Promovendo então, essa valorização e a divulgação de tanta diversidade, fruto da nossa miscigenação", finaliza Rachel.

Ao longo de todo o mês de outubro, escolas infantis e de idiomas, restaurantes e casas de festas em todo o Brasil tomam emprestados os elementos do Halloween para marcar a tradição que culmina neste sábado (31). A cultura estrangeira tem ganho cada vez mais adeptos em território nacional, no entanto, nesse mesmo dia, por aqui, também é celebrada uma figura extremamente brasileira: o Saci Pererê. 

O negrinho zombeteiro de uma perna só, um dos personagens mais conhecidos do folclore do país, foi o escolhido para marcar este como um dia de defesa da cultura nacional. No Brasil, existem várias associações de criadores e observadores de saci que lutam para que a memória e história do serzinho mítico permaneçam vivas através das gerações. A criação do Dia do Saci foi um dos esforços levantados por essas pessoas apaixonadas por essa cultura. 

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Para os criadores, manter os sacis - porque existem várias espécies deles - vivos é uma missão que pode ser compartilhada por qualquer um de maneiras simples. Além daqueles mais tradicionalistas, que chegam a fazer caminhadas em matas, distribuindo alimentos e água para os sacis se manterem, existem os que usam de outros meios para criar e cuidar de um saci. Para eles, disseminar as lendas e histórias do personagem talvez seja a forma mais fácil de perpetuar sua existência e isso pode ser feito através de livros, filmes e até músicas.

O LeiaJá preparou algumas dicas para você também criar o seu saci e ajudar a manter esse serzinho tão carismático e brasileiro mais vivo do que nunca. 

Um dos primeiros livros sobre a figura do saci, lançado em 1918,  foi um compilado de relatos de pessoas de todo o país que garantiram ter tido algum contato com o ser. Monteiro Lobato reuniu as histórias, primeiramente publicadas no jornal O Estado de São Paulo, e assim, ajudou a disseminar no imaginário popular as lendas sobre o negrinho de uma perna só. Anos mais tarde,  ele publicaria O saci, resgatando o mito em meio aos personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo. 

O escritor Monteiro Lobato é apontado como um dos maiores  responsáveis pela popularização do saci no Brasil. Foto: Reprodução

A Turma do Pererê - 365 dias na Mata do Fundão - Ziraldo

A Turma do Pererê, criação do cartunista Ziraldo, surgiu na década de 1960. A turminha é inspirada nos povos indígenas e lendas folclóricas brasileiras e é comandada pelo personagem mais carismático da mitologia nacional. Em 2006, a Turma do Pererê foi escolhida como uma das 100 melhores histórias em quadrinhos do século 20. 

Saci Pererê - 100 anos do Inquérito

Nesta revista, alguns colecionadores de saci se reuniram para celebrar o centenário da publicação de Monteiro Lobato, porém, sem repeti-la. Aqui a ideia é mostrar como o mito manteve-se vivo e até ganhou novas formas e se modernizou com o passar do tempo através do tempo. Também visa mostrar um olhar diferente ao de Lobato, que acabou criando o seu compilado a partir dos escritos de uma elite letrada que tinha acesso à informação no início do século 20. 

Baseada nos personagens de Monteiro Lobato, a série leva para a tela a boneca falante Emília, o Visconde de Sabugosa, a menina Narizinho e algumas lendas do folclore brasileiro, entre elas, o saci. A primeira versão da série foi exibida na década de 1970, na TV Globo. Nos anos 2000, o programa ganhou um remake, que atualmente está disponível no Globoplay. 

Turma do Pererê

A turminha criada por Ziraldo também ganhou uma versão audiovisual. O programa mostrava as peripécias de Pererê e seus amigos  utilizando recursos de dramaturgia, animação, música e linguagem dos quadrinhos. A série é voltada para crianças e adolescentes. É possível assistir a alguns episódios no site da TV Brasil. 

Criação no headphone

O Saci Pererê tem aparições registradas em algumas músicas do cancioneiro popular brasileiro também. Seja de forma sutil, ou mais escancarada, o negrinho já foi bastante cantado por grandes artistas nacionais.

