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A bancada do PSDB no Senado Federal vai se reunir na próxima terça-feira, 09, para firmar posição contrária ao texto da chamada PEC dos precatórios. "Em respeito a compromissos históricos, os senadores defenderão o legado do partido. O PSDB tem convicções já demonstradas de que é possível equacionar políticas de auxílio e distribuição de renda sem ferir de morte o frágil equilíbrio fiscal, ameaçado pela PEC", afirmou o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo.

Em votação apertada, a Câmara dos Deputados aprovou nesta madrugada, em primeiro turno, por uma margem de apenas quatro votos, o texto-base da PEC dos precatórios, que abre espaço de R$ 91,6 bilhões no Orçamento de 2022 para o pagamento do Auxílio Brasil e outros gastos, durante o ano de eleições gerais no País.

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Considerada fundamental pelo governo para bancar o novo Auxílio Brasil, considerado pela oposição uma das principais bandeiras eleitorais do presidente Jair Bolsonaro, na tentativa de conquistar um segundo mandato consecutivo em 2022, a articulação do governo, capitaneada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), contou com votos de siglas que estão na oposição, como o PSDB, PSB e PDT, com 312 deputados votando a favor da proposta e 144 contra.

Na contramão da bancada do Senado, a votação do primeiro turno da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados contou com o apoio dos tucanos, quando 22 dos 32 deputados da sigla votaram favoravelmente, seis (da bancada paulista) votaram contra e três se abstiveram. Araújo não se manifestou sobre o racha do partido na Câmara. Postulantes a presidenciável da sigla nas eleições gerais do ano que vem, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também se manifestaram contrários à PEC.

Após a aprovação em primeiro turno, os deputados irão analisar agora os destaques ao texto e votam a matéria em segundo turno. A previsão é que isso ocorra, segundo informou o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), na próxima terça-feira, 09. Apenas depois disso o texto será analisado pelo Senado.

De 81 senadores, seis em exercício são do PSDB: Izalci Lucas (DF), José Aníbal (SP), Mara Gabrilli (SP), Plínio Valério (AM), Roberto Rocha (MA) e Rodrigo Cunha (AL).

O presidente nacional do PSDB destacou ainda que, como partido que introduziu os programas de transferência de renda no nível federal, a sigla tem a consciência de que todas as ações de Estado com intuito de proteger os brasileiros mais vulneráveis não podem gerar inflação, recessão e descontrole, por desrespeitar os limites do orçamento. "A conta retorna justamente para os mais pobres. O partido irá discutir propostas alternativas e o PSDB no Senado será nossa trincheira na defesa de programas de transferência de renda que não gerem inflação", declarou Araújo por meio de nota.

Sem temer represálias do Partido dos Trabalhadores (PT), o senador Paulo Paim (PT-RS) presidiu nesta sexta-feira (3), com o a colaboração do deputado estadual Edílson Silva (PSOL-PE) e a participação de várias entidades sindicais, uma audiência pública contra o Projeto de Lei (PL) 30 do Senado. A matéria que trata da terceirização dos trabalhadores é fortemente criticada pelo petista e vista como um “retrocesso”. O debate ocorreu no Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

A proposta discutida nesta sexta em Pernambuco já percorreu sete estados e deve passar por todos os demais com o intuito de fortalecer a ideia contrária ao PL. “Esta é uma luta de todos nós. Acho que ela ultrapassa a sigla partidária, nós estamos atravessando todo o país. Vamos aos 27 Estados entendendo que o Projeto da Terceirização que saiu da Câmara dos Deputados é um retrocesso”, avaliou. 

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Considerando que a “a vitória da derrubada deste projeto é a vitória do povo brasileiro”, o senador trouxe dados sobre a pauta. “Está comprovado que o trabalhador terceirizado recebe menos 30% do que aquele que está na ativa. Está comprovado que há muito mais acidentes de trabalho entre os terceirizados do que aqueles que não são terceirizados. A cada dez acidentes numa empresa, oito são terceirizados e a cada cinco mortes, quatro são de terceirizados. Não há motivo nenhum que justifique você retirar do trabalhador o que manda a CLT e a Constituição e dizer que daqui para frente ele vai ser trabalhador de aluguel”, dispara.

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Além do debate sobre o PL, Paim deixou claro discordar de ações do governo que faz parte. “Mas claro que eu aproveito este momento para falar do setor previdenciário, do reajuste dos aposentados, e em defesa da própria democracia de ajustes”, descreveu. 

Indagado se temia a represálias petistas, ele frisou que a maioria das legendas era contra a matéria. “Primeiro que na terceirização não há resistência. Todos os partidos de centro-esquerda são totalmente favoráveis à derrubada deste projeto: o PL 30 no Senado. O que houve discordância houve, é real”, disse, demonstrando insatisfação. 

De acordo com o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Alepe, Edílson Silva, o PL busca generalizar a precarização do trabalho no Brasil. “Nós precisamos construir a nível nacional, uma movimentação ampla. É só na pressão popular que iremos conseguir reverter esta pressão de força no Congresso Nacional. Aceitar a terceirização da forma que está colocando ai o PL é aceitar a terceirização com o que há de mais rebaixado no nosso país”, acredita o parlamentar.

