[@#video#@]
O Museu de Artes da UNAMA – Galeria Graça Landeira retornou às atividades na última quarta-feira (1), após dois anos inativo, com a exposição "Contemporâneos Modernos, Modernos Contemporâneos – Volume 1". O evento foi realizado em parceria entre os museus da UNAMA - Universidade da Amazônia e Universidade Federal do Pará – UFPA, com curadoria dos professores do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura da Universidade da Amazônia (PPGCLC – UNAMA) Jorge Eiró, arquiteto, e Mariano Klautau Filho, comunicólogo. A exposição também contou com a presença do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, e da reitora da UNAMA – Universidade da Amazônia, Betânia Fidalgo. A galeria fica na UNAMA Alcindo Cacela, em Belém.
##RECOMENDA##
Jorge Eiró é também artista plástico e está na curadoria desde os anos 1990. O arquiteto diz que seu desejo é que o público desfrute de todas as possibilidades de interpretação, acolhimento e percepção que as obras dão.
“Acho que esse público vai encontrar um repertório muito diversificado da produção artística contemporânea brasileira, em que a figura humana está presente nas suas mais diversas interpretações, o que, certamente, para o grande público, vai possibilitar inúmeras interpretações, inúmeras viagens em torno dessas escolhas que nós fizemos e que nortearam o nosso trabalho”, afirma.
Jorge destaca que o eixo temático da exposição é a figura humana, em suas representações e desfigurações, e que a apresentação da arte se dá em diversas formas por meio de fotografias, pinturas, esculturas e vídeos. Eiró também evidencia seu anseio pelo retorno ao circuito normal das exposições.
Em relação à ligação entre arte e arquitetura, o curador acredita esse elo é algo intrínseco às duas áreas. Para ele, a arte é um elemento indispensável e um componente estético essencial para quem faz arquitetura.
“Durante muito tempo a arquitetura também foi considerada uma grande arte, pois ela englobava todas as manifestações artísticas do seu espaço. Hoje, no contemporâneo, essas relações são diferentes, mas esse vínculo entre arte e arquitetura continua sendo indissociável”, reforça.
Por volta de 2009-2010, Mariano Klautau Filho iniciou na jornada da curadoria em um processo natural do seu trabalho como pesquisador. “A gente está vivendo num país tão difícil, talvez um dos momentos históricos mais terríveis, com experiência do Governo Federal que não gosta de cultura, não gosta de arte, não gosta de índio, não gosta de diversidade. Eu acho que a maneira com que a gente tem de dar o troco é trazendo de volta à vida a produção artística”, salienta.
Klautau destaca que a reativação da Galeria Graça Landeira é uma satisfação que vai além da sua pessoa, visto que é a representação da retomada do patrimônio que a UNAMA possui em seu acervo de arte contemporânea brasileira.
O comunicólogo acredita que a valorização da arte em Belém se dá por meio da educação e que é necessário apresentar às crianças os museus da cidade, para que entendam que a arte é algo integrado à vida. “Quanto mais formos formados pela arte como uma maneira de educação, uma maneira de conhecimento do mundo, a gente vai ter uma relação mais completa da nossa vida”, comenta.
O artista plástico paraense Emanuel Franco é um dos fundadores da Galeria Graça Landeira e esteve presente na reabertura. Ele conta que é satisfatório ver o espaço revitalizado e reconstituído e com suas obras em exibição.
Emanuel iniciou sua carreira nos anos 1980 com desenhos em pastel. Atualmente, trabalha com arte em lonas surradas e vivencia a realidade das estradas, em contato direto com a realidade do cotidiano.
“A gente não para, a gente continua. Eu continuo minha pesquisa, tenho um atelier de arte, onde a minha produção é efetiva. Estou programando exposições. Nessa retomada, eu vou mostrar muito mais daquilo que produzi”, pondera o artista.
Alexandre Sequeira, artista plástico que também teve suas obras expostas na reabertura, declara que o evento é uma exaltação a um acervo que é tão importante para a cidade e para o Brasil.
“Eu acho que as duas universidades precisam olhar para esse material com muita atenção, porque há muito material de estudo disponível. Então, eu fico muito feliz de poder estar aqui celebrando reabertura de galeria e revalorização de acervo nesse momento tão obscuro que a gente vive”, alega.
Sequeira diz que sua produção objetiva promover reflexões e questionamentos e que não possui uma temática específica, pelo contrário, faz suas criações com base em inquietações, vontades e elementos que o cercam.
Jussara Derenji, arquiteta e diretora do Museu da UFPA, destaca que a exposição é muito especial, visto que as atividades presenciais estão retornando. "Isso engrandece todas as instituições participantes e leva a público obras que, de outra maneira, não seriam conhecidas pelos diversos segmentos que entram nas exposições", diz.
Esse é o primeiro seguro entre instituições realizado em Belém, o que Jussara considera um grande avanço. "Nós achamos que o primeiro foi extremamente bem-sucedido. Houve uma curadoria muito cuidadosa, houve avanços no ponto de vista tecnológico e técnico da exposição", ressalta.
O Museu de Artes da UFPA já voltou às atividades, recebendo um público maior do que antes da pandemia, o que gerou muita surpresa. "Recomeçamos com uma exposição da FaygaOstrower, que é uma gravurista conhecida nacional e internacionalmente, mas nós não esperávamos que houvesse uma vontade tão grande do público de voltar a frequentar exposições", conclui a diretora.
Por Lívia Ximenes, Vinícius dos Reis, Igor Oliveira, Rodrigo Sauma e Clóvis de Senna (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).
[@#galeria#@]