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Os alunos do curso de Fotografia da Universidade de Guarulhos (UNG) se empenharam em mais uma exposição digital, a "Retratos Brasileiros", que apresenta imagens de pessoas anônimas, onde a peculiaridade e os diversos traços culturais são capitados de forma sensível. A mostra estará disponível na Galeria CAM, no Instagram.

Diante dos brasileiros, os alunos puderam conhecer suas histórias antes de fazer o clique. "Minha inspiração para retratar foi o próprio senhor José de Campos [91 anos], que me contou sua história de vida. Um dos pontos que mais quis enaltecer era a idade dele, que está representada em suas mãos calejadas, já que ele trabalhou com construção", comenta o fotógrafo Guilherme Tiotonio, 22 anos. "A fotografia proporciona congelar e guardar tudo o que acho interessante, desde uma pessoa a um objeto. Isso me fascina", complementa. 

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A partir de vários ângulos, alunos, que tiveram a orientação dos professores do curso Maria Aparecida Ruiz e Daniel Herrera, retrataram em detalhes os traços de cada pessoa, em busca da mistura do que é ser brasileiro, e desenvolveram um olhar apurado para chegar a uma fotografia intimista, que carrega a representatividade em sua essência. "A diversidade de traços do povo brasileiro poderia ser representada até mesmo por um autorretrato, porém o exercício de olhar o outro é fundamental para o reconhecimento", comenda Herrera.

 

Esta língua é como um elástico que espicharam pelo mundo. Tal como diz o poema de Gilberto Mendonça Teles, escolas do Brasil, Estados Unidos e Angola se valem do português para aproximar estudantes e professores dos três países, ampliando assim a troca de experiências e o conhecimento sobre os costumes e a língua falada em cada um deles.

Em Utah, Estado da região oeste dos Estados Unidos, alunos do 1.º ao 5.º ano de seis escolas têm metade das suas aulas em inglês e a outra, em português. A experiência começou em 2012 com duas escolas, mas foi expandida para seis neste ano, alcançando 1,5 mil estudantes - no próximo, a previsão é que deva chegar a 2 mil alunos.

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Casada com um brasileiro, a educadora americana Jamie Leite diz que sempre foi apaixonada pela língua portuguesa e viu a oportunidade de difundir o idioma quando, em 2008, foi aprovada uma lei estadual criando um programa de imersão bilíngue em escolas públicas de Utah. Na época, o foco era ensinar chinês, espanhol e francês. Por isso, a proposta de Jamie encontrou resistência.

"No princípio foi difícil achar alunos em número suficiente. Muitos brasileiros (que moram em Utah) desejavam que seus filhos aprendessem o inglês e o português ficava em segundo plano. Com o passar do tempo, a comunidade pode perceber que a criança ganha um novo idioma, sem perder sua língua natal", diz Jamie, que é diretora do programa.

A maioria das crianças atendidas é americana, mas Jamie conta que os alunos brasileiros enriquecem e acrescentam novos conhecimento às aulas. Dos 28 professores do programa, oito são brasileiros. Para Jamie, os benefícios do aprendizado do português vão além dos ganhos cognitivos. "Ser bilíngue, ser alfabetizado e letrado em dois idiomas, ser multicultural, ser um cidadão do mundo."

Blog

A princípio o que uniu os alunos do 3.º ano do ensino fundamental do colégio Internacional Ítalo Brasileiro, em Moema, em São Paulo, aos estudantes da mesma série da Sherman Elementary School, em Nova York, foi a língua inglesa. Os professores decidiram montar um blog colaborativo onde as crianças americanas fariam perguntas e as brasileiras responderiam em inglês, para treinar o idioma em uma conversa real.

Mas, quando colocado em prática, o projeto mostrou que os estudantes americanos queriam saber muito mais sobre o Brasil, os costumes e a língua portuguesa. "A escola trabalha com a difusão de cultura, mas dessa vez os alunos tiveram a oportunidade contar o que é seu, de valorizar o que tem. É uma forma de melhorar nossa autoestima, de desenvolver a consciência da cidadania de maneira concreta e saudável", afirma Maria do Carmo Fagundes, Diretora de Língua Estrangeira do Weducation, grupo responsável pelo projeto.

