"The Crown" arrasou nas categorias de séries dramáticas do Emmy neste domingo (19), finalmente coroando a Netflix com um dos principais prêmios da grande noite da televisão, e a gigante do streaming também foi consagrada com o prêmio de melhor minissérie por "O Gambito da Rainha".
A Netflix transformou o panorama da televisão desde que criou sua primeira série original em 2012, mas nunca tinha faturado nenhum dos principais prêmios do Oscar da TV até este domingo.
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Já nas categorias de série de comédia, "Ted Lasso", da Apple TV+, foi a grande vencedora.
Um público reduzido de astros da televisão se reuniu para a primeira edição presencial do evento em dois anos em um auditório parcialmente aberto em Los Angeles devido às preocupações ainda existentes com a Covid-19.
"Teremos uma festa agora. Estou sem palavras, estou muito, muito agradecido", disse o criador de "The Crown", Peter Morgan, que discursou remotamente de um auditório em Londres, acompanhado do elenco e de outros colegas.
A quarta temporada da superpopular série sobre a realeza britânica retratou o casamento conturbado do príncipe Charles e da princesa Diana.
Olivia Colman, que conquistou um Oscar por interpretar a rainha Anne da Inglaterra em "A Favorita", levou o Emmy de melhor atriz ao encarnar sua descendente, a rainha Elizabeth II, em "The Crown".
Ao receber a estatueta, Colman homenageou seu pai, que faleceu durante a pandemia de covid-19, e que "teria adorado tudo isto". Muitos apostaram que o prêmio iria para sua colega de elenco, Emma Corrin, que interpretou a jovem Diana na série.
Josh O'Connor, ganhador do Emmy de melhor ator por interpretar Charles, referiu-se a Corrin como uma "força da natureza".
Foram "os dois anos mais recompensadores da minha vida", disse sobre seu trabalho na série.
"The Crown" também faturou os prêmios de melhor atriz e ator coadjuvantes para Gillian Anderson no papel de Margaret Thatcher e Tobias Menzies no papel do príncipe Philip de Edimburgo, bem como de roteiro e direção.
No total, incluindo os prêmios técnicos entregues antes da cerimônia deste domingo, "The Crown" somou 11 - empatando com "O Gambito da Rainha", e um atrás do recorde para uma série dramática, mantido por "Game of Thrones".
- 'Volta sexy' -
"O Gambito da Rainha", uma minissérie sobre uma problemática órfã que arrasa no mundo do xadrez profissional, fez dispararem as vendas de tabuleiros de xadrez quando foi lançada, em outubro passado.
"Você trouxe de volta o lado sexy ao xadrez e inspirou uma geração inteira de meninas e jovens mulheres a perceberem que o patriarcado simplesmente não tem defesas contra nossas rainhas", disse o produtor-executivo da série, William Horberg, à sua estrela, Anya Taylor-Joy.
"A única coisa que nenhum algoritmo pode prever e nenhum orçamento bilionário pode produzir é o boca a boca", disse ele sobre o sucesso mundial da série.
Mas o prêmio de melhor atriz de minissérie dramática foi para Kate Winslet no papel da detetive de uma cidade pequena em "Mare of Easttown", que também rendeu o prêmio de melhor atriz e ator coadjuvantes para Julianne Nicholson e Evan Peters.
"Eu só quero reconhecer minhas colegas indicadas nesta década que se trata de mulheres apoiando umas às outras", disse Winslet.
Ela elogiou os criadores da minissérie por terem concebido "uma mãe de meia idade, falha, imperfeita... Vocês nos fizeram sentir reconhecidas".
Ewan McGregor ficou com o prêmio de melhor ator de minissérie dramática por seu papel em "Halston".
- 'Droga de ano' -
O sucesso mundial da Apple TV+ "Ted Lasso" conquistou o Emmy de melhor série de comédia.
Jason Sudeikis levou o prêmio de melhor ator no papel de um técnico de futebol americano que precisa assumir o comando de um time de futebol.
"Que droga de ano", disse Sudeikis. "Eu diria que esta série é sobre família, mentores e professores, esta série é sobre colegas de time".
"E eu não estaria aqui sem estas três coisas na minha vida", acrescentou ao receber a estatueta.
A série levou os dois primeiros prêmios nas categorias de melhor ator e atriz coadjuvantes em série de comédia.
Mas perdeu os de roteiro e direção de comédia para "Hacks, cuja estrela, Jean Smart, ganhou o Emmy de melhor atriz por interpretar uma diva decadente que luta para salvar sua casa em Las Vegas.
A atriz veterana foi aplaudida de pé e prestou uma homenagem emocionada a seu marido, o ator Richard Gilliland, que morreu seis meses atrás.
Estes Emmys foram os primeiros para a plataforma HBO Max.
- 'Muitos de nós' -
Os rappers LL Cool J e Lil Dicky e a atriz Rita Wilson encabeçaram um número musical para abrir a cerimônia e cantaram, juntamente com outros artistas, uma versão de "Just A Friend", do rapper falecido Biz Markie, fazendo rimas com as séries indicadas ao Emmy.
Ao contrário da cerimônia virtual do ano passado, uma estrita lista de 500 indicados se reuniram sob estritas medidas sanitárias, inclusive comprovantes de vacinação contra a Covid-19.
Mas depois do número musical, o ator Seth Rogen brincou, dizendo "há muitos de nós neste quartinho".
"Por que há um teto? É mais importante que tenhamos três candelabros do que termos certeza que não vamos matar Eugene Levy [da série 'Schitt's Creek'] esta noite", acrescentou.