Para o coordenador do Fórum Nacional em Defesa dos Trabalhadores na audiência de hoje, e representante da Associação Latino Americana dos Advogados Laboralistas (ALL), Maximiliano Garcez, o projeto transforma pessoas em mercadoria. “As pessoas podem ser alugadas, vendidas e quando ficam doentes são jogadas fora, terceirizadas, quarterizada, quinterizada. É isso que o projeto faz: o trabalhador vira uma peça descartável que o empresário pode fazer o que quiser sem responsabilidades. Não é aquela terceirização que os empresários dizem que é para poder se dedicar para função principal da empresa e terceirizar o que é segunda, não. O projeto diz que a empresa não tenha funcionários, fique só com CNPJ e fique alugando gente como se fosse à época antes da Lei Áurea”, criticou. 

Também presente no evento, o juiz do trabalho Hugo Melo Filho pontuou que a terceirização sempre é prejudicial aos trabalhadores, porque ela coloca as pessoas numa condição precária. “Os trabalhadores terceirizados ganham menos dos que os trabalhadores contratados. Eles não têm a mesma proteção em relação aos acidentes de trabalho e uma série de outras vantagens que são reconhecidas em acordos coletivos de trabalho. Por isso mesmo, os juízes do trabalho e todos os outros que estão aqui, se colocam contrário ao PL 30/2015, de uma vez que ele vai permitir a terceirização em todas as atividades empresariais, inclusive, na chamada atividade fim”, esclareceu. 

A audiência contou ainda com representantes da Associação dos Magistrados do Trabalho da 6ª Região (Amatra 6) e outras entidades nacionais e regionais, como Associação dos Advogados Trabalhistas de Pernambuco (AATP)  e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). 

Em debate no plenário do Senado nesta terça-feira (19) sobre o projeto de lei que permite a terceirização da atividade fim no mercado de trabalho, o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), afirmou que a proposta “fulmina os direitos fundamentais dos trabalhadores”. Segundo o petista, a proposta precariza integralmente as relações trabalhistas, dispersa a organização sindical e inviabiliza acordos e convenções coletivas.

A sessão plenária temática organizada pelo Senado durou mais de cinco horas e contou com a participação de representantes do governo, dos empresários, dos trabalhadores, do Ministério Público e especialistas.

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No discurso na tribuna, Humberto Costa ressaltou que a proposta, já aprovada pelos deputados, atinge as atividades fim das empresas e redunda no achatamento dos salários dos trabalhadores e na chamada “pejotização” das relações laborais, com indivíduos sendo contratados à margem de férias, 13º, descanso remunerado, FGTS e direito à previdência social. 

“Não vamos permitir navios negreiros modernos neste país e, sobretudo – como bem disse Castro Alves no poema em que denunciou esse crime contra a humanidade – não vamos deixar que a nossa bandeira seja emprestada para cobrir tanta infâmia e covardia”, declarou.

O parlamentar acredita que nenhum trabalhador do país é favorável a esse “desmonte violento” da CLT pelo Projeto de Lei nº 4.330/2004, numerado no Senado como PLC nº 30/2015, que é abominado pela própria Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

“Diz a OIT, em seu relatório anual publicado ontem, que este projeto que hoje está no Senado ameaça deixar um número ainda maior de trabalhadores brasileiros sem direitos e aumentar a desigualdade”, lembrou.

Para o líder do PT, não há dúvidas de que há aspectos que precisam de urgente regulamentação no setor de terceirização. Ele destacou, porém, que isso não significa aproveitar uma lacuna legal a ser preenchida para arrombar de vez a porteira dos direitos e colocar na conta dos trabalhadores a solução para os problemas econômicos.

Voto contrário - O senador reafirmou, ainda, que a bancada inteira do PT no Senado, assim como ocorreu com o partido na Câmara, votará contra a proposta. As entidades sindicais prometem fazer uma greve geral contra o projeto da terceirização no próximo dia 29.

*Com informações da assessoria

O PSB do Acre deve formalizar ainda esta semana o apoio à presidente e candidata a reeleição Dilma Rousseff. O presidente do PSB/AC, Gabriel Gelpke, viaja até sexta-feira (10), para Brasília para declarar oficialmente a decisão do partido. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira pelo vice-governador César Messias, eleito deputado federal pela sigla.

O PSB é um partido que há mais de 20 anos integra a Frente Popular do Acre. Foi um entendimento entre César Messias e o então pré-candidato à presidência Eduardo Campos que consolidou a permanência da sigla na FPA, montando palanque próprio para a campanha presidencial no Acre. Essa situação se manteve com Marina candidata.

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Agora, com o novo cenário de composições políticas para o segundo turno, a posição do PSB do Estado é formalizada no mesmo instante em que Marina se aproxima do PSDB. "Nós vamos apoiar Dilma Rousseff e vamos continuar apoiando o governador Tião Viana", reforçou Messias.

O senador e pré-candidato à presidência da República, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, para defender a proibição do financiamento de origem privada nas campanhas eleitorais. O senador foi acompanhado dos deputados Chico Alencar (RJ), Jean Wyllys (RJ) e Ivan Valente (SP), para eles esse tipo de financiamento é a principal fonte de corrupção no processo político-eleitoral.

Teori é o autor do pedido de vista que adiou o julgamento, em curso no STF, da ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4650) contra trechos da legislação eleitoral. Ajuizada em 2011 pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a ação já tem quatro votos a favor entre os 11 ministros da Corte. Luiz Fux, relator da ADI, Dias Toffoli, Joaquim Barbosa e José Roberto Barroso votaram pela procedência da ação.

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Para Randolfe, a questão do financiamento de campanhas, com a proibição taxativa de financiamento privado, é a mais importante medida moralizadora do sistema político brasileiro e deve valer já para as próximas eleições.

*Com informações da Agência Senado

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