Os alunos americanos perguntaram sobre a rotina das crianças brasileiras, sobre a natureza e os monumentos do Brasil e pediram a receita de comidas típicas, como brigadeiro e feijoada. "Foi uma experiência legal, nunca tinha parado pra pensar que temos tantas coisas que são só nossas e, por isso, só têm nome em português", diz a aluna Helena Lezier, de 9 anos.

Já no colégio Humboldt, em Interlagos, os alunos do 1.º ano do ensino médio trocaram cartas com adolescentes de uma escola em Luanda, em Angola, para obter informações sobre suas culturas e perceber as diferenças entre a língua portuguesa em cada país. "Foi a forma que achei para mostrar o quanto a nossa língua é viva e está em mutação, o quanto expressa a cultura de um povo. Assim, os alunos se mostraram mais interessados pelo português e pelas aulas. E também pudemos trabalhar o Acordo Ortográfico e o gênero textual carta", diz a professora Carolina Yokota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Papo de Negocios, foi criado pelo Sistema Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com o objetivo de dissiminar conhecimentos para ajudar internautas a dirigir seus negócios durante o período da Copa do Mundo. Este terceiro encontro acontece até a sexta-feira (26). 

O evento on-line será feito por profissionais do governo e da rede privada e funciona como uma entrevista coletiva. Cada convidado postará um video para incentivar os debates. Posteriormente, até sexta-feira (26), serão postado videos diariamente por volta das 15h com as respostas das dúvidas dos participantes. 

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A terceira edição do evento, promovido pelo Sebrae, terá foco nas oportunidades do setor cultural, devido a criação de novos modelos e serviços. Os organizadores e patrocinadores querem direcionar perspectivas comerciais da Copa para artigos com identidade regional, com maior diversidade iconográfica, representativos da cultura brasileira.

O evento online acontece no site do Papo de Negócios

Dramaturgo, romancista, poeta e um dos maiores defensores da cultura nacional, Ariano Suassuna tem opiniões fortes (apresentadas de maneira muito descontraída) sobre o momento atual da cultura brasileira. Palestrando sobre o tema “Cultura como princípio educativo”, Suassuna encerrou o 4° Congresso Marista de Educação – Edição Internacional, que reuniu cerca de três mil pessoas,  com o propósito de possibilitar aos educadores e gestores educacionais o diálogo, bem como a apropriação de conceitos sobre a educação da infância e da juventude na contemporaneidade, a fim de propor políticas e práticas que promovam o direito ao ensino de qualidade.

Ariano Suassuna mostrou para o público presente como a cultura pode afetar na educação dos jovens. Para o escritor, é preciso apresentar uma cultura de qualidade e que perdure. “Êxito é diferente de sucesso. O sucesso faz muito barulho, mas é efêmero; já o êxito fica, ele é duradouro”, afirmou, de acordo com a assessoria de imprensa do evento.

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O congresso aconteceu entre os dias 17 e 20 de julho, e discutiu, entre outros temas, as Experiências Internacionais em Educação. Esse painel, contou com a participação de Maria Figueiredo Cowen, Jason Buck e Fernando Haddad, ex-ministro da Educação.

Haddad falou a respeito do trabalho realizado pelo Brasil em relação à educação, afirmando que o cidadão deve ser protagonista no processo do conhecimento e que isso é um processo social que depende de todos. O ex-ministro lembrou que o país investe hoje 5% do PIB em educação e que há uma preocupação com o ciclo completo de educação, desde a Educação Infantil até a Pós-Graduação. Haddad acredita que no século XXI, diferente do século passado, o compromisso com a educação veio para ficar.

Cultura de Vida e Sustentabilidade

Ao lado de Leonardo Boff e Cipriano Luckesi, Marina Silva participou do painel Cultura de Vida e Sustentabilidade, no qual utilizando sua própria vida como exemplo, discutiu sobre ética, educação e o conceito de sustentabilidade. Marina expôs sua experiência como professora e falou sobre a alfabetização que recebeu após seus 16 anos. “Educação gera igualdade de oportunidade e eu sou um exemplo disso”, comentou, segundo informações da assessoria de imprensa. A ex-senadora enfatizou, ainda segundo a assessoria, que “sustentabilidade não é uma maneira de fazer, e sim uma maneira de ser” e que o grande desafio de hoje é “buscar a verdadeira cultura de sustentabilidade”.

Com informações da assessoria do 4° Congresso Marista de Educação